Em um segundo escrita por Carol


Capítulo 34
Capítulo 34 – Edward


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura a todos. ^.^



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― Calminha meu amor, o bebê já vai nascer.

― Você me disse isso faz cinco horas! Eu não aguento mais. – Ela disse e soltou um grito. – Quero drogas, por favor, alguém me dá remédio, não aguento essa dor.

― Agora é tarde para remédios, o bebê está mesmo vindo. – Roger dizia olhando para onde o bebê iria sair.

― Não olha ai! Não olha ai! – Carol gritava.

― Nem quero mais mesmo. – Roger dizia voltando para o lado da amiga e fazendo cara de nojo.

― Só mais um pouco Carolina. – O médico informava. – Mais uma força, agora é a última eu prometo. – A mulher gritou e forçou o quanto podia, até que se ouviu o grito do bebê.

― É um lindo menino. – A enfermeira dizia. – Quer cortar o cordão, papai?

― Sim. – Roger disse orgulhoso, mesmo sabendo que não era o pai. Ele cortava e alguém ali tirava uma foto. A enfermeira entregou o menino à Carol que o segurou e o beijou.

― Ele é lindo. – Ela sorria e chorava ao mesmo tempo. – Ele é tão lindo.

― Se parece com você. – Roger dizia.

― Qual o nome dele? – Perguntava o médico.

― Edward. – Carol respondeu olhando para o menino e o beijando.

― Seja bem vindo Edward. – Todos na sala de parto disseram.

Em São Paulo Ed andava de um lado para o outro. Estamos aqui faz tempo e você ainda não me disse nada. Essa coisa está estranha Gabriela. – Nesse momento o celular de Gabi tocava.

― Um minuto, por favor. – Ela atendeu. – Oi, sim, fala Roger... O que, ele nasceu? Ah! Não acredito! Serio, parto normal? Vão pra casa amanhã? Que bom que é rápido e ela e o bebê já vão pra casa... Ela vai mesmo fazer isso?... Então tudo bem. Manda um beijo pra eles, diz a ela que logo estarei ai e que eu a amo muito ela e meu afilhado.

― É um menino? – Ed perguntava tristonho.

― Sim, Gabi respondia.

― Espera um instante. Está muito cedo para essa criança nascer. – Ed constatava.

― Prematura, às vezes acontece.

― Não, foi parto normal e você disse que eles já vão pra casa amanhã. Eu ouvi você dizer. Gabriele me conta ou eu arranco de você. – Ed disse com ódio em sua voz.

Carol segurava seu bebê que agora estava limpo, ele mexia a boquinha, piscava os olhinhos e mexia as mãos e as perninhas.

― Ele é esperto, está se mexendo muito. – Ela dizia.

― Sim ele é. – Roger concordava. – Ele é grande também e muito lindo. Já disse que se parece com você?

― Sim, você já disse. Mas ele tem os olhos do pai, são azuis como os de Ed. – O pequeno Edward tinha a pele clara, cabelos escuros como o de sua mãe e olhos tão azuis e belos quanto os do pai. Era uma mistura linda de Carol e Edward.

― Como faremos quanto ao registro? – Roger perguntava.

― Ainda não sei, prefiro pensar nisso depois. Você deixa?

― Claro. Isso provavelmente será uma decisão complicada.

― Sabe que olho pro meu filho e penso em como teria sido se todos estivessem aqui agora, Ed, Mel, Ronald, Carmem e Benjamin, eu sinto tanta falta deles.

― Eu imagino minha menina. – Roger beijou a testa da moça. – Acho que seus pais querem muito conhecer o netinho.

Os pais de Carol entravam e estavam radiantes.

― Minha nossa! Meu netinho é tão lindo. – Maria dizia vendo o neto dormir nos braços da filha.

― Quer segurar? – Carol perguntou.

― Eu posso?

― Claro que pode mãe. – Maria o segurou com cuidado, Osvaldo olhava para a criança e parecia babar sobre ela.

― Já escolheram o nome? – Maria perguntou e Roger e Carol se entreolharam.

― Sim. – Roger afirmou.

― E qual é?

― Edward. – Carol respondeu. Maria e Osvaldo olharam para ela, o pequeno Ed começava a acordar e parecia querer chorar, Maria olhou os olhos do neto e se espantou.

