Escolhas escrita por Rayanne Reis


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem?
4 capítulos em 4 dias? O que está acontecendo? Eu tento me controlar, mas vocês estão demais esses dias.
Reparecem para uma montanha russa de emoções da Bella.



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—Tchau, Edward. – ela o expulsou do banheiro e abriu o armário para pegar um enxaguante bucal, quando viu uma embalagem de absorvente ainda fechada e algo em sua mente acendeu. – Não, não, não, não, não, não. Droga! – ela socou a pia. – Merda! Isso não pode estar acontecendo. Não mesmo. Calma Bella, respira e não pira. É só um leve atraso, e não tem nada de errado. Você não está grávida. É só a bendita da comida japonesa e nada, além disso. Respira bem fundo.

Ela tentava manter a calma, mas estava desesperada. Ela não podia estar grávida. Não quando a relação dela com Edward ainda não estava definida. Ele estava sendo muito carinhoso com ela e quem visse de fora, acharia que o casamento deles era de verdade e não um mero acordo.

E, além disso, não tinha como ela estar grávida, ela não tomava remédio, mas todas as vezes que teve relações, usou camisinha. Todas exceto uma, quando Edward voltou de viagem, a pegando desprevenida. Bella soltou um palavrão e ficou ainda mais tensa. Ela precisava tirar aquela história a limpo e decidiu não surtar antes de ter a comprovação.

—Embry – ela ligou para o segurança. - Preciso que me faça um favor, mas tem que ser completamente discreto.

—É claro, Sra. Swan. – ele se sentiu um pouco ofendido. Ele sempre era discreto e nunca deu motivos para ela duvidar do contrário.

—Preciso que vá até a farmácia e me compre uns testes de gravidez. – ela nunca se imaginou dizendo tais palavras.

—A Senhora está grávida? – ele gritou do outro lado da linha.

—Mais um que precisa ganhar um dicionário para saber o significado das palavras. – Bella resmungou passando as mãos no cabelo e os bagunçando ainda mais. – Embry, que parte de, é para ser discreto, você não entendeu?

—Desculpa senhora. Só fiquei surpreso. 

—Não me importa. Só vá fazer o que te pedi e rápido.

—De qual marca eu compro e quantos? – ela estava quase perdendo a paciência com ele. Talvez ela mesma devesse fazer aquilo, mas os enjôos não paravam e ela não conseguiria ficar muito tempo longe do banheiro.

—Sei lá. Traga um de cada. – ele sentiu o nervosismo na voz dela e correu para fazer o que estava sendo pedido.

—Volto logo, não se preocupe. – ela encerrou a ligação.

—Não me preocupar? Como se fosse fácil. Idiota. Tudo bem. – ela respirou fundo e deitou na cama. – Vai ficar tudo bem. Daqui a pouco estarei rindo dessa situação. – começou a repetir como se fosse um mantra.

[...]

—Cadê a Bella? – Emmett perguntou ao irmão já pronto para ir para empresa.

—Ela está passando mal e pediu para você cuidar de tudo.

—Logo hoje que temos uma reunião importante? – choramingou e Edward riu dele.

—Não aja como uma criança. E você dá conta do recado. – colocou as mãos no ombro dele. – Você é capaz e é o vice-presidente da empresa.

—É muito importante essa reunião, a Bella tinha que participar. A mulher nasceu para isso. – Edward sorriu ao ouvir o elogio. 

—Ela é incrível mesmo. Dá um orgulho danado de vê-la negociando. Fala com tanta propriedade e intensidade, que ninguém resiste. E pensar que há poucos meses, ela não sabia nada sobre o assunto.

—É verdade, mas parece que está no sangue dela. Poucas pessoas conseguem negociar tão bem quanto ela. Já posso imaginar os filhos de vocês.

—Filhos? – ele sempre sonhou ser pai, mas era algo ainda distante. Precisava ajeitar as coisas primeiro.

—É, filhos. Não pensam em ter? Estou doido para ter um com a minha ursinha.

