Aventuras em Sinnoh: Saga Pérola escrita por little_celeby, CanasOminous


Capítulo 6
Inimigos de infância! Ataque Bidoof!


Notas iniciais do capítulo

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Capítulo 6 - Inimigos de infância! Ataque Bidoof!

Já amanhecia,  os raios de sol derretiam a fofa neve da noite passada, enquanto gotas do orvalho da manhã brilhavam nas folhas de algumas árvores. Embora a noite anterior fora extremamente cruel, o clima agora estava agradável; com manhãs belas como a primavera e noites violentas como o inverno.

Dawn, Luke e Lukas descansavam da turbulenta noite passada, eles montaram um pequeno acampamento próximo a um grande pinheiro e lá passaram a noite. Ainda era muito cedo, mas devido a grande claridade e aos sons de pokémons a todo momento era impossível dormir até tarde. Exceto para Luke.

— Que sono... Eu demorei muito para dormir, eu não me sinto protegido aqui fora... — comentou Lukas, esfregando seus olhos — Mas sabe, até que foi legal, gosto de ficar com a natureza... Longe de toda a correria e dos problemas do dia-a-dia.

— Meus pais costumavam me levar muito pra sair, até que eu gosto de ficar lado-a-lado com a natureza, ouvir de perto o doce som da manhã... É relaxante. — sorriu Dawn.

— Sério? Puxa, o Luke nunca gostou do silêncio. Ele prefere ficar trancado no quarto dele jogando video game e escutando música alta, acho que eu nunca o vi lendo um livro! — riu Lukas.

— Hah, hah, hah! Vocês são bem diferentes mesmo. Seu irmão me parece uma boa pessoa. Vocês dois são uma graça! — disse Dawn, vendo Luke roncando e não acordando mesmo com todo o barulho.

— Luke!! Tenha modos e não ronque do lado de uma garota!! — disse Lukas, chutando de leve o irmão — Acorda baka, tá na hora de ir!

— Sai pra lá mano, ainda é cedo... — resmungou Luke.

— Olha, agora não tem mais a batian pra te tirar da cama, se você não acordar eu vou te deixar pra trás. Vou escovar os dentes e me trocar, se prepare, porque quando a gente voltar nós já vamos embora! — respondeu Lukas.

— Vai... Vai... — balbuciou Luke, voltando a cochilar.

— Ah, eu e a Dawn vamos deixar nossas coisas na sombra daquela árvore, para não ficarem no meio do caminho, cuide delas, ok? — disse Lukas, seguindo seu caminho junto com a garota.

— Lukas, não é melhor nós esperarmos seu irmão? — perguntou Dawn.

— Se você esperar ele acordar, vai ficar aqui pra sempre. Não tem problema Dawn, ele é o "irmão mais velho", vai conseguir virar-se sozinho! — riu ele.

Os dois seguiram até um pequeno lago para se preparem para a viagem. Lukas e Dawn conversavam calmamente e por algum motivo, o garoto não sentia vergonha quando conversava com sua amiga. Talvez ela fosse a primeira garota que ele conseguia conversar normalmente sem gaguejar. Ele sentia uma enorme admiração por ela, como se ela fosse sua irmã mais velha.  

— Então Dawn, vai seguir viagem conosco? — perguntou Lukas.

— Se vocês me aceitarem no grupo, para mim seria ótimo acompanhá-los e conhecer diversos pokémons diferentes! — sorriu a garota enquanto lavava seu rosto.
        — Mas e a seus pais, eles deixam você sair em uma aventura sem mais nem menos? — perguntou o garoto, preocupando-se com a garota.
        — Bom, meus pais... Meus pais... Quero dizer, acho que deixariam sim... — disse a garota meio sem graça, mudando rapidamente de assunto — Quero me tornar uma renomada pesquisadora. E você?

— Quero ser coordenador, sempre gostei desse tipo de coisa. Minha mãe era muito famosa e quero seguir os passos dela. Daqui a um tempo vou ser muito conhecido, você vai ver! — disse Lukas confiante.

— Com certeza! E pode ter certeza que eu vou estar do seu lado pra te apoiar. — riu a garota — Nossa, você é como um irmãozinho que eu nunca tive. Vou fazer de tudo para ajudá-lo a se tornar um ótimo coordenador. Se precisar de qualquer coisa é só falar comigo.

— Ok! — respondeu Lukas alegremente.

Enquanto os dois escovavam seus dentes e se trocavam, Luke continuava adormecido em meio a imensa floresta. Ele nem se dera conta do momento em que vários Bidoofs começaram a cercá-lo, apenas observando a estranha criatura que dormia em seu domínio. Logo, Luke abriu seus olhos com o irritante barulho que os roedores faziam, e percebeu dezenas de Bidoofs que o encaravam. Luke tomou um susto e levantou-se bruscamente de sua cama.

— Nuuussa!! De onde surgiram esses bichos? Sai pra lá! Sai!! — gritou ele, espantando os pequenos pokémons que voltaram para um lago próximo.

Luke pegou rapidamente sua pokéagenda para verificar os dados dos pequenos roedores. E apesar de conseguir a informação dos pokémons, ele acabou esquecendo-se de tentar capturar um.

— Droga, espantei todos os Bidoofs e esqueci de tentar capturar eles... Meu dia já começou mal, que bosta... — pensou Luke, em seguida notando a ausência de Dawn e Lukas.

— MEU ARCEUS!! ELES FORAM EMBORA MESMO!! Eles tinham dito que se eu não acordasse, eles iriam me deixar para trás!! Lukas você me paga!! — gritou ele, arrumando rapidamente suas coisas e correndo para dentro da floresta.

Pouco tempo depois, Lukas e Dawn voltaram calmamente do lago enquanto riam e conversavam, quando perceberam a ausência de Luke no acampamento.

— Onde está seu irmão? — perguntou Dawn preocupada.

— Deve ter acordado e ido lavar o rosto. — riu Lukas, mexendo em sua mala que estava encostada na árvore.

— E ele levou todas as coisas dele para lavar o rosto?

Lukas ficou surpreso ao perceber que Luke realmente havia levado toda sua mochila e pertences. O que o levou a conclusão de que Luke os deixara para trás.

— Lukas, ele deve ter ido pra floresta!!

— Hum, e se ele só saiu para capturar pokémons? Acho que não precisamos nos preocupar tanto, tenho certeza que ele está bem. Mas de qualquer modo é melhor nós irmos procurá-lo.

A rota 202 pode não ser muito grande, mas é coberta de florestas e treinadores jovens, um sinuoso caminho que torce por campos de relva e árvores altas que servem de abrigo para milhares de pequenos pokémons que rondam este local. Mas aquela rota estava alterada com os últimos dias, rumores de uma sombra têm alterado a natureza dos pokémons, os Bidoofs desta rota têm agido misteriosamente, eles atacavam treinadores iniciantes e agiam em grandes grupos fazendo com que os novatos das cidades vizinhas sintam-se receosos com o ocorrido.

Luke andou por um tempo procurando qualquer sinal de seus amigos quando percebeu que um pequeno Bidoof o acompanhava de longe. Dessa vez ele não perderia a chance e capturaria seu primeiro pokémon.

— Heh, heh... E aí bichinho, tudo firmeza? Espero não ficar incomodado, mas eu vou te capturar! — sussurrou Luke, aproximando-se cada vez mais do roedor. De repente, outros Bidoofs começaram a aparecer, o que fez Luke assustar-se com a enorme quantidade de pokémons que começavam a aglomerar-se em volta do garoto.

— Caramba. De onde veio tanto Bidoof? — disse Luke surpreso, quando de repente, as criaturas furiosas avançaram na direção do garoto que correu desesperadamente dos Bidoofs que infestavam aquela floresta.

— EITA PORRA!! AAAAAAH! SAI PRA LÁ BICHARADA!! AAAH!

Luke correu por um tempo até alcançar uma pequena caverna escura, onde aproveitou para descansar e esconder-se dos Bidoofs que passaram reto sem dar conta do esconderijo.

— Cadê o retardado do meu irmão?? Mas que raiva, ele me deixa sozinho e nem pra deixar um bilhete dizendo para onde iria. Maldição, vou ter que seguir meu instinto de direção apurado e procurá-los rápido! Antes que esses Bidoofs me comam vivo!! — disse Luke, acendendo uma lanterna e percebendo que um Skorupi venenoso andava em seu colo.

As paredes da caverna eram cercadas de Skorupis com garras afiadas, mas que não aparentavam muito zangados com o invasor, apenas curiosos.

— AAAH, DE NOVO??!! SAI DE PERTO DE MIM!! — gritou Luke, chutando o escorpião e saindo rapidamente da caverna. Agora um bando de Bidoofs e Skorupis o seguiam com raiva — Esqueci desses Bidoofs!! Saiam daqui seus roedores das TREVAS!! Sai! SAAAI! AAAAAAH!

Luke continuou sua corrida sem rumo para proteger-se dos inúmeros Bidoofs que agiam estranhamente naquela região. Ao longe, uma pequena casa de madeira erguia-se como a fortaleza perfeita para aquela ocasião, uma fumaça negra saía da janela então obviamente alguém estava lá. O garoto correu o máximo que podia dos pokémons histéricos e entrou na pequena casa sem mesmo bater na porta, que por sorte estava aberta. Alguns treinadores jovens também pareciam esconder-se no local, enquanto um velho homem arrumava a fogueira.

A casa era bem simples, revestida de uma madeira gasta pelo tempo, mas que ainda mantinha a beleza do local com móveis humildes e modestos, que provavelmente explicavam a simplicidade do velho que lá morava. Havia muitas fotos espalhadas pelo local, e tudo perfeitamente organizado. Algumas panelas velhas preparavam algo na cozinha, liberando um adorável cheiro de comida caseira. Os treinadores ficavam irrequietos na casa, andando de um lado para o outro como se esperassem algo. Provavelmente todos que lá estavam protegiam-se dos Bidoofs que agiam estranhamente.

O velho andava encurvado e era muito magro, ele vestia uma calça social com uma simples blusa de lã com vários botões. Ele tinha cabelos muito brancos assim como sua barba e parecia muito cansado. Ao ver Luke entrando desesperado, ele foi em sua direção com sua pequena bengala de madeira, em que a cabeça de um Staraptor estava esculpida na ponta.

— Também está fugindo dos Bidoofs enfurecidos, meu jovem? — perguntou o velho, com sua voz rouca.

— Opa, desculpa por entrar na sua casa sem pedir tio, mas é que esses Bidoofs iam me pegar! — riu Luke.

— Não se preocupe jovem, todos estes treinadores também entraram aqui desesperadamente. — sorriu o velho — Entre, entre, estou preparando uma deliciosa refeição! Podem aguardar esses Bidoofs irem embora, eles estão muito perigosos ultimamente.

Luke observou os jovens que ali estavam, todos pareciam assustados e confusos, não era normal os Bidoofs agirem daquela forma, mas agora eles corriam e atacavam os treinadores sem nenhum motivo.

— Este velinho é gente boa... Ele mora sozinho? — perguntou Luke, conversando com uma menina que estava sentada no sofá.

 Ela tinha cabelos ruivos na altura do ombro, vestia uma camiseta azul e saias bem curtas, a garota parecia não se incomodar com o frio, mas podia-se notar um casaco que carregava dentro de sua bolsa. Seus olhos pareciam ansiosos e cheios de energia. Podia-se perceber que ela corria muito e se aventurava há um longo tempo devido aos tênis gastos. Ela tinha uma personalidade muito curiosa e ativa, mas às vezes isto acabava atrapalhando-a, logo, ela procurava contentar-se. Seu nome era Vivian Chevalier.

— Acredito que ele seja viúvo. Então acho que ele sinta um pouco de saudade de visitas em sua casa... — respondeu tristemente a garota — Olá!! Prazer, eu me chamo Vivian!! — respondeu ela em seguida, já animada.

— E aí, eu sou o Luke! — sorriu ele, gostando da personalidade divertida da garota.

Um outro jovem observava a janela da casa verificando os Bidoofs do lado de fora, mas ao ouvir o nome “Luke” ele rapidamente virou-se e foi em direção do garoto.

Era um rapaz loiro aparentemente da mesma idade de Luke, tinha um penteado digamos que peculiar, olhos alaranjados como uma manhã ensolarada e uma pele bem branca. Ele usava um casaco listrado de cor branca e laranja feita de um ótimo tecido que esquentava bem, apesar de não parecer. Ele também usava um cachecol verde rodeado em seu pescoço, exatamente como aquele vestido pelo jovem Luke. Seu nome era Stanley.

