True love's kiss escrita por Beatrix Costa


Capítulo 8
Paixão vs Amor


Notas iniciais do capítulo

Oi maltinha!!!!! Estou de volta com mais um capítulo, espero que gostem. Para todos os membros da comunidade LGBTQ+, e para todos os outros que não pertencem a ela mas apoiam e respeitam, HAPPY PRIDE MONTH!!!

Oh, and by the way, #GiveElsaAGirlfriend ♥



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Quando o beijo terminou, Regina não conseguia deixar de sorrir! Mas algo não estava correto… elas continuavam no mesmo mundo, na mesma cidade, no mesmo hospital e na mesma noite. Era suposto aquele ser o beijo do verdadeiro amor. Era suposto resultar! O que é que estava mal?

—Regina… - Emma tirou-a do transe – Isto está bem por ti?

Apesar de estar tudo mal, a morena não conseguia deixar de sentir felicidade naquele momento. Fora o melhor beijo que recebera na sua vida inteira, não que tivesse recebido muitos, pois era por seu hábito afastar todos os homens que a tentavam beijar.

—Isto está perfeito Emma.

Sorriram uma para a outra durante algum tempo, deram as mãos, e Emma adormeceu. Ainda estava completamente esgotada do parto. Por seu lado, a perfeita da cidade não se sentia minimamente capacitada para dormir naquele momento, parecia que um medo súbito lhe penetrara o corpo e não queria sair. Era como se a sua vida se dividisse em dois momentos: antes e depois do beijo. Regina não conseguia encontrar uma explicação lógica para continuar ali.

Algumas horas depois o sol nascia, quente e brilhante. O telemóvel da morena tocou.

—Sim… - disse Regina, algo estremunhada pela falta de horas de sonho.

—REGINA MILLS EU VOU-TE MATAR!!! Sabes há quantas horas é que estou a tentar falar contigo?! Como é que tu desapareces a meio da festa de casamento da tua própria irmã assim sem mais nem menos?!?!

—Zelena… desculpa, mas…

—Ó SIM, É BOM QUE PEÇAS DESCULPA!

—A Emma entrou em trabalho de parto, e eu tive de vir com ela para o hospital.

—Oh… ah… ela está bem?

—Está, agora está. Houve complicações no parto, tiveram de lhe fazer uma transferência de sangue… do meu sangue.

—Ainda bem que a pudeste ajudar… E o bebé?

—O bebé está perfeito Zelena! É lindo, tens de o ver! E nem vais acreditar… a Emma deu-lhe o nome do pai!

—Isso não é assim tão anormal. Há montes de pessoas a dar os nomes dos pais aos filhos.

—Não é isso que eu quero dizer. Ou melhor… também! Mas ela chamou-lhe David Henry. Ela deu-lhe o nome do nosso pai!

—Uau mana… deves tê-la enfeitiçado mesmo com esse teu charme.

—Pelos vistos não o suficiente… - disse Regina baixinho.

—O quê?

—Nada… importas-te que eu ligue mais tarde?

—Não mana, vai lá à tua vida…

—Obrigada. E Zelena, desculpa ter faltado à festa, eu sei o quão importante era para ti. Correu bem ao menos?

—Sim, correu bastante bem, mas o Killian estava um pouco estranho, talvez fosse do nervosismo. Não há problema, faltaste por uma boa causa, mas depois vais-me pagar uns shots para compensar… entendidas?

—Ah… claro! Uns shots… sem problema!

A chamada terminou.

—Uns shots?! Que porra é essa?

Regina decidiu ir comprar algo para comer. Não conseguia aguentar mais horas sem comer. Sentia-se fraca…

A pastelaria de Elsa era próxima do hospital e Regina decidiu parar por lá. Teve um pequeno almoço digno de uma rainha. Quando ia a sair, decidiu que queria algo verdadeiramente doce para levar a Emma. Tudo tinha ótimo aspeto, mas nada lhe chamava realmente a atenção.

—Está à procura de alguma coisa específica Sra. Perfeita?

—Bem, até tenho alguma vergonha em dizer isto, mas… enfim, nada do que está aqui me parece suficientemente especial, pelo menos para a pessoa que eu quero.

—Estou a ver… os melhores doces nem sempre se encontram numa pastelaria, e eu contra mim própria falo. É para aquela menina loira que estava cá consigo no outro dia?

—Sim – Regina estava decidida a deixar o constrangimento de lado.

—Estou a ver. Não há nada que tenha a certeza que ela gosta?

—Talvez… Sim! Uma vez eu fiz maças douradas! Ela gostou bastante, mas não estava muito bem-disposta nesse dia.

