Kayralor - Uma história Star Wars escrita por Yawillsurvive


Capítulo 60
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Fosse lá o que existisse aquele lugar não era nada comum a ela e Kay continuou encarando sem saber o que fazer, se aquele era o templo, como faria para entrar? Sentou-se no chão e passou um tempo, era bastante cedo e os primeiros animais saiam de suas casas para comer, incluindo um gato Lothal branco que sentado em cima de um pico a observava intensamente.

— Como eu posso entrar BB9? Não tem uma porta – Chateada

— Bewweped – Disse rapidamente

— Hm, pode ser bom

                Kay fechou os olhos e pensou na Força, queria encontrar a resposta e visualizar o que havia lá dentro, precisava de ajuda para seu caminho. Queria encontrar verdadeiramente como fazer seja lá o que queria fazer, no momento ela só queria saber o que fazer com os itens que carregava, ela gostaria de entender por que haviam chegado até ela. A moça concentrou-se bastante e ao fundo de sua vontade sentiu longinquamente as vibrações de Ben, ela poderia dizer exatamente de qual ponto da galáxia vinha aquilo, quase como um localizador.

                Kay voltou a pensar nos seus objetos e desejava saber o que fazer com eles, ela se concentrou e sentiu que havia muito conflito dentro dela assim como Ben, aquilo era ruim para todos e principalmente se estavam longe um do outro. Sentiu um tremor no chão e abriu os olhos rapidamente, as pedras estavam agora se movimentando muito lentamente e saiam da terra como grandes torres, BB9 ao seu lado parecia muito tenso. Aos poucos uma entrada foi se mostrando, e o gato branco saiu da ponta da pedra num instante, pararam de se movimentar e ela pode se aproximar do portal.

                Kay foi entrando devagar, era uma passagem bem estreita e pouco iluminada que desceu lentamente para não escorregar em nada, quando atingiu o fundo a passagem atrás dela se fechou e o templo voltou a ser o que era antes, BB9e e ela ficaram observando por alguns minutos. Aquele lugar era como um canal, uma antena para todos os poderes da Força, tudo que acontecia dentro era mais intenso e perceptível, ela pôde sentir as vibrações passando por suas veias e enchendo seus pulmões, calvagando em sua mente como grandes cavalos de luz.

                Chegando ao fundo viu enormes pilastras e estranhos esqueletos sentados em posição de meditação, era estranho como pareciam calmos e não assustadores. Novamente sentiu o templo, a Força era incrível naquele lugar, forte e constante e mais uma vez a moça sentou-se para tentar descobrir o que fazer com tudo e mais um saco de tralhas que nem sabia onde colocar. Mal havia sentado e fechado seus olhos.

— Engraçada, ela é – Riu

                A moça abriu os olhos e para sua surpresa duas pessoas estavam presentes da mesma maneira que Anakin havia aparecido para ela, estavam os dois agora. Fantasmas de uma outra era e época, iluminavam o interior do templo como tochas brancas, um era pequeno e verde e o outro tinha o cabelo e barba grisalhos. Aquele pequeno era engraçado, ele tinha as feições muito antigas e sérias, mas sua voz era estranhamente engraçada e carregada de uma boa vibração sobre a vida. Já o segundo parecia acompanha-lo pacientemente e ter muito mais respeito pelo verdinho do que Kay estava tendo em sua mente.

— Quem são? – Questionou ela – Você é que é engraçado!

— Importa isso, agora? – Disse o pequeno – Boa menina você é – Riu

— Somos mestres Jedi antigos – Disse o mais alto – Estamos aqui para ajudar, seu papel é importante no futuro

                Kay pensou um pouco e depois parou de pensar, os homens presentes a observaram estranhamente. Ela colocou os três itens no chão a mostra para eles, olharam para estes e um colocou a mão em sua barba pensativo. O pequeno vinha andando ao redor de Kay com uma bengala enquanto o maior ainda coçava sua barba, ele tinha o cabelo curto e parecia muito mais intrigado com as coisas do que o verdinho que de certa forma se divertia. Uma muda, um cristal e um diário, respectivamente.

— São três itens da Força... – Disse ela

— Um você planta, o outro você rega e o ultimo você colhe – Falou o barbudo

— Como posso regar e colher? – Perguntou

— Olhar com os olhos da Força, ela não faz – Disse o verdinho

— Isto é um cristal kiber nascido de uma fonte especial, é raro e forte – Falou o homem enquanto o cristal flutuava a frente de Kay – Para construir sua arma você precisa entender exatamente o que é por dentro, você mesma

— O último só entenderá, se a mesma coisa fizer – Falou o pequeno – Com os olhos da Força deve ver

                A moça não teve tempo de pensar os fantasmas indicavam que queriam ir.

— Anakin me disse eu que poderia ajudar Ben! – Falou rapidamente – Como?

                Os dois se entreolharam, havia uma certa tensão sobre o que deveria ser dito e Kayralor aguardou pacientemente a decisão dos dois.

