Criaturas - Um Amor Proibido escrita por Luccapaiva
As folhas das altas árvores verdes e bem alegres na primavera cobriam parte da luz do sol sobre a floresta. Poucos raios solares alcançavam o rosto de Mel, que corria rapidamente entre os poucos espaços entre árvores com seu arco na mão. A cada poucos segundos, tentava acertar as flechas em locais estratégicos para dificultar a aproximação dos seus perseguidores. Três panteras estavam a poucos metros atrás e a elfa estava sem opções de fuga. Escondeu-se atrás de um tronco de uma árvore, amarrou alguns cipós que envolviam a arvore em uma das suas flechas.
— Ei, psiu, gatinhos – As panteras olharam em sua direção.
A elfa mirou a flecha para o alto, atirou e segurou na corda sendo atirada para cima dos galhos da árvore. Ao ver sua presa fazendo-as de idiota, os felinos usaram suas garras para escalar a mesma árvore.
— Colé – Mel olhou nos olhos de uma das panteras que já estava quase alcançando o galho onde estava – Vocês gatinhos de hoje em dia estão muito mais inteligentes que antes.
A elfa com um impulso pulou de uma arvore para a outra, e seguiu pulando até um local mais alto. No topo, puxou três flechas, mirou no galho onde estavam as três panteras e atirou. Cada flecha atingiu o galho, exatamente no meio das quatro patas de cada pantera.
— Eu teria matado vocês – Mel se sentou onde estava e guardou o arco.
— Eu desisto, não consigo te alcançar nunca – Uma das panteras falou enquanto descia da árvore.
— O seu problema é seguir pelo mesmo caminho do predador, ao invés de pensar um caminho alternativo pra alcançar a presa pelo lado, ou por cima – Mel acariciou a cabeça dos felinos e jogou um pedaço de carne – Descansem, a gente continua amanhã.
— Falando com animais de novo?
A elfa vira para trás assustada e com a mão no arco pronta pra ataque. Ao ver o seu amigo Eric, o centauro, fica nervosa pelo susto que tomou.
— Não é só porque você não consegue ouvir, que eu não os ouço também - Mel coloca o arco de volta nas costas – Sabia que eu estava treinando, o que faz aqui?
— Faltam poucas horas pro evento de Herbologia na vila, achei que precisasse de carona – Eric inclina pra baixo pra facilitar a montaria – Sobe aí.
Antes de subir, Mel dá um tapa na bunda do centauro.
— Tá crescendo atrás em? – A elfa sobe no centauro e continua zombando – Querendo atrair outros centauros pelo bumbum?
— Cala a boca – Eric ri e cavalga em direção à vila.
Não demorou muito para cruzar a floresta inteira e subir a montanha, a vila já estava bastante movimentada quando Eric e Mel chegaram. Uma rua de paralelepípedos no centro da vila estava cheia de barracas de madeira e pano, e cada uma com vários frascos, vidros e plantas diferentes.
— Vocês dois aí, aproximem-se – Um comerciante com um chapéu de bruxo chama a atenção – Gostaria de conhecer sobre uma planta chamada mandrágoras?
Eric e Mel se olharam sarcasticamente e aceitaram a explicação. Com euforia e exagero no sotaque, o comerciante inventa:
— Mandrágoras são essas plantas que servem para fazer as pessoas ficarem inconscientes – O comerciante se aproxima e continua sussurrando – Se quiserem ver o estrago, terão que comprar.
A elfa se aproxima do comerciante e fixa o olhar firme nos seus olhos.
— Mandrágoras são plantas que possuem dois ciclos, estas que você tem está no primeiro, será necessário um reenvasamento, senão essas que você tem nunca terminarão o seu desenvolvimento, e não vai vender nada.
— Uhhhhhh – Eric sussurra – Essa eu fechava meu comércio.
— Ah, e aliás, não servem para deixar pessoas inconscientes, sua raiz é normalmente usada para despetrificar as pessoas.
O comerciante ficou parado olhando para o nada e tirou o chapéu de bruxo enquanto a elfa e o centauro caminhavam observando outras barracas.
Após passarem por várias cabanas, com plantas se mexendo e poções especiais utilizando combinações novas de plantas, Mel olhou para o final da rua e viu uma barraca sem nenhum movimento ao redor. Cutucou Eric e apontou para o local o convidando para ir até lá.