—Então! Aí tem a resposta… Sra. Perfeita, não há nenhum bolo de 7 camadas que supere o sabor de uma bolacha recheada de amor. Ou no seu caso de uma maça.

—Muito obrigada Elsa.

Regina saiu da pastelaria e foi até casa. Cozinhou meia dúzia de maças, mergulhou-as no mel e colocou-as cuidadosamente num tabuleiro. Antes de voltar ao hospital passou pela florista de Anna para comprar algumas flores. Queria oferecê-las juntamente com as maças.

—Olá Anna! Tudo bem?

—Senhora perfeita! Por aqui… bem está um pouco desarrumado, mas tudo ótimo! – Anna pousou um grande vaso de flores e apertou fortemente a mão de Regina – Então, como foi o casamento da sua irmã?

—Atribulado, posso afirmar…, mas correu bem! E ela adorou as flores, por falar nisso.

—Ainda bem! É sempre agradável saber que fizemos um bom trabalho. Mas suponho que não tenha vindo aqui só para me felicitar, ou estou enganada?

—De facto não. Eu gostaria de levar algumas flores para aquela rapariga que estava aqui comigo no outro dia. Ela acabou de ter o bebé, e foi um parto complicado. Gostaria de lhe levar algo para a alegrar.

—Ela teve o bebé? Que bom! E o menino está bem?

—Está… felizmente no final deu tudo certo.

—Fantástico! Bom vamos lá escolher as flores então. Uuuuu, acho que estes mini girassóis seriam perfeitos. Ao fim de contas são sinal de alegria!

—Sim!

Anna fez um belo ramo com um laçarote vermelho a enfeitar. Os girassóis eram de facto pequenos, o que os tornava ainda mais fofos.

Anna… posso fazer-lhe uma pergunta?

—Claro! Dispare! Mas primeiro trate-me por tu por favor! Não sou assim tão importante…

—Claro que és importante. Bem o que eu queria perguntar é… porque é que achaste que eu e Miss Swan eramos um casal quando nos viste cá no outro dia? Isto é, o que é que viste em nós?

—Hum, isso. Bem, tirando o facto de que eu sou uma pessoa extremamente romântica e vejo amor em todo o lado… posso dizer que a maneiro como vocês se olhavam era tão intensa que quase fazia faísca – disse Anna de maneira extremamente natural, como se ler os sentimentos das pessoas fosse algo regular. – A minha irmã teve uma namorada há alguns anos. Elas eram definitivamente feitas uma para a outra, mas infelizmente ela faleceu precisamente no dia em que a Elsa a pediu em casamento. Foi horrível!

—Oh… - Regina empalideceu – Lamento imenso…

—Sim, todos nós lamentamos, especialmente a Elsa. Ela sofreu muito mesmo. Mas onde eu quero chegar é que… eu lembro-me perfeitamente da maneira como a minha irmã olhava para a namorada. Era como se quando elas estavam juntas houvesse uma barreira de cumplicidade que ninguém pudesse trespassar. Pela primeira vez em muitos anos eu vi essa cumplicidade novamente. Com você e Miss Swan.

—Eu não… essa intensidade que tu vês… eu acho que ela não sente o mesmo por mim – Regina desabafava como se conhecesse Anna há anos.

—Responda-me a uma coisa. Há quanto tempo é que vocês as duas se conhecem.

—Anos! Quer dizer, há quase um mês, mas sinto como se a conhecesse há anos! – apressou-se a corrigir.

—Ah, estou a perceber. Olhe, por experiência própria, nem toda a gente vive o amor com a mesma intensidade. Talvez a Emma ainda esteja um bocado na defensiva…

—Mas ela beijou-me hoje e era suposto… ah… era suposto eu sentir mais intensidade! Sei lá… olha, era suposto ser o beijo do verdadeiro amor!

—Hum, e tu já ponderaste que uma de vocês esteja na fase da paixão em vez da do amor. É que, são coisas bem diferentes Sra. Perfeita.

E nesse momento a morena tocou-se do que estava a acontecer. Era isso! Só podia ser isso. Paixão é uma coisa, amor é outra. Claro! Paixão era o fulgor, o momento, sexo, uma intensidade constante e inexplicável, estar sempre bem com tudo. São os primeiros passos… Mas amor. Esse sentimento é bem diferente. Amor é segurança, confiança, sorrisos rasgados sem razão, mas também noites sofridas, lágrimas, como as que Regina chorou durante noites na floresta encantada durante anos por não poder estar com a sua aia.

Paixão é um amar pelos dois, já o amor é dividido pelos dois.

