1º Semana

                Era nosso primeiro ano no projeto Hogwarts. Foi quando estávamos a fundar a escola. Certa noite eu estava a discutir com Godric. Nossas vozes se alteraram e empunhamos nossas varinhas. Vi quando Rowena se levantou e veio para perto de nós:

                -  Não! Parem! – Ela gritou exasperada - Não aguento mais brigas idiotas vindas de vocês! Eu e Helga nunca entendemos os motivos. Vocês não explicam, só ficam a brigar e a brigar! Porque fazem isso?

                Eu me virei e fui embora, deixando Rowena com Godric. Ouvi apenas Godric se desculpar com Rowena por nós:

                -  Desculpe-me, bela Rowena das Ravinas. Nós apenas andamos a nos desentender, nada que você deva preocupar-se.

 ...

 2º Semana

                Rowena estava à mesa com Helga; às vezes eu invejava a calma delas. Eu e Godric estávamos brigando novamente e, dessa vez, Helga ergueu os olhos, mas pude ver que ela não desejava se meter entre nós dois. Mas Rowena se meteu:

                - Oh, o que estão a discutir agora, senhores?

                Não foi Godric que respondeu dessa vez, mas sim eu.

                - Rowena, ponha juízo na cabeça de Godric. Ele estar a querer aceitar sangues ruins em nossa escola! – Falei erguendo os braços em sinal de desaprovação.

                - Só ti, Rowena, pode por juízo em Salazar, que quer em nossa escola apenas aqueles que se denominam sangue puro. – disse Grodic, contrariado.

                - Por favor, Salazar, concorde conosco, todos são dignos de estudar magia. – Disse ela, concordando com aquele louco.

                - EU SABIA, ROWENA! SABIA QUE FICARIAS AO LADO DE GODRIC. – Gritei contrariado e sai batendo o pé. Bufei.

                Rowena levantou lentamente veio atrás de mim. Enquanto isso ideias rondavam minha mente.

                - O que há contigo, Salazar? Anda mais furioso do que nunca... Se eu soubesse que a ideia de Helga de criar Hogwarts daria nisso, nunca haveria de ter aceitado. – falou Rowena ao parar ao meu lado.

                - Minhas brigas com Godric pouco tem haver com a escola, bela Rowena das Ravinas...

                Ah se ela soubesse que era ela o grande motivo de nossas brigas! Como era possível dois melhores amigos tão diferentes estarem apaixonados pela mesma tão bela mulher!?

                - Ora! Então me diga! – Exclamou - O que há de tão importante ficando no meio da amizade de vocês dois? O que causa tanta briga?

                Olhei-a nos olhos, abri a boca para falar, mas tornei a fechá-la. Por fim decidi por falar outra coisa:

                - Já me decidi, Rowena: vocês têm tanto direito sobre os alunos da escola quanto eu. Mas digo-lhe: só aceitarei em minha casa alunos de sangue puro.

                - Em sua casa? – Perguntou Rowena sem entender.

                Não respondi. Ao invés disso, pedi para que ela me acompanhasse de volta para onde estavam Helga e Godric. Eu ainda estava zangado. Então, quando contei minha ideia de dividir as casas, falei dirigindo-me apenas a Rowena e a Helga:

                - E como disse a Rowena, na minha casa só aceitarei os de linhagem mais pura.

                - Assim sendo – continuou Godric – aceitarei em minha casa apenas os mais corajosos.

                - E eu apenas os mais inteligentes na minha. – Falou Rowena.

                Nós três olhamos para Helga, e ela apenas falou:

                - Eu aceitarei todos em minha casa. Todos aqueles que desejarem estudar e aprender comigo.

                Suspirei. Helga era sempre tão... Helga.

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                10 Anos haviam se passado. Eu e Godric brigávamos regularmente, e isso piorava sempre que era sobre Rowena. Nós dois tínhamos prometido não ir atrás da bela Rowena das Ravinas, mas era difícil: mesmo tanto tempo tendo se passado meus sentimentos continuavam inalterados, e minha raiva só crescia. Rowena sempre concordava com Godric, e foi por isso que eu trouxe de volta a antiga briga sobre sangues puros. Eu queria que Rowena ficasse ao meu lado pelo menos uma vez. Queria fazê-la ver que eu estava certo. Nós quatro estávamos sentado na diretoria resolvendo assunto da escola, era meados de dezembro e nevava bastante, quando eu finalmente tornei a falar:

                - Não sei por que ainda estamos a deixar esses sangue sujos estudar em nossa magnífica escola.

