Steal Your Heart AU escrita por MusaAnônima12345


Capítulo 31
O Encontro Perfeito? - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

OLÁÁÁÁÁ, TUDO BOM COM VOCÊS? :)

Gente, eu agradeço por todo mundo que está acompanhando. Obrigada a todos. Saibam que esses capítulos que não são focados nos personagens originais do canon também são muito importantes para SYH, por isso estou dando foco para eles. Laura, Diego, Jacques, Kattie, Louis, e companhia limitada SÃO personagens importantes para um todo. Quando chegarmos nas partes de ação e mistério vocês entenderão melhor... Ah, é mesmo. A partir do próximo capítulo as coisas mudam! Huehuehue :v

Sem delongas, eis o novo capítulo! ;)

Capítulo postado dia 19/04/2019, às 17:13.



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Laura

— Ei, quem te deu o direito de mexer no meu guarda-roupas garota? – o mexicano me questiona parecendo indignado pela minha ousadia, me fazendo revirar os olhos analisando algumas roupas esquisitas do mesmo. – Sabe o que aconteceu com a última pessoa que fez essa proeza me desafiando?

— Não, e pra ser sincera? – me viro rapidamente para ele fingindo pensar por um segundo. – Não tô nem aí. Eu vou continuar revirando suas roupas até você estar aceitável para nós nos encontrarmos com a Lila. – respondo, dando ombros. – Pergunte ao seu amiguinho aí, se eu não sei escolher roupas. Ele só está “arrumado” agora porque eu quase tive que vesti-lo contra a vontade dele.

— Não seja tão exagerada Laura. – ouço Jacques dizer com um sorriso pretensioso. – Você jamais iria conseguir concluir essa tarefa sem parar na metade do caminho.

Respiro fundo. Minha paciência já tinha ido pro espaço. Volto a olhar para o loiro mexendo distraído no celular enquanto Diego dividia o olhar desentendido entre nós dois. O loiro já havia me decepcionado muito naquela manhã, tirando totalmente o meu bom humor com a “declaraçãozinha de amor platônico e impossível” pela melhor amiga da Marinette. Por favor, não mereço ficar ouvindo agora que “não suportaria ver Jacques quase nu”. Menos. Menos.

— Você acha que todas as garotas são iguais não é Jacques Olivier? Pois saiba que você realmente não sabe nada de nós, mulheres. As mulheres são seres muito mais independentes e complexos do que você pode imaginar meu querido, então não me venha com esse papo de “ai, a Laura não conseguiria me ver sem camisa e ficaria totalmente embasbacada com meu tanquinho de meia-tigela”, porque você é um completo idiota pensando isso. – disparo, pegando três camisas, três calças que achara e jogando encima da cama do meu melhor amigo que nos encarava sem entender nada. Melhor assim. O loiro ainda abre a boca para dizer alguma coisa, porém eu lhe ignoro totalmente, me virando para o Broussard. – Levanta dessa cadeira de rodinhas homem, postura.

Ele fica de pé, me encarando confuso por trás das lentes dos óculos. Arrumo meus conjuntos e coloco as mãos na cintura, pensativa.

— Então, vai funcionar assim. – anuncio, apontando para a cama quase vestida. – Você vai colocar cada um desses conjuntos para que eu possa ver como vai ficar em você e decidir com qual você se sente bem pra ir a esse encontro com a Lila. – explico rapidamente, agarrando um conjunto de uma camiseta preta lisa e um jeans azul marinho e lhes jogando no mesmo com um sorriso. – Vai, não temos muito tempo.

— Eu não sei se é realmente uma boa ideia Laura... – começa, fazendo uma careta ao franzir a testa no processo. – Eu...

— Ah, qual é cara? – solto, cruzando os braços. – Você quer ou não quer que a Lila seja sua namorada?

— Eu também queria que existisse um anime de Metroid, mas não dá pra ter tudo na vida! – Diego rebate, me fazendo balançar os braços sem saber o que dizer. Ele olha para os conjuntos que havia feito e depois me encara de novo. – E o que tem de errado com as minhas roupas para você ter que fazer esses “conjuntos infalíveis da senhorita Novaes”?

— Hum, eu já sei o que é isso. – murmuro, estalando os dedos de repente. Pego meu celular. – O que tá faltando é uma boa música pra levantar nossos ânimos. – o empurro para seu banheiro do outro lado do corredor e fecho a porta. – Anda logo aí dentro! – grito, voltando rapidamente para seu quarto e ligando meu telefone em seu rádio.

Vou te dar um bom conselho, pode confiar

Se você quer aquela garota, vou te ajudar

Antes de dizer que não vai conseguir

Só preste atenção e me escute até o fim

O primeiro dos três look’s de Diego nos é apresentado quando o mexicano entra de novo no seu quarto com uma cara meio... Engraçada. Eu havia escolhido uma camisa social preta de manga longa que com aquela calça jeans ia ficar show de bola, mas parecia que ele não tinha curtido muito meu ponto de vista quando olhou no espelho da porta do guarda-roupa e fez uma careta.