— Com tanta gente para encontrar nesse vasto universo teve que ser justo você? — disse o rapaz dirigindo-se a Luke.

— Stanley? — comentou Luke surpreso — Não acredito que você também saiu em uma jornada pokémon. E me parece que infelizmentenossos caminhos se cruzaram novamente. — afirmou ele furioso, dando ênfase na insatisfação de ter encontrado o garoto.

— Qual é, você está me seguindo? Até quando saio em minha própria aventura você me persegue?! Você é a última pessoa que eu desejaria ver no mundo, principalmente depois daquele dia na escola. — respondeu Stanley, ainda mais furioso.

— Ah, fala sério cara. E você acha que eu faço questão de ficar lembrando do meu passado? Eu não quero mais saber de você, nem da sua amizade. — respondeu Luke de modo ignorante.

— Eu realmente não sei por que ainda estou perdendo tempo discutindo com você. Aposto que você não capturou nenhum pokémon ainda, porque quando eu fui para o laboratório do professor Rowan eu peguei um dos últimos!

— O último? Pokémons iniciais é coisa do passado cara, porque você não viu a força do pokémon que eu consegui! Vamos lá fora resolver isso numa batalha! — respondeu Luke.

— Mas os Bidoofs ainda estão lá fora, vocês não podem sair! — comentou Vivian que observava a briga dos garotos.

— Bidoof...? — sussurrou Luke irado, encarando Stanley com um olhar mortal — Eu acabo com o primeiro Bidoof que cruzar meu caminho, no momento eu só quero quebrar a cara desse otário arrogante.

— Vou dormir contente hoje, depois de detonar esse idiota. — resmungou Stanley, também não dando a mínima para os pokémons raivosos lá fora.

A briga começava a ficar mais intensa, até um ponto em que o próprio dono da casa foi obrigado a pedir que os dois parassem com a discussão.

— Por favor crianças, isso realmente pode ser perigoso. Peço que fiquem aqui dentro por hora. — disse o velinho com dificuldade.

Luke e Stanley se entreolharam e decidiram ficar abrigados na casa pelo pedido do velho, uma vez que aquele senhor fazia um grande favor para eles, abrigando-os em sua humilde casa.

— Não se preocupe senhor, ficaremos aqui dentro. Desculpe o alvoroço que causamos. — disse Stanley frustrado, dirigindo-se à Luke — Você tem sorte que eu tenho respeito pelos mais velhos, diferentemente de um certo "alguém" que eu conheço.

— Ah, faz o que você quiser Stanley!! — gritou Luke, sentando-se no sofá e cruzando os braços em sinal de desapontamento — Mas que ódio, que ódiooo! Eu odeio esse cara... — resmungou Luke.

— Vocês não se dão muito bem né, parecem inimigos mortais... Desde quando se conhecem? — perguntou a menina preocupada.

— Ele não é meu inimigo... Ele era meu... meu melhor amigo... — sussurrou Luke, com uma voz receosa, mas que foi interrompida pelo velhinho, que agora carregava uma grande panela de comida.

— Eu terminei de cozinhar a comida para os Bidoofs! — disse o velho.

— Para os Bidoofs? Não era pra nós? — perguntou um dos treinadores qu estava na casa.

— Hoh, hoh, hoh! Eu havia me esquecido de vocês! Acho que estou ficando velho. Eu fiz esta comida deliciosa para acalmar os Bidoofs! Mas depois eu posso preparar uma para vocês! — riu o senhor, abrindo a porta da casa lentamente.

Todos os Bidoofs juntaram-se próximos da panela e devoraram a comida cozinhada pelo velho. Agora que os roedores estavam satisfeitos eles voltaram lentamente para suas tocas.

— Eles já foram embora! Agora podemos ir! — disse Vivian alegremente.

— Obrigado por nos aceitar em sua casa tiozinho! — agradeceu Luke, logo em seguida percebendo que seu rival Stanley o esperava do lado de fora — Agora somos só nós dois, Stan.

— Eu aguardei muito tempo pra acabar com você em uma batalha. — respondeu ele.

