A vida continua. escrita por Hoffnung


Capítulo 2
II




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Estava indo à escola com Bia, ela reclamava alguma coisa sobre o Valtinho, mas sinceramente, eu não prestava atenção. Meus pensamentos estavam um pouco distantes dali. Eu sabia que o Daniel ainda estava chateado por eu estar namorando o Nicolas, mas não pensei que fosse me evitar. Já faz um tempo que eu quero falar com ele, mas não o acho, só na hora dos ensaios. Quando eu finalmente consigo ficar perto dele sem os outros fantasmas, ele dá um jeito de escapar. 

— E o Nicolas? - Bia interrompe meus pensamentos. 

— Oi? 

— Como vocês estão? 

— Acho que bem, não tenho como comparar, ele é meu primeiro namorado... 

— Ah Julie, colabora vai, eu sou sua melhor amiga e você vai me poupar dos detalhes? 

— Tá sendo bom sim... - dei de ombros - Ele é bem legal, me entende, e é bem carinhoso - sorri me lembrando. - Mas... Talvez... Por eu ter passado muito tempo fantasiando isso, não está correspondendo às minhas expectativas. Acho que esperei demais... Mas é só o começo, certo? 

— Nenhum namorado é perfeito Jú. - riu - E outra, você disse que sonhava com isso, ele é o cara por quem você sempre esteve apaixonada. Tem noção de quantas pessoas queriam ter essa sorte? 

Suspirei. – Ahaam. - Não me sentia à vontade falando do Nicolas por aí então decidi não estender o assunto, mas ela tem razão. Estou vivendo um sonho. 

Chegamos à escola razoavelmente cedo, então ainda não havia tocado o sinal. Decidi sentar no gramado do pátio enquanto escutava a Bia falar sobre alguns detalhes do nosso futuro videoclipe. Estava distraída puxando levemente uma graminha seca pouco maior que as outras quando eu vejo uma parte do gramado não muito longe de mim afundando como se alguém estivesse pisando em cima. Pisco várias vezes não acreditando, e pouco tempo depois me veio aquela sensação estranha de quando alguém está te encarando. Um dos fantasmas deve estar aqui, Martim e Félix não me assustariam assim, muito menos me seguiriam para a escola... 

— Daniel? - Falo tão baixo que não sei se ele escutaria, mas pelo visto outra pessoa escutou. 

— Daniel? Ele tá aqui Julie? - Bia pergunta olhando para os lados. 

— Não, eu só estava pensando alto... - Olho pro lado procurando algum sinal de sua presença... nada aparente, mas ainda sinto algo perto. - Vou ao banheiro, já volto. - Não deixei Bia responder e fui levantando com pressa, queria conversar com ele, perguntar por que sempre me ignorava. Corri para detrás de uma mureta qualquer da minha escola e depois de alguns segundos sinto alguém me encarando novamente. 

— Daniel, aparece por favor. – Implorei com a voz baixa. 

Nada. 

Olhei para os lados à procura de algo anormal. Deve ter ido embora. Encostei a cabeça nas minhas mãos que estavam apoiadas nos meus joelhos e fechei os olhos, até que senti alguém fazendo carinho nos meus cabelos, sorri e fui abrindo os olhos aos poucos, próximo de mim vejo aqueles enormes olhos castanhos e tristonhos me encarando. 

— Oi. - Ele disse sorrindo torto. – Tá triste? 

Neguei com a cabeça. – Por que? 

— Parece, tá mais pálida, não tá sorrindo... 

— Estou só um pouco mais emotiva que o normal, mas logo melhora... – Ele sorriu, se aproximou, senti que ia beijar minhas bochechas, mas parou à alguns centímetros de distância e virou o rosto. Suspirei. Acho que ele interpretou esse gesto como tristeza pois me fez apoiar a cabeça em seus ombros 

— Às vezes precisamos de um ombro amigo. – Falou num fio de voz, mal pude ouvir, mas senti que ele destacou a última palavra. É, ele não se acostumou. 

