True love's kiss escrita por Beatrix Costa


Capítulo 2
Storybