My Faith - Série You're NOT a Loser escrita por MilenaAD


Capítulo 1
I've lost my faith


Notas iniciais do capítulo

Segunda parte da série You're NOT a Loser baseada no M/V Loser do Big Bang.
A primeira parte escrita com o GD está nos links nas notas finais, não deixe de ler (pleaaase).
Caso goste deixe sua opinião, ela é muito importante para mim.
Não tenho pensado em desistir da série mesmo não tendo retorno (praticamente nenhum), então mesmo que não queira se manifestar aguente pois ainda tem três partes e a próxima já está em fase de fabricação.
Qualquer errinho me desculpem, postei isso e saí correndo.
Espero que gostem
ENJOY IT



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A porta de acesso já estava trancada e, nesse momento, eu só via o que tinha abaixo de mim. Lixo e coisas que os outros não queriam mais, aquele era mesmo o meu lugar, junto do lixo. Tinha certeza que demoraria algumas horas ou até mesmo um ou dois dias para que me encontrassem, por acaso. Mas eu já havia perdido a fé a algum tempo atrás, perdi a única coisa que me mantinha vivo, na verdade, algo que me manteve vivo até agora.

Eu sei, eu cresci aprendendo que o que eu estou prestes a fazer é errado, certamente o pecado mais abominável que alguém possa cometer. Porém eu já havia desistido a um bom tempo de tentar continuar com essa vida miserável que tenho tido nos últimos meses depois de tudo ter desmoronado ao meu redor. A minha vida tinha sido, o que se pode considerar perfeita até começar a dar tudo errado.

Lembro de ter rezado muito e pedido para que as coisas melhorassem, mas parecia que já havia estava predestinado a acontecer. Eu tinha um bom emprego, amigos legais e uma namorada linda e compreensiva (as três coisas que eu mais dava valor naquele momento), não sei quando tudo começou exatamente, mas me parece que foi de pouco a pouco, cada acontecimento pior que o outro até que eu chegasse a essa situação. Porém tudo começou a ficar claro quando Yerin foi para Seul depois de conseguir uma vaga na Universidade de Seul.

Infelizmente, não tinha como eu ir junto já que eu morava em um trailer com meu cachorro, não tinha dinheiro nem para a passagem, mas também não podia impedi-la de aproveitar aquela chance. Após algumas semanas sem ela eu acabei fazendo a coisa mais estúpida de todas. Até alguns minutos atrás, enquanto eu observava as pessoas conversando alegremente por onde eu tinha passado, eu me arrependo de ter começado com aquilo.

FLASHBACK

—Você não me ligou nos últimos dias. É claro que estou chateado. -Chutei uma das almofadas que estava no chão descontando a raiva ali ao invés de explicar o quão "puto" eu estava.

—Me desculpe oppa, mas eu avisei que estou na minha semana de provas agora e eu estou estudando até de madrugada. Eu sei que você dorme cedo e não gosta que o interrompa. -Isso era verdade, mas eu não podia simplesmente dizer que estava tudo bem e continuar esperando como um idiota uma ligação que provavelmente não ia acontecer.

—De qualquer maneira você deveria ter arranjado algum tempo para me ligar. -Me joguei sobre minha cama tirando os sapatos e abrindo a camisa social.

—Eu não tenho tido tempo nem para lavar minhas roupas e o trabalho que eu consegui toma muito do meu tempo livre. -Eu conseguia ouvir o barulho de chaves ao fundo. Provavelmente estava chegando no dormitório agora.

—Se você tivesse ficado não estaria passando por tudo isso. -Ouvi a porta ser destrancada, mas ela não a abriu. Ficou em silêncio por alguns instantes e voltou a falar porém bem baixo.

—Um dos motivos de eu ter vindo foi pelo seu apoio, agora esta dizendo que eu não deveria ter vindo? -Suspirei e tentei me explicar.

—Só disse para você ir porque sabia que era o melhor pra você, mas agora mal tem tempo para falar comigo ou mandar uma mensagem. Queria poder pelo menos te ver mais uma vez.

—Você sabe que eu não posso voltar agora. Está sendo egoísta falando assim. -Um riso sarcástico escapou.

