PDV Freddie Benson

Freddie: O que aconteceu? – Cheguei desesperado ao hospital depois que ela me ligou urgente pedindo ajuda, era madrugada

Sam: Eu não sei, parece que baterem nele, ele ta muito machucado – Respondeu chorando

Freddie: Fica calma – Falei abraçando ela – Aonde ele está?

Sam: No quarto 301, o médico falou que podíamos entrar – Ela respondeu me guiando até o quarto, quando entramos, ele estava enfaixado em algumas partes do corpo, com alguns roxos no rosto e o braço quebrado

Freddie: Fernando, o que houve? – Perguntei assustado ao vê-lo naquele estado

Fernando: Quem são vocês? – Ele perguntou estranho

Sam: Eu não acredito que nessa situação você ta brincando com isso – Ela disse parecendo que sabia identificar exatamente as brincadeiras dele

Fernando – Desculpa, mãe – Disse sorrindo – Eu to muito machucado, mas o médico disse que posso sair daqui uns dias, quando o roxo da perna e da cara estiverem melhor

Sam: Quem fez isso com você?

Fernando: Eu... Não sei – Ele respondeu desconfiado olhando para mim

Freddie: Você tem certeza? – Insisti não acreditando

Fernando: Espera ai... Vocês estavam juntos? Não me diz que ta dormindo com ele, mãe – Falou mudando de assunto enquanto fazia graça

Sam: Para de besteira, garoto, eu liguei pra ele enquanto vinha pra cá, e não muda de assunto, queremos saber quem fez isso

Fernando: Não consegui identificar o rosto deles, mas devia ser um ladrãozinho qualquer, sorte que o cara do Uber chegou e me trouxe pra cá

Freddie: Muito estranho ele não ter levado sua bolsa ou se quer, seu celular... Não sabe dizer se era alguém da escola? – Perguntei suspeitando de algo

Fernando: Sinceramente, eu to muito cansado. Certifique-se de deixar minha mãe em casa, ela precisa trabalhar cedo, não da pra virar a noite aqui

Sam: Nem me pagando que vou sair daqui, sou sua mãe e vou te acompanhar

Fernando: Mãe, eu já sou grandinho demais, não estou em coma induzido, além do mais, o médico me deu uns remédios, daqui a pouco eu vou dormir feito pedra. Então não, você não vai ficar aqui pra dormir em cadeira de hospital

Freddie: Ele ta certo, hospitais são seguros, e você não pode deixar de trabalhar. Qualquer coisa eu posso ficar, amanhã meu dia no escritório está tranquilo

Fernando: Para de ser teimosa

Sam: Que saco hein! Agora eu vejo de onde saí toda essa chatice – Ela disse olhando para nós dois – Eu vou embora, mas assim que sair da escola, eu venho pra cá... Boa noite meu filhinho, não precisa se preocupar que mamãe vai atrás disso

Fernando: Boa noite, mãe. Te amo – Falou se despedindo dela

PDV Fernando Puckett

Freddie: Bom dia, dorminhoco

Fernando: Que horas são? – Perguntei meio roco acabando de acordar

Freddie: Já são 11h37min, o médico disse que era melhor deixar você descansar ao máximo

Fernando: Você ficou aqui o tempo todo?

Freddie: Não, eu fui em casa tomar um banho e trocar de roupa, aproveitei e passei na escola para conversar com o diretor... A notícia boa é que ele te dispensou da detenção, mas a ruim, é que não conseguimos identificar ninguém pelas câmeras, infelizmente o ângulo é ruim

Fernando: Oh, que pena – Falei tentando disfarçar o fato de ter gostado daquela notícia

Freddie: To vendo como ficou triste – Ele disse desconfiando – Graças a tecnologia, eu consegui entrar em contato com o motorista que te ajudou, e ele me ajudou bem mais que você

Fernando: Ah vei, deixa isso pra lá, pra que arrumar problema pra cabeça? – Perguntei

Freddie: Quando você fala “vei” é no sentido de idade?

Fernando: Não – Respondi rindo – É uma gíria

Freddie: Ah... Mas enfim... É bem estranho que você não consiga se lembrar de ninguém, visto que o moço disse que eram três homens, aparentavam ser da mesma idade que a sua, e usavam a mesma blusa de frio com o logotipo da escola... Coincidência maior ainda foi o Dylan chegar além da hora em casa, com roxos maiores no rosto – Ele falou e eu suspirei forte

Fernando: Ta dando uma de detetive é? – Perguntei irônico desviando o olhar

Freddie: Não precisa ser profissional para ligar as coisas, vocês brigaram a tarde, eu contei que eram irmãos, e a noite te espancam – Disse em um tom rígido – Você ta com medo de falar?

Fernando: Medo? Para né... Eu só to cansado de confusão, vai adiantar o que eu falar? Se os pais desses meninos não souberam educar mais cedo, não vai ser agora que vão aprender modos

Freddie: Eu só quero que você entenda, que independente de ter sido o Dylan ou não, você precisa contar a verdade, é caso de denúncia

Fernando: Envolver a polícia é desnecessário... Sério, Freddie, eu não to bem, preciso fazer minha higiene. Obrigado por ter passado a noite, mas me deixa sozinho agora, no momento só quero esperar minha mãe mais tarde – Disse me levantando e indo ao banheiro devagar

Freddie: Eu entendo que você quer descansar, mais tarde eu volto – Falou se despedindo e me deixando ali, eu só queria encerrar essa história logo

(...)

PDV Dylan Benson

Dylan: Com licença – Falei entrando no quarto de hospital

Fernando: O que você quer aqui? Cuidado que os seguranças podem pegar você hein – Ele falou com raiva

Dylan: Vim em missão de paz... O diretor entregou essas tarefas pra Melissa, pra ela te entregar quando te visse, eu já fiz todas elas – Disse entregando os papéis pra ele

Fernando: Quem diria que você domina matemática – Falou irônico

Dylan: Eu não sou burro, só não gosto de fazer essas coisas né, mas como imaginei sua atual situação, resolvi adiantar seu lado

Fernando: Quer que eu te peça obrigado?

Dylan: Não precisa, eu vou ser bem direto... Vim pedir desculpas pra você

Fernando: Se o Freddie te mandou aqui, é melhor voltar, não precisa fazer as coisas forçado

Dylan: Meu pai nem sabe que estou aqui, falei que iria ficar treinando depois da aula... Espera ai, você disse que fui eu?

Fernando: É claro que não, to cansado desse joguinho, por ele eu devia te entregar a polícia

Dylan: Esse é o certo, olha seu estado, eu sou muito burro mesmo... Se você não falar, eu vou contar, pro meu pai, diretor, polícia, sua mãe

Fernando: Não é pra contar pra ninguém, tu nem tem idade direito pra ter ficha

Dylan: Me desculpa, o ódio me dominou, isso foi muito errado, o certo seria ter feito as pazes quando descobrir a verdade

Fernando: Olha, em momento nenhum eu imaginava ganhar um pai e dois irmãos, pior ainda seria imaginar ganhar uma surra

Dylan: Assim que eu sair daqui vou contar a verdade, tenho que assumir as consequências, vou admitir sozinho que bati em você

Sam: O QUE? – Ela perguntou sem acreditar entrando no quarto

Fernando: Mãe, o que você ouviu? – Ele perguntou assustado

Sam: Eu não acredito que você bateu no Fernando – Disse com raiva

Dylan: Senhora, me desculpa

Sam: Olha aqui moleque – Falou me segurando pelo colarinho – Você é muito folgado mesmo

Fernando: Mãe, por favor... – Ele disse se levantando da cama

Dylan: Não faz nada comigo, eu vou assumir toda a culpa – Pedi quase chorando...