Me lembrei dos últimos dias, de como me sentia observada. – Tá me seguindo? 

— Achei que já tivesse se acostumado com isso. – deu de ombros me fazendo revirar os olhos. 

— Não. Não é fácil se acostumar com alguém te seguindo pra todo lugar. 

— Que exagero, não é pra todo lugar, só a maioria. – Sorriu cinicamente. 

— Por que não aparece? 

— Não quero incomodar... 

— Não incomoda. - sorri e ele retribuiu fraco. Me lembrei de uma coisa importante - Precisamos conversar... 

Ele revirou os olhos. - Precisamos? 

— Sim, é que... 

— Tudo bem, vamos lá. – Ele se ajeitou cruzando as pernas. - Como vai você? O que anda fazendo? 

Ri. - Estou falando sério. 

— Eu também. 

— Não é sobre isso que eu quero falar. - Ele bufou e ameaçou a levantar, mas fui mais rápida e segurei seu braço impedindo-o. - Por favor - falei fraco. - Já está me ignorando a semana toda... 

Suspirou. - Não estava te ignorando... Eu... Eu só não queria conversar. – Fechou os olhos e abaixou a cabeça, acho que percebeu que não estava sendo totalmente sincero. 

— Eu não quero que fique esse clima entre a gente. 

— Ótimo, eu também não. Foi bom conversar com você. - disse se levantando. Droga, que cabeça dura! Precisava agir rápido. Me levantei e agarrei suas costas o abraçando por trás. Na mesma hora ele parou, e depois de alguns segundos se soltou. - O pessoal vai achar que você é louca. - disse meio rouco. 

Dei de ombros. - Vai continuar me ignorando? 

Ele suspirou, olhou para os lados, coçou a nuca e eu continuei. - Por favor, Daniel... – Pedi fraca. Ele olhava além de mim, fechou a cara e finalmente concordou: 

— Depois a gente conversa então. - E ele sumiu. Senti passos vindo em minha direção, e antes que eu pudesse me virar para ver quem é, tamparam meus olhos com as mãos. 

Sorri. - Nicolas? - ganhei um beijo na bochecha como resposta. Me virei para ele e o abracei. 

— Oi Julie. - sorriu. - Tá tudo bem? - ele diz olhando para os lados. 

— Tá sim, por que? 

— Ah - ele coçou a nuca. - É que te viram falando sozinha, e quando eu chego você estava abraçando... o... ar? – comentou em tom de pergunta como se não acreditasse em suas palavras. 

— Ah-h-h, é qu-e eu... Tropecei. Sou meio desastrada e, sabe... - ele sorriu em dúvida, mas decidi parar de falar, ele percebeu e mudou de assunto. 

— Já vai dar o horário da aula, vamos entrar? 

Sorri como resposta e comecei a caminhar em direção à entrada ao lado do meu namorado. Ri em pensamentos, era engraçado imaginar Nicolas assim. No caminho ele falava sobre como estava se dando bem com os amigos de RPG, finalmente eles o aceitaram de volta no grupo. Isso em partes é bom, eles parecem ser sinceros e bons amigos pro Nicolas, mas não gostam muito de mim. Vivem me olhando torto, e não me deixam participar do RPG ou xadrez. Não que eu gostasse ou quisesse isso, mas pelo menos faria algo junto com o Nicolas. Sei que cada um deve ter sua vida, e só porque estamos namorando não significa que temos que andar colados o tempo todo, mas... Sendo sincera, nós não fazemos muitas coisas juntos. Ele mal tem tempo pra mim na real. Só saímos as sextas-feiras ou aos domingos, pois nos dias de semana ele ajuda o pai na loja e aos sábados tem o grupo de xadrez. Pelo menos nos vemos na escola... 

— Julie? 

— Huh? 

