Meu Irmão e Eu escrita por Puella


Capítulo 4
Nunca faça acordos com Loki, não subestime Thor


Notas iniciais do capítulo

Oi!
Obrigada pelos comentários, me ajudaram e ter animo para continuar... espero que gostem do de hoje....



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Algumas semanas depois...

As férias de verão estavam mais do que próximas, e junto delas, as escolas de verão. Você pode achar absurdo, mas é uma das épocas em que eu mais  adoro. E vou dizer o motivo: muitos alunos apavorados com os exames de verão me procuravam para passar colas, macetes e outras coisas que pudessem servir para ajudar nos exames. E então eu negocio “colas” e outros materiais de estudo, cinquenta pratas por disciplina. Alguns me acusariam de extorquir os outros colegas, vendendo conhecimento, mas já eu vejo um negócio bem lucrativo. Há casos em que o sujeito pode ter sorte, em outros, mesmo com toda a “cola”, só mesmo com ajuda da intervenção divina, isso se, ela acontecer.

Ah, é claro, meu irmão precisava quase sempre de uma intervenção divina, mas certa vez uma professora disse que Deus não se metia nesses assuntos e que os resultados eram reflexos de nossos próprios esforços. E bem, parece que dessa vez ele corria o risco de reprovar em álgebra. E é claro, ele veio até mim pedindo ajuda. Eu com um bom e generoso irmão que sou lembrei a ele que ainda me devia um favor.

— Ah, mas irmão! Eu ainda não consegui nada com ela, Jane sempre me dispensa! Suas dicas não funcionam!

— Irmão – eu usei o meu tom mais dramático e paciente – é mais provável que você não está fazendo as coisas direito, e além do quê, o amor é como um campo de batalha. Ninguém disse que é fácil. Uma hora você conseguirá derreter a barreira de gelo que existe entre você e a Jane... Mas isso requer paciência.

— De onde tira tanta sabedoria? – ele falou com admiração.

Céus, como meu irmão é um idiota....

— A vida ensina muita coisa – na verdade é o que se aprende lendo as fanfics sobre fantasia e RPG da Sigyn. Na verdade ela que me pede para ler para ela, Sigyn é muito perfeccionista com a escrita e também gosta das minhas opiniões. Ela me tem com o seu” leitor ideal”. Eu não gosto muito, mas ela me recompensa com as guloseimas que faz....

— Tudo bem, você tem toda a razão irmão, vou tentar ter mais paciência, mas quanto a me ajudar com os exames...

— Pode parar por aí – fiz um gesto de pare – você ainda me deve um favor, e se quer mais uma ajuda minha, serão dois favores.

— Irmão isso não é justo!

— Por que não? Dois favores em troca das duas ajudas que você está me pedindo.

— Não pode ser algo mais fácil?

Oh, Thor...

Dei o meu melhor sorriso.

— Podemos fazer um acordo.

— Que acordo?

Eu franzi os cenhos olhando para o chão, fingindo estar pensando.

— Eu te ajudo nas duas coisas, se...

— Se...

— Se você me pagar 300 pratas!

— Mas é quase a minha mesada do mês!

Fiz uma cara inocente.

— Cê que sabe, irmão - dei os ombros – é pegar ou largar.

— Você não tem outra ideia melhor?

— Não.

— Eu te pago cem!

— Não.

— É... 150...

— Nada feito.

— 200... 250...

— Não, eu quero 350, do contrário eu não ajudo – falei cruzando os braços.

— Tá, 300, pode ser?

Controlei-me para não rir.

— Fechado. Metade agora.

 

                                                              *

 

 

— Thor! Posso saber o que diabos você fez aqui? – olhei pasmo para o caderno de exercícios – Eu te expliquei a pouco o que era para fazer, você tinha que ter usado a fórmula.

— Fórmula? Que fórmula? Tinha uma fórmula? – ele sorriu amarelo enquanto coçava a cabeça.

Meu olho latejava mais que o normal agora.

— Seu idiota! Eu expliquei e mostrei como se faz! E você não prestou atenção! Afinal o que você tem dentro da cabeça? Eu gostaria muito abri-la para olhar!

Bem, não era muito difícil descobrir essa resposta.

— Agora pare de viajar em pensar em qualquer merda que você esteja pensando.

— Tá... tá bom, irmãozinho – ele parecia assustado com o meu ataque de ira.

Mesmo sendo grande, corpulento e mais velho às vezes Thor se intimidava comigo, mesmo sendo bem mais baixo que ele.

Respirei fundo, a noite seria longa.

— Fique com lápis a postos. E preste atenção em tudo o que eu disser – estreitei os olhos.

Thor me olhava vidrado.

— Vamos começar com o básico.

                                                                 *

 

— Nossa Lokinho, que olheiras são essas? – Tony me cutucou assim que sentou na carteira ao lado da minha – Vendo séries até tarde?

— Quem me dera se fosse isso – falei bocejando – fiquei ensinando álgebra pro meu irmão a noite inteira...

— Que gentil de sua parte.

— Só custaram trezentos mangos para ele.