—Tens razão. Tu tens toda a razão.

—Uau, não é algo que ouça todos os dias.

A morena pegou nas flores, agradeceu à ruiva, e dirigiu-se para o hospital com os presentes. Não eram maças ou flores que iriam fazer com que Miss Swan amasse verdadeiramente Regina, aliás, nenhum objeto ou doce o poderia fazer. Tinha de ser a própria Regina, e agora, mais do que nunca, tinha a consciência disso.

Entrou no quarto de Emma, que ainda dormia profundamente. Regina pousou cuidadosamente os presentes numa mesa em frente à cama da loira. Depois foi até ela, acariciou-lhe o rosto e beijou-a na testa. O sabor da sua pele era tão indiscritível. De repente, ouviu uns barulhos muito inocentes atrás de si.

—Bom dia Henry! – cumprimentou ela baixinho – deves ter fome, não é? – tirou-o do berço e embalou-o levemente – Mas a mamã ainda não acordou está bem? Vamos esperar um bocadinho.

O filho de Emma era das coisas mais bonitas que ela alguma vez tinha visto, mas também das mais assustadoras. Tão pequeno, tão indefeso, parecia de cristal. Era preciso protegê-lo, sobretudo do Senhor das Trevas. Rumpelstiltskin ainda não tinha jogado as cartas todas, era uma questão de tempo até as coisas azedarem novamente, como sempre.

—Regina… - chamou uma voz trémula e carinhosa.

—Bom dia! Vamos dizer bom dia à mãe?

Henry arregalou ligeiramente os olhos quando Regina o depositou nos braços da loira.

—Importastes que fique enquanto lhe dás de mamar?

—Isso é uma desculpa esfarrapada para veres o meu peito?

Regina corou ligeiramente e riu largamente. Ao olhar para a frente da sua cama, Emma semicerrou os olhos

—Eu não me acredito! Trouxeste-me maças douradas! Amo-te! E prometo que não as vou vomitar desta vez.

De seguida deu-lhe um beijo rápido nos lábios, como se fosse uma rotina diária. Passaram uma tarde agradável. Contaram histórias de vida uma à outra, embora Regina tivesse de “enfeitar” as suas um pouco; comeram as maças; admiraram David Henry e Emma tentou encontrar parecenças com a sua família, em vão.

—Emma, ele é literalmente um bebé de nem 24 horas, não há maneira alguma de identificar traços físicos ou faciais ou qualquer coisa que seja.

—Não sejas tão realista!

—Realista, eu? Acredite, eu sou tudo menos realista Miss Swan.

—A sério, ninguém diria…

Antes que a conversa pudesse continuar, a médica chegou e deu uma boa notícia a Emma: ela teria alta no dia seguinte. O que era excelente, visto que a loira não aguentava estar mais tempo confinada naquele pequeno quarto. Entretanto Regina teve uma ideia brilhante, que estava disposta a por em prática.

—Emma, e se tu viesses morar comigo?

—Morar contigo? Regina, não é preciso isso tudo para dormirmos juntas.

—O quê! Eu… não, não, não é nada disso!

—Estou a brincar! Relaxa… eu só… não achas que estamos a ir depressa demais?

—Calma Miss Swan, não a estou a pedir em casamento. Só acho que, se viesses morar comigo seria mais fácil cuidar do Henry, eu podia ajudar-te…. Acredites ou não tenho bastante jeito para crianças.

—Eu acredito – confirmou a loira sorridente e algo envergonhada – Mas tens a certeza que queres fazer isto? Eu às vezes não sou uma pessoa propriamente fácil de lidar.

—Pois eu garanto-te que já lidei com pessoas bastante complicadas durante a vida – a morena lembrava-se da mãe – Olha se não quiseres eu percebo perfeitamente – no fundo Regina iria sentir-se extremamente magoada se isso acontecesse! – a decisão é tua obviamente.

—Hum… - Emma pensou por uns momentos – Ok eu aceito!

—Yeah!!! – Regina não conseguiu conter o entusiasmo.

—Mas com uma condição…

A morena pensou que fosse algo do género de dormir em quartos separados, ou divisão de tarefas, mas não.

—Vais ter de me dar um beijo todas as noites!

—Ahahah, isso eu posso fazer. Até posso começar já!

A morena beijou apaixonadamente a loira, com segurança, e cheia de confiança que brevemente ia conquistar o seu amor.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado pessoal! Amei escrever este capítulo :) Vou voltar à ação o mais rápido possível, já que estou quase de férias!!!
Deixem as vossas opiniões please.

BJS & ATÉ AO PRÓXIMO ♥



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