Dinastia escrita por May Prince


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/748060/chapter/14

POV Felicity

Eu sentia que havia deixado meus princípios de lado. Minha mãe me passou costumes e idéias diferentes das que eu estava prestes a fazer.

Eu iria assumir um noivado com Oliver, eu queria, eu o amava. Mas existiam questões que iam além disso tudo, questões essas que eu não queria que fossem impedimento, mas é, mas são.

Um casamento entre nós dois poderia selar a paz entre a rixa existente a anos entre nossos países, um filho nosso teria direito aos dois tronos. Formaríamos um linhagem nossa, e isso não era bem visto aos que viam uma possibilidade de casamento para comigo. Eu sabia que também não agradaria aos pais das belas donzelas que poderiam a vir se tornar a futura rainha inglesa. Eu tinha ciência de uma ex-noiva que Oliver possuía. Isso seria um problema? Espero que não.

Porém o ponto mais incomodo de toda essa situação era o fato de Oliver ser protestante e eu, católica. Meus aliados católicos não iriam gostar dessa união.

Existem diversos fatos que diferenciam o Cristianismo do Protestantismo, uma deles é a que diz respeito à posição e autoridade do papa. De acordo com o Catolicismo, o papa é o “vicário de Cristo" (vicário significa substituto), e toma o lugar de Jesus como o líder visível da Igreja. Como tal ele tem a capacidade de falar ex cathedra (com autoridade em assuntos de fé e prática), e quando ele o faz, seus ensinamentos são considerados como não passíveis de erro, devendo ser obedecidos por todos os cristãos. Por outro lado, os protestantes crêem que nenhum ser humano está livre de erros e que somente Cristo é o líder da igreja. Os católicos confiam na sucessão apostólica como uma forma de tentar estabelecer a autoridade do papa. Mas os protestantes crêem que a autoridade da igreja não vem da sucessão apostólica, mas sim da Palavra de Deus. O poder espiritual e a autoridade não estão nas mãos de simples homens, mas na própria Palavra de Deus registrada nas Escrituras. Apesar de o Catolicismo ensinar que somente a Igreja Católica pode, de forma apropriada e correta, interpretar a Bíblia, os protestantes crêem que a Bíblia ensina que Deus enviou o Santo Espírito para habitar todos os cristãos renascidos, dando a eles capacidade para que compreendam a mensagem da Bíblia.*

O que ensinaríamos aos nossos filhos, minha religião ou a dele? Como governaríamos países com religiões distintas?

Nasci e cresci em volta de rebeliões entre as duas crenças, mortes, assassinatos, desaparecimentos... Tudo em nome de uma religião. Mas não era isso que Deus prega, Deus prega amor acima de todas as coisas.  Será que uma união entre as duas religiões, um casamento entre eu e Oliver, cessaria essa guerra?

Suspirei pesadamente diante de tantas questões que me assombravam.

Depois das visitas em meus aposentos essa manhã, expulsei todos para que eu pudesse me ajeitar e resolver o mais novo problema:

Príncipe Sheldon Cooper morto.

Fiquei com muito receio de ficar sozinha em meu quarto, mas ordenei que guardas ficassem de vigia na porta do meu quarto 24 horas por dia. Me sentia mais segura assim.

Me banhei, e me arrumei sozinha. Não queria contar para mais ninguém o que havia acontecido, então não poderia deixar que vissem as manchas em meu corpo.

Desci para o salão principal que estava extremamente movimentado.

— Majestade – alguém falou e todos fizeram reverencia para mim, fiz um gesto com a cabeça em saudação

— Majestade, o que fará a respeito do ocorrido com o Príncipe de Portugal? – uma voz me perguntou

— Sabe quem o matou?

Olhei nervosamente para o grupo de pessoas que se formava a minha volta, um guarda se aproximou para que ninguém abusasse do contato comigo. Roy.

Respirei um pouco tranquila. Eu precisava arrumar uma desculpa, algo que fizesse com que todos se conformassem e parassem de especular sobre o assunto.

— Lógico que a rainha não sabe quem matou – Moira surgiu no meio da multidão com um olhar entediado – Se ela soubesse já teria o denunciado, não é mesmo, minha querida?

