A Sereia e o Pirata escrita por Arthemis0


Capítulo 7
Já que estou aqui




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Marinette -on-

Com o tempo fui me acostumando, com a tripulação e com o jeito que as coisas funcionam na caravela.

Existia o capitão que ao mesmo tempo era o piloto, essa função era do Adrien. Nino era responsável pelos registros, até Alya tomar esse posto, e a cartografia, ou seja, era ele que sabia aonde era mais seguro navegar e para onde deveríamos ir. Os homens que haviam lá eram, em sua maioria, adultos, fortes o suficiente para carregar mantimentos para lá e para cá, isar as velas e mover o leme. Existia também um menino chamado Emit com a função de limpar e cozinhar.

Eu acabei com a função de ajudar Emit, primeiro que não era forte o suficiente para fazer o que os marinheiros fazem, segundo porque não sei ler nem escrever não seria útil para o Nino,  terceiro, fora do mar, sou uma "barata tonta". Se me colocar no meio da caravela e me girar duas vezes já não sei mais onde estou.

Alya, como disse, agora era responsável pelos registros tudo que era necessário na embarcação era ela quem tomava conta e regulava, e quando tinha tempo ia ajudar eu e Emit na cozinha. Foram eles que me ensinaram a fazer essas coisas, limpar e cozinhar, sério porque eles não comem algas? É bem mais fácil.

Quando passou uma semana que eu estava fora da água, eu precisava do contato direto com ela, mas só percebi tarde demais. Naquele dia acordei com uma tremenda dor de cabeça, senti minha pele rachar, quando olhei para um pequeno espelho, vi que parecia mesmo os copos rachados da cozinha. tentei de todas as formas levantar, mas quando coloquei os pés no chão senti uma queimação forte. Não era como fogo, era como pisar em água gelada, a mais gelada dos mares.

—Marinette, acorda, temos coisas a fazer- Alya puxou a cortina que separava a minha cama e a dela. E ao ver o meu estado ela gritou tão alto que era capaz de ter acordado o próprio Kraken. Por fim ela me encarou, sem brilho nos olhos, como se tivesse morrido por dentro. Só foi despertar quando todos os homens entraram arrombando a porta, todos armados com alguma coisa.

Quando perceberam que era eu o motivo do grito de Alya, tiveram a mesma reação que ela, mas sem o grito. O único que parecia não tão abalado, e sim preocupado foi Adrien que correu até onde estava.

—Do que precisa?

—Do...Mar- Quanto mais aquela situação se prolongava mais fraca eu me sentia, iria virar pó.

—Entendi.

Adrien me pega no colo e vai até um uma porta que era discreta do lado a porta dele, lá tinha um pequeno e apertado banheiro, a frente uma divisória que mal escondia a banheira, assim como na estalagem. Enquanto entravamos Adrien gritava para todos pegarem baldes de água do mar e colocar na banheira. Quando estava quase cheia, ele pedi para que todos saiam.

Agora sozinhos o capitão me coloca na banheira. Uma sensação de renovação toma meu corpo, não demora muito para minha cauda aparecer, era um alívio, já estava até respirando melhor.

—O que aconteceu?- Adrien me encara, ele uma mistura de emoções

Suspirei

—O que você realmente sabe sobre as sereias?

—Até te conhecer, só sabia que elas eram capazes de realizar desejos.

—Isso é verdade...mas isso esgota nossas energias, veja, uma sereia é capaz de passar um, no máximo dois dias sem contato direto com o mar, mas graças a esse enfeite de estrela do mar sou capaz de passar uma semana sem água salgada.

Aponto para o enfeite na minha cabeça.

—Foi um presente do meus pais- digo meio triste

—Sei. Bom vou deixar você descansar.

—Adrien...- Ele olhou pra mim- Podemos continuar a leitura?

Ele pensou um pouco e com um pequeno sorriso fala

—Claro

Quando ele voltou tinha alguns livros com ele, aprendi mais palavras e mais sentimentos. A superfície me encantava cada vez mais... Aprender era a coisa mais legal que existia. Ao termino da leitura já estava anoitecendo, o tempo passa rápido quando nos divertimos, que já estava na hora de dormir. Adrien me acompanha até o quarto.