— Vão gastar suas energias lutando? Melhor tomarem cuidado, os Bidoofs podem voltar! — sugeriu Vivian.

— Só permita-me ver a verdadeira força do pokémon desse otário, se é que ele tem um. — debochou Stanley.

— Ah, eu tenho sim cara, e tenho certeza que é melhor que o seu! Gible, vai! — disse Luke, lançando seu pequeno dragão. Stanley surpreendeu-se ao ver o pokémon que Luke havia conseguido, mas ainda tinha confiança que poderia vencer.

— Um Gible? Ora, aposto que o seu “papai” capturou pra você. Oh, você não consegue mesmo sair da sombra dos seus pais, não é? — provocou Stanley, vendo a raiva evidente no olhar de Luke — É uma escolha diferente, eu nunca vi um inicial como esse, mas ainda assim não pode ganhar do meu pokémon. Turtwig, vai!

— Tuuuu-tu-iiig!

Uma pequena tartaruga revelou-se de dentro da pokébola de Stanley, ela não parecia muito contente e tinha o mesmo olhar de revolta de seu treinador, mas ao contrário de Gible, parecia ter mais experiência. Com uma natureza corajosa, a pequena tartaruga encarava o dragãozinho que sentia-se intimidado. A pequena folha em sua cabeça erguia-se elegantemente com um verde vivo, sua concha estava úmida e parecia muito antiga, revelando que aquele pokémon era muito bem cuidado e saudável.

— Um Turtwig? Que droga, era para eu ter pegado esse pokémon, eu queria ele de inicial! — reclamou Luke.

— Atrasado como sempre Luke... No tempo da escola era eu que guardava lugar pra você no fundão. Se não, você teria que sentar lá na frente junto com os nerds! O dia todo sentado com os nerds conversando sobre cálculos químicos e matemáticos, eu sei que você adora isso!! — riu Stanley.

— Auuugh!! Os nerds não! Nem me fale de matemática cara, eu já estou comemorando que não preciso mais estudar essa porcaria! — gritou Luke — Realmente, aqueles eram bons tempos... A gente brincava e zuava a aula inteira, era engraçado... — suspirou Luke cabisbaixo.

— Verdade... — sussurrou Stanley como se lembrasse dos tempos em que eles eram bons amigos.

Os pokémons aguardavam as ordens de seus treinadores, mas eles foram interrompidos quando Lukas e Dawn surgiram do meio da densa floresta.

— Nossa, o que será que aconteceu com esses Bidoofs? Sorte que do nada eles foram embora... — disse Dawn ofegante.

— Luke!! Até que enfim encontramos você! Onde esteve? — disse Lukas aliviado, vendo Luke preparando-se para batalhar com alguém. — Ora essa, Stanley! O que faz por aqui?

— Jovem Lukas, como vai? — perguntou Stanley, educadamente. — Eu estava para acertar algumas contas com seu irmão, mas me parece que terá que ficar para depois... Bom, preciso ir, não quero que o Luke chegue antes de mim no ginásio de pedra, mas quero ver como seu pokémon irá virar-se no ginásio, uma vez que seu treinador não passa de um ignorante! — debochou ele. — Ainda nos veremos Luke... E eu garanto que da próxima vez, vou batalhar seriamente, hoje eu não estava em boas condições... Até logo, perdedor!

Stanley entrou na floresta com seu Turtwig e desapareceu em meio as folhas que caiam lentamente das grandes árvores. Luke continuava irado com o encontro com seu antigo amigo, mas por outro lado foi bom evitar aquela batalha, ele ainda não tinha seu Gible perfeitamente treinado.

— Luke, porque você desapareceu? Foi só nós sairmos por alguns minutos e você entrou sozinho na floresta!! — perguntou Lukas furioso.

— Eu desapareci?? Vocês que me deixaram lá!! Eu fiquei preocupado e fui procurar vocês!

— Nossas coisas estavam na sombra de uma árvore, atrás de onde você dormia... Nós te avisamos, mas você nem ouviu. — riu Dawn.

— Ah... Bom, o importante é que eu achei um monte de pokémons legais. — disse Luke animado.

— Sério? Conseguiu pegar algum?

— Não capturei nenhum... — respondeu ele decepcionado — Vocês vão ver, mesmo que eu demore vou capturar um pokémon fantástico!