—Egoísta? Mesmo Yerin? Eu teria sido egoísta se não tivesse deixado você ir para Seul. -Ela se exaltou falando mais alto e de uma maneira que nunca havia feito comigo.

—Eu me mudei porque quis, você não manda em mim. Se eu soubesse que iria agir dessa maneira eu não teria pedido para que me esperasse. -Fiquei em silêncio por alguns segundos absorvendo o que ela havia dito e ouvindo sua respiração ofegante do outro lado. Talvez tivesse sido melhor se fosse assim mesmo.

—Me desculpe, não precisa mais se incomodar. Não vou mais ligar, nem pedir para que volte.

—Youngbae...? -Não deixei que ela continuasse.

—É melhor que seja assim. Você vai ficar bem sem mim. Coma e durma bem Yerin. -Desliguei antes que ela pudesse responder.

FLASHBACK OFF

 

Ela tentou me ligar durante dias, mas meu orgulho falou mais alto até o momento que ela não ligou mais. Pode ter sido bom para ela que eu me afastasse, por outro lado, aquilo foi o inicio de todos os meus problemas.

Por causa do que eu fiz, comecei a me afastar de todos os meus amigos (que também eram amigos de Yerin) que viviam pedindo para que eu voltasse atrás e pedisse desculpas para ela. Depois de alguns dias eles também pararam de me procurar. Comecei a me isolar e, por não saber como ela estava, acabava não dormindo direito. Tudo isso por ser orgulhoso demais e não querer voltar atrás para pedir desculpas.

Alguns dias depois disso acontecer, meu chefe me dispensou dizendo que precisava cortar alguns gastos e que, como eu era novo e tinha uma boa indicação, conseguiria outro trabalho fácil. Não me lembro de quantas entrevistas fiz ou quantos lugares passei até perceber que ninguém iria me contratar. Como morava em uma cidade não muito grande, algumas pessoas mais velhas ainda tinham preconceito pelas minhas tatuagens e piercings, as mesmas que normalmente eram as donas dos locais em que eu ia.

Porém, chegou o momento em que eu simplesmente perdi a fé. Estava claro para mim que nada podia me ajudar naquele momento. Meus amigos haviam desaparecido e a garota que eu amava devia me achar um imbecil, a mesma que vinha nesse mesmo lugar comigo quando sentíamos que precisávamos ficar a sós. Me lembro de como deitávamos no terraço e olhávamos para o céu juntos enquanto eu rezava e agradecia por tê-la ao meu lado, enquanto ela ficava em silêncio prestando atenção mesmo não seguindo a mesma religião que a minha.

De qualquer modo as pessoas ao meu redor me olhavam com pena agora já que meu rosto e minha postura mostravam o quão deprimido eu estava. Não tinha mais nenhum propósito, nada que me impulsionasse a continuar aqui. A única motivação que existia em mim neste momento era de subir até o terraço do prédio no qual eu trabalhava e me colocar em uma das extremidades do mesmo, aquela que ficava logo virada para a parte de trás onde meu corpo cairia 7 andares logo em cima dos latões de lixo. Foi ali que eu realmente percebi que eu tinha perdido tudo o que me era precioso, até mesmo a minha fé de que algo pudesse mudar o que eu sentia agora.

O vento tomou conta da minha audição e eu só pude abrir meus braços e deixar que ele me empurrasse para frente sentindo meu corpo pender até a queda. Por um momento, um breve instante, senti como se todas as minhas preocupações desaparecessem e uma paz imensa tomasse conta do meu interior. Me senti mais leve que o ar. Mas só durou um segundo, até outro sentimento se apresentar.

Talvez fosse só impressão minha, mas a sensação de que havia algo impedindo de meu corpo cair estava muito presente para que não fosse verdade. Abri os olhos percebendo que era mais real do que eu achava. Meu corpo estava levemente inclinado para frente em direção a queda, porém algo segurava a gola da minha jaqueta o impedindo de continuar. Uma voz rouca e baixa se impôs ao meu lado, ofegante. 

—Você é imbecil ou o quê? -Percebi que era Jae-Sang que me segurava. Ele logo me puxou de volta a segurança do chão me fazendo cair sentado no chão. Ele gritou já com os olhos vermelhos. -Que merda você teria feito se eu não tivesse te segurado a tempo?

