Chapeuzinho Vermelho; a história nunca contada escrita por Semideusadorock


Capítulo 8
Capítulo 8: Histórias


Notas iniciais do capítulo

Hey cerejinhas, desejo-lhes uma boa leitura!
Beijos e até!



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Fim da pausa dramática.

Olhei o médico jogando os trapos do meu curativo fora e aquilo me magoou de alguma maneira, que inconscientemente me apertei contra a capa enquanto ele passava algo em minha perna e cuidava de fechar o ferimento.

Nesse momento a porta do meu quarto foi aberta e Annabeth entrou correndo se jogando em meus braços me apertando contra ela.

— Eu fiquei tão preocupada com você, quando me falaram que você estava machucada eu me senti tão culpada, eu...— ela se afastou segurando meu rosto em suas mãos —...o que deu em sua cabeça por vir pela floresta? Você é louca?

— Eu estou bem, Anne, eu só tropecei e me machuquei, não aconteceu nada demais.

— Ela tratou corretamente do ferimento, logo ele já está bem melhor, amanhã mesmo já deve estar conseguindo andar normalmente — o médico comentou sorrindo simpático se levantando.

— Obrigada senhor Solace — agradeceu Anne sorrindo simpática.

O loiro assentiu e saiu do quarto pedindo licença.

— Desde quando sabe cuidar de ferimentos? — indagou ela me olhando nos olhos, e eu sorri, sentindo saudades daquele olhar mandão.

Fofa!

Calada!

— Encontrei um caçador no meio do caminho, ele fez o curativo e me abrigou até eu conseguir andar, também me trouxe até aqui — respondi sincera, a fazendo franzir o cenho.

— Estranho, não sabia que tinha um caçador na floresta, eles normalmente sempre saem apenas com autorização do rei — a Chase mordeu o lábio inferior meio confusa.

— Eu encontrei ele bem perto da nossa vila e ele não é daqui, então... — dei de ombros — posso te fazer uma pergunta?

— Claro! — ela assentiu endireitando a postura.

— O que sabe de um lobo que vive na floresta? — questionei e ela pareceu surpresa com a pergunta.

— Por quê? Você o viu? — a loira não conseguia deixar a surpresa estampada em seus olhos e tom de voz.

Me limitei em assentir e ela arqueou as sobrancelhas e assentiu.

— Existem algumas lendas a respeito, primeiramente que ele é um lobo normal, que por algum motivo cresceu demais, de início, quando ele surgiu na floresta ele não era um problema, as pessoas transitavam por ela sem medo, mesmo com o animal solto, ele de qualquer maneira só era visto a noite mesmo, então as pessoas começaram a nunca voltar lá, uma hora ou outra um cadáver era encontrado na floresta, então a culpa recaiu sobre o bicho e um preço foi colocado na cabeça dele, mas ninguém nunca sobreviveu a isso — ela contou parecendo tentar se lembrar de todos os detalhes que já tinham lhe contado sobre.

— Qual a outra história? — perguntei e ela assentiu.

— O animal só é visto a noite, os rastros deles somem e aparecem sem mais nem menos, e já encontraram fogueiras e restos assados de animais que supostamente o lobo matou, não tem como um animal cozinhar uma carne e não tem sentido ele caçar e não se alimentar, até porque ele morreria eventualmente se o fizesse, então a teorias que ele seria um lobisomem, conhece a lenda, né?

— Metade homem, metade lobo — respondi a fazendo assentir.

— Mas claro isso são apenas histórias, Tritão diz que as mães que perdiam seus maridos começaram a inventar essas histórias para manter seus filhos longe da floresta e já fazendo dois séculos que isso começou a acontecer, nunca se teve uma prova de algo do tipo, apenas lendas e teorias — Annabeth deu de ombros — por isso a estrada foi feita, para fugir do lobisomem.

— Meio difícil de acreditar — mas algo me dizia que não era.

Ela assentiu e se levantou, suspirando.

— Eu tenho que me arrumar para meu casamento — um sorriso surgiu em seus lábios — mandarei alguém te ajudar a se arrumar também...a propósito, você está usando vermelho?

— É, foi um presente do caçador — me limitei a isso e a loira assentiu.

— Ok, então, vou indo.

Enquanto me arrumava para o evento as histórias e coisas estranhas que tinham acontecido na floresta começavam a se ligar de uma maneira que eu não entendia como poderia ser possível.

Nem preciso dizer que o casamento foi lindo, dava para ver o quanto os dois estavam felizes com aquilo, o quão apaixonado eles estavam. Me surpreendi em ver a mãe da Annabeth ali, o que fazia sentido ela ter ficado tão preocupada, Atena tinha saído depois de mim e chego antes.

— Você deve ser a amiga da noiva — Tristão parou ao meu lado e eu sorri.

— Eu mesma, o que entregou? — questionei, fazendo uma pequena reverencia.

— Todos os outros convidados foram meu irmão que convidou, logo, só resta você e a mãe da Chase — ele deu de ombros sorrindo.

— Faz sentido — concordei, olhando ao redor.

Annabeth caminhou em minha direção e me pegou pela mão, pedindo licença ao príncipe e me arrastando até a pista de dança.

— Fique longe dele — ela alertou baixo em meu ouvido — Percy me alertou isso no primeiro dia em que eu estive aqui, ele deixou bem claro que eu poderia falar com quem eu quisesse, mas deveria me manter o mais longe possível de Tristão, podemos dizer que ele só não está atrás das grades por ser filho adotivo do rei.

— O que ele fez? — perguntei aceitando uma bebida de um dos garçons.

— Percy não me contou muita coisa, mas ele disse que ele quebrou cinco das dez leis para poder ser do esquadrão real — Annabeth indicou que eu sentasse em uma das cadeiras — e pelo que eu soube ele está desesperado, Percy vai o tirar do castelo quando assumir como rei, então ele está à procura de uma esposa que acabe mexendo com o sentimental dele o suficiente para o manter sobre proteção.

— A melhor amiga da esposa dele parece uma boa opção — revirei os olhos com desgosto da informação que me foi dada.

— Exato, então fique longe dele, pois qualquer um que quebre qualquer uma das dez leis não vai te fazer bem, ok? — Anne indagou e eu assenti.

— Por que não fica no castelo? — Annabeth questionou depois de um tempo em silêncio. — Você pode ter uma vida aqui, não precisa voltar para a vila, podemos buscar Jason, a namorada dele e seu pai...

— Não Anne, eu quero fazer minha própria vida, não me agarrar a que você formou — sorri agradecida.

Ela assentiu acariciando minha mão. Respirei fundo e endireitei a postura.

— O que está fazendo aqui ainda? Vai aproveitar seu casamento, seu marido — a expulsei de perto de mim, arrancando uma risada alta dela.

Entretanto ela assentiu e se levantou, caminhando até Perseu o puxando para uma dança, logo o salão de dança foi aberto e os recém-casados se tornaram o centro de toda a atenção naquela festa.

Conversei com algumas pessoas naquela noite, mas para falar a verdade eu só queria ir dormir na confortável cama que eu encontraria em meu quarto, afinal troncos de árvores e sofás sem acolchoamento não são confortáveis.

Então quando foi avisado que a consumação aconteceria e os pervertidos de plantão foram para a sala observar o ato, porque sim, naquela época meu caro, as pessoas viam a consumação – sexo – dos recém-casados, caminhei até o meu quarto e aproveitei para dormir o mais confortável possível, deixando que minhas mentes vagassem para os dias que eu tinha passado na floresta, andando com Nico.

Eu poderia viver daquele jeito, caminhando, conhecendo o mundo, culturas, pessoas, aproveitando, brincando, rindo. Parecia um jeito que eu gostaria de viver, tinha sido divertido, tinha sido bom.

E você, leitor/ouvinte, acha que conseguiria passar sua vida viajando com uma mochila nas costas conhecendo novos lugares?  


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