Aconchegante escrita por Lostanny


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

FELIZOSOJYUSHIDAY(15/11)UHUUUUU QQ

E enfim eu estreio alguma fic com Tougou Au (quer dizer, isso tem mais cara de "realidade alternativa" que "universo alternativo" né, por isso não marquei assim) buahahahaha >:D Enfim os headcanons can be unleashed! qqq



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A porta de sua casa era uma abertura para sua prisão. Uma prisão amável em que seu sossego estaria garantido, nenhum som além das inconveniências noturnas dos vizinhos e a sua própria, de vez em quando, murmurando alguma coisa agradável que já chegou a ouvir de alguém no passado.

Suas memórias tinham um tom consistente, pouco interessantes se fossem perguntá-lo. Contudo, boas ou não, eram o que definiam o quem era, pelo menos de princípio. Tentava como podia não deixar, como nunca deixou, que aquele frio se apossasse de seu corpo em definitivo, e aquilo lhe seria o seu “suficiente”.

Desde que Tougou desistiu que ele fosse seu assistente, largando-o em uma cidade qualquer sem nada além das roupas que trazia no corpo, Oso viveu relativamente bem, ele até se impressionava como tinha conseguido chegar até ali.

Bem, não poderia dizer que tinha permanecido com as mãos limpas: Já que tinha aprendido o ofício, continuou mantendo seu sustento com os roubos, batendo carteiras por aí, quando dava.

Mas sem matar mais ninguém, não... uma pessoa, duas no limite de seu bem-estar, foram suficientes para que ele passasse a se ver longe daquela opção. Quando antes já não era uma, agora ele tinha problemas em pensar algo assim sem se sentir mal, coisa que felizmente acabou cansando seu raptor com o tempo e fazendo-o enfim se ver livre. Contudo, também não teve coragem de encarar sua família, mesmo que tivesse descoberto o caminho de volta.

Quem iria aceitar um assassino interagindo consigo? Com o tempo aquilo deixou de machucá-lo e virou apenas mais um fato entre outros. Chegando até mesmo a rir consigo quando essa informação lhe reaparecia em sonho ou acordado, brincando que provavelmente eles nem deviam ser tão bons assim como os tinha em suas memórias.

A prova real veio quando Jyushimatsu o descobriu, assim quando tinha dado uma passada em Akatsuka por causa de uma garota que tinha conhecido, e que tinham começado a namorar, coisa que não durou muito tempo, como seus relacionamentos em geral. Sem apego, pois assim viraria apenas um fato, sem a dor que usualmente trazia.

Era para aquele encontro ser mais um entre os fatos de sua vida. Entretanto, aquela era uma borboleta animada, amarela, que transpirava uma persistência que lhe surpreendia, uma vez que não se lembrava que aquele irmão possuísse aquela vibração.

Aquele rapaz, entre tantas outras pessoas que acabou por ter contato, por bons e maus motivos, normalmente maus, acabou o fazendo se arrepender um pouco da decisão que teve quando mais novo. E, então, terminou por deixá-lo pousar, com aquelas asas cor de girassol, em seu moletom negro, com aquela falta de elegância perceptível.

— Nii-san! — Jyushimatsu disse com um sorriso, jogando-se sobre ele para abraçá-lo, quando Osomatsu atendeu a porta do apartamento que era, sem piedade, batida.

— Jyushimatsu! — Oso disse, sabendo que àquele ponto ele não devia mais estar surpreso, acabando por trocar a expressão de surpresa por um sorriso, bagunçando o cabelo de seu irmão mais novo. — Ainda não arranjou nenhum emprego?

— Nem de meio-período! — Jyushimatsu disse animado.

— Esse é meu garoto! — Oso disse, agora esfregando a bochecha na do outro, até que, quando viu que estava se deixando levar muito, tossiu e continuou meio sem jeito. — Er... quer algum bolinho? Lámen?

— Ohhh, eu adoraria! — Jyushimatsu disse, lambendo os lábios, até que ele se parou. — Espera, nii-san! Eu quero te fazer um pedido antes!

Osomatsu então se encontrou com um Jyushi que se afastou dele para se curvar 90º graus possibilitando a ele a lhe dizer aquilo:

— Eu trouxe os outros! Totty está esperando a qualquer momento para que eu dê o sinal para eles entrarem!

— Que? Que, que, que... que você fez, Jyushimatsu! — Osomatsu disse aflito, recuando alguns passos, com a mão em gesto de “para tudo”. Respirou fundo para dessa forma continuar. Permaneceu, porém, na mesma posição. — Ah, não, eu te disse várias vezes para não fazer isso... Não que eu contasse muito com isso, mas...

Jyushimatsu se aproximou dele confiante, e segurou as suas mãos. Osomatsu segurou de volta, estreitando o agarre. Nada, nem mesmo aquela casa que com custo ilícito conseguiu organizar, lhe davam aquele sossego que as mãos quentinhas escondidas no moletom de Jyushi lhe ofereciam.

Ele ainda tinha medo, negou-se e negou-se querendo entender aquelas feridas como enterradas, em meros fatos registrados e esquecidos no tempo. No entanto, ainda lhe afetavam o suficiente para que começasse a tremer.

— Jyushimatsu — Osomatsu começou, mas Jyushimatsu o interrompeu falando mais alto.

— Osomatsu-nii-san. — Jyushimatsu disse com um sorriso mais determinado. — Eu te amo, não tem como eles não gostarem de você também!

— Eu te falei sobre o que eu fiz, e faço, e você provavelmente contou para eles também, não é? — Osomatsu disse, olhando com relutância para o outro.

— Não se preocupe, todos somos lixos também, e lixos se entendem! — Jyushi disse com segurança.

— Bom... eu não te entendo, sério mesmo. — Osomatsu disse, com um sorriso mais suave do que qualquer outra coisa.

— Sim! Um sorriso! Bom irmãozinho! — Jyushimatsu disse, soltando as mãos, e descansando elas nas bochechas de Oso para então pôr um selinho sobre os lábios dele.

— Ei... isso não é coisa que irmãos fazem, né? É um ritual novo que eu não tô sabendo? — Osomatsu disse com um sorriso de canto, as bochechas aquecidas.

— Não! Osomatsu-nii-san é o único vou querer fazer esse tipo de coisa...! ... se o nii-san quiser repetir, quer dizer... — Jyushimatsu disse, evitando olhar para Oso, sem saber como prosseguir.

—... estou no fundo do poço da última casta social! Não sei outras pessoas, mas como se eu realmente fosse me importar com isso! — Oso disse, retornando o selinho anteriormente dado.

Jyushi abriu os lábios o suficiente para que Oso aprofundasse o beijo. Porém, o quinto irmão não demorou muito a colocar em prática o que tinha entendido de beijos naqueles pornôs baratos que alugava.

Aproveitaram o que puderam. Entretanto, quando estavam se preparando para avançar para uma próxima base, para quebrar a atmosfera, Choro, Ichi, Todo e Kara abriram a porta, e se depararam com aquela cena dos dois arfando e com as roupas bagunçadas, provavelmente lamentando não terem esperado o sinal de Jyushi como combinado.

Foi um dia imprevisível, surpreendente, como eram os dias quando Jyushi acabava por visitá-lo. Nem um pouco tediosos, com certeza aconchegantes. Ele não voltou para casa, como os irmãos estavam temendo e imaginando, mas aquele com certeza havia sido um passo e não poderiam pedir por mais nada.

Oso, talvez até mais do que todos, como nunca, estava esperando o que mais o amanhecer traria para fazer brilhar a sua borboleta.


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Notas finais do capítulo

Até ♥