— Sim – falei forçando um semblante triste – Confio em todos que habitam neste castelo, sabemos que Sheldon tinha intenções de se casar comigo e também sabemos que ele tinha muitas amantes – mina única saída era colocar a culpa nas amantes que eu sei que ele tinha - Talvez uma tenha se irritado com um possível casamento de seu amado. – murmurinhos começaram a tomar conta do recinto – Mandarei uma carta de condolências ao Rei Charles Cooper V de Portugal. Não descansaremos até encontrar o responsável por essa atrocidade.

— Não devemos confiar nessas amantes vagabundas – um praguejou

— Elas recebem presentes nossos, a damos prazer, e elas sempre querem mais – um sussurrou

— Com licença – falei para a multidão que parecia ter engolido a minha pior desculpa

Segui em direção ao meu gabinete para resolver os últimos detalhes sobre o baile de mais tarde, Roy e Moira vieram junto. Ele abriu a porta para nós e disse:

— Cuidarei para que ninguém entre, majestades – fez uma reverencia e fechou a porta

— A alguns dias atrás eu morreria de medo de ficar sozinha com você – falei me sentando e lendo as opções de comida que estavam em um papel. Odiava organizar eventos.

— Não tem mais?

— Você assassinou um homem na minha frente – ela sorriu convencia e se sentou – Precisamos arrumar uma amante para Cooper...

— Eu já cuidei que tudo – falou – Paguei uma criada para ir embora daqui, lhe entreguei outros documentos e uma pequena terra na Irlanda, ela deixará uma carta deixou uma carta em seus aposentos confessando o crime.

— Moira! – falei surpresa

— O que?

— E se ela não tiver deixado a carta?

— Ela escreveu na minha frente e entregou-me, e eu coloquei a mesma em sua cama. – cruzou as penas – Nunca desconfiarão de nós. – sorriu triunfante – Agora tenho que cuidar de você também, afinal de contas.

 -Oliver te contou...

— Sobre vocês? Sim – suspirou – Se eu fizer algo contra você significa que farei meu filho se virar contra minha por toda a eternidade – levantou inquieta – E eu não quero isso. Meus filhos são tudo que tenho. – assenti – Você saberá em breve a sensação – sorriu e começou a andar de um lado para o outro – Mas se você não escolhe-lo, partirá o coração dele, e eu partirei o seu. - ralhou

— Grande incentivo, muito obrigada – debochei – Mas falando sério – suspirei – Obrigada por ter me socorrido, eu realmente não sei o que seria de mim se você não tivesse aparecido...

— Não por isso - assenti - Vejo muito de mim em você – me olhou atenta – Quando me casei com Robert eu o amava tanto que não cabia em mim.

— Não o ama mais?

— Com toda minha vida – andou em direção a porta – Mas depois de um tempo eu descobri que, ou você é uma rainha, ou você é feliz. Os dois não combinam – e simplesmente saiu

Um frio subiu pela minha coluna e minha pele se arrepiou. Minha mãe já me falara isso diversas vezes, mas saindo dos lábios de um pessoa que não convivia comigo, era diferente. Causava outro efeito. Eu achava que Donna me dizia isso para que eu me assustasse.

Não vi Oliver o dia inteiro, Roy disse que ele estava com outros soldados resolvendo as questões do ataque ao seu navio.

Primeiro tentam me matar, agora tentam matar Oliver. As coisas que Billy me falou estão começando a fazer sentido.

Eu só queria Oliver comigo.

(...)

Estava parada em frente ao espelho com minhas damas em meu quarto quando mamãe apareceu, elas estacam fechando o meu espartilho e tagarelando sobre como iriam se casar depois que eu me casasse.

Uma dama só pode se casar se sua rainha permitir, e com quem a rainha escolhesse. Eu não seria cruel a esse ponto com elas, elas escolheriam seus maridos, por amor, e eu daria a bênção.

A não ser por Caitlin, se ela e Tommy não se casassem, eu os obrigaria.

— Deixem que eu termine de arrumar vossa majestade – elas se entreolharam devido ao tom de voz da minha mãe, mas assenti para que saíssem.

Donna se posicionou atrás de mim para terminar de dar o laço em meu espartilho.

— Soube que esteve em uma reunião com Moira Queen -  me olhou pelo espelho – O que contou a ela que não pode dividir comigo? Ontem eu cheguei e você só me procurou para dar sermões de como você é a rainha e eu não posso tomar decisões sem falar com você.

— Estou prestes a escolher um noivo, em qual momento você veio até mim para perguntar se eu já havia escolhi, ou se havia me encantado por algum?