— Fala sério Laura, eu tô parecendo meu pai. – reclama, balançando a cabeça, contrariado. – Não, definitivamente esse aqui não.

— Talvez se você desse uma arrumada marota no seu cabelo... – sugerir, gesticulando com uma das mãos. Ele nega, assaltando o segundo look ao meu lado sem antes me dar um sorriso irônico.

Ao meu lado ouvi a risada nem um pouco disfarçada de Jacques. Suspiro, irritada com suas gracinhas na hora errada.

— Eu disse que seria um desastre. – me lembra, cruzando os braços e olhando para a porta com um sorriso. – Acho que vou chamar a Tuggi para dar umas boas risadas comigo.

— Não se atreva. – sibilo, lhe encarando com um olhar ameaçador. – Se fizer isso te deduro pra sua mãe que foi você que quebrou aquele porta-retratos de família quando você tinha cinco anos.

Você deve ser charmoso

Mas não pretencioso

E mostre confiança

Chame-a pra dança

Quando Diego apareceu de novo nenhum de nós três conseguiu segurar as risadas – conseguira descontraí-lo ao menos um pouco. Era um moletom amarelo canário com um dinossauro verde que pra mim – pelo menos quando tinha pego no armário – parecia fazer parte das cores escolhidas com calças preta e longas, que me fez lembrar na hora do Garibaldo da Vila Sésamo, aquele desenho daorinha que passava no Brasil durante minha infância. Ele me encarou e abriu os braços com uma careta que claramente dizia “Sério garota? Quer que eu pendure um abacaxi na cabeça e saia requebrando por aí também?”. Faço um gesto pra ele ir para o banheiro de novo e jogo o último conjunto que havia criado quase chorando de rir.

Cuide do visual

E então, quando ela te ver

E te achar um cara legal

Apenas seja você.

E então, quando tudo parecia perdido, Diego – finalmente, depois de uma cena dessas de rir que nem um verdadeiro porco e quase engasgar com a própria saliva - entra com o conjunto perfeito para sair. Era uma camisa cinza escura com o desenho de uma bateria e “Sabaton” escrito na altura do peito com uma calça jeans mais clara. Os sapatos combinavam perfeitamente e aquela calça tinha umas correntes que o deixaram com o estilo de um verdadeiro “nerd roqueiro” do jeito que só o Dieguito poderia ser. Bato palmas, feliz com aquele resultado, me levantando da cama do mesmo com um pulo.

— Perfeito. – comemoro, lhe analisando rapidamente. – Dá uma voltinha pra eu ver como você ficou.

— Que voltinha o que Laura, me respeita sua abusada. – o mexicano solta, arqueando uma sobrancelha. Respiro fundo de novo para não chegar num nível negativo de paciência perdida.

— Me obedece, seu animal. – ordeno, segurando seus ombros e lhe virando para ter certeza que estava perfeito. – Olha, você tá ótimo assim. O visual você já tem. – lhe sacudo levemente e lhe encaro nos olhos.

Você quer impressionar?

Então vou te mostrar

Quer a Lila conquistar?

Então vou te mostrar

Começo a falar que ele deveria agir normalmente, como se a Lila não fosse apenas a paixão platônica em questão. Diego não tinha autoconfiança nenhuma sobre as questões que não lhe exigiam a razão ou qualquer que fosse a lógica da situação: não sabia ouvir o que seu coração dizia. Não que eu fosse a melhor pessoa pra isso – meu coração me levava a fazer as piores merdas da minha vida -, porém ali, entre nós três eu era a melhor opção a se seguir.

— Você tem que ser você mesmo Diego. – conto, bagunçando seu cabelo para ver de qual lado melhorava sua aparência. – Tipo, se arrumar e agir como você, e se transformar em outra pessoa completamente diferente para impressionar alguém tem muita diferença. – falo, apontando para seu reflexo no espelho.

— Para, para, para, para! Cartão vermelho na área! Nós três sabemos que essa história de “seja você mesmo” só funciona se você for, sei lá, o Robert Downey Jr. ou o Henry Cavill. – Jacques retruca, em seguida encarando o melhor amigo. - Me diz aí Diego, você é um galã de cinema que interpreta algum super-herói da DC Comics?

— Não que eu saiba.

— Você é um gênio, playboy, milionário e filantropo?

— E o babaca que ele é nos quadrinhos? Não, obrigado.

— Então esse conselho da Laurinha não vai funcionar. – o loiro declara me encarando com um sorriso vitorioso. - A primeira coisa que você tem que fazer é parar com tudo... tudo... isso!

— Mas você está apontando para eu todo! – Diego exclama.

— Exatamente! Pare de ser tão... “você”. – arquejo com tamanha idiotice. O observo se apoiar no mexicano e prosseguir: - Isso é ótimo quando você está com amigos, mas se for para conquistar uma garota...

— Diego, não ligue para esse tonto. – peço revirando os olhos mais uma vez. Já estava virando hábito. - Ele entende tanto de garotas quanto eu sei de física quântica. – atravesso o quarto e toco em seu ombro de leve. - Escuta, pode parecer uma boa ideia inicialmente fingir ser alguém que você não é de verdade, mas e se ela se apaixonar por essa imagem falsa? Ela vai se decepcionar quando ver quem você é de verdade, e eu duvido que você consiga interpretar esse personagem por muito tempo sem ficar forçado.

