Chapeuzinho Vermelho; a história nunca contada escrita por Semideusadorock


Capítulo 5
Capítulo 5: Uma panelada no suposto assassino


Notas iniciais do capítulo

Hey cerejinhas, tudo bem?
Eu vim ceder aqui meu espaço semanal para a nossa querida Thalia em mais um capítulo dessa história!
Espero que gostem!
Boa leitura!



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Você que sabe que essa história aconteceu no passado, deve imaginar o que aconteceu na manhã seguinte, com o clarear do dia eu conseguia sentir meu corpo se relaxando e o cansaço da noite em claro tomando meu corpo.

A porta do chalé foi aberta com cuidado e meus olhos encontraram os do Di Ângelo, mal consegui acreditar que ele estava vivo, parecia um absurdo pensar que ele havia passado a noite inteira do lado de fora com aquele animal a solta por aí e tivesse sobrevivido aquilo.

— Como? — perguntei descrente e ele franziu o cenho.

— O que faz acordada a essa hora? — indagou percebendo minha presença, encarando-me nos olhos.

— Eu vi aquele bicho, como está vivo? — insisti no assunto, vendo a surpresa em seus olhos.

— Foi do lado de fora? De noite? Está louca? — podia ver a raiva transparecer em seu corpo.

Eu não entendia o porquê de tanto alvoroço, ele tinha passado a noite na floresta, sozinho, fazendo sei lá diabos o que e estava com raiva de mim por simplesmente ter saído alguns minutos.

— Você saiu Nico, estava escuro, estava demorando a voltar, eu queria saber se você estava bem, te apresar se precisasse, te ajudar e você me chama de louca? Foi você que passou a noite do lado de fora com aquele lobo gigantesco.

— Você poderia ter morrido — ele afirmou quase em depressão, como se a ideia da minha morte fosse pesada demais para ser colocado em pauta.

— Você também! — afirmei e ele negou com a cabeça fechando os olhos, respirando fundo.

— Como está sua perna? — questionou mudando de assunto, caminhando com calma até mim para checar o machucado.

— Ainda doí — respondi simplesmente, cruzando os braços em uma birra silenciosa enquanto o deixava trocar o curativo.

Sim, sim, eu sou birrenta, eu sou realista, ok? Se eu entro em uma discursão com alguém e eu sei que eu não vou ter sucesso em vence-la, afinal eu sei quais argumentos eu tenho e quais podem ser usados contra minha linda pessoa, eu tenho que me fazer presente e insatisfeita de alguma maneira, ou seja, birra é minha saída.

Deixei que um bico nascesse em meus lábios e meus olhos não se fixassem em Nico nem no processo não tão confortável assim de cuidar da minha perna machucada. O que arrancou uma risada do Di Ângelo.

— Vai mesmo ficar chateada por conta disso, Chapeuzinho vermelho?

— Não me chama assim, eu já disse que não gosto e não faz sentido algum — grunhi, mas deixei que o biquinho permanecesse em meus lábios e ele riu novamente.

Um revirar de olhos foi minha resposta para sua risada nada respeitosa da minha birra. Um desabafo para você, pessoa que está lendo, ouvindo ou sei lá como diabos está tendo acesso a essa história. Eu necessito brilhar e se eu estou brilhando em uma birra talvez sem fundamentos, essa, claro, tinha um fundamento claro de meu salvador quase se matou, mas se eu estiver fazendo birra, deixe eu curtir minha birra...

Já falou birra um milhão de vezes Thalia, varie seu vocabulário.

Continuando ignorando a Annabeth, por favor! Nico é uma péssima pessoa, enquanto todo mundo deixa meu brilho existir e até acha fofo meu biquinho maravilhoso ele simplesmente fica rindo da minha cara, que tipo de pessoa faz isso?

— Em breve você deve conseguir voltar a andar normalmente, se claro parar de forçar sua perna — ele falou me encarando, forçando-me mentalmente que eu retribuísse o olhar.

Eu poderia narrar passo a passo do que aconteceu naquele dia, mas é insignificante para a sua pessoa e para a história. Ele basicamente decidiu ficar enchendo a porra do meu saco e me chamando de Chapeuzinho vermelho o dia inteiro. Comemos algumas coisas, ele me levou para dar uma volta por aí, mas minha mente estava ocupada e fixada na cena que eu tinha visto na noite anterior.

Aquele lobo, até para a minha pessoa que não tinha um vasto conhecimento sobre o animal, sabia que ele era diferente. Obviamente ele tinha muito mais força do que o normal, seus pelos negros se misturavam a noite e mesmo assim eu conseguia vê-lo em toda a sua magnitude, ele era gigante, deveria ser do meu tamanho nas quatro patas.

E me poupe de piadinhas sobre minha altura diminuta, um lobo normal não deveria ser daquele tamanho e eu não preciso de práticas de bullying enquanto estou aqui com toda a boa vontade desmentindo a história das telinhas para vocês.

Em falar nela, faz um pouco de tempo que não comparamos com a realidade, não é? Sabe eu me pergunto como a história original foi deformada de tal forma, aonde eu por acaso fiquei como a débil mental. Nada contra, mas poupe-me, né?

Sem falar que ponderando a minha história, nem mesmo a inventada, é muito educativa para as crianças. Pois apesar de ter uma lição de moral bonitinha sobre como não devemos desobedecer aos pais, temos algo muito errado em todo um contexto, é uma história que contem assassinato, burrice, desobediência, maus tratos contra os animais, o que pessoalmente me ofende, além de outras várias coisas absurdas.

Naquela noite eu não pude deixar de notar que novamente Nico saiu, ele claramente tinha algo relacionado com aquele lobo, ou com aqueles cadáveres, a ideia de ter minha vida dependendo de alguém que pode ser um assassino me apavorava.

Então, no dia seguinte eu fiz a coisa mais inteligente que eu poderia fazer. Dei uma panelada na cabeça dele e sai correndo, obviamente.

Sentia minha perna doer a cada passo que eu dava, meu coração disparado, ouvi os passos de Nico correndo atrás de mim, definitivamente eu deveria ter o acertado com mais força. Minha cintura foi envolvida e eu não estava mais livre tentando fugir, sim contra uma árvore e ele me encarando com um misto de raiva e indignação.

— O que, diabos, deu em você? — seu tom era claro de raiva, mas calmo, ele disse cada palavra pausadamente, como em uma tentativa de autocontrole.

— Eu não confio em você — admiti — você é um estranho que vive no meio do mato, com uma pilha de cadáveres em um buraco, toda noite você sai e simplesmente some, mesmo com um lobo gigantesco e anormal perambulando por essa floresta, você não parece nenhum pingo preocupado com sua segurança, ou na estabilidade daquele chalé, todo dia de manhã você tem um animal diferente pronto para ser cozinhado para o almoço, as vezes está sujo de sangue e nada disso é significante o suficiente para você abrir a boca, então eu estou assustada e com medo de estar sendo mantida em cativeiro por um assassino.

Ele piscou algumas vezes como se fosse muita informação para ele.

— Você não é minha prisioneira, pode ir quando quiser, mas está machucada e deixou sua mochila no chalé, provavelmente não vai entrar no castelo, sem falar que estava correndo na direção errada, e você me acertou com uma panela — ele se explicou me soltando — pode voltar e pegar suas coisas, se quiser pode ir embora, mas sua perna não vai aguentar ir tão longe, não o suficiente para sair da floresta, tanto para a estrada quanto para o castelo, então, você decide.

— Não negou ser um assassino — disse sentindo um calafrio percorrer todo o meu corpo.

— Não, não neguei, mas você não confia em mim, não preciso me auto afirmar para alguém que não vai acreditar em minha palavra — ele revirou os olhos parecendo realmente irritado com isso — pode ir embora sem me agredir, ok?

O Di Ângelo se virou começando a voltar para o chalé, me fazendo suspirar.