— Já decidiu? - Nicolas disse um pouco impaciente. Acho que estava me chamando há um tempo... 

— O que? 

— O que vamos fazer na sexta, eu consegui uma grana extra e eu estava pens... 

— Já tenho compromisso Nicolas. - o interrompi. 

— Já?! Com quem? – disse surpreso e levemente irritado. 

— Com a banda, a gente marcou um show... Eu te falei Nicolas. - respondi um pouco chateada, afinal estava falando sobre isso a semana toda. 

— E não dava pra marcar outro dia? 

— Sexta é melhor, estamos planejando gravar o videoclipe no sábado, assim descansamos no domingo... 

— A gente não vai sair no domingo? 

Merda, queria mesmo descansar, mas daria tudo pra passar mais tempo com ele... – Vamos sim! 

— E não vai relaxar? 

— Ah, vou... Depois de sair com você. – Sorri. 

— Não queria te atrapalhar. Depois do show na sexta não dá? – Pensei sobre isso já, se eu chegasse mais tarde meu pai iria desconfiar, eu precisaria contar do meu namoro ou da banda, não é uma boa ideia... 

— Domingo mesmo, pode ser? 

Suspirou. - É o jeito né? - dei um beijo rápido na sua bochecha antes dele ter outra ideia e fui sentar ao lado da Bia. 

Não vou mentir, a aula passou bem devagar, faltava uns cinco minutos para poder ir embora e eu estava arrumando meu material enquanto ouvia Beatriz falando sobre os últimos preparativos do show. 

Respirou fundo e sorriu. - Acho que esse vai ser o maior show dos Insólitos, ainda hoje eu termino o cartaz e amanhã todos da escola já vão estar sabendo. - Sorri. 

— Vamos, amor? - Nicolas diz se aproximando. 

— Ãh, eu vou com a Bia hoje, a gente combinou de ir embora juntas sabe? - o sinal bateu - Vejo você depois, tchau. - Ia dar um beijo em sua bochecha, mas como ele virou o rosto pegou no canto de sua boca. Puxei a Bia para fora da sala antes que ela falasse alguma coisa. 

Assim que atravessamos o portão diminuímos os passos, e pouco mais de um minuto ela começou: 

— Tá, me conta tudo. Nós não combinamos nada, por quê evitou o Nicolas? 

Olhei para os lados procurando algum sinal do meu fantasminha perseguidor, não notei nada então respondi. – Acho que o Daniel tá me seguindo e ele tá chateado por eu estar com o Nicolas... Não quero que ele pense que vou deixar eles de lado só porque tenho um namorado. 

— Chateado? Relaxa Julie, isso é normal, ficaria preocupada se ele estivesse feliz com alguma coisa. Ele é assim e você sabe disso. – Bia nunca soube o que aconteceu naquele dia do parque... Do meu quase beijo com o Daniel. Acho que foi melhor assim, ela iria ficar me enchendo de perguntas e me deixaria confusa... 

— É né? 

— Enfim, hoje eu não vou poder te acompanhar, combinei de ir almoçar na casa do Valtinho, ele disse que quer me mostrar uma coisa importante, então... Beijos, me liga depois. 

— Beijos. – Vi ela caminhando pra perto do Valtinho e decidi seguir meu caminho. Já faltava poucos metros e eu conseguia ver minha casa quase no final da rua, acelerei meus passos até sentir aquela presença... 

— Daniel... 

— Eu. - Apareceu sorrindo. 

— Me seguiu o caminho todo? – Fiquei preocupada, não queria que ele ouvisse minha conversa com a Bia. 

— Não. – deu de ombros. – Estava sentado perto da loja do Klaus quando te vi passar... Tá sozinha. – ele disse meio surpreso, quase pude ver um sorriso nascendo do seu rosto. 

— Pois é, a Bia saiu com o Valtinho. 