No balcão a frente do local possuía seis frascos, com tons de verdes e marrons diferentes. Uma criança bateu a cabeça no balcão ao perceber que tinha visitas. Subiu em cima de uma caixa para ficar na altura do balcão e se apresentou:
— Oi – a menina olhou para Mel e Eric – Sou Anahi.
— Que coisa mais fofa – Eric segura as bochechas com as mãos.
— Oi, onde estão seus pais? – A elfa de uma forma bem carinhosa a cumprimentou – Queremos saber sobre esses frascos aqui.
— Não tenho, morreram ano passado enquanto faziam experiências – A menina que aparentava indiferente ao falar sobre o pais continuou – Eu que faço esses frascos, são chamados de essências, algumas servem como remédios e outras dão só aroma.
— Você fez tudo isso? – Eric se choca – Onde aprendeu?
— Minha mãe tinha alguns livros em casa, eu olhava as imagens e fazia igual – A menina tímida apontou para os frascos na ordem – Esse é essência de beladona, é cheirosa. Essa é de Arruda, ajuda em envenenamento. Essa chamam de Essência de Insanidade, é quase uma droga, mas tem um cheiro agradável para ambientes fechados.
Antes de continuar, Mel a interrompe:
— Você não acha perigoso mexer com poções e plantas tão nova assim?
— Preciso me sustentar, é a única forma que eu achei que dá certo – A menina com o rostinho feliz impressionava a todo momento a dupla.
— Fico com tudo – Mel tira oito moedas de ouro do bolso e coloca em cima da mesa onde estavam os frascos.
— Moça, isso é muito dinheiro, eu não tenho troco – A menina ficou encantada com a quantidade de dinheiro ali colocada – Por uma moeda dessa, você comprava todos os frascos duas vezes, e aqui tem oito.
— É o meu presente pela sua inteligência – A menina abriu um sorriso imenso enquanto a Elfa e Eric sorriam de volta – Você é um amor. Meu nome é Mel, este é o Eric, pode sempre procurar por nós quando precisar.
Anahi subiu no balcão e abraçou a Elfa, e em seguida bagunçou o cabelo do Eric. Saltitante saiu correndo da barraca pra casa.
— Nem sabemos se os frascos são mesmo dela – Eric questiona – E se forem roubados ou a barraca estava vazia e ela se aproveitou.
— São sim – Mel olha pro seu amigo – Ela acertou o nome de todos os frascos, nenhum comerciante aqui até agora fez isso.
Os dois riram e continuaram andando pela vila.
Passado algumas horas o sol já estava a caminho do horizonte. Mel subiu nas costas de Eric e correram de volta em direção a floresta. Logo na entrada, existe uma casa de madeira e pedra atrás de um morro e rodeado de árvores.
Sobre toda a região das paredes, várias folhas, e flores estavam em evidência, e três panteras dormiam calmamente em frente a porta.
— Amanhã a gente se vê – Mel desce, e se despede do Eric, que sai correndo pela floresta até sumir entre as árvores.
A casa era pequena, mas muito bem decorada, e espaçosa. Mel abriu a porta e viu a lareira acesa, olhou ao redor e não viu ninguém. Ignorou a lareira, pendurou o arco e as flechas em um suporte ao lado da porta.
Assim que deu o primeiro passo, parou e escutou alguma coisa se mexer. Pensou por dois segundos e riu, olhou pra cima e viu Luke de cabeça pra baixo no teto tentando ser silencioso.
— Sério amor? Ainda tenta me pegar de surpresa? – Mel ria enquanto Luke desceu até o chão e a abraçou por trás.
— Senti saudades, queria fazer surpresa – Luke apoiou a cabeça no ombro da sua parceira – Mas sua super audição nunca deixa.
— Comprei alguns frascos de vidro, pra enfeitar a casa – Mel mudou de assunto enquanto Luke estava acariciando-a – Agora falta pouco pra acabar a decoração nova da casa.
— Comprei uma cama nova também – Luke riu baixinho – Do jeito que você gosta, se quiser estrear.
Mel virou para trás e beijaram.
— Também senti saudades.
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