— Eu estava cuidando de meu marido doente, filha

— Pois continue cuidando, ele com certeza precisa mais do que eu. – falei saindo de perto dela e indo buscar meu vestido que estava esticado na grande cama – Moira me ajudou muito e nos entendemos, não há mais rixa. Não entre nossos países.

— Se casará com Oliver? – perguntou curiosa – Eu nunca concordei...

— Então porque me vendeu? – elevei meu tom – Sei que faz tudo que seu marido manda, sei que tratar de um casamento entre eu e Oliver foi idéia de seu marido. Você só acatou mesmo não querendo.

— Claro que não, filha...

 

— Eu posso ver isso em todo seu rosto – falei tristemente – Depois que te contei que Malcom me atacou, você nunca mais foi a mesma

— Se casará com Oliver? – perguntou de novo

— Saberá a noite – disse por fim – Como todos os outros. Por favor, peça para que minhas damas voltem.

— Felicity...

— Obrigada, mamãe – sorri e deu um leve tchau para ela.

Eu estava extremamente magoada com minha mãe, ela não me procurava mais, não conversávamos mais. E eu também não fazia muito esforço para que o contato voltasse, porém sei que tudo que conversamos ela conta para o marido e eu não o que mais interferindo em meus assuntos, tanto pessoais quanto políticos.

Eu ainda iria conversar com Malcom, eu e Oliver, juntos.

Meu vestido era vermelho sangue, rodado na saia, estava com um colar dourado e uma coroa da mesma cor.

— Vamos, meninas – falei indo em direção a porta e elas me acompanharam

Fui anunciada e todos fizeram uma reverencia quando entrei, procurei a púnica pessoa que importava no meio da multidão, mas ele não estava lá.

Caminhei nervosamente até meu irmão com minhas damas em meu encalço, mas fui abordada por um homem que eu nunca vi

— Majestade, - fez reverencia – gostaria de informa-lhe que trouxe retratos de todas as crianças de minha nobre família para que possa ver que minha linhagem será bela e saudável. – as meninas riram e eu as lancei um olhar de repreensão recheado de diversão

— Obrigada – sorri terna – Qual seu nome?

— Raymond Palmer, majestade – fez outra reverencia -  Sou Lord do vilarejo de Palmer situado em Andorra.

— Ah...

— Apaixonei-me por você desde o primeiro momento em que a vi – beijou minha mão – “Se eu fosse um anjo da guarda, viveria pra te guardar. Como sou um humano, vivo pra te amar.”

— Que lindo – Jesse suspirou baixinho e todas nós a olhamos, ela encarava Raymond com encantamento, o mesmo não havia escutado seus suspiros.

— Lord Raymond – falei

— Apenas Ray, majestade

— Tudo bem – sorri – Ray, peço que tire minha dama, Jesse, para uma dança – ele me olhou surpreso para as minhas damas procurando-a, estiquei a mão e a mesma pegou. – Essa é Jesse Chambers Wells. – ele sorriu para ela encantado

— Felicity – Iris esbravejou baixinho – Eu e Patty também queremos, Caitlin já tem o dela

— Parem com isso – Cait falou

Completamente encabulada Jesse foi ao encontro da mão de Ray estendida em sua direção, e os dois começaram uma dança.

Tommy se aproximou de nós e nos cumprimentou, deu um beijo em minha bochecha e saiu rebocando sua amada para dançar também, puxei o braço das duas meninas que haviam sobrado e as carreguei para perto do Buffet.

— Não quero comer – Patty falou pegando uma uva – Quero um pretendente – sorriu mordiscando a mesma

— Eu também – Isis falou bebericando seu vinho

— Vocês são muito apressadas – falei rindo – Eu querendo me livrar da obrigação de me casar, e vocês querendo adiantar.

Elas começaram a tagarelar algumas coisas que não prestei atenção, uma cena que acontecia no salão me prendeu.

Roy Harper encarava apaixonadamente Thea Queen, que estava belíssima em um vestido rosa e sua pequena coroa dourada. Ela estava ao lado de sua mãe, que conversava com um homem jovem, um primo meu distante, Sir Alexander Davis, um grande estrategista político, e estava na linha de sucessão do trono Escocês e de Navarra - seu pai era irmão do meu avô por parte de pai, e sua mãe era a irmã do Rei de Navarra, que ainda não tinha filhos, se o tio morresse sem herdeiros, ele seria o sucessor. Grande jogada de Moira, sua filha seria rainha. Mas pela sua retribuição de olhares a Roy Harper, não era ser rainha que ela queria.

— Eu também já reparei ele dois – ouvi a voz de Oliver surgir ao meu lado e o olhei sorrindo – Porém é inadmissível – meu sorriso sumiu

— Qual o problema? – perguntei

— Ele não tem nada a oferecer a minha irmã

— A vida não é feita apenas de bens materiais, alteza – ralhei – A vida é muito mais que isso, se há amor de verdade, compensa tudo.

Ele me observou por uns instantes, um olhar avaliativo. Talvez analisando se eu estava falando a verdade. Sustentei seu olhar e ele deu um sorriso.

— Você tem razão. – pegou o cálice de vinho da minha mão e uma colher na mesa atrás de nós – Você está completamente certa – bateu a colher no cálice, fazendo barulho suficiente para a música parar e todos fazerem silêncio prestando atenção nele.

POV OLIVER

Subornei os músicos para, quando eu batesse a colher no cálice, cessassem a música. Eu queria atenção de todos e não queria ninguém mais cortejando Felicity.

Foram dias difíceis e conturbados, eu não quero ficar longe dela mais nenhum minuto. Não havíamos combinado nada, mas antes que ela pudesse anunciar um noivado, eu a pediria na frente de todos, deixaria claro para todos que meu amor é e sempre vai ser dela.

Hoje de manhã recebi uma carta de Laurel, ela dizia que estava a caminho da Escócia, estava apenas esperando a solicitação de se hospedar na corte ser aceita. Ela dizia que o marido que minha mãe arrumara para ela era velho demais e que o senhor havia morrido na noite de núpcias, dizia que infelizmente já haviam consumado o casamento e que agora era uma viúva de muitas posses.

Isso pouco me importava.

Eu não queria posses.

Eu queria a mulher que estava parada na minha frente, com um semblante curioso, e com um vestido vermelho que eu estava doido para arrancar.

Laurel nesse castelo seria um problema, sei exatamente como é seu jeito. Mimada, criada pra casar com alguém rico e destratar empregados. Sara, sua irmã mais nova, era completamente diferente. Eu e Sara já nos aventuramos muitas vezes em meus aposentos no castelo, mas foi no passado. Sara havia se mudado para França e vivia com uma amiga, Nyssa Al Ghul, filha de um chefe de terras coreano e uma francesa. Sei que elas eram muito mais que amigas nas horas vagas...

Agora eu não queria mais saber de nenhuma delas, apenas da loira que estava parada em minha frente.

— Atenção de todos, por favor – falei ainda fazendo barulho com a colher e o cálice – Felicity – falei segurando sua mão - Conhecer você mudou minha vida. Você abriu meu coração de uma maneira que eu nem sabia que era possível… Antes de você eu tinha um plano, eu estava na escuridão e você chegou trazendo luz. Você é luz. – ela ficou pálida, estática, e com olhos marejados – Eu amo você – beijei sua mão me ajoelhando e tirando o antigo anel da família do meu bolso – Você é meu para sempre, e eu quero a chance de ser o seu -  sorri –  Você me daria a honra de se casar comigo?

Ela sorriu assentindo, em lágrimas, não conseguia dizer nada. Seu semblante ainda era pálido, apesar da felicidade estampada em seu olhar.

Eu queria que ela dissesse “sim”, queria que ela falasse para todos ouvirem. Porém, ao invés disso, ela caiu desmaiada em meus braços.

Ela estava gelada e sua respiração quase inexistente, o desespero começou a tomar conta de mim.

— Felicity! – chamei a sacudindo. Senti outros pessoas se aproximando curiosas e um murmurinho de que “A rainha foi envenenada” começou – Saiam todos! – gritei desesperado. E se ela tivesse mesmo sido envenenada? – Saiam e chamem o médico – gritei

Guardas começaram a aparecer e escutei Moira e Donna dizendo que o baile havia acabado.

Harrison Wells apareceu e sentiu a pulsação de sua rainha.

— Está normal – falou – Ela não foi envenenada  - Alteza, deixe que levem ela para seus aposentos, para que possa se examinada. – ordenou – Jesse, minha filha, pegue minha maleta em meus aposentos e leva até mim no quarto real.

— Eu levo – falei pegando-a no colo quando Jesse saiu

— Você não vai levar minha filha a lugar nenhum – Donna apareceu – Pegue-a, Tommy

— Deixe que Oliver leve – Caitlin falou e meu futuro cunhado assentiu

— Quem você pensa que é? – Donna esbravejou para ela

— Com licença... – falei com pressa saindo do salão e correndo para seu quarto com Wells e todos os outros em meu encalço (Tommy, todas as damas, Donna, Malcom, mamãe , Thea e um homem que eu nunca tinha visto), quando a depositei na cama, todos sentaram em volta.

— Quero ficar sozinho com ela – o doutor falou com certa autoridade – Ela precisa respirar - vencidos pela razão, todos saíram, menos eu – Você também, alteza

— Mas...

— Vamos, Ollie – Thea me puxou – É para o bem dela

Saímos do quarto ao mesmo tempo que Jesse voltava, ela permaneceu lá dentro com o pai, e todos nós acampamos na porta do quarto.

— Quem é você? – Tommy perguntou ao desconhecido

— Lord Raymond Palmer – falou esticando a mão para um cumprimento a Tommy, que retribuiu – Estava no baile como um dos pretendentes – levantei minha sobrancelha diante de seu argumento – Mas a rainha me apresentou a sua dama, Jesse, doce Jesse... – sorriu abobalhado

Ótimo! Com esse não terei problema!

— Como você ousa pedir minha filha em casamento? – Donna esbravejou ignorando completamente do novo integrante do grupo – E você? – falou para Caitlin – Como ousa me desautorizar na frente de todos?

— Eu e Felicity nos amamos e vamos nos casar – falei firme – Não era isso que você estava combinando com a minha mãe?

— Meu marido havia me dito que era o melhor – falou cheia de razão – Mas depois ele pensou bem e disse que não seria proveitoso para a Escócia um casamento com a Inglaterra, protestante – cuspiu

— Seu marido? – minha mãe se meteu – Cadê ele? – riu. Um silêncio se instalou no corredor. O filho da puta fugiu. Eu ainda o pegaria – Você devia se preocupar mais com o que sua filha quer, com o que a faz feliz ao invés de escutar o que um homem, que não tem nada haver com ela, quer que seja feito ou não.

— Mesmo? – Thea disse

Agora não, maninha – pensei

— O que? – Moira perguntou confusa

— Minha felicidade está acima do que qualquer casamento proveniente de posses?

A feição da minha mãe mudou, provavelmente pensando em uma resposta que não machucasse minha irmã.

Quando ela abriu a boca para falar, a porta do quarto de Felicity foi escancarada e os Wells, pai e filha, saíram do recinto com olhares desnorteados.

— O que foi? – Tommy perguntou preocupado ao mesmo tempo que eu dizia:

— O que ela tem?

— Acho melhor ela mesma contar – Jesse falou – Ela pediu para que vossa alteza entre – falou para mim.

— Mas o que...? – Donna ia começar a reclamar

— Mãe, - Tommy falou em um tom cansado – Não começa

Eles entraram em uma discussão e eu não estava a fim de saber o desfecho, deixei-os para trás e entrei no quarto fechando a porta.

Felicity estava sentada na cama, com as costas apoiada no travesseiro, seu semblante estava melhor, os lábios estavam rosados e as bochechas coradas.

Linda.

Ela apoiava as mãos na barriga e olhava para a mesma, pensativa.

— Oi – falei baixinho e ela sorriu se levantando – Ei, pode ficando ai deitada – me aproximei e sentei ao seu lado

— Que bom que está aqui – falou

— Não teria outro lugar para eu estar – peguei sua mão e beijei a palma

— Estou com medo, Oliver

— Envenenaram você? – falei mudando o tom de voz

— Não, meu amor – sorriu – Não é nada disso.

— Você está doente?

— Não.

— Então você está bem?

— Sim, estamos bem – sussurrou puxando minha mão que ainda segurava a sua e depositou sobre seu ventre – Vamos ficar bem. Nós três.

Fiquei estático olhando para ela, eu não sabia o que dizer.

Caralho.

Eu ia ser pai.

 

*https://www.gotquestions.org/Portugues/diferencas-catolicos-protestantes.html , segue o link para quem tiver interesse de saber mais sobre o assunto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Voltei rápido dessa vez, não é?
Movimento no trabalho está pouco, aproveitei para escrever rsrs

O que acharam do capítulo? Por favor, comentem!!

Preciso saber o que estão achando!

Vejo as visitas da fic, tem dias que passam de 10 e nenhum comentário.

Vocês partem meu coração!!!

Beijos!! Comentem!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dinastia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.