— Nico! — o chamei triste, vendo-o virar para mim.

— Quer ajuda? — questionou, imaginando que eu estava com dor, por isso o chamei.

— Não, é só que...você está chateado!

— É claro que eu estou chateado, Thalia, eu vivo sozinho a anos, minha família me renegou, ok? Eu não tenho ninguém com quem eu consiga conversar sem a pessoa me julgar, eu achei que você fosse diferente, é a primeira pessoa com quem eu converso em três anos, eu provavelmente perdi a pratica para não notar que você estava com medo de mim — ele desabafou, suspirando e se virando novamente, se apressando em andar.

Grunhi levando as duas mãos ao rosto, respirando fundo. Não sei quanto tempo fiquei ali tentando me acalmar, mas senti algo estranho, abri os olhos analisando ao redor, resolvi me apresar e voltar para o chalé, não estava me sentindo confortável ali.

Percebi que não tinha conseguido correr muito, então logo estava de volta para o local que tinha passado os últimos dias, Nico estava cozinhando com sempre fazia, então me sentei e comecei a cortar os legumes para ele.

— Me desculpe, ok? — pedi depois de um tempo em silêncio.

— Pela agressão ou pelo que disse? — indagou sem me olhar, girando o animal no graveto.

— Ambos, eu sinto que você não é perigoso Nico, mas tente entender meu lado, você mora sozinho em uma floresta, em meus primeiros minutos aqui eu encontrei uma pilha de cadáveres e você não parece se preocupar nenhum pouco com isso, é apenas estranho, eu estou com medo de ficar aqui, não me sinto segura, sinto que estou sendo observada a todo o tempo.

— Amanhã de manhã começamos a mover em direção ao castelo, não dá para chegar lá com sua perna assim ou comigo te carregando em menos de um dia, mas podemos dormir em uma árvore e ficaremos seguros, os animais perigosos estão no chão mesmo.

Assenti mesmo que ele não tivesse olhando e fiquei encarando os legumes que eu cortava e tentei me concentrar nisso. Eu sei que eu fui uma péssima pessoa, ok? Atingir o garoto com uma panelada na cabeça não foi algo saldável para sua saúde física e mental, nem nossa amizade, entretanto eu estava com medo.

Eu provavelmente não seria a única a fazer algo do tipo em uma situação como essa, estar no meio de uma floreste sabendo que pessoas morrem sempre que adentram aquele local não estava fazendo bem para minha mente, a possibilidade de ninguém nunca ter falado nada da floresta por nunca ter saído vivo de lá se fazia presente na minha cabeça e aquilo mexe com seu psicológico, não é algo que você quer saber quando está machucada e sem poder se locomover.

E eu sei, você, pessoa com problemas de memória, deve estar pensando, mas você também é burra, confia em um estranho que estava no meio do mato, deveria ter ouvido seu conselho, ido para a estrada quando teve tempo, não deveria ter desobedecido o seu pai, e toda a lengalenga que gritamos para pessoas que atuam em filmes de terror.

Eu não sei o que estava pensando, ok? Na hora aquilo fez sentido em minha cabeça e para mim isso foi mais do que suficiente para eu tomar tal atitude.

Mas já que você, pessoa que não é ninguém para se achar no direito de me julgar, fica me julgando com essa carinha de menina burra, eu vou tomar uma água e já retoma a história, minha garganta está doendo de tanto falar.

Claro, falar...

O que, diabos, está insinuando, Annabeth?

Nada...

Vou ignorar sua cara e tom de voz safado e vou beber minha água, aonde já se viu uma coisa dessa? Essa menina não tem respeito não? Eu hein!


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Notas finais do capítulo

- O que acharam? Comentem para eu saber o que estão achando!
— Esse mês está saindo uma fic por dia aqui no meu perfil, então se você não deu uma olhada vá dar, tem Thalico, Lianca, Poseitena e até uma Original, então o que está esperando?
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Beijos e até!



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