—Ah, Emm. Está muito cedo para isso. – desconversou passando a mão no cabelo.

—Talvez esteja certo. E a Bella ainda é novinha. Mas quando tiverem, eles vão ser muito espertos e inteligentes. Assim como espero ser hoje.

—Bem, você não tem metade do charme dela, mas tem muita competência e vou estar ao seu lado.

—Então vamos lá, mano. – jogou os braços sobre o ombro dele e juntos foram em direção ao carro.

 

[...]

 

Bella não estava rindo. Ela estava chorando e não era pouco. Embry entregou para ela dez testes de gravidez e ela já tinha utilizado cinco e todos deram o mesmo resultado: POSITIVO. Ela pensou em utilizar os outros, mas duvidava muito que eles fossem dar um resultado diferente. Ela estava mesmo grávida.

—Mas é claro, além de me fazer apaixonar por ele, tinha que me engravidar também e justo na única vez em que não nos prevenimos. Muito obrigada mesmo, Edward Cullen.

Ela queria estrangulá-lo. Também tinha culpa no cartório, talvez até mais do que Edward, mas precisava descarregar sua raiva e frustração em alguém. Ela levou as mãos ao ventre e foi até o espelho como se pudesse ver algo, mas ainda era muito cedo. Pelos cálculos dela, estava de seis semanas.

—E agora? – sentou desolada na cama.

Interromper a gravidez não era uma opção. Ela teria o bebê, mas e quando ele nascesse? O que ela faria? Até lá, Edward, provavelmente já a teria deixado e teria voltado com a ex. Será que ele aceitaria ficar com o bebê? Ou Bella deveria ficar com ele? A primeira opção parecia ser a melhor. Ela seria uma péssima mãe e não conseguiria lidar com a empresa e com uma criança que dependeria totalmente dela. Fora que ela nem sabia como lidar com uma criança. Ela nunca teve sobrinhos, afilhados ou qualquer coisa parecida. Achava crianças irritantes e não tinha a menor paciência com elas. Mas dizem que a mulher, quando se torna mãe, muda completamente e talvez o mesmo acontecesse com ela, e como num passe de mágica, ela se tornasse uma grande mãe.

—A quem eu quero enganar? Isso não vai dar certo. Vai ter que ficar é com o seu pai mesmo. Se a ruiva não quiser ajudar a cuidar de você, pelo menos terá a sua avó. E Esme vai cuidar muito bem de você. Ela já teve três filhos e saberá o que fazer. Só preciso convencer o seu pai disso. E, ah, ele vai surtar quando souber de você. Vai achar que fiz de propósito, para segura-lo, mas eu juro que não. Foi tudo tão rápido e estava sentindo tanta falta dele, que nem pensei em mais nada. – ela secava as lágrimas que rolavam sem parar. – Já estou ficando doida. Conversando sozinha e chorando igual uma atriz de novela mexicana.

Bella levantou e foi até o banheiro e parou de frente para o espelho. Botou um sorriso no rosto, respirou fundo e encarou o próprio reflexo.

—Vai fazer o seguinte, Isabella Swan Volturi. Você vai se arrumar, arranjar uma consulta e confirmar se está mesmo grávida e saber como o bebê está. Depois, você resolve os outros detalhes. Um passo de cada vez e nada de ficar chorando ou de se desesperar. E você, pequena sementinha. – olhou para baixo. – Não tem com o que se preocupar. Seu pai é incrível e vai cuidar muito bem de você e se algum dia quiser ficar comigo, as portas estarão abertas para você. Vamos ajeitar tudo e dará tudo certo. Eu prometo.

—Bella? – Esme chamou entrando no quarto. – Está tudo bem?

—Tudo ótimo. – ela gritou de dentro do banheiro, não queria que a sogra a visse e achasse que ela estava morrendo, porque o aspecto dela era de alguém que estava à beira da morte. – Vou tomar um banho e sair.

—Quer companhia? Edward disse que estava passando mal.

