Inércia escrita por Victoria Moraes


Capítulo 1
Inércia


Notas iniciais do capítulo

Hello, brotinhos! Eu sou novata aqui no Nyah e essa é minha primeira fic, e eu espero que vocês gostem. É importante também que eu saiba com estou me saindo, então deixem as correções, os elogios, as críticas e os recados de vocês nos comentários okay? Muito obrigada desde já, e boa leitura.

Capítulo não revisado.



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          MIKE WHEELER

   Eram duas da manhã e ele encarava o teto branco do quarto, em silêncio. Não conseguia dormir. Não conseguia falar, nem comer. Não conseguia se mover. Inerte era a palavra que melhor descrevia Michael Wheeler naquele momento.


   Seus olhos estavam vermelhos e um pouco inchados e seu rosto estava marcado por lágrimas, agora secas. Em seus doze anos, Mike não se lembrava de ter chorado tanto quanto chorou naquela noite. E a dor... Deus, aquilo não se parecia em nada com qualquer outra coisa que já tivesse sentido.   


   Quer dizer, ele caiu da bicicleta e quebrou o braço quando tinha sete anos e sentiu as dores da fratura por vários dias, mas era diferente. A dor do braço quebrado nem chegava aos pés sensação que se instalou dentro dele naquela noite depois do ocorrido no colégio Hawkins. Mike sentia o peito queimar, o coração apertado doendo a cada batimento e parecia que a saliva virava ácido quando descia por sua garganta. E ele não entendia muito bem, mas tinha uma noção do que aquela dor significava.


    Doía por ela. Por Eleven. Doía porque ela disse adeus e se sacrificou por ele e seus amigos e agora, provavelmente estava morta. Doía porque ele a viu se machucar e chegar ao limite e ele não pode fazer nada. Droga, doía porque Mike gostava dela e ela se foi!


   Ele sentia como se seu cérebro tivesse assumido as funções de um aparelho vídeo cassete,  cuja fita de um filme de terror estava programada para se repetir por tempo indeterminado e sem pausa. As memórias do que ele e os amigos viveram poucas horas atrás ainda estava muito clara em sua mente. Cada mísero detalhe.


   Ele podia visualizar desde o momento em que os militares invadiram o prédio e ele, Dustin, Lucas e Eleven correram feito loucos - numa tentativa frustrada de achar uma saída, inexistente, por sinal - até a hora em que apenas ele e os dois garotos saíram de lá. Se lembrou do desespero, do medo e a voz firme e decidida de El dizendo-lhe adeus ecoou em sua mente como uma trilha sonora do filme assustador e trágico que eram suas lembranças. Sentiu a maldita dor se intensificar e queimar dentro de si e o nó familiar subir-lhe  à garganta.

     "Adeus, Mike."

   Mike respirou fundo. Se remexeu em baixo das cobertas, ficando de bruços e se apoiou nos cotovelos apenas para esticar a mão até o criado mudo e desligar o abajur, largando-se de lado no colchão logo em seguida, a cara enfiada no travesseiro.  Fechou os olhos com força, passou os braços em volta de si, um abraço dolorido e solitário. Se concentrou nas lembranças.


   E ele chorou mais uma vez. Imóvel, exceto pelos espasmos causados pelos soluços, que eram abafados pelo travesseiro junto com qualquer outro ruído que viesse a escapar por seus lábios. Agradeceu por ter começado a chover forte, já que o barulho do vento e das gotas pesadas em atrito com as janelas de sua casa impediria que qualquer outro som se propagasse para além de seu quarto.


   Mike não sabia dizer por quanto tempo ficou naquele mesmo estado, mas as lágrimas ainda escorriam quando ele sentiu o todo o cansaço acumulado naquele dia o dominar. Estava entrando em exaustão. Suas pálpebras pesaram.

 "Adeus, El."

Ele não lutou contra o sono e a inconsciência o invadiu como um anestésico necessário.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Não esqueçam de comentar, hein! Até a próxima.

Bjus de luz



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