Ela já estava cansada, era a terceira vez só aquela semana.

Ela tinha que fazer-las parar, mas não sabia como, elas eram muitas e ela apenas uma garota insignificante e sem forças.
Devia ser por isso que implicavam tanto com ela, por ela ser fraca, quase um nada ou exatamente um.

Ela corria o máximo que podia para poder fugir do que queriam fazer com ela, mas de nada adiantava, em todos os lugares que olhasse havia uma delas.

— Eii, olha ela aqui - dizia uma das 5 garotas.

— Por que esteve correndo? - pergunta outra - Nós só queríamos brincar um pouquinho com você.

— Me deixe em paz - rugiu em resposta, tentando parecer forte e confiante.

As garotas apesar de estarem surpresas, riram com escárnio para ela, não demonstrando seus verdadeirasficd

— Não jogue com a gente garota, você não nos assusta.

As outras garotas permaneciam quietas, enquanto apenas duas tentanvam amedronta-la, obtendo sucesso.
Ela não conseguia entender o que se passava na cabeça dessas garotas, o motivo de elas quererem causar a ela tanta dor e sofrimento.

— Vamos acabar logo com isso - disse a primeira.

Elas foram se aproximando lentamente, como se, para proporcionar suspense a situação, mas aquela garota frágil não precisava daquilo, ela sabia o que viria a seguir, iriam bater nela sem uma motivo conhecido por ela.

Então pra que prolongar tanto aquela situação deprimente?

»†★∞«

Pensando em tudo que vinha acontecendo, percebeu que sua vida era repleta de fracassos.

Sua mãe à abandonou quando tinha apenas 3 anos, nova demais para que pudesse se lembrar de seu rosto agora, não podia negar que sentia falta de uma figura materna, pois a mulher com quem seu terrível pai havia se casado, não tinha nada de maternal em sí.

Seu pai, quando sua mãe foi embora, se afogou num mundo de álcool e drogas, não que ele não fizesse isso antes, mas quando ela se foi só piorou as coisas.

Ela sentia que seu pai não gostava dela.

Quando ele chegava em casa bêbado, tudo o que fazia era reclamar e brigar com ela por nada e por tudo, e ela não suportava aquilo, se trancava em seu apertado quarto e tentava dormir o mais rápido que pudesse.

Ele sabia e até presenciava as brigas e as surras que sua madrasta gostava de dar nela, mas ele não era capaz de fazer nada, e ela não o culpava por isso, ele era um homem frágil e submisso, tudo que aquela mulher fazia ou dizia, para ele era como se fosse uma lei, ele era apenas um fantoche nas mãos experiência de sua madrasta.

A situação era tão ruim, que mesmo quando ela disse ao pai que estava com depressão, ele riu e disse que ela gostava era de atenção e falar besteiras. Deitada em sua cama mais tarde naquele dia, ficava se perguntando, como tinha deixado as coisas chegarem a tal ponto , não tinha uma resposta, e foi pensando sobre isso que acabou caindo em um sono pesado.

»†★∞«

— Seja bem vinda minha rainha - era assim que era  recebida por seus leais súditos, vestida em um longo vestido roxo e um manto de um tom transparente puxado para o branco, ele caminhou em seus saltos em direção ao seu trono posto ao fundo do salão em um local mais alto, ela flutuou até lá, e deu um pequeno salto para se sentar, descendo com leveza e delicadeza.

— Não parem por minha causa - disse-lhes - Continuem a tocar.

A música começou a soar pelo local com suavidade, ela adorava tudo aquilo, era um mundo repleto de coisas lindas e suaves.

Ela passou a chegar ali ao dormir, logo após a chegada de sua madrasta, não sabia por quê acontecia, mas adorava estar ali entre as nuvens.

Sim, entre as nuvens, era um castelo nas nuvens com um pequeno vilarejo ao redor, tudo era muito bonito e até podia se dizer que colorido. Da primeira vez ela não conseguia acreditar em tudo aquilo, era extremamente surreal, ela passava e os aldeões faziam reverência e sorriam para ela, não gostava muito dessas formalidades, mas mesmo que pedisse que parassem eles não o faziam. 

— Me daria a honra alteza?

Olhou para o rapaz que pedia uma dança e sorriu balançou a cabeça em concordancia.

Eles se direcionaram até o meio do salão onde os outro convidados abriam espaço para que a rainha dançasse.

Ela se flutuar entre as nuvens, uma sensação que ela realmente já tinha experimentado e podia dizer que era maravilhoso.

Eles dançavam calmamente, rodando pelo salão ao som suave da orquestra que tocava aquela noite, os outros olhavam eles dançarem admirados, quando a canção cessou, eles aplaudiram enquanto o cavalheiro com quem tinha dançado fez um breve reverência se dispersando pelo salão, a reinha,  então, voltou-se ao seu trono, agora observando agora seus convidados dançarem ao som de uma nova música, estavam todos muito bem arrumados, as damas em seus vestidos deslumbrantes e os cavalheiros em seu terno.

Tudo estava perfeito.

Ela até havia se esquecido do mundo real, sempre que estava ali, se esquecia do que acontecia ao estar acordada, da sua triste realidade e para ela isso era ótimo. Era como uma válvula de escape, onde ela não precisava se preocupar com muita coisa, só com a hora em que iria acordar.

A rainha se levantou de seu trono e caminhou em direção a sacada  do grande salão, podendo ver então o vilarejo, onde os aldeões que ali habitavam estavam em festa pelo aniversário da rainha.

Era incrivel como eles sabia sobre seu aniversário e haviam preparado uma festa para ela, enquanto seu próprio pai não havia te dito nada, nem sabia se ele se lembrava da data, mas não queria pensar sobre isso no momento, queria se sentir feliz pela ocasião.
Aproveitou que uma nuvem vinha em sua direção e subiu no murinho da sacada e então quando a nuvem passou bem abaixo de sí pulou em cima dela se ajolhendo pelo desequilíbrio, assim que se estabilizou sentou na nuvem, indo onde ela quisesse te levar.

Ela gostava de fazer aquilo, se sentia bem e conseguia ver tudo dali de cima, longe do castelo.

Longe da realidade, ela as vezes se perguntava se poderia ficar ali para sempre e como seria se isso acontecesse, mas para isso só existia uma solução.

E ela teria que escolher entre voltar ali ocasionalmente ou viver ali para sempre em um sono eterno.