Destinos Entrelaçados escrita por Laura no Taishou, LyraLovesYou


Capítulo 2
Verdade Revelada




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/748413/chapter/2

Assim que Lyra acordou no meio daquela multidão que lhe cercava, suas primeiras palavras foram direcionadas ao líder da guarda Obsidiana ao qual parecia tão preocupado quanto os outros de sua própria guarda. A jovem pronunciou um nome e perguntou ao homem, como se soubesse que estes tinham algo em comum. Algo na expressão do homem mudou, Valkyon estava confuso e tentava compreender o como de Lyra saber sobre aquele nome, uma vez que ele foi esquecido.


— Como voc- – Antes que Valkyon pudesse fazer alguma pergunta, Miiko levantou a voz e fez todos notarem ela. A kitsune fez com que chamas azuis iluminassem todo o salão, chamando assim a atenção de todos.

Ela parecia irritada, ou melhor, Miiko estava irritada devido a bagunça que faziam. Assim que todos voltaram suas atenções à mulher, esta prosseguiu com o real motivo de ter chamado-os no local e contou a informação que possuía: Há alguns poucos dias, alguns membros da guarda de Eel avistaram uma estranha nuvem negra se aproximando no horizonte, era como se nuvens de tempestades se aproximassem, mas aquilo não era uma simples nuvem. Algumas das mais tenebrosas criaturas que habitavam nas profundezas daquele mundo estavam livres e Miiko contava que esteve diante de uma dessas criaturas e pôde descrevê-las. A kitsune contou que eram seres sombrios de pele grossa e avermelhada e longos chifres torcidos, como de carneiros, conhecido como daemons. Estas criaturas maléficas invadiram inúmeras vilas e as destruíram, apagando qualquer sinal de vida por onde quer que passasse, inclusive, foi em uma vila onde os membros da Grande Guarda de Eel os avistaram.

Após toda aquela informação sobre o surgimento de um novo inimigo, todos os membros presentes voltaram aos seus afazeres. Lyra também estava voltando e passava pelo corredor das guardas quando alguém lhe puxou pelo braço e rapidamente a trouxe para uma parte mais reservada do lugar. Lyra se assustou e rapidamente olhou para trás, percebendo então que Caeses era quem havia lhe puxado, mas inclusive, Ezarel estava ali com ela. O elfo não parecia estar ali para alguma brincadeira e isso intrigava Lyra, mas por que Caeses também estava lá?


— Como você sabe sobre ela? – Perguntou Caeses, com uma expressão de confusão e curiosidade. — Ela, a Chisuzu, morreu há alguns anos antes de você entrar na Guarda de Eel. – Respondeu a anã. Lyra ficou surpresa com aquela informação, afinal, tal pessoa parecia estar bem viva em seus sonhos... ou visões. Ezarel se aproximou da jovem e continuou com aquele ar sério, algo realmente raro e incomum para ele.
— Lyra, o que aconteceu para você saber sobre ela? – Perguntou o elfo. Lyra apenas o olhou e contou o que havia visto, sem hesitar.

Contou a jovem górgona que havia tido uma visão nada agradável de uma situação, envolvendo uma garota cujo batia perfeitamente com as descrições da pessoa cujo tinha aquele nome. Lyra contou que apenas soube seu nome porque a pessoa que a torturava havia dito, mas no momento que terminou de dizer aquilo, Ezarel lhe pediu para manter aquilo em sigilo, porém, Lyra parecia curiosa e exigia saber mais a respeito, principalmente o motivo dele querer esconder aquilo.

Ezarel não insistiu em esconder, concordou em contar quase como se realmente não quisesse esconder mais.


Há alguns anos atrás, antes de você entrar para a Guarda de Eel, Chisuzu fazia parte da guarda Obsidiana. Ela era excepcional com armas pesadas, principalmente quando usava um martelo, tinha muita habilidade e Valkyon havia visto isso, acho que foi um dos primeiros motivos dele ter a aceitado em sua guarda. – Dizia Ezarel, enquanto Caeses parecia atenta em outras coisas. — Chisuzu e Valkyon se tornaram próximos em pouco tempo depois dela ter entrado para sua guarda, ele passou a confiar sua própria vida a ela e Chisuzu se mostrou realmente fiel. Ela era a pessoa da guarda a qual ele mais confiava, então não demorou muito até ela se tornar seu braço direito. – Concluiu Ezarel, como se tivesse terminado de contar a história, mas ainda faltava dizer o porque dela não estar mais na guarda. Caeses observou tudo ao redor e afirmou que nenhum membro da guarda Reluzente estava por perto. Caeses se aproximou de Lyra e se preparou para prosseguir.
— Uma vez, durante uma missão de extrema importância, alguns dos membros da guarda Obsidiana havia sido enviado para defender uma vila ao oeste que estava sendo atacada por daemons. Fomos enviados pelo fato de sermos a guarda com os melhores e mais fortes guerreiros e isso incluía Chisuzu e eu. – Dizia a jovem anã, olhando imediatamente para suas próprias mãos. — Eu cortava alguns daqueles monstros com minha Djörn quando eu percebi que o Valkyon estava ocupado, tentando salvar duas crianças faelianas que estavam presas em uma casa. – Caeses demostrou incômodo ao continuar falando aquilo, mas era como se aquela parte da história em si lhe abatesse. — O líder daqueles daemons sabia que a forma mais fácil de se derrubar uma muralha é atingindo seu ponto vital e decidiu que acabaria com Valkyon, assim a nossa guarda estaria sem o líder e seria obrigada a recuar... – Caeses deu uma pausa e olhou para Lyra, a mesma pôde ver que haviam cristalinas lágrimas em seus olhos. — Ele atacou Valkyon enquanto ele não podia se defender, e ele não poderia largar as toras de madeira, porque aquilo era o que mantinha a casa em pé e sem elas, as crianças seriam enterradas vivas na casa em chamas..... mas antes dele ser atingido pela arma do líder dos daemons, Chisuzu rapidamente se atirou no caminho e foi atingida no lugar dele. – Comentou Caeses. — Nossa guarda teve de se manter no local enquanto eles recuavam, mas não era uma derrota para eles, pois ambos tiveram perdas... e uma das nossas perdas foi ela. Chisuzu foi levada pelos daemons assim que eles recuaram. – Concluiu a anã, terminando o que tinha para contar.
— Miiko disse que havia enviado o grupo de recuperação para o local, mas não conseguiram encontrá-la mais, e não havia sequer uma pista sobre o paradeiro dos daemons. No final, Chisuzu foi dada como morta e isso abateu Valkyon. – Comentou o elfo.

Lyra se sentia abatida pelo o que acabara de descobrir, ela sabe como é a dor de perder alguém muito importante. Ela conseguia sentir algumas lágrimas se juntando em seus olhos, mas a górgona as limpou rapidamente com suas mãos, mas ainda sim, Caeses foi capaz de perceber seu incômodo.


— Eu nunca poderia ter imaginado isso... Existe alguma chance de que ela esteja viva? – Perguntou Lyra, em um tom trêmulo. Caeses olhou para a górgona e apenas sorriu, com um ar de tristeza.
— É o que queríamos acreditar. – Respondeu Caeses. — Mas a essa altura, ela já teria aparecido se estivesse viva. – Concluiu a anã, com um tom de lamento.

Lyra compreendeu que deveria deixar aquele assunto de lado, era algo muito delicado para simplesmente ficar comentando pelos lugares, o certo a se fazer eram realmente deixar quieto. A górgona agradeceu pela explicação e resolveu retornar à seus afazeres, Caeses comentou que iria até sua bigorna para dar um pouco de atenção ao seu machado e Ezarel contou que a veria mais tarde, pois tinha algo a fazer naquele momento.

A górgona caminhava pelo corredor, em direção ao laboratório, porém, não conseguia esquecer daquela imagem que sempre vinha em sua mente. Seja lá quem fosse aquela pessoa, ela não deixava a memória de Lyra, seu grito agonizante de dor continuava a ecoar em sua cabeça e aquilo lhe atormentava. Lyra foi surpreendida por Valkyon, o faeliano lhe bloqueou o caminho e ficou a observando por um curto período, antes de lhe pedir para segui-lo.


— Valkyon...? Algum problema? – Perguntou Lyra, um pouco confusa. Ele estava mais quieto que o de costume, mas parte de seu silêncio era compreensível.

Valkyon não se virou, permaneceu de costas por um curto período antes de liberar sua voz, ele perguntara à górgona o momento e o local onde ela ouviu aquele nome. Lyra queria deixar aquilo quieto, mas era Valkyon quem queria tocar naquele assunto tão delicado, por isso ela não deixou de revelar o que tinha de informação. A jovem contou que havia tido um sonho com ela, mas sequer suspeitava de algo, afinal, parecia apenas um sonho, mas durante a reunião há pouco tempo, ela não teve apenas um sonho, aquilo parecia muito real diante de seus olhos. Valkyon teve apenas uma vaga descrição do que Lyra tinha visto, ela não queria contar tudo detalhadamente, ainda mais sabendo a relação que tinham... mas não teve escolhas a ceder.


— ... – Valkyon parecia chocado e sem palavras, mas Lyra podia muito bem ver o desespero tomar conta do olhar daquele homem diante dela. Sabia que não era algo de se dizer, mas ele havia buscado por verdades e agora tinha suas respostas. — Entendo... agradeço por ter me dito isso.

Valkyon parecia estranho, após aquela conversa, ele se afastou e tomou uma direção, mas qualquer um que o conhecia ao menos um pouco sabia que algo errado estava acontecendo. Lyra decidiu que não o incomodaria, a informação que ele havia recebido era suficiente para ter o atingido ao menos um pouco.

Algumas horas mais tarde, àquele mesmo dia, Lyra havia terminado de preparar algumas poções ao qual seria útil para o acaso de encontrarem com algum daemon, pois verificariam as redondezas assim que o próximo dia amanhecesse. As coisas estavam indo razoavelmente bem, tudo estava de acordo com o planejado e as poções já estavam sendo entregues aos membros que participariam da missão, isso seguia com os planos quando Caeses adentrou o local onde estava sendo distribuída as poções, seu semblante era de alguém realmente desesperada.


— VALKYON DESAPARECEU!! – Gritou a anã, com todo o ar de seus pulmões.

Quase todos os membros que estavam presentes viraram para olha-la diretamente, esperavam que fosse apenas uma piada de mau gosto, mas sabiam que ela não era de brincadeiras. Miiko não demorou muito para chegar no local, mas assim que mostrou sua face, foi cercada por muitos membros da Grande Guarda de Eel que queriam saber sobre tal acontecimento. A kitsune respondeu que não poderia dizer ao certo o que havia acontecido, ele não estava em lugar algum e parecia como se tivesse apenas saído.

As perguntas continuaram, mas de certo modo, Lyra parecia saber o que havia acontecido e naquele instante, um peso surgiu em sua consciência.

 

 

FIM DO EPISÓDIO.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Destinos Entrelaçados" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.