—Lady, não conte...-Eu o interrompi

—Ninguém acreditaria.

Todos já estão dormindo, deito-me na cama e começo a pensar.

A vida aqui em cima... é diferente da do mar, não só pelo fato da água, mas as sereias são... territorialistas, e é considerado falta de respeito invadir o território de uma família, que são compostas por três, no máximo quatro pessoas, quando nascem gêmeos, o que é raro. Então quando o filho ou filha nasce os pais se dedicam inteiramente a eles, quer dizer, é difícil cuidar de uma criança que vai ganhando poderes conforme cresce. E quando atingimos 18 anos saímos da casa dos pais para procurar a própria casa. E se dermos sorte, uma companhia para a vida. Por isso algumas famílias fazem uniões arranjadas, como não é comum um sereia encontrar com outra ocorrem encontros em lugares sem dono. As famílias que acabaram de ter crianças vão para lá e o contrato verbal é feito, e mais tardar, há a união entre os prometidos. Mas não é só pra isso que serve esses encontros, também ocorre a confraternização. Esses encontros ocorrem a cada dois anos, não é obrigatório a presença, tanto que fomos somente 2 ou 3 vezes. Meus pais não gostam muito de sair.

Já aqui em cima, as pessoas vivem perto umas das outras, conversão, sorriem... Como eu pensei esse mundo me encanta cada vez mais.

No dia seguinte todos pareciam ignorar o que tinha acontecido

—Quebra de Tempo-

Seguindo viajem, parávamos em várias ilhas pequenas, com vilas pobres umas mais e outras menos, e com ilhas que eram somente imensas plantações, outras não tão grande quanto a que estávamos mas com pessoas ricas, foi ai que vi o tal de "roubar dos ricos para dar aos pobres". O primeiro roubo da viajem, eu somente observei, foi em uma plantação.

Já o segundo roubo que também foi em uma plantação, tive que participar, fiquei curiosa para saber como era.

—Quero saber como é- Digo me aproximando da Adrien

—Parece que tomos uma aprendiz.- Adrien disse

—Hum, isso vai ser interessante- Nino disse

—Ela aprende rápido- Alya surgiu atrás de mim, colocando a mão no meu ombro

—É a sede de conhecimento, e já que estou aqui...

—Vamos todos ajudar você- Adrien disse- O nosso objetivo é aquela casa de madeira- Ele apontou-  é o armazém, para chegar até lá precisamos passar pelos guardas sem sermos percebidos, para entrar precisamos quebrar o cadeado. A volta já é um pouco mais fácil.

—Para sermos bem sucedidos primeiro temos que desacordar os guardas - Nino disse

—Como é que faz isso?

—Você bate bem forte na cabeça. -Alya continuou- E como precaução devemos cortar o badalo dos sinos de alarme, caso algum acorde e queira acordar os que não estão de patrulha, chamar a atenção de outros que inda não derrubamos.

—Como você sabe fazer tudo isso? Não é sua primeira vez também?

—Na verdade, segunda vez, mas Nino sempre me contava como era e eu acabei por saber do processo.

—Muito bem, objetivo dado, vamos.- Nino disse saindo e se abaixando no milharal, Alya o segui

—Seja furtiva- após Adrien dizer isso os sigo.

Os sigo com o olhar, foi um pouco difícil, já que era noite, Nino e Adrien se posicionam atrás de dois guardas, e com rapidez o batem na nuca com pedaço de pau e o cabo da espada . Logo Alya sai do esconderijo e corta o badalo do sino com uma adaga.

Interessante...Me aproximo deles, Alya me entrega a adaga fomos em direção da casa abrimos o caminho para os marujos que iriam levar as coisas. Cortei mais um sino e quando fui tentar desacordar um guarda, não bati forte o suficiente com a pá que tinha encontrado, sorte que Adrien estava lá e rapidamente apagou o cara.

—Força nos braços Marinette- Ele me repreendeu

A pesar de ter feito pouca coisa, foi emocionante, tinha lido isso, era adrenalina, de poder ser pega fazendo isso.

Com o tempo vou me aperfeiçoando no roubo, penso.


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