— Olhe pelo lado bom: pelo menos ela vai se apaixonar por você por um breve momento. – o loiro comenta e eu suspiro de raiva.

— Jacques, agora já deu dessas suas brincadeirinhas. – falo, séria.

— Não é brincadeira. – ele assegura, sério também. Ele não tira aqueles olhos de cima de mim. -  Essa Lila, por quem o Diego está apaixonado, você faz ideia de quem é?

— É claro que faço. – rebato, como se fosse óbvio. - Ela é Lila Rossi, minha colega e nova amiga das aulas de dança.

— Não, Laurinha, ela é Lila Rossi, filha de Mario Rossi, que trabalha na Cinnecittà, a Hollywood italiana. – Jac explica e a próxima frase que ia soltar – nem um pouco agradável – morre na minha garganta.

Diego quase se engasgou com a própria saliva ao ouvir aquilo.

— A Lila é atriz? Você está brincando, não está, Jacques? – Dieguito indaga, pálido.

— O pai dela conhece o cineasta Roberto Benigni. – o mesmo acrescenta, sem olhar para o cara.

 - Ok, dessa eu não sabia. – confesso, balançando a cabeça lentamente. Meus olhos encontram os questionadores do Broussard e dou um sorriso sem graça. - Bom... é que eu conversei uma vez com a Lila e, bem... ela me contou que seu pai trabalhava com cinema italiano, mas ela disse que ele trabalhava só com filmes B.

— Ela é uma atriz famosa? E o pai dela é cineasta? – ele praticamente grita.

— De filmes B, Diego, filmes B... – repito, me sentando em sua cama e colocando a mão na testa.

— E daí se são filmes B? John Wayne começou a carreira dele assim antes de virar um dos maiores nomes do faroeste! – ele explode. -Como é que eu vou impressionar uma atriz, que provavelmente deve conhecer dezenas de galãs de cinema?

— Me escuta, Diego. Também não é assim, tá legal? – solto, perdendo minha paciência. - Vocês homens fantasiam muito em cima do que as mulheres pensam. Tá, ela trabalha com cinema, e daí? Se você apenas for um cara simpático, bem-apessoado e atencioso, ela vai gostar de você.

Você só tem que obedecer

E então você vai ver

Você vai ser (vai ser)

 

Você vai ser o cara (vai sim!)

— Pfff, faz todo o sentido. Quer dizer, se eu fosse um modelo famoso, que conhecesse dezenas de garotas lindíssimas e atraentes de vários lugares, eu não ia me apaixonar por nenhuma delas, e sim por alguma garota magricela e descabelada que eu conheci por aí. – Jacques retruca, cruzando as pernas na cadeira de rodinhas que estava sentado.

Aquela garota não liga pra caras normais

Se você quiser conquista-la vai ter que ser mais

Toda menina sonha com o mais bonito, forte ou popular

Então preste atenção e tudo isso você será

— Você precisa cantar a Lila, cara. – Jacques instrui e eu fico boquiaberta com tamanha orientação ridícula. – Assim, coisas do tipo "Meu amor é igual ao mapa de 'Minecraft': infinito e cheio de surpresas", coisa que é bem o seu estilo nerd mesmo, e...

Se ela quiser tua atenção

Se faça de durão

Não vá se submeter

Ela que venha até você

— Isso é ridículo. – protesto, balançando a cabeça levemente. – Apesar dessa cantada não ser ruim. – considero, levando uma arqueada de sobrancelhas de Jac. – Mas mesmo assim continua ridículo. Você está dando os piores conselhos que poderia dar para o Diego. Tá pior do que ele me falando qualquer coisa que seja relacionado aos joguinhos chatos dele. – olho em sua direção. – Sem ofensas.

— Não ofendeu. – ele murmura, e volto minha atenção para meu “melhor-duvidoso-melhor-amigo-de-infância”.

Se quiser só ficar, fique

Se ela tiver ciúmes, não ligue

E aconteça o que acontecer

Sério cara, não invente de ser “você”

— Não é assim que se conquista uma garota Olivier. – afirmo, lhe encarando nos olhos e em seguida para o garoto agarrado ao seu ombro. – Não vá pelos conselhos dele cara, ele só está te levando pelo caminho mais torto. – digo, apertando meus punhos.

— Ah, é muito mais fácil de fazer de sentimental e pagar papel de trouxa na frente da garota que você tá afim né Laura. – o loiro retruca, sacudindo o nosso companheiro. – Eu também quero que o Dieguito aqui seja bem-sucedido hoje.

Ambos olhamos para o mesmo em busca de alguma reação, ao mesmo tempo – e na boa? Eu queria muito dar um soco na cara do Jacques.

Você quer impressionar?

Então vou te mostrar

Quer a Lila conquistar?