— Uau! Eu te invejo cara, de verdade! Eu queria ter um irmão para poder extorquir assim!

Nos dois caímos na gargalhada.

— Oi meninos! Do que estão rindo?

Sigyn chegou, usando suas roupas que lembravam uma personagem saída de algum mangá.

— Loki passou a noite toda ajudando o irmão dele... o coitado teve pagar 300 pratas para esse aqui – disse apontando para mim.

Sigyn me olhou com desaprovação.

— Loki... ele é seu irmão...

— Olha Sig, se você visse o trabalho que ele me dá para entender pensaria outra coisa.

— Mesmo assim, não acho certo.

— Eu também não – o Bruce chegou de mansinho – mas se tratando do seu irmão...

— Até você Bruce? – Sigyn olhou para Banner.

— Sig, o irmão do Loki é uma porta – Bruce falou se justificando – o que ele tem é sorte.

— Minha nossa, acho que vocês então sendo exagerados.

— Se você acha isso – eu disse – deveria experimentar ensinar alguma coisa para ele, aí você entenderia o que eu passo.

Ela me olhou com os olhos doces de sempre, e para minha surpresa ela disse.

— Eu topo o desafio – ela disse com otimismo.

— Sig, é sério? – Tony a fitou fingindo estar surpreso – Você é louca?

— Não, mas eu posso tentar, não posso? Vou à sua casa hoje – ela me sorriu.

 

E bem o resto da aula transcorreu normalmente. Mais à noite Sigyn chegou lá em casa, ela combinou com os pais que dormiria lá. Coisa que fazemos desde quando éramos pequenos, pelo fato de morarmos perto um do outro. Eu achava que ela iria logo se frustrar com a ideia, era questão de tempo. Nem mesmo a minha mãe tinha paciência para ajudar o Thor às vezes, e olha que ela é uma pessoa muito paciente. Meu pai não conta muito, ele tem um pavio meio (ou muito) curto, então Thor nunca tinha coragem de pedir ajuda para ele.

Estávamos os cinco na sala de jantar. Thor olhou para ela de relance.

— Sig, você cresceu um pouco, sabia?

— Obrigada, Thor – ela respondeu com sua costumeira doçura.

— Sabe, às vezes penso que um dia eu ainda vou ver você casada com o meu irmão!

Eu estava mastigando o frango quando me engasguei ao mesmo tempo em que vi Sigyn ficar mais vermelha que um tomate.

Virei um gole do suco para me recuperar.

— Thor!  - falei irritado, meus olhos lacrimejavam.

— O quê? Eu disse algo errado?

— Thor – meu pai chamou a atenção de todos – não encabule o seu irmão.

— Eu quis dizer que  vocês dois fazem um par bonito, só isso.

— Já chega! – eu falei irritado.

— Loki, não grite – mamãe chamou a minha atenção – e Thor... menos, querido.

— Desculpe – e fitou a Sigyn e depois olhou para mim – mas antes de encerrar, só penso que não há o que se envergonhar.

— Tudo bem Thor – Sigyn falou agora ela já não parecia tão vermelha – Loki, não brigue com ele, você sabe melhor do que ninguém, como o seu irmão é querido e espirituoso.

Meu irmão piscou para mim, enquanto Sigyn terminava sua frase com extrema fofura. Isso, minha amiga era a personificação da fofura, se fosse outra pessoa dizendo isso eu reviraria os olhos, mas com era Sig, eu apenas aquiesci minha cabeça e tratei de comer o resto da janta. 

Mais tarde, nós ficamos no meu quarto. Sigyn explicava as coisas para Thor com uma paciência que eu não tinha, e para o meu horror, ele entendia tudo perfeitamente.

— Puxa vida! Como eu não tinha percebido – ele disse enquanto fazia as contas – você explica muito melhor que o meu irmão!

— Obrigada! Mas, eu não sou tão boa assim, e bem as pessoas têm maneiras diferentes de explicar. O segredo é prestar atenção e praticar...

— De qualquer forma, a sua foi melhor – Thor falava olhando para mim – e não me custou uma fatia gorda da mesada, não acha irmão?

— E você é um ingrato – cruzei os braços.

Thor me ignorou e começou a conversar com a minha melhor amiga.

— Mas então Sig, do que você mais gosta de fazer?

— Ah, eu escrevo, adoro escrever!

— O que você escreve?

— Eh, fanfics...

— O que é isso?

— Ah, são histórias escritas sobre series, filmes, jogos e outras coisas que a gente gosta tipo, ficção para fãs...

— Parece legal!

— Obrigada!

Eu estava aquém da conversa, com raiva. Sei lá, eu queria que desse errado. Que Thor não entendesse nada, que Sigyn visse que eu estava certo. Mas não, o universo conspirou novamente. Mais uma vez, Thor ganhava no jogo outra vez... Lá estava o meu irmão rindo e divertindo a minha melhor amiga.  

 


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Notas finais do capítulo

É isso gente! No próximo teremos as férias de verão e é claro, o vovô Bor!

Até lá!



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