— E o.... Nicolas? – senti a dificuldade dele em manter a serenidade na voz ao pronunciar esse nome. 

— Foi pra casa dele. – abaixei a cabeça e fui chutando umas pedrinhas que encontrava no caminho. 

— Brigaram? 

— Não... Só queria ficar um pouco sozinha, pensar é bom. Ele fala demais. – Daniel resmungou alguma coisa, mas não consegui entender nada. 

— Se é isso que deseja... – Ele disse parando, e quando vi que ele pretendia ficar invisível corri para segurá-lo. 

— Gosto da sua companhia. – Disse ainda abraçando-o. 

— Hum... Está... C-carente? – olhei para cima o encarando, não entendi onde ele queria chegar... Essa dúvida parece ter ficado evidente no meu rosto pois ele logo seguiu explicando. – Digo... está mais quieta que o normal, e me abraçando com frequência. Tá tudo bem? 

Daniel poderia ter mil defeitos, mas sempre foi um bom observador e mostrava se importar. Pelo menos comigo.... Precisei de um momento para pensar melhor na sua pergunta, de certa forma está tudo ótimo. Minha banda está crescendo cada vez mais, tenho o namorado que sempre quis, amigos verdadeiros, minha vida está completa, mas... Por que não estou feliz? Cortei minha linha de pensamentos quando vi que Daniel se soltava com certa brutalidade. O encarei sem entender. 

— Não gosta de abraços? 

Ele encarou o chão, colocou as mãos nos bolsos de sua calça. – Não é isso, estamos no meio da rua, qualquer um que passasse aqui ia pensar que você, no mínimo, é louca. – Percebi que ele não falava totalmente a verdade, mas assenti e continuei andando. Ficamos em silencio pelo resto do caminho, cada um perdido em seus pensamentos. Assim que chegamos em casa ele finalmente decide falar: 

— Está entregue... – Disse sem me olhar. Não entendi, ele iria me ignorar de novo? 

— Você vai entrar. 

— Não, eu só t... 

— Estou afirmando – o interrompi – Achei que não ia me evitar mais. 

— Eu não te evito... 

— Sei. – Abri a porta, olhei em volta. Meu pai não veio almoçar, ótimo. Me virei para o Daniel que tentava se entreter mexendo no botão da sua camisa. – Me espera no meu quarto? – ele finalmente me olhou. – Vou almoçar e depois vamos conversar, não quero que fique fugindo de mim. 

Ele suspirou, mas concordou, o vi subindo as escadas e fui esquentar qualquer coisa para comer. Pedrinho ia almoçar na casa do Patrick então iriamos ter privacidade... 

... 

Estava me aproximando do meu quarto quando escutei Daniel tocando meu violão. 

"Lembrar não é o mesmo que 

Viver é bom estar aqui 

Pra te ver e sentir que tudo passa 

E a gente dá risada 

E nada importa mais 

Conte comigo aqui ou em qualquer lugar..." 

Abri a porta lentamente e sorri ao ver ele tocando, parecia tão concentrado. Mas assim que me viu colocou o violão encostado na parede e esperou eu me aproximar. 

Sentei encostada na cabeceira da cama, e bati em uma parte do colchão o chamando para sentar do meu lado, ele suspirou, mas se aproximou. 

— Saudades da época que nós tocávamos. Só nós dois. - comentei fechando os olhos e sorrindo ao me lembrar do quanto ele parecia carinhoso naquela época. 

— É... Era bom. - disse meio emburrado. - Não tinha o panaca. - disse num sussurro, quase não ouvi. Abri os olhos e o encarei. 

— Sei que está chateado com isso. - comecei e ele bufou, mas precisava continuar. - Quero que entenda, eu sei que não gosta do meu... Relacionamento... Mas poderia tentar aceitar, por mim. Sabe, eu me importo com você, e com sua opinião. Daniel, você é importante pra mim e não é o Nicolas ou qualquer outro cara que vai atrapalhar nossa amizade, sei que disse que ia ficar chateado, não posso impedir isso, mas, não quero continuar assim, quero meu amigo de volta... 

— Tem ideia do que está me pedindo? Julie, eu sei que você está feliz com ele, e que de todas as maneiras ele é melhor que eu. Mas se acha que vou aprovar isso está enganada. Com todo o respeito, esse babaca ainda vai te machucar, dá pra perceber só de olhar naquela cara de sonso que ele não é o cara certo pra você. - disse elevando o tom da voz. 

— E quem é o cara certo? Você? 

Ele abaixou a cabeça e negou. - Sei que nunca daria certo, quero que tenha uma vida normal, boa, feliz... Mas, se eu estiver envolvido nisso, essa vida que te desejo não será possível. 

— Daniel... – sussurrei compreensiva. 

— Tudo bem Julie. - disse se levantando. - Eu já estou acostumado com isso, e nem pense em negar, você mais do que ninguém sabe que é verdade. 

Me levantei e o abracei. A verdade dói, ambos nunca seriamos felizes juntos. Ele retribuía fraco meu abraço. - Gosto de você Daniel. Muito. 

Ele se limitou a virar a cabeça para o lado evitando me olhar, mas puxei o seu rosto e o obriguei a me encarar. Pude ver seus olhos tristes, mas isso não o impediu de dar seu típico sorriso cínico. - Não preciso que goste de mim por pena. 

— Não é por pena... 

Se soltou do abraço. - Não preciso de sua caridade Juliana, - me assustei com seu tom, ele raramente me chamava pelo meu nome - já me acostumei com os altos e baixos da vida. Sempre é assim. Você vai crescer, continuar namorando, se casar, formar uma família e nós iremos nos separar. A banda irá acabar e nós iremos sumir da sua vida... 

— Não é verdade... - senti as primeiras lágrimas querendo cair, nunca tinha pensado desse jeito, eu o deixaria no futuro. Deixaria toda essa parte louca da minha vida. Só me restariam as memórias que se tornariam história que contaria para meus netos. 

— Então qual é a verdade? Me diz, porque só vejo essa. 

— Não vou deixar vocês. 

Riu de nervoso. - Você vai construir uma família, não vai ter tempo para três fantasmas, vai ter um emprego e um marido legal. Mais cedo ou mais tarde vai nos esquecer. 

— Daniel, para. - segurava o máximo possível para não chorar. 

— Mas tudo bem Julie, se eu tiver sorte, vou achar uma fantasma legal pra me distrair pelo resto da eternidade. Não direi que seremos felizes para sempre porque nem sei se isso é possível, afinal, já estamos todos mortos. 

Droga. Não consegui mais segurar, comecei a chorar. Acho que ele percebeu meu desespero pois poucos segundos depois veio me abraçar. Uma mão apertava minha cintura me puxando para mais perto enquanto a outra afagava meus cabelos. 

— Desculpa Julie, não queria dizer isso. – ele sussurrava enquanto beijava meus cabelos. - Shhhh, tá tudo bem. Não vai ser assim. - finalmente o encarei. 

— V-voc-ês r-ealm-e-ente v-ão me dei-xa-ar? 

— Não, claro que não, vamos te perturbar pelo resto da sua vida, sempre estaremos aqui. - sentia que a cada segundo que se passava ele me abraçava mais forte, como se tivesse medo que eu fugisse. - Droga Julie, quando disse que estava mais emotiva que o normal não mentiu. 

Ri fraco. - Nã-o que-ero perde-r você-es... - Ele suspirou e pousou o queixo no topo da minha cabeça. 

— Também não quero te perder. - falou tão fraco que nem tenho certeza se disse isso mesmo... Suspirei e aproveitei mais seu abraço. 


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam ♥
Vou tentar manter a frequência de um capítulo por semana, mas se vocês comentarem posso postar antes.
Beijos



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