— Ben pode ser salvo Kayralor, mas ele precisa ver isso por si mesmo – Disse o homem – Você não pode fazer nada por ele... Ben precisa entender os conceitos de uma vida que ele nunca teve, amizade, confiança, virtude, amor... Todos são necessários a ele... Anakin disse que você poderia ajuda-lo a perceber e é verdade, mas só ele pode ver

— Escutar você ele não vai, sozinho ele entenderá – O verde falou – De Vader há muito nele, mas de Solo também há

— Ben está dominado pelo lado sombrio por que ele acredita firmemente que pode mudar o destino da galáxia sozinho... Ele viveu muito tempo na escuridão e ver a luz é uma questão que envolve muito dele, Ben está preso em um legado infeliz de dor e sofrimento – Disse o homem enquanto passava a mão em sua barba – Ele está perdido Kayralor, acredita que não pode mais ser salvo e não há mais chão a qual se segurar... Mas todos podem ser salvos e eu compreendi isso muito tarde... Luke fez isso por seu pai e eu o ajudei enquanto pude...

— Mas... Próximo de encontrar um caminho, ele está – O homemzinho riu – Tolo ele é, mas tolos somos todos

— Há alguma coisa que eu possa fazer, qualquer coisa? – Perguntou ela com pressa

— Fique onde está – Disse o mais alto

— Disse Anakin a você, Kayralor – Coçou a cabeça o pequeno – Fluxo tudo tem, deixar seguir você deve

— Harmonia Kay, bem e mal... Tudo é um só, a Força é uma só... A Força não perteçe a você para mudar, ela pertence a si própria para transformar

                Antes de ir o pequeno mesmo que em sua forma espectral bateu com a begala na cabeça de Kay e aquilo doeu, ela o deu um peteleco na orelha e esse riu para a mesma antes de desaparecer, aquilo foi reconfortante ao seu coração. Os dois homens se foram e Kay se sentiu extremamente sozinha de novo, era como se estivessem lá a tanto tempo e agora se foram rapidamente como as folhas em vento. Quem era ela? Como ela poderia saber quem era de verdade?

Pensou, Kay não sabia nada sobre o seu passado, tinha vivido com Gnar e o amava como um pai, sempre foi uma criança forte e a Força estava com ela desde que se lembrava. Fechou os olhos e viu as lembranças de seu passado, inicialmente vivia em uma cidade e depois moveu-se para a floresta quando seus poderes estavam ficando maiores. Então Gnar chegou com esse diário e o guardou para sempre em seus objetos onde a moça só pode pega-lo de volta recentemente. A moça tinha amigos na Resistência e tinha na Primeira Ordem, tinha que deixar o fluxo seguir.

BB9e viu o saco de tralhas flutuar e secretamente derrubou todos os itens no chão, a moça continuava sentada e focada enquanto o cristal brilhava a sua frente. Todo esse tempo a moça tentava entender quem era, era corajosa e tinha medo, era forte e era fraca, sorria, mas também sofria. Ela sabia que estava no meio e isso significava equilíbrio, luz e trevas e nada mais apenas a Força e ali dentro essa canalização foi muito mais forte, ao mesmo tempo que queria ajudar a todos sabia que haviam sacrifícios a serem feitos, era um fardo a ser carregado, mas com determinação ela poderia fazer isso.

Kay estava no meio e finalmente podia ver isso, ela não era Jedi e nem era Sith, ela era a pura Força que sabia dos dois e praticava os dois, ela era ninguém e ao mesmo tempo todos. Paixão com desapego, sacrifício e compaixão, entendimento e ignorância, tudo exatamente equilibrado e agora estava bem consigo mesma. Nem Primeira Ordem e nem Rebeldes, ela ajudava a todos igualmente. Ainda queria aprender muito sobre seu poder, mas também gostava do mistério que isso empregava.

Ela escutou um click e um barulho de algo caindo ao chão, ela abriu os olhos e estava ali um sabre de luz preto com detalhes em prata claro, era muito bonito pensou ela. Apanhou do chão e segurou em suas mãos, se encaixavam perfeitamente. A grande cicatriz na mão que havia sido atingida pela blaster agora não era nada pois o sabre estava confortavelmente seguro.

— De quem é esse sabre BB9? – Questionou intrigada

— Bewwpeo, bewwep – Disse com animação

— Eu que fiz? Nossa, é incrível!

                A moça acendeu e uma luz branca saiu dali, era lindo demais, leve e ergonômico. Ela girou com ele ao redor do corpo e parecia se encaixar perfeitamente com tudo nela, a lâmina branca brilhava sem nenhuma interferência e enquanto ela passava de uma mão para a outra ele se acomodava as duas perfeitamente. A mão afundada de Kay a qual a blaster havia atingido conseguiu pega-lo sem nenhum problema, era um sabre leve e que demonstrava calma para Kay, diferente do sabre de Ren que era pesadíssimo e instável.

Kay envolveu sua mão com a Força e a passou sobre a lâmina, pode senti-la. Era uma lâmina leve e altamente perigosa, totalmente diferente do sabre de Kylo Ren ou Luke Skywalker. O cristal kiber era antigo e puro, mas havia nele encrustado sabedoria negra, poderia ter atingido quaisquer cores e este preferiu a branca por estar no lado neutro de Kay. Desligou.

Ele se aproximava.


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Notas finais do capítulo

Eu não acredito nessa de mestres que são distantes de seus alunos, aquela história de respeito quase divino com seu mestre pra mim não funciona e a Kay também sabe que mestre nada mais são do que alunos no passado, o fato de ela ter tirado uma onda com o senhor em questão remete que não somos intocados, a Força não é algo para alguém intocado e especial, e sim para qualquer um. Quebrando essa barreira do mestre/aluno fica claro que ninguém deve ser arrogante, ou se sentir humilhado por um titulo de professor ou etc... O pequeno também sabe disso, ele adora bengalar seus alunos ♥