— Sei, sei... — brincou Lukas — Falando nisso, eu percebi que você estava para batalhar com o Stanley.

— Ah, nem me fale do Stan. Esse cara consegue me irritar mais do que ninguém, como eu odeio ele. Eu odeio... — disse Luke, furioso.

— Vocês ainda estão brigados? Luke, acho que você deveria conversar com ele, vocês foram amigos por tanto tempo... Não vão deixar uma briguinha boba de escola acabar com essa amizade, não é? — disse Lukas, colocando sua mão sobre o ombro do irmão, que a retirou com força como alguém que não deseja ser tocado.

— Não foi uma briguinha boba, sou eu que sou um idiota... Eu só quero... que me deixem sozinho... Só por um tempo...

Luke afastou-se e foi em direção a um lago próximo da casa do velho. Vivian que estava observando a conversa foi até Lukas e Dawn para perguntar o que acontecera.

— Perdoem minha curiosidade, mas aquele garoto é seu irmão, não é? Pude perceber a extrema semelhança entre vocês dois. — afirmou Vivian — Meu nome é Vivian Chevalier, sou uma coordenadora pokémon!

— Sério? Parece que encontramos mais um coordenador então, o Lukas também quer se tornar coordenador! — disse Dawn alegremente.

— P-Prazer... — gaguejou Lukas, ficando um pouco envergonhado ao lado de Vivian.

— Heh, heh... — sorriu a garota, tentando disfarçar a risada quando ouviu Lukas gaguejando  — O que há entre seu irmão e aquele rapaz loiro?

— O Stanley era o melhor amigo do Luke na escola. — explicou Lukas — Um dia eles brigaram por algum motivo... Eu não sei direito o que aconteceu, mas desde então eles nunca mais foram amigos...

— Hum, compreendo... — sorriu a menina — Obrigada por me contarem. Já que nós dois somos coordenadores acredito que nos encontraremos no torneio em Jubilife. Estarei esperando, quero vê-lo dando as caras por lá hein, mocinho!

— E-Espero que a gente se encontre por aí... — sorriu Lukas envergonhado.

— Ok! Também já estamos de partida! — disse Dawn contente.

— Até logo pessoal! Foi um prazer conhecê-los! — riu Vivian, indo despedir-se de Luke.

Já ficava tarde, o pôr do sol naquele lago era lindo. Alguns Budews refrescavam-se nas águas cristalinas do local, enquanto Goldeens e Poliwags faziam belas acrobacias nas águas da pequena lagoa. Muitas coisas estranhas ocorreram naquele dia, mas o acidente com os Bidoofs continuava inexplicável. O que será que acontecera nas planícies de Sinnoh para os pokémons agirem daquela forma? Isto é um mistério que apenas o tempo poderá revelar.

 — Vamos lá Luke, tá na hora de continuar a jornada. — disse Lukas, sentando-se ao lado do irmão que permanecia sentado, observando o belo pôr-do-sol na lagoa.

— Eu me sinto tão mal quando eu encontro o Stanley... Acho que ele foi o único amigo verdadeiro que eu tive, e minha ignorância me fez perder essa amizade... Ele nunca me perdoaria pelo que eu fiz... — murmurou Luke.

— Olha, vocês devem ter tido um bom motivo para brigarem. Mas sabe, acho que algum dia você deveria tentar conversar com o Stanley. Só tente cara, vocês foram bons amigos pelo pouco tempo que se conheceram! Não deixe que uma briguinha acabe com isso Luke, não deixe. Uma amizade é o maior tesouro que você pode conquistar. — disse Lukas.

Luke olhou para o irmão e agradeceu as belas palavras, sua mente ainda estava confusa á respeito de Stanley, e ele sabia que aquela fora somente a primeira ocasião que ele se encontraram. O destino ainda faria os dois rivais se encontrarem várias vezes, e quando a chance chegasse, ele se desculparia.

Dawn, Luke e Lukas partiram rumo à Jubilife que já não estava mais tão longe, Lukas parece cada vez mais ansioso pelo contest que o esperava. Luke continuava chateado pelo encontro com Stan, mas por sorte ele podia contar com o apoio de Dawn e de seu irmão para horas difíceis. Muitas aventuras virão... E isso é apenas o começo...


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