—Não é como se alguém se importasse com isso. E daí se eu tivesse feito? -Senti alguém me abraçar por trás e eu não sabia se meu cérebro estava confuso ou se ela realmente estava ali, mas seu cheiro era único e eu nunca tinha me enganado.

—Se você tivesse feito isso... eu seria estúpida o suficiente... para fazer o mesmo logo em seguida. -Sua voz estava baixa e ofegante.

—Yerin... Você está mesmo aqui. -Ela me apertou mais forte e senti uma paz que não presenciava a muito tempo. Levantei minha mão tocando um dos seus braços que rodeavam meu pescoço. -Como sabia que eu estaria aqui?

Eu sentia seu coração bater com força e rapidamente na minha nuca, mas ele não chegava nem perto da velocidade que o meu alcançava. Alguns segundos se passaram em silêncio e as batidas foram ficando mais ritmadas e espaçadas. Meu coração seguiu o ritmo.

—Você me disse uma vez que era o único lugar em que se sentia em paz. Me trouxe aqui para me pedir em namoro e todas as vezes que discutíamos, era aqui que nós fazíamos as pazes. Quando você se sentia inseguro ou perdido eu te encontrava aqui.

Eu nunca chorei na frente dela, nem ninguém. Só percebi que o estava fazendo quando as lágrimas desceram pelo meu rosto até se depositarem no braço direito de Yerin. Ela me soltou e se sentou a minha frente segurando meu rosto e o limpando com seus dedos finos e trêmulos.

—Eu... Eu senti tanto a sua falta. –Me joguei em seus braços colocando meu rosto em seu pescoço e deixando que aquele sentimento fluísse. Eu soluçava alto como se tivesse cinco anos novamente e apertava o corpo quente dela contra o meu.

Pelo menos nesse momento eu pude liberar tudo o que havia retido todos esses anos tentando parecer forte e sendo o suporte daqueles que estavam ao meu redor. No fundo eu estava destroçado por tentar suportar tudo o que acontecia ao meu redor por tanto tempo e agora, eu jorrava estes sentimentos e frustrações no colo da garota que eu amava por meio de lágrimas e gemidos de dor. Suas mãos tocavam minhas costas por dentro da jaqueta me aquecendo e acariciando, fazendo uma onda de calor passar de seus dedos e se espalhar até minha coluna por onde seguiu até minha nuca onde ela havia deixado um beijo o qual intensificou a sensação que se distribuiu por todo meu corpo no momento em que seus lábios me tocaram novamente depois de tantos meses. Sua voz sussurrou em meu ouvido.

—Eu voltei querido. Na hora certa. –A apertei mais forte. –No que estava pensando quando resolveu subir ali?

Ela tentou erguer meu rosto para me encarar, mas eu sentia vergonha demais para olhar em seus olhos. Mesmo que eu tenha falado tudo aquilo para ela e ignorado todas as vezes que tentou falar comigo, Yerin continuava me chamando de “querido”

—Olhe para mim Youngbae, por favor, preciso ver seu rosto.

A soltei devagar tentando me convencer de que ela não iria embora, ainda com medo de que ela desaparecesse. Levantei meu olhar com receio de ver aquele olhar acusador de quando fazia algo errado. Mas eu estava enganado. Seu rosto também estava vermelho e úmido como o meu, manchas escuras apareciam por baixo de seus olhos cansados e suas lágrimas desciam por suas bochechas até seus lábios sem cor. Ela estava exausta.

—Me senti tão sozinho, estava dando tudo errado para mim. Não tinha ninguém em quem  me apoiasse, que me desse suporte. Eu me afastei de tudo e de todos... de você.

—Eu mesmo deveria te jogar daqui de cima. Aish! –A voz grave de Jae-Sang me fez desviar o olhar para ele. O mais velho respirou fundo e se aproximou dando um tapa relativamente forte em minha nuca. –Você tem amigos para quê? Não consegue confiar em nós para pedir ajuda? –Abaixei meu olhar para as mãos de Yerin que tocavam e apertavam levemente minhas coxas, passando confiança.

—Achei que tinham desistido de mim depois que eu os tratei mal. Não tive coragem de voltar atrás e pedir desculpas. Fui orgulhoso demais, me desculpe hyung. –Jae-Sang se abaixou ao meu lado e bagunçou maus cabelos rindo. Aquilo me confortou.

