Chapeuzinho Vermelho; a história nunca contada escrita por Semideusadorock


Capítulo 3
Capítulo 3: O lado de fora


Notas iniciais do capítulo

Hey cerejinhas, tudo bem com vocês?
Vocês viram o elenco postado no grupo do facebook? Eu sempre deixo o link nas notas finais, se não viram deem uma olhada lá.
Espero que gostem do capítulo.
Boa leitura!



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Eu já vou lhe avisando, que se você tiver realmente um problema de memória sério, eu sinto muito, mas sempre que eu voltar não vou ficar relembrando o que eu disse, já é querer demais que eu lembre em detalhes tudo que aconteceu naquela época para contar uma vez, imagina ter que ficar lembrando que parte eu contei, qual eu não contei e assim vai.

Podemos retomar nossa narração do momento em que acordei, no sofá, sozinha, conseguia ouvir os grilos ressoarem do lado de fora e sentia o ar gélido me incomodar. A cabana não era grande, por isso, não demorei a identificar que estava sozinha ali. O que eu achei meio estupido, pois, pela falta de luz natural que provinha do lado de fora, conclui com facilidade que era noite e sair de noite em uma floresta sozinho poderia ser muita estupidez.

Mas eu fiquei apenas com tédio tremendo olhando o teto, sentindo minha barriga reclamar de fome, já que não comia nada desde que havia saído naquele dia cedo de casa. Meus olhos elétricos vagavam assim como minha mente, que tentava tirar uma conclusão se eu tentar me arriscar e levantar para comer seria uma boa escolha.

Afinal era algo a ponderar se valia a pena, com um machucado na minha perna a probabilidade de eu me machucar mais era grande. Por fim a fome ganhou, me fazendo gemer de dor, enquanto descia os pés do sofá.

Pulei em uma perna só até a cozinha, que apesar de não ser minha não acreditava que ele iria reclamar se eu usasse o que ele tinha. Mas, como o estupido havia saído sozinho a noite, duvidava que ele voltaria vivo para contar história.

Enquanto sofria em cozinhar pulando em uma perna só, meu alimento que obviamente não me lembro, já que não faço ideia de nem o que comi hoje, imagina naquele dia especifico.

Conseguia ouvir a agitação dos bichos na noite a fora, algumas vezes conseguia ouvir uma correria que me deixava receosa, afinal, as paredes não pareciam seguras o suficiente para me proteger de algum animal que tentasse entrar. Respirava fundo, tentando me acalmar e me concentrar em cozinhar para comer o mais rápido possível e voltar para a segurança e conforto do sofá.

Mas eu estava preocupada, poderia ser idiota da minha parte, mas mal conhecia o moreno que havia me ajudado, porém, estava preocupada de quão babaca ele poderia ser arriscando-se ao sair no meio da noite.

Todavia, como imaginam que minha preocupação latente me fez ficar, dormi tranquilamente depois de encher minha barriguinha, acordando com uma pressão cuidadosa contra o meu machucado, me fazendo gritar assustada.

— OU – Nico gritou levando uma das mãos a orelha. – Relaxa aí princesa, estou apenas trocando seu curativo.

— Você está vivo – comentei incrédula.

— Amém! – Nico assentiu, limpando o machucado.

— Você saiu de noite – disse e ele riu.

— Me procurou, chapeuzinho vermelho? – Ele questionou com um sorriso travesso nos lábios.

— Não, mas não sou cega – disse como se fosse óbvio.

— Bom, eu sai devido a uma emergência, mas voltei o mais breve possível — colocou em pauta, mas obviamente eu achei aquilo estranho.

Por quê? Considerando minha deficiência momentânea na perna eu havia demorado um tempo considerável para fazer a comida, além de que tinha passados bons minutos tentando voltar a dormir antes de ceder a fome, o mais breve possível daquele homem não parecia muito breve.

— Acha que eu vou conseguir seguir meu caminho logo? — indaguei, eu sabia que o ferimento doía, mas meu conhecimento de medicina é tão vago quanto o de uma formiga, logo não tinha noção de quanto tempo levaria para eu conseguir andar sem sentir minha perna querendo se separar do meu corpo.

— Bom, considerando a profundidade do ferimento e a dor que você sente, já que não consegue nem evitar uma careta, deve demorar uns dois ou três dias — respondeu se levantando e lavando a mão na pia para tirar o excesso de água. — Eu vou lá fora cortar uns legumes para fazer uma sopa e colocar nosso alimento no fogo, quer ir lá fora para tomar um ar?

— Depende — respondi sincera, me mexendo no sofá, definitivamente eu precisava sair daquela cabana.

— De? — indagou, pegando um balde e uma faca.

— Como vou me transportar até lá fora — deixei o tom de óbvio em minha voz, o fazendo revirar os olhos.

— Eu perguntei se você queria ir lá para fora, então logicamente eu me ofereci para te levar lá para fora, você é mais leve que esse balde — respondeu deixando o tom “você é retardada?” transbordar em sua voz.

— Se você bater minha cabeça novamente eu tenho grandes probabilidades de perder a memória — resmunguei começando a me sentar como um sinal de que eu aceitava ir lá para fora.

— Talvez esqueça como ser tão chata — foi a vez dele resmungar.

Sim, rude. Mas eu entendo em partes atualmente, lembro que na época fiquei indignadíssima com o tom utilizado por ele, entretanto, e que isso fique em segredo, eu sei que estava sendo bem insuportável naquele momento e eu sei o quão chata eu consigo ser, afinal é bem divertido ver alguém irritado por tal coisa.

Nico vai adorar saber que isso saiu da sua boca.