― Não pode ser... – Osvaldo comentou.

― E não é. Não tirem conclusões precipitadas, por favor.

― Não tem como você não dizer que não é dele! Desculpe Roger, mas acho que já chega de mentiras, não somos tão burros assim e sabemos bem que vocês são apenas amigos, sempre foi assim. – Osvaldo abria o verbo pela primeira vez. – Sou paciente, tento aceitar muitas coisas, mas isso já é demais, não vou compactuar com essa mentira, não vou mentir para Edward.

― Papai, por favor. – Carol dizia e Osvaldo saia pela porta, Roger o seguiu e resolveu explicar toda a situação ao homem. Maria entregou Edward para Carol que começou a amamentar seu bebê, Maria foi atrás de Osvaldo e acabou ouvindo tudo de Roger. Eles pareciam não acreditar, não sabiam ao certo o que fazer, mas resolveram voltar ao quarto.

― Desculpe filha, mas você poderia ter nos contado tudo isso antes, não precisávamos saber desse jeito.

― Como eu poderia pedir a vocês que mentissem para Edward? Eu sabia que ele levaria Melina para vocês a verem sempre, como vocês iam encarar Ed e Mel se soubessem de tudo isso? Mas infelizmente chega uma hora que não tem mais como esconder as coisas e a minha hora foi essa, não tenho como esconder que meu filho é filho do Edward também e que eu o amo com todas as minhas forças, eu o amo tanto que saí da vida dele para que ele pudesse viver ele e a nossa princesinha. 

Maria chorava, Osvaldo lacrimejava os dois se aproximaram da filha e a beijaram com carinho.

Nesse mesmo momento uma conversa, em São Paulo, chegava ao fim.

― Eu entendi, acredito em tudo que me disse, mas estou com muito ódio no momento.

― Não vai fazer nenhuma besteira.

― Não, não vou eu vou apenas seguir da maneira que tenho que seguir. Obrigado por sua sinceridade Gabriele.

― Tudo bem, se precisar, conte comigo.

― Pode deixar.

Ed deixou o apartamento de Gabi disposto a tomar certas atitudes extremas sobre sua vida e a vida de sua filha, mas essas atitudes seriam necessárias.

Enquanto Ed seguia para seu trabalho seu celular tocava.

― Sim... Mas isso seria só no fim da semana... Depois de toda aquela cena isso ainda vai continuar acontecendo? ... Está certo, se é uma decisão do juiz eu vou ter que aceitar. – Ed respirou fundo e jogou o celular com força para o banco de trás do carro, ele deu um urro e bateu com as mãos ao volante. A assistente social ligava marcando um novo encontro entre Melina, ele e Joana, seria na tarde do próximo dia. Ed teria que preparar a filha muito bem para esse encontro.

― Eu não quero ir e não vou. – Mel fazia bico se negando ir ao encontro com sua mãe biológica.

― Mel, por favor, princesinha, não faz isso. Vista a roupa e vamos logo acabar com isso.

― Já disse que não vou, não gosto daquela bruxa ela é má. Por que você não traz a mamãe de volta? Por que me fez ter aquela bruxa como mãe? – Mel disse e correu para seu quarto batendo a porta. – Ed ficou segurando as roupas da menina, baixou a cabeça e bufou.

Ele pegou o telefone e ligou para a assistente social, remarcou o encontro para sua casa. Não tardou para que Joana, a Assistente social e um policial designado chegassem à sua casa.

― Desculpem por remarcar em cima da hora, mas Melina não quer sair do quarto, ela se nega ver Joana.

― Tudo bem, senhor, isso é compreensível. Será que posso tentar conversar com a menina por um momento? – A assistente social perguntava.

― Sim, por favor, é a primeira porta seguindo pelo corredor à direita.

― Obrigada. Joana, eu peço que aguarde aqui, por favor.

― Tudo bem. – A mulher respondeu.

― Quer sentar? – Ed perguntou oferecendo uma cadeira para a mulher.

― Obrigada. – Ela disse se sentando. – Desculpe pelo último encontro eu perdi o controle.

― Isso é um costume seu, perder o controle e conseguir tudo aquilo que deseja.

― Eu tento, mas não consigo, não consegui você, nem estou conseguindo minha filha. – Joana baixou a cabeça.