—Nós nunca desistimos de você. Seunghyun nos convenceu de que talvez você precisasse de um tempo sozinho depois de ter brigado com sua namorada. Você sempre preferiu lidar sozinho com coisas assim, então aproveitamos para preparar sua surpresa. –A mão delicada de Yerin tocou meu rosto com cautela limpando as lágrimas e afastando os fios de cabelo dos meus olhos deixando um beijo em minha têmpora esquerda.

—Surpresa? Como assim? –O maior se levantou e me ajudou a fazer o mesmo. A pequena se colocou ao meu lado e abraçou minha cintura com sua cabeça apoiada em meu peito, rindo.

—Você esqueceu mesmo? Do seu aniversário? – Respirei fundo e tentei fazer as contas, falhando miseravelmente.

—Os dias têm sido todos iguais para mim. Não tenho ideia de que dia é hoje. –Segui o mais velho, com a menor presa a minha cintura, para a saída do prédio. Todos em silêncio até entrarmos em seu carro. Yerin se colocou no banco de trás junto comigo e, assim que viramos a primeira esquina, a mesma já dormia profundamente apoiada em meu ombro. Não conseguia parar de admirar como ela ainda era linda mesmo com essa expressão de cansaço.

—Ela teve que terminar todos os trabalhos da faculdade e entregá-los antes do prazo para estar aqui. Além disso, ela ficou muito preocupada com você depois que parou de atender suas ligações e responder as mensagens. –Acariciei o rosto da minha pequena e ela se aconchegou melhor em meu ombro envolvendo seus braços no meu.

—Mesmo depois de tudo que falei, o que eu fiz... E pensar que vocês pudessem não chegar a tempo.

—Foi ideia dela irmos até lá depois de termos passado no seu trailer e descoberto que deixou seu cachorro para a vizinha cuidar por alguns dias. De toda maneira, qualquer um que resolvesse subir te veria ali, a porta estava totalmente aberta. –Paralisei no momento em que percebi. Demorou alguns segundo até que eu formulasse a frase, eu estava quase em choque.

—Aberta? Mas eu me lembro de a ter fechado, de trancar também. – Coloquei as mãos nos bolsos procurando a chave que eu tinha certeza que havia usado para abrir e trancar a porta de acesso. Ela estava ali, no bolso de trás da minha calça e isso me fez lembrar claramente de quando a usei.

—Você devia estar inerte demais no que ia fazer e se esqueceu de trancar a porta. Não se preocupe com isso agora, deu tudo certo e você está bem.

Concordei com o mais velho e ficamos em silêncio até chegarmos à frente de sua casa. Acordei Yerin com um toque e a mesma respirou fundo e saiu do carro me esperando na frente da porta de casa. Assim que me coloquei ao seu lado ela arrumou minha jaqueta se mostrando insatisfeita por eu estar sem nada por baixo.

—Devíamos ter passado no trailer antes de vir aqui. Não gosto que fiquem olhando para seu corpo.

—Só tem homens aí dentro Yerin. –Ela mostrou a língua e eu a puxei para mais perto. –Agora você Youngbae, era para ser surpresa, então... pareça surpreso.

Concordei e, enquanto ele procurava as chaves para abrir a porta, eu só conseguia pensar em uma coisa. Eu podia estar um pouco fora de mim nas ultimas horas, mas eu nunca ia esquecer que eu tranquei aquela porta, na verdade, eu chequei 3 vezes para ter certeza que algo assim não acontecesse. Além disso, ninguém do prédio tinha a chave além do responsável pelo prédio, que está de férias desde a semana anterior, e eu. Então... eu fico pensando...

Como aquela porta abriu?


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Notas finais do capítulo

Gostou??? Aaaaaah! Seus pensamentos são valiosos, não quer deixá-los aqui???
Brincadeiras à parte, espero que tenha ficado do agrado de alguns (pelo menos). O link para a primeira parte com o GD esta aqui. Só clicar.
https://fanfiction.com.br/historia/742288/My_Direction_-_Serie_Youre_NOT_a_Loser/
Beijoos e até a próxima... xoxo



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