—Não precisa se preocupar. Já estou bem melhor. Preciso resolver uns assuntos, mas não demoro. – tentou soar alegre, mas sua voz saiu alta e desesperada demais.  

—Tem certeza que está bem? – Esme apoiou na porta tentando escutar algo.

—Tenho sim. – soou mais confiante.

—Tudo bem então. – ela não acreditava naquilo, mas daria o espaço que Bella precisava.

[...]

—Obrigada por ter me recebido tão em cima da hora. –Bella agradeceu entrando no consultório.

—Tive uma desistência de última hora. Sente-se. – indicou a cadeira a sua frente e Bella se acomodou olhando em volta, um pouco intimidada. Ela endireitou os ombros, não poderia mostrar fragilidade. Ela era uma mulher forte, que poderia lidar com qualquer situação. – E você me pareceu um pouco...

—Desesperada? – a médica riu.

—Ia dizer outra palavra, mas essa também é apropriada. No que posso te ajudar Isabella?

—Preciso saber se estou mesmo grávida. Fiz cinco testes e todos deram positivos.

—É porque ainda tem dúvida? Esses testes são confiáveis. – garantiu e as esperanças de Bella fora por água abaixo.

—Não foi uma gravidez planejada e não estou preparada para ser mãe e a relação com o meu marido é um pouco complicada. – confidenciou.

—Vamos fazer um ultrassom e se não estiver grávida, o que duvido muito, podemos discutir alguns métodos contraceptivos.

—Excelente. – Bella levantou. – Para onde vamos?

—Aqui, por favor. – a levou até uma sala e pediu para que Bella deitasse na maca. – Levante a blusa. Vou aplicar um gel. – Bella fechou os olhos, ansiosa para saber o que iria acontecer.

E então, ela escutou. O som ainda era fraco, mas ela podia ouvir muito bem. Ela nunca tinha ouvido algo assim, era melhor do que qualquer música que tinha ouvido. Ela podia afirmar com toda a certeza, que era o melhor som do mundo. O som que te faz rir e chorar ao mesmo tempo. Tudo a sua volta sumiu e ela só conseguia se concentrar naquele som e na imagem que se formava na tela.

—Você está definitivamente grávida... – a médica falava, mas Bella não conseguia ouvir nada, estava tão vidrada no som do coração de seu bebê batendo, que o resto ela nem conseguia prestar atenção. – Está tudo bem? – perguntou preocupada a vendo chorar.

—Está sim. Pode, sei lá, gravar essa imagem?

—É claro, vou imprimir para você e te dar uns instantes a sós e depois conversamos no meu escritório. Precisa tomar alguns cuidados.

—Tudo bem. – secou o rosto e depois passou a olhando fixamente para a primeira foto do seu bebê.

—Leve o tempo que precisar. E meus parabéns! – a médica saiu da sala e Bella levou as mãos ao ventre ainda sem acreditar no que estava sentindo. Tudo tinha mudado dentro dela.

—Ah, minha pequena sementinha, não sei como vamos fazer isso, mas não vou deixar ruiva nenhuma ficar com você. Não vou deixar que você tenha outra mãe que não seja eu. Vou dar um jeito e provavelmente vou errar muito. Talvez você até vá me odiar ou me considerar uma péssima mãe. Mas vou me esforçar muito e nós ficaremos bem. Se você for um garoto, será meu companheiro e se for uma menininha, seremos melhores amigas. Não prometo que vai ser fácil, mas uma coisa eu te prometo, minha pequena sementinha. Vou te amar como nunca amei ninguém na minha vida e vou te proteger com tudo que tenho e que sou.


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Notas finais do capítulo

Se tiver falado alguma besteira, na parte da consulta, me desculpem. É que acho um pouco confuso a contagem das semanas de gestação, a partir de quando que começa a contar.
Queria agradecer a Sol por ter compartilhado um pouco da experiência dela e isso me ajudou a compor a parte em que a Bella escuta o coração do bebê.
Espero que tenham gostado.
Comentem, palpitem, recomendem e indiquem a vontade.
Bjs e até mais.