Amor e Armas - Uma fanfiction OPZ escrita por Lu Rosa
Notas iniciais do capítulo
Visitantes do passado chegam à Rosings...
Elisabeth abriu os olhos fitando a manhã que se iniciava. Seu primeiro pensamento, assim como o último na noite anterior, foi para seu marido. Como quisera acompanha-lo nessa viagem perigosa que ele fazia através do país em busca de Wickham. Mas ela ficara para trás, a pedido dele. Era para sua segurança, ele lhe dissera. Como se ela fosse alguém que necessitasse de proteção.
Ela levantou, fez sua higiene matinal e desceu as escadas. Não havia muito o que se fazer ali em Rosings a não ser testemunhar o amor entre Jane e Charles e treinar sua jovem cunhada Georgiana.
A jovem de dezesseis anos era uma ótima aluna. A comunhão entre as duas era quase igual à que Elisabeth tinha com Jane. E ela era tão ansiosa pelos treinos quanto a própria Elisabeth.
Assim sendo, quando a jovem Srª Darcy desceu as escadas, ela já o fazia em seu traje de treinamento.
— Bom dia, Lizzie.
— Oh, bom dia Georgie! Está me esperando a muito tempo?
— Não. Desci quase agora também. Estava escrevendo uma carta para Fitz.
— Muito bem. Vamos começar antes que os outros acordem.
As duas foram até o dojo de lady Catherine. Ali deixavam de ser cunhadas para se tornarem mestre e discípula. Georgiana tinha um respeito quase religioso por Elisabeth. Ela pedia quase a exaustão para que Elisabeth lhe contasse sobre seu treinamento na China e as batalhas que enfrentará na Inglaterra. Principalmente quando salvara seu irmão de ser morto pelo terrível George Wickham.
Após treinarem por duas exaustivas horas, Elisabeth subiu para o quarto. Com criados eficientes e as Bingley cuidando da organização, não restava muito o que se fazer, além de limpar suas armas e afiar sua espada e as adagas.
Quando o grito da sentinela a alertou.
— Cavaleiros!
Rapidamente ela foi até a janela. De fato, ao longe, três cavaleiros se aproximavam da propriedade.
Ela pegou suas armas e sua espada e correu para fora.
Sem demora, foi até o portão da propriedade.
— Quem são? Não mensuráveis?
— Não acredito nisso, senhora. Eles estão a cavalo e vestem roupas bem exóticas.
— Exóticas como? - perguntou Elisabeth.
— Parecem orientais, senhora. - ele relatou olhando pela luneta.
Elisabeth estendeu a mão para ele.
— Posso?
O soldado estendeu a luneta para ela e Elisabeth olhou através dela.
De fato, os três cavaleiros vestiam túnicas chinesas. E o fato de serem amarelas lhe indicava quem eram.
— São membros da família imperial chinesa. Abram os portões. - ela pediu
Elisabeth correu para a torre da sentinela e gritou em chinês
— Parem! Quem são vocês e o que querem.
Os cavaleiros pararam e o que vinha a frente respondeu.
— Sou Wu Chang. Neto do Imperador Zhao e venho a procura das honoráveis irmãs Bennet, a pedido do mestre Liu do templo Shaolin da província Henan.
— Chang? O que está fazendo tão longe de casa?
— Quem me fala?
Elisabeth olhou rapidamente para o guarda antes de responder.
— Elisabeth Bennet... Huang Mei.
Os três cavaleiros se viraram um para o outro. O menor deles acenou com a mão dizendo alegremente
— Huang Mei! Sou eu! Mei Li!
— Podem abrir. - Elisabeth disse ao guarda. - São meus irmãos do templo Shaolin.
— Senhora... O coronel Darcy deixou ordens explicitas para que todo visitante passasse pelo protocolo de segurança.
— Eles são demasiadamente orgulhosos. Mas eu falarei com eles sobre isso.
Os portões foram abertos e os três cavaleiros entraram. O menor deles, que todos viram ser uma mulher pulou do cavalo e correu até Elisabeth.
— Huang Mei! Quanto tempo irmãzinha.
— Mei Li! O que estão fazendo na Inglaterra? Não viram que se passa?
— Fala dos mortos que andam? É... Encontramos alguns pelo caminho. Não foram problema. – respondeu Chang, um chinês alto, musculoso porém flexível, com um longo rabicho que saia do alto de sua cabeça.
O guarda que abrira o portão os olhava boquiaberto. Assim como outros criados.