Então vou te mostrar

 

Você só tem que obedecer

E então você vai ver

Você vai ser (vai ser)

 

Você vai ser o cara (vai sim!)

Você vai ser o cara (vai sim!)

— Não é assim que se conquista alguém. – repito novamente, para enfatizar tal fato em sua cara. – Muito menos a Lila. – acrescento revirando os olhos mais uma vez. – Você vai fazer papel de idiota se seguir os conselhos do Jacques.

— E então cara, o que é que vai ser? – Jac indaga, cruzando os braços. – Vai ouvir os meus conselhos, do seu melhor amigo, que te conhece há mais de cinco anos, ou da Laura que acabou de chegar e já tá sentando na janelinha?

Diego respira fundo e esfrega o rosto.

— Laura, isso não vai funcionar. – ele começa, olhando pra mim. - Não tenho estilo e sequer sei dançar! – conta, gesticulando nervoso. Olha pro garoto ao meu lado e fez um gesto exasperado. - Jacques, quer que eu seja durão e fale nesse tom? Eu sou o Diego, não o John Marston!

— Vamos lá, mostre o que aprendeu. – solto, colocando as mãos na cintura.

— Vamos lá cara, faça como eu. – o filho do policial fala, balançando as mãos.

Reviro os olhos ao pensar num segundo Jacques na minha vida. Seria completamente estúpido um Diego – o mesmo que eu já conheço até demais – agindo como um playboy de quinta como era nosso querido companheiro loiro. Ou pior: uma cópia de um segundo Adrien Agreste. Para minha surpresa até que ele não se saiu tão mal assim tentando me cantar para mostrar do que era capaz.

— E aí coisa linda. – ele começa, chegando perto e por um momento me deixando assustada com sua aproximação repentina enquanto segura meu queixo com a mão tremendo. Ele passa a mão dramaticamente na franja do cabelo enquanto eu levanto uma sobrancelha questionadora de volta, pedindo para que continuasse. - Não sou um Jawa, mas meus olhos brilham quando te vejo.— solta, dando uma piscadela exagerada que consegue me fazer rir.

— Yo gusté mucho de ese nuevo Don Juán, aquí presiente. – zombo do mesmo, ignorando o constrangimento que começava a desaparecer lhe empurrando de leve para trás. – É, até que não foi nada mal pra um teste. Apesar que eu acho que se fosse a Lila ela não entenderia a referência. Gracías por he tentado. Estoy emocionada. – brinco, colocando uma das mãos na testa e o fazendo rir.

— Quer saber? Acho que vai dar! – o mexicano solta, por mais incrível que pareça, animado pela primeira vez desde que chegamos ali. - Se eu não jogar, não dá pra platinar! – ele balança a cabeça, parecendo se convencer do que estava dizendo. - É uma garota, não uma joia de outro mundo. Agora é para valer, eu vou fundo!

— É assim que se fala! – exclamo, feliz. Juntos eu e o idiota do loiro de olhos azuis agarramos os braços de Diego para enfim irmos nos encontrar com Lila no nosso ponto de encontro.

Você só tem que obedecer

E então você vai ver

Você vai ser (vai ser)

 

Você vai ser o cara (vai sim!)

Antes de sairmos paro os meninos e levanto meu celular pro alto para tirarmos uma foto. Nós três arrasamos e sorrio comigo mesma ao ver que estávamos incríveis. Dando risada por ter desbancado Jac em suas ideias estúpidas de como conquistar uma garota e totalmente animada por meu plano estar dando certo deixo o pensamento que me atormentava todos os dias em Paris no fundo da minha mente.

Um dia ter que deixar tudo isso pra trás.

Você vai ser o cara!

***

Diego

Quando estávamos a apenas um quarteirão do ponto marcado com a Rossi eu começava a perder toda a confiança que Laura havia me dado poucos minutos atrás. Minhas mãos começavam a suar com o nervosismo que ameaçava me fazer correr de volta para casa e me esconder debaixo da minha cama. Ouvia a brasileira repetir que estava tudo bem, que eu não podia desistir aquela altura do campeonato, que aquela era enfim a oportunidade que eu conquistaria a italiana e um monte de outras coisas positivas que começava a me arrepender de ter dado atenção. Eu meio que notei que ela e o Jacques não estavam muito bem – na verdade era impossível não ter notado – e queria evitar maiores confrontos entre ambos, mas agora era eu que estava pensando na arte que eu havia feito.

— Laura, eu acho que não é uma boa ideia. – repito mais uma vez para que a mesma ouvisse. Ela bufa e para de andar, me encarando com impaciência. – É sério, talvez seja melhor cancelar esse seu “rolê” todo e todo mundo ir pra casa e...

— Sério que você vai amarelar agora cara? – meu melhor amigo indaga, arqueando as sobrancelhas, parecendo se divertir. – Porque se for isso mesmo essa aqui tem que me pagar cinquentinha.

— Vocês apostaram? – exclamo arregalando os olhos. Ambos disfarçam o olhar para a rua. – Eu... Não acredito nisso! Como eu pûde ser tão idiota a ponto de ouvir vocês dois?  