Não interrompa meu monologo, Annabeth! Voltando a história antes que a loira interrompa novamente: depois dele levar tudo que precisaria lá para fora, o moreno voltou para me buscar.

Tenho que confessar que aquele chalé e aquela terrível e assustadora floresta tinham seu charme. O Di Ângelo me deixou na escadaria do chalé e se sentou em um tronco de árvore caído não antes de acender a fogueira debaixo de um veado morto, que eu não sabia como ele conseguiu capturar aquele bicho.

Senti o ar puro invadir meu pulmão, ao contrário do cheiro de mofo da cabana e do fedor das vilas, sentindo-me mais tranquila depois de um tempo, lembro perfeitamente dos vários cheiros de flores entrarem em meu radar e como pela primeira vez desde que entrara naquele local eu apreciei tudo aquilo.

Mas logo outra coisa entrou em minha mente, então eu suspirei e resolvi perguntar.

— Aqueles cadáveres...? — deixei a pergunta morrer no ar com o olhar que ele me mandou.

Por algum motivo me sentia segura com ele, mas a possibilidade dele ser o assassino daquelas pessoas era gigantesca.

— Muitos caçadores entram na floresta, porém existem alguns lobos espalhados por aí e eles são bem violentos, as vezes eu acho os cadáveres por aí e coloco naquele lugar, não tem muito o que eu possa fazer, algumas outras vezes eles só aparecem lá, talvez os lobos tenham se acostumado a guardar sua refeição lá, não sei — deu de ombros, começando a cortar algumas cenouras para fazer uma sopa.

— Já viu algum? — questionei apoiando minha cabeça em meu braço, tentando ficar confortável enquanto conversava civilizadamente.

— Alguns — novamente ele fez pouco caso.

— Não tem medo de morar aqui no meio da floresta sozinho? — questionei calma — Ouvi alguns barulhos lá fora e eu não acredito que aqui seja o exemplo de segurança.

— Os animais são menos violentos do que as pessoas — rebateu — se você não perturbar um bicho dificilmente ele vai te atacar, pessoas podem fazer atrocidades porque elas simplesmente querem, não por extinto, por gosto.

Engoli em seco, assentindo, aquilo fazia sentido, eu tinha escolhido caminhar pela floresta por esse mesmo possível, animais pareciam menos assustadores para mim do que ladrões, assassinos, sequestradores, estupradores...

— Não se sente solitário as vezes? — indaguei sentindo a necessidade de conversar. — Sabe ficar aqui sozinho, todos os dias, sempre.

— No início sim — admitiu —, mas eu lembro os motivos que me fizeram vir pra cá e eu sei que é melhor assim.

Suspirei, pensando em minha vida.

— É a primeira vez que eu saio da minha vila — contei, o fazendo assentir e pegar outro legume para cortar. — Eu passei a minha vida inteira trancafiada dentro de muros para a minha segurança, eu sempre achei ridículo como as mulheres da minha vila se oferecem para tentar uma chance de sair daquele lugar, entretanto eu entendo, sempre tive um ponto de esperança que eu conseguiria sair, conhecer o mundo, mas...

— Não está sendo como esperava? — indagou sorrindo compreensivo.

Assenti e ele respirou fundo.

— O mundo pode ser um lugar incrível, o problema é que para vermos isso temos que fazer mais esforço do que parece — contou — já estive em alguns lugares do mundo, vi muitas coisas ruins, mas também vi coisas boas que contrapuseram isso, um dia você vai achar seu caminho, já deu o primeiro passo que foi sair de seu casulo, agora só tem que conhecer o resto do mundo.

Nico se levantou batendo suas mãos na calça marrom que tinha a barra suja de terra caminhando em minha direção e em um movimento rápido estava em seu colo novamente, em passos ages ele andava para longe do chalé. Me segurei nele, analisando para onde ele ia, mas não conhecia a floresta e aquele lugar parecia sempre o mesmo pra mim, então, perguntei:

— Para onde estamos indo?

— Se eu te falar não vai mudar nada para você, vai? — questionou, me fazendo assentir em concordância, fazia sentido.

Esperei pacientemente...isso sim é uma surpresa, você sendo paciente

Annabeth quantas vezes vou ter que pedir para que não interrompa minha narração.

Ué, to sendo realista, não sou fã de mentiras.

Prosseguindo minha história antes que a Chase resolva colocar em pauta mais de sua opinião, que para alguém que não estava presente no momento possui muitas opiniões.

Estou no meu direito. Calada!

Não demoramos muito para chegarmos em uma cachoeira. Não pude deixar de me boquiabrir com a paisagem, nunca havia visto nada do tipo, mesmo no frio aquilo era tão belo e inacreditável que nem ao menos fazia sentido tanta beleza.

Pude ver seu sorriso de lado com minha expressão, a água correndo tranquilamente correnteza abaixo, a cascata caindo em pedras fazendo que mesmo no frio uma fumaça se formasse com a força que a água caia.

— Isso é incrível — disse pasmada o fazendo sorrir mais descaradamente.

— Como eu disse o mundo tem várias coisas maravilhosas, apenas precisa saber olhar — falou, me encarando, fazendo com que eu o fizesse.

Ver a profundidade em seus olhos fez com que meu corpo inteiro se arrepiasse, deixei que o ar escapasse por entre meus lábios, não desviando o olhar dele.

Pausa dramática para deixar vocês curiosos, continuarei a história em breve, que tal um cafezinho, em?


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Notas finais do capítulo

- O que acharam?
— O que querem que aconteça?
— Comentem para eu saber o que posso melhorar.
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Beijos e até!



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