                - Não os chame assim, Salazar. – Pediu Helga - Sabe que não gosto desse termo.

                - São o que são - Falei revirando os olhos – Mas vejam, somos os mais versados em magia, eles não são dignos.

                Rowena suspirou e Godric disse:

                - Salazar, já falamos sobre isso. Os nascidos trouxas são tão dignos quanto os sangue puros.

                - TÃO DIGNOS QUANTO? ESTAS LOUCO,GODRIC? – Gritei. – NUNCA SERÃO TÃO DIGNOS QUANTO!

                - Pare de se dirigir a mim dessa forma Salazar. Vós sabeis o que nós três pensamos sobre isso – Falou Godric.

                - Rowena ainda não se pronunciou – Falei com um pingo de esperança na voz. Ela era só o que eu precisava.

                - Pois me pronunciarei, Salazar – Falou ela erguendo os olhos; existia decepção neles. – Acho nojenta essa tua mania, meu amigo.

                Suspirei, e só não me descontrolei por ter sido Rowena a falar, e apenas ela, mas ainda assim eu não aguentava o olhar que ela havia me lançado. Então eu me virei e fui embora sem falar com ninguém. Fui em direção à minha sala. Eu estava cansado de tudo.

                Mas havia a Câmara! Eu havia construído uma câmara. Eu não estava aguentando mais e já tinha decidido deixar a escola, mas eu deixaria essa Câmara para que algum descendente viesse e terminasse meu trabalho no futuro. Eu sabia que isso aconteceria.

                Ao invés de rumar para minha sala desci até a Câmara e, para minha surpresa, a galinha tinha chocado o ovo de rã. Meu Basilisco tinha finalmente nascido.

                Retirei-me de lá com a galinha e soltei-a nos jardins do castelo. Após isso, fui até os aposentos de Rowena. Queria apenas dizer para ela que sentia muito, mesmo esse não sendo do feitio do nobre Salazar Slytherin. Por ela, eu faria.

                Quando cheguei bati na porta, entretanto não teve resposta, adentrei na sala de aula da Rowena, nossos aposentos ficavam um pouco depois de nossas salas de aula, a porta que da para os aposentos de Rowena estava entreaberta e duas vozes conversavam aos sussurros. Foi quando ouvi Rowena dizer a Godric:

                - Não sei quanto mais aguentarei, Godric. Ele é um de nossos melhores amigos, não podemos esconder dele.

                - Mas temos Rowena. - Godric retrucou – Ele não aceitaria muito bem, não agora.

                Essa frase foi pontuada com um beijo. Não acreditei no que meus olhos viam. Abri a porta com um estampido e com a varinha em punho, só para me decepcionar ainda mais ao ver minha bela Rowena enrolada nos lençóis com Godric. Iria acertar uma azaração em Godric se não fosse um feitiço protetor de Rowena, o que me enlouqueceu ainda mais. Captei apenas palavras dele falando pra ela deixar pra lá, que era apenas entre nós dois.

                Duelamos. Não me orgulho em dizer que Godric era muito melhor que eu em duelos, assim como eu era melhor que ele em poções. Eu sabia que iria perder assim como sabia que Godric nunca me mataria, mas ele me subjugou.

                Decidi então ir embora de Hogwarts. Não conseguiria viver ao lado dos que se disseram meus amigos.

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                Se você está a ler esse diário, é meu nobre descendente. Então saiba a verdadeira história do meu abandono a Hogwarts. Saiba também por meio desse, como abrir a Câmara Secreta e concluir minha nobre tarefa.

                A entrada da Câmara é localizada no banheiro feminino do segundo andar. Não é atoa que meu símbolo é uma cobra. Se inspire nisso para abri-la. Se for meu descendente e merecedor saberá o que fazer.

Tom Riddle fechou o diário de seu ancestral e deu um sorriso sinistro. Já sabia de tudo que precisava.