— Levem os cavalos para o estabulo. - Elisabeth pediu ao criado mais próximo. - Por favor venham comigo. Mas antes, tenho que pedir algo a vocês. Trata-se de segurança de todos que estão aqui.
— O que é, Huang Mei?
— Ha um protocolo de segurança. Todos que vem de fora, precisam ser examinados para que não tragam a infecção para dentro.
— Acha que estaríamos aqui se nós carregássemos a morte conosco? - Chang perguntou.
Elisabeth se sentiu envergonhada.
— Não. Sinto muito. - ela se inclinou perante eles em sinal de humildade. Os três repetiram o gesto dela pelo mesmo motivo. - Venham por favor.
Ela indicou o caminho e o grupo entrou na casa.
Jane e Bingley viram a agitação no pátio e vieram recebe-los.
— Mei Li! - Jane se adiantou e se curvou em sinal de cordialidade.
— Brisa sussurrante. Como esta bonita. E tenho certeza que esse jovem é a causa de ter ficado ainda mais bela.
Jane olhou encabulada para Bingley e segurou no braço dele.
— Sim. Esse e meu marido Charles Bingley.
— Buda abençoado! Que a vida de vocês seja como uma manhã de verão. Brilhante.
Bingley agradeceu os votos com um aceno de cabeça e o sorriso aberto que lhe era característico.
Elisabeth fez a apresentação dos outros
— Charles, já conheceu Mei Li. Esse é Wu Chang, neto do imperador Zhao. E esse é Wuang, sobrinho do mestre Liu e monge no monastério no norte da China. Ele é um sábio.
— Por favor sejam bem-vindos a Rosings. Meu amigo e cunhado Fitzwilliam Darcy não se encontra no momento, mas faço dele os meus votos de boas-vindas.
Os três orientais se curvarem em cumprimento.
Mei Li passou o braço pelo o de Jane e Elisabeth e as puxou para o canto.
— Então... me contem. O que as duas andaram fazendo? Brisa sussurrante esteve bastante ocupada, não é irmãzinha? Para quando é?
Jane a olhou surpreendida.
— Quando é o que Mei Li?
— O bebê, é claro! Por que, meus olhos treinados de concubina me dizem que duas almas ocupam esse corpo.
Jane e Elisabeth olharam-se e depois para Mei Li. A chinesa tinha um enorme sorriso no rosto.
— Charles! - Jane gritou correndo na direção do marido e o abraçou. Depois o puxou pela mão e levando para um dos aposentos.
Elisabeth sorriu vendo a felicidade da irmã. Mas não pode deixar de sentir uma certa inveja. Será que essa felicidade a atingiria também um dia?
Mei Li interrompeu seus pensamentos.
— E você, Huang Mei? Você pode não estar esperando também, mas vejo que você também já conheceu os caminhos do amor. Agora me diga: Seu guerreiro tem a lança longa? Ele é potente como um touro das montanhas?
Elisabeth tinha se esquecido como Mei Li podia ser indecorosa e indiscreta. Filha do imperador e de uma concubina, desde a adolescência ela havia sido treinada nas artes do amor e sedução. Era de se esperar que discutir os dotes masculinos fosse algo natural para ela.
— Não vou comentar sobre os dotes do meu marido, Mei Li. Até porque ele não está aqui.
— Mas já ficou viúva?! Huang Mei, você o matou na cama?
— Não seja ridícula! Meu marido está fora, em missão pela Inglaterra.
— Um verdadeiro chefe de família cuidaria primeiro dos seus. - interrompeu Chang.
— O primeiro dever de um soldado é sempre por seu país, Chang. - Elisabeth retrucou. - Darcy está fora para ajudar a liquidar o mal que aflige a Inglaterra há tanto tempo.
— E é sobre isso que viemos. - esclareceu Wuang. - Mestre Liu nos mandou após receber uma visita. Seu pai, Huang Mei.
— Impossível! Meu pai faleceu há um mês. Ele não viajou para a China antes disso e...
A expressão de Wuang mostrou a Elisabeth o seu engano. Mestres como ele e Liu não necessitavam estar na forma física para tratar de assuntos. E isso incluía receber visitas de entes queridos. O senhor Bennet, quando levou as filhas à China para serem treinadas, iniciou uma bela amizade com o mestre chinês. Trocavam correspondência enquanto os navios aportavam na Inglaterra. Depois disso... bem, os sábios tem suas maneiras de se comunicar.
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