— Diego, não se trata de dinheiro nenhum... – a brasileira começa, e antes que eu pudesse dizer alguma coisa nós três somos interrompidos por uma voz que me faz congelar.

— Laura! – a Rossi chama novamente a alguns metros de distância com um sorriso no rosto, acenando e vindo na nossa direção.

— Lila! – a brasileira rebate, se esquecendo de minhas paranóias e indo abraçar a morena com força. Quando ambas se viram de volta para nós eu mal conseguia respirar. – Bem, acho que você já conhece esses dois, mas caso não te apresento Jacques – aponta para o loiro de braços cruzados que lhe cumprimentou com um aceno de cabeça e em seguida aponta na minha direção – e Diego. São meus melhores amigos que não me deixam passar nada.

— Olá. – a italiana solta com um mínimo sorriso e quando se volta pra mim me coração acelera tanto que pensei que iria ter um ataque cardíaco. – Oi Diego. Você está bem? Parece que viu um fantasma.

— Eu... Hã, eu... – gaguejo, tentando pensar em alguma coisa inteligente para se falar. Um pisão de Jac no meu pé faz meu cérebro funcionar na base de um grito de dor. – Eu tô bem, tô bem sim eu... E vo-você c-como está?

Lila dá uma risada fraca e balança a cabeça.

— Estou bem. – responde, se voltando para a Novaes. – E então, onde nós vamos? Confesso que estou com fome a essa altura do campeonato.

— Achei que não fossem perguntar. – a mesma rebate, começando a caminhar na frente. – Sigam-me ó nobres súditos, enquanto sua querida companheira estrangeira os leva até ao lugar certo para se comer a melhor comida do mundo: a comida brasileira.

— Eu acho um pouco difícil de acreditar que o Brasil supera as nossas comidas garota. – o loiro do nosso grupo solta, provocando minha melhor amiga. – Vou ter que ver pra crer.

— Bem-aventurados os que não viram e creram seu babaca. – Laura retruca, me fazendo dar uma gargalhada e até mesmo Lila dar um sorriso de canto. – E outra, se você quiser só ver não vai comer, o que é muito triste já que todo mundo aqui vai querer comer mais.

— E o que tem de tão interessante assim nesse lugar? – a italiana questiona, curiosa. Não consigo aguentar minha cara de curiosidade também.

Nós havíamos parado diante de o que parecia uma lanchonete, um bar e uma casa noturna ao mesmo tempo. O letreiro luminoso encima da porta de entrada estava escrito em francês: “Nuit pauliste ”. Achei curioso o fato do nome daquele lugar estar em francês e o ritmo lá dentro ser diferente de tudo o que já tinha escutado em Paris. Tudo chamou minha atenção, principalmente a decoração: era cheio de coisas - do país natal de Laura supus - tipo uma mesa de pebolim, outra de futebol de botão, tinham alguns souvenires baianos e natalenses na bancada do possível dono do restaurante. Observo Laura ir até uma mesa marcada com o número 5 e trato logo de ir atrás. Lila se senta ao lado de Jacques enquanto eu e Laura sentamos do outro lado. Assisto a brasileira acenar para alguém e magicamente quatro cardápios aparecem diante de nós.

— E então, o que vão querer? – o mesmo garçom pergunta em voz alta.

Enfio minha cara atrás daquele livreto fingindo escolher alguma coisa enquanto todo mundo também faz isso, mas principalmente para recuperar meu fôlego e disfarçar meu nervosismo. Mais cedo do que imaginava sinto um cutucão no meu cotovelo e vejo uma Laura indicando a italiana com um aceno de cabeça insistente. Faço uma careta e arregalo os olhos.

— O que você quer que eu diga? – cochicho para a mesma, sem saber o que deveria fazer agora.

— Fala qualquer coisa, garoto. – cochicha de volta, indicando a mesma com os olhos de novo. – Puxa assunto com ela.

— Diego, o que você acha de... – Lila começa, abaixando levemente o cardápio do seu rosto.

— Acho que você fica ótima com isso! – digo, lhe apontando com a mão num movimento que quase arranca meus óculos. Infelizmente ela me encara visivelmente confusa.

— Você acha que eu fico ótima com feijoada e picanha ao molho madeira? – a italiana me questiona com um sorriso de lado.

Ótimo Diego, ela tá rindo de você agora. Feliz de estragar todas as suas chances?

— Bom, sim, quer dizer, eu acho que parece ótimo! – gaguejo, tentando consertar a besteira que eu tinha falado. - Acho que vou querer um pouco disso também.

— Maravilha! – a Novaes solta, fechando seu cardápio e encarando o garçom que nos encarava com um sorriso despojado. – Traga quatro, por favor, e avise a eles que eu quero falar com os dois daqui a pouco.

— Pó deixar. – o mesmo responde, anotando os pedidos e desaparecendo aos gritos com alguém.

— Então... – eu começo, procurando algum assunto para que pudéssemos conversar sobre alguma coisa. – Laura, fala um pouco do Brasil.

— Ah... – a morena parece surpresa de repente, mas no mesmo instante volta ao normal. – O Brasil é enorme, é lindo. Temos florestas de todos os tipos e tamanhos, animais exóticos e alguns em extinção, neve no sul e um clima quente e seco em boa parte do nordeste.

— Clima seco? – Jacques repete, e a mesma assente, visivelmente o ignorando.

— Tipo um faroeste? – especulo, num palpite.

— É, mais ou menos isso. – Lau responde, com uma risada.

— Caramba, se for assim mesmo, fico imaginando se não daria para gravar uns bons filmes lá. – comento, arrumando os óculos. - Tipo uma versão cinematográfica de Colt Miller. Um filme baseado em “Sequestro nas Colinas do Vento”, ou “A Mão Vermelha”, ou “O Longo Braço da Lei”, essa é a minha história favorita.

— Meu pai trabalha com essas coisas, e vive me arrastando para isso. Acho que ele quer ser o próximo Sergio Leone. – Lila comenta, apoiando os braços na mesa.

— Pfff, mas aí já é muita ousadia do seu pai, você vai ter que me desculpar. – solto, lhe encarando com uma sobrancelha arqueada e não consigo segurar uma boa risada. - Para ele se tornar igual ao cara que criou a Trilogia dos Dólares e transformou Clint Eastwood numa lenda, ele ainda vai ter que comer muito feijão. Se tornar igual ao Sergio Leone, onde já se viu...

— Eu sei, Diego. Já entendi... – Lila rebate de volta, me encarando com olhos sérios.

— Eu... Hã... – gaguejo, nervoso mais uma vez. – Me desculpa, não foi isso que eu quis dizer...

— Você não tem que se desculpar de nada. – a italiana devolve, começando a puxar assunto com a brasileira ao meu lado.

Que coisa, eu não dou uma dentro! Primeiro eu banco o pateta, depois eu falo isso do pai dela? Eu nem conheço o cara! Tá tudo dando errado! Eu não consigo dizer duas frases sem soltar uma gafe na frente da Lila! Eu tenho que sair daqui logo!

 - Picanha! – um cara gordo aparece do nada entre mim e a minha melhor amiga enfiando uma estaca de ferro rodeada de carne e saca um facão das costas. É lógico que não ia prever que ele ia SOMENTE cortar a carne pra nos servir e gritei, completamente assustado.

— Você está bem? – Lila me pergunta enquanto sua amiga ri da minha cara sem disfarçar nem um pouco. Ela parecia se divertir cada vez mais com a minha cara. Me limito a balançar a cabeça e observar uma bacia com feijão preto chegar na nossa mesa.

— Olhe só quem está aqui, me belisca porque eu acho que tô sonhando. – uma voz fala em voz alta atrás de nós quatro e me viro para ver quem era seu dono, com meu coração ainda aos pulos.

— Joca, Nicolas! – a Novaes fala, sorrindo de verdade desde a hora que nos encontramos até ali. Ela levanta e os abraça num pulo, sendo retribuída.

Os observo com os olhos estreitos. Um deles era um cara com um moicano ruivo, meio gordinho e com um ar de ser alguém bem desleixado com a vida. Sabe aquele lema brasileiro “Deixa a vida me levar”? Era praticamente isso. O outro era da metade do tamanho do ruivo e – não tenho ideia do motivo – tinha alguma coisa na cabeça como se fosse algum tipo de chapéu. Era um negócio redondo e com uns pratinhos que faziam barulho quando o mesmo se mexia para falar com Laura. Era magrelo, loiro pintado de um jeito bem mal feito e parecia ter o mesmo ar despreocupado com a vida que o amigo.

— Lila, Jacques, Diego. – a morena nos chama e aponta para ambos. – Esses são Joca e Nicolas. Eles eram meus amigos lá do Brasil e vieram fazer intercâmbio aqui na França depois de conseguirem ganhar um desconto em um concurso de quem comia mais milho verde.

— Milho verde? – Jacques solta, parecendo se divertir com aquela história tanto quanto eu achava estranha.

— Nossa primeira semana aqui em solo francês foi falando apenas “banheiro, por favor”. – o ruivo brinca, e imagino que seja o tal de Joca. – Mas ei, não foi por isso que nós viemos até aqui, vamos. – ele chama, gesticulando para lhe seguir.

— Pra onde estamos indo? – indago, voltando a olhar para nossa mesa. – E a comida?

— Fica tranquilo, é por conta da casa. – o loiro com aquele negócio na cabeça responde dando uma piscadela e fazendo um sinal para alguém, indicando a mesa onde estávamos. Aquele deveria ser o tal Nicolas, se eu estava certo do meu primeiro palpite.

Sigo Lila no meio da multidão que se agrupava ao som de uma música animada um pouco mais para dentro daquele lugar e eu realmente achava uma boa ideia ir embora de fininho – quer dizer, isso se não fosse Laura me encarando com um olhar ameaçador logo atrás de mim. A cada passo ficava mais escuro e era compensado por vários canhões de luzes coloridas. O pessoal abriu caminho para os dois amigos de Laura e quando eles subiram num palco improvisado a música cessou e todos os olhares foram direcionados para eles.

— Aí galera, o negócio é o seguinte. – Nicolas, o loiro e esquisito, anuncia gesticulando com ambas as mãos, nunca sem perder o sorriso do rosto. Ele aponta na direção onde eu, Jacques, Lila e a Novaes estávamos. – A Laurinha, trouxe um pessoal daqui de Paris, de culturas diferentes e nós vamos mostrar o nosso carinho, porque eu acho que eles tão precisando.

— Aí DJ, saltando geral para o jovem casal! – Joca, anuncia em voz alta enquanto vai andando pelo palco. - Batendo palminha! Palminha! Palminha! É palma na mãozinha!

Uma música que eu conhecia de um filme começou a tocar do nada e eu não consegui deixar de olhar para Laura com uma cara confusa.

— Festa em Ipanema, meu amor. – Joca solta, indo até alguns tambores que estavam no palco e batendo nos mesmos.

Eu quero festa

Eu quero samba

Eu quero festa

Eu quero samba

Eu quero festa

Viver assim (assim)

Eu quero festa (festa)

E voar

Pelo canto do olho eu pude ver a cara de estranheza estampada na cara da Rossi, mas eu não sei o que aconteceu comigo. Eu estava achando tudo aquilo... Tão louco, animado e engraçado ao mesmo tempo que eu mal conseguia piscar os olhos com toda aquela loucura digna de uma doida que nem a Laura.

Vou voar como um pássaro

Mas você não é um

Ah é verdade, eu vou voar como um foguete então (Legal)

Nico simplesmente se joga do palco na direção do pessoal e para minha total surpresa – ou desespero, não sei – todo mundo o atravessa de um lado para o outro do palco apenas o segurando com as mãos. Ao meu lado Jacques estava tão boquiaberto quanto eu enquanto Laura ensinava como dançar aquela música. Ela mexia as penas com tanta facilidade que eu até tentei me arriscar.

O que raios você está fazendo garoto? Vai pagar um mico na frente da Lila desse jeito mesmo?

Tente, se até a Laura que é uma maluca desmiolada consegue, porque você não conseguiria?

Sinto meus pés se mexendo contra a minha vontade e analiso meus pés, surpeso.

É tão alto, vou descer oxigenar o pulmão

Hey, Agora é tarde amor

Não tem quem me segure não (hey)

Hey, Eu só quero é viver fazendo festa

Hey, liberdade e muita dança é o que interessa (Legal)

Meu corpo estava se mexendo contra minha vontade e fico envergonhado por um pequeno minuto. Porque raios aquela música devia ser tão contagiante? Eu já estava ficando paranóico!

Você nunca vai conseguir impressionar a Lila desse jeito. Você é péssimo em tudo isso, devia cogitar voltar para seus livros e ir embora dessa humilhação.

Balanço minha cabeça e encaro Laura dando um aceno de cabeça, toda sorridente, tentando me incentivar a continuar de todo jeito.

Não escute ela! Se você for pelas ideias da sua “amiga do peito” você vai se lascar e...

O mundo rodei e minha vida, vou viver

No Rio, No Rio

Por que o Rio me fez ver

Quer saber? Minha “amiguinha do peito” estava certa. Eu precisava arriscar, mesmo que fosse me arrepender amargamente depois.

Eu quero festa (festa)

— O que você tá fazendo? – Lila me pergunta, e escuto Jacques segurar uma risada atrás de mim enquanto eu dançava o mais desengonçado que conseguia – não porque queria, lógico, porque não tinha gingado nenhum mesmo.

Eu quero festa (festa)

— E-eu não sei... – confesso, sentindo a música me contagiar mais do que achava possível. Acho que agora podia entender porque a brasileira havia se inscrito em aulas de dança.

Eu quero festa (festa)

— Maravilha Diego! – Laura grita com um sorriso e pela primeira vez até ali a retribuo. Vejo Lila ao meu lado que parecia se divertir também.

 E voar

Tento imitar aquele cara do moicano ruivo e... Como era mesmo a palavra? “Sambar”? Ah, que seja, mas... Ei, eu estava me divertindo apesar de tudo aquilo. E parecia que realmente os conselhos da Laura estavam dando certo. Eu tinha conseguido fazer a italiana rir e não estava mais aquele clima chato entre a gente.

Pelo menos um passo certo.

Sou do samba e sou demais

Demais, demais, demais, demais

Eu estava dançando de boas – acabando com a minha imagem, claro, mas ainda assim dançando – até que vejo Jacques apontar para a direção de Lila. Me viro a tempo de vê-la arriscar os passos que Laura estava lhe ensinando há alguns minutos. Paraliso. Ela simplesmente parecia uma deusa dançando.

E o mais assustador: ela estava olhando na minha direção enquanto dançava.

E põem o som na caixa e vai atrás

Atrás, atrás, atrás, atrás

Você dança bem eu danço melhor

— Aí, ela gostou de você. – Laura brota do meu lado e lhe encaro, me recusando a acreditar na mesma.

— Tá louca, não ouviu os foras que eu dei? – rebato, lhe lembrando dos micos que pagara há menos de meia hora.

— Sim. – a mesma balança a cabeça. – Mas eu vi como ela te olha. – ela dá um tapinha no meu ombro. – Seja você mesmo. – repete, enquanto Lila parecia ser conduzida pela música. Cara, ela realmente dançava muito bem pra primeira vez naquele lugar. – Vai lá! – Lau grita, me empurrando na direção da italiana com uma risada.

Eu quero festa (festa)

Eu quero samba (festa)

Nós meio que nos trombamos sem querer e eu sinto toda aquela felicidade repentina quase ir totalmente embora. Quase sinto meu coração parar quando a italiana dona daqueles olhos verdes intensos sorri e me dá um empurrão de leve, me chamando para dançar com ela.

Eu quero festa (festa)

Eu quero samba (festa)

Tento lhe acompanhar e quase falho, se a mesma não tivesse se mexendo devagar eu certamente teria desistido. Imito seus passos e fico maravilhado quando me dou conta do que estava acontecendo: EU ESTAVA DANÇANDO COM A GAROTA DOS MEUS SONHOS! COM LILA ROSSI!

Eu quero festa (festa)

Viver assim (assim)

Olho para meus pés, incrédulo. Nossos olhares se cruzam e quando ela dá um giro, sem quebrar nosso contato visual, é como se o tempo parasse e a música ficasse abafada. Dessa vez, eu que conduzo seu giro e ela solta uma gargalhada.

Eu quero festa (festa)

E voar

Não consigo mais prestar atenção em algo que não fosse a mesma. Nem mesmo quando reconheço a voz de Laura no meio das vozes de Joca e Nicolas. Eu havia finalmente entendido o que a brasileira havia dito mais cedo: Lila não iria nem mesmo topado ficar na nossa mesa se eu tivesse agido como Jacques havia me instruído, iria pagar de um macho escroto. Não era isso que a Rossi queria. E por mais louco que aquilo fosse, ali, esquecendo completamente de usar minha razão e deixando meu lado racional e neurótico de lado um pouco, eu me senti feliz como há muito não me sentia.

É, Laura realmente é a melhor amiga do universo. Acho que alguém irá sentir isso no bolso mais tarde, penso, sendo conduzido pela italiana nas músicas brasileiras que pareciam não ter fim.

Pra ser sincero? Eu queria que elas jamais acabassem se fosse para continuar perto dela.

***

Jacques

Nós havíamos chegado da rua fazia uns quarenta minutos e desde então Laura estava em seu quarto. Eu realmente estava impressionado. Nunca pensei que aquela ideia maluca da mesma poderia dar certo e porra, não é que deu? Talvez eu estivesse um pouco enganado sobre minhas táticas, mas eu jamais iria admitir isso para a mesma. Depois que nos despedimos de Diego e de Lila, com o meu melhor amigo insistindo que queria levar a mesma para casa e após muita insistência ela aceitar, eu e Lau voltamos andando para casa. Ela não calava a boca um instante sequer sobre como eu estava errado, como eu tinha sido estúpido por insistir num erro quando ela estava certa, que se dependesse de mim o encontro do Diego tinha sido um fracasso... Eu realmente pensei que ela estava errada e aquilo era tudo idiotice, mas... Isso, que graças à ela tudo tinha dado mais que certo, eu não podia negar: a Novaes tinha arrasado.  

Caminho pelo corredor até lá ainda pensando na mesma cantando com seus “amigos de longa data” naquele restaurante doido. Ela tinha uma voz linda, como eu nunca havia reparado naquilo?

Dou duas leves batidas em sua porta e a abro, mas a morena não estava lá. Quase que ouvindo meus pensamentos escuto o barulho do chuveiro ligado em seu banheiro. Deixo a nota de cinquenta euros encima de sua cômoda, me virando para ir embora, porém algo me chama atenção. Era o caderno de criação da Laura.

Eu não deveria fazer isso.

Analiso a página que estava aberta e marcada com uma fita de cetim roxa escura. Era um desenho meu. Prendo a respiração quando percebo que a página era cheia de desenhos meus em várias posições e situações que eu nem sabia que ela estava presente. Seus traços eram tão perfeitos que me senti como se estivesse olhando para um espelho. Tinha uma inscrição na beirada da página. Parecia uma letra de música.

Estas águas rasas nunca se encontraram

Eu estou deixando ir aquilo que eu precisava

Um mergulho mais profundo

O silêncio eterno do mar

Estou respirando

Viva

O chuveiro desliga e posso ouvir a brasileira cantarolando alguma canção. Rapidamente vou na direção da porta e a fecho atrás de mim rapidamente. Não queria que ela pensasse que estava bisbilhotando nas suas coisas, mas...

O que exatamente aqueles versos significavam?


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Notas finais do capítulo

Músicas utilizadas neste capítulo:

https://www.vagalume.com.br/descendants/chillin-like-a-villain-traducao.html

https://www.letras.mus.br/rio/1886406/

Acho que vocês iriam achar mais emocionante se ouvirem junto, mas vocês que sabem. Huheuheu :v

Até o próximo capítulo!



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