― Você tenta da maneira errada sempre. Por que não se convence que a causa é perdida e segue sua vida partindo pra outra?

― Você consegue seguir pra outra? – Joana perguntava a Edward se referindo a Carol, ele permaneceu calado. – Desde que a tal Carolina te deixou, você procurou partir pra outra?

― Não, mas eu não faço maldades a ela para que ela volte pra mim. Não fui atrás dela e me aproveitei de uma situação para engravida-la.

― Já paguei e ainda estou pagando pelo meu erro, não há por que me jogar sempre isso na cara. Isso é uma coisa que sempre vai me seguir, quer você diga sempre ou não. Fui afastada da minha filha por isso, não importam os motivos, mas ela é minha filha e nem me reconhece como mãe, você nunca falou de mim pra ela.

― Achei que você nunca fosse voltar para as nossas vidas. Pensei mesmo que você iria refletir e seguir seu caminho. Por que você é assim, Joana? – Ed perguntava com sinceridade.

―Por que eu te amo. – Ela respondeu.

― Isso justifica toda a maldade? Que tipo de amor é esse? Isso está mais para doença, obsessão. Só não entendo por que eu, eu nunca nem olhei para você.

― Mas eu olhava para você, eu sempre olhei, te admirava, seu jeito, sua inteligência, tudo em você sempre me atraiu. Eu só preciso de uma chance para mostrar a você que eu mereço seu amor. Por que não tentamos, você está sozinho, eu também estou, temos uma filha, seríamos uma família. – Ed respirou fundo, passou as mãos pelos cabelos.

― Eu vou te dar uma chance, uma única chance de provar que realmente quer ser uma pessoa melhor. – Joana se animava. – Eu serei seu amigo, vamos sair, sem a presença de Assistente social ou polícia, com ou sem a Melina. Mas sem pressão ou tentativas de algo mais, tudo bem para você?

― Sim, claro que sim. Está ótimo. Ah Edward você me deixou tão feliz. – Joana se levantava muito animada e se aproximava de Edward.

― Certo tudo bem, vou ver como está a Mel e já volto. – Ele disse se distanciando de Joana que estava radiante e não cabia em si.

Ed foi até o quarto da filha e a viu conversando com a assistente social. Ele bateu à porta.

― Com licença. Filha você realmente precisa ir ver Joana, se não quiser fazer por ela, faça por mim. – A menina respirou fundo.

― Tudo bem. – Melina disse olhando para o pai, ela caminhou até ele e deu a mão para que Ed a acompanhasse até a sala. – Será que dessa vez você pode ir sozinha? – A menina olhou assustada. – Não se preocupe, ela não te fará mal algum, eu prometo, estarei por perto observando. – Ed dizia olhando a filha nos olhos, amenina se sentiu segura e concordou, seguiu sozinha até a sala e cumprimentou Joana. – Oi.

― Olá Melina, como está?

― Bem.

― Querida, gostaria de me desculpar com você por nosso último encontro, eu acabei ficando muito nervosa. Eu espero que possa me perdoar. Tudo que eu preciso é uma chance para provar a você que sou uma boa pessoa e que posso ser uma boa mãe para você. – Melina riu de deboche, onde ela havia aprendido a fazer aquilo Ed não sabia e até se surpreendeu quando viu.

― Eu já tenho uma mãe e já tenho um pai, minha família não é especial para eu ter duas mães ou dois pais, ou sei lá mais o que, então só reconheço uma mãe que me criou e ensinou tudinho que eu sei, você, moça, eu não sei quem é. E também não quero descobrir, estou aqui porque sou obrigada, então tenho que te aturar.

― Mel, não seja abusada, Joana está sendo legal com você e já se desculpou. Aceite as desculpas dela e você peça desculpas por ser rude, não foi desse jeito que ensinamos você a agir com as pessoas. – Mel baixou a cabeça depois da bronca do pai.

― Desculpa. – Ela disse emburrada e muito baixo.

― Como é que é? – Ed insistiu.

― Me desculpa Joana, prometo ser boazinha com você se você for boazinha comigo. – A menina disse e esticou a mão no fim. Joana segurou a mão da menina e apertou, Mel sorriu e Joana sorriu também.


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