Aposta escrita por Lostanny


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Sorry pelas inconsistências e erros que tiver, estou com sono, mas não queria atrasar tanto o dia deles haha ;; q



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O tempo se comporta como espiral quando você menos percebe, volta ao seu início, em um espaço presente que não devia mais aceitá-lo, o que, entretanto, não impede seu papel. Ele também pode seguir em frente, como um ponteiro de relógio, mas quem lembrará disso, além do pêndulo do eterno retorno?

Como a lua, são várias as faces dos pesadelos cotidianos: do dia menos pior ao mais desagradável de fechar a garganta, impedindo a fala.

A cor vermelha surgia com tanta personalidade, determinação, violência, traduzindo uma força visível. Ainda assim, ele era também tão verde, e azul, e roxo, e amarelo, rosa também. Osomatsu era a linha que os amarrava em um mesmo lugar, de destino, de sangue que corria em cada um.

Vermelho! De manipulação? Receio? Tirânico? O determinador comum, o sem rosto? Era um rosto cheio de dificuldades de entendimento. Todomatsu via seus próprios questionamentos aparecendo uma hora ou outra.

Mas aquele rosto cheio de tudo, dúvidas fazendo transbordar aquelas lágrimas de causar desconforto? Todomatsu se limitou a apoiar as mãos nos ombros de Oso, abaixado em uma mesma altura que o irmão estava, e disse com a voz mais tranquila:

—... não precisa se atormentar com nada disso, Osomatsu-nii-san. Todos eles vão voltar, como eu voltei agora. Talvez não do jeito que você espera, mas eles vão sim, com certeza... e até que esse dia chegue...

“Você será meu, e apenas meu, tudo bem?” Era o que Todomatsu queria lhe dizer, mas se interrompeu, mordendo o lábio inferior. Como ele queria monopolizar aquele vermelho... Mas não poderia ser ali, não quando não tinha certeza.

— Todomatsu? — Oso disse, sem entender porque o outro tinha se interrompido, fungando um pouco, limpando o rosto como podia.

— Só estava pensando um pouco, só isso. — Todomatsu disse com o mesmo sorriso calmo de antes, abraçando Oso enquanto reprimia os pensamentos anteriores dele. — Eu vou ficar contigo, nii-san, então não precisa ficar se sentindo sozinho. Desculpa, mas eu precisava fazer isso, como os outros, espero que um dia você nos entenda...

— Eu entendo o suficiente disso, Todomatsu. — Osomatsu disse, aborrecido, e o rosto esquentando por aquela afeição demonstrada. — É só... isso continua sendo uma desgraça. Mas valeu... valeu mesmo.

Eles se levantaram, e Oso acabou por desviar o olhar de Todomatsu, cruzando os braços. Quando Osomatsu estava assim, era difícil de lê-lo. Então, o sexto irmão estava esperando por qualquer coisa. Quando aquela falta de palavras já estava começando a lhe dar desconforto, Oso disse pensativo:

— Seria bom uma bebida agora... você bem que podia pagar uma para mim, né, Todomatsu?

— Mas é um folgado mesmo, hein? — Todomatsu disse com alguma indignação, mas logo passou e ele foi checar a sua carteira. — A gente vai, mas só depois de você tomar um bom banho gelado que você está imundo! Fique agradecido que eu tenha interagido contigo nessas condições!

— Que...? Nada disso! Eu estou muito bem, obrigada! — Osomatsu disse, mas já com algum temor na voz.

Não teve jeito. Oso só se viu sendo arrastado pelo mais novo para o banheiro deles, e trancado com chave e tudo depois que lhe foi entregue um moletom amassado, mas limpo, que Todomatsu tinha encontrado entre as coisas dele.

— Só sai daí quando estiver limpinho, e não invente nada! — Todomatsu disse com as costas encostadas na porta.

— Eh...? Você não quer me ajudar, Todomatsu? Não tô com vontade de fazer todo esse trabalho sozinho!

— Você vai ficar bem, Osomatsu-nii-san, não temos pressa. — Todomatsu disse, sentindo-se um pouco tentado, mas se policiou, escorregando as costas na porta até que se visse sentado no chão, escondendo o rosto quente de si mesmo, prensando as mãos contra as bochechas.

O tempo era o seu rival, um dupla-face como ele que atuava de forma conveniente dependendo da cabeça de quem atuava. Como ele também. Contudo, Todomatsu, assim como feliz ou infelizmente não estava atuando, não estava de brincadeira também: venceria aquele tempo que atuava no irmão.

Um de loop desagradável que mais destruía aquela vivacidade no vermelho que qualquer outra coisa.

Nunca havia sido do tipo impaciente, pelo menos, quando se tratava do jogo que ele estava jogando, suas apostas: só jogava para ganhar.

Ele ganharia aquele coração vermelho como sangue daquele destino infinito nem que tivesse que apostar o tempo de sua existência para isso.


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Notas finais do capítulo

Até!