A Nova Cinderela escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 9
A Cinderela




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/748388/chapter/9

P.O.V. Doutora Thompkins.

Hoje tenho sessão com a paciente Charlotte Panova. Não sei se quem vai aparecer é Katherine ou Charlotte. Felizmente, aparentemente é Charlotte.

—Oi Charlotte.

—Oi.

Ela era tímida, retraída.

—Eu sou a Doutora Thompkins.

Ela não respondeu. Parecia um ratinho assustado. Uma criança traumatizada.

—Sei que depôs contra Dorinda Thompson.

Tudo o que ganhei foi um aceno de cabeça. Um aceno positivo.

—Eu sou familiar para você? Algo neste lugar lhe é familiar?

Uma negativa.

—Tudo bem.

Aparentemente, Charlotte não tem nenhuma lembrança do que o seu alter-ego faz.

—Pode me dizer o que houve com o seu pai?

—Ele morreu.

—E como ele morreu?

—Ficou doente. Dorinda envenenou ele, começou a... matá-lo aos poucos. Tentei avisá-lo, mas ele não me ouviu. Achou que eu tava com ciúmes.

—E como descobriu sobre o veneno?

—A planta.

—A planta?

—Eu tinha que levar o remédio pra ele. Acidentalmente eu derrubei encima de uma planta, uma orquídea e ai... ela morreu. Como se tivessem tacado ácido nela. No dia seguinte, contei para o meu pai que Dorinda tava envenenando ele, disse que era veneno. Mandei ele jogar pela janela e dizer que bebeu.

—Mas?

—Mas, ele me dedurou. E a Dorinda bateu na minha cara.

—Foi agredida fisicamente por Dorinda Thompson mais alguma vez?

Ela fez que não.

—Pode ser honesta Charlotte. Dorinda está presa. Ela não pode mais te ferir.

—Eu sei.

Disse quase que num sussurro.

—E quanto a sua mãe?

—Sangue. Muito, muito sangue. Perdi as contas de quantos baldes carreguei e de quantos panos eu usei.

—Baldes e panos?

—Sem corpo, sem crime. Foi o que ele disse.

—Ele quem?

—Não posso falar sobre isso. Nunca aconteceu.

—Alguém assassinou a sua mãe Charlotte?

—Nunca pensei que pudesse sair tanto sangue de dentro de alguém. As paredes, o chão. Escorreguei na louça enquanto esfregava. Bati a cabeça, ainda tenho a cicatriz. Acordei no hospital. Depois de quarenta e oito horas haviam cartazes de desaparecida por todos os lugares. Eu sabia que ela não estava desaparecida. Sabia que não ia mais voltar. Ela era muito boa pra ele, merecia melhor. Ouvi os gritos, mas não fiz nada. Fiquei com medo, me escondi atrás da cortina. Era vermelha. A faca era grande. Devia ter feito alguma coisa.

—Quantos anos você tinha quando sua mãe morreu Charlotte?

—Eu tinha cinco e ele era o diabo.

—Seu pai?

—Não. O homem da faca. Pensamos que era um ladrão, mas ele não queria dinheiro, só a vida dela.

Um assassinato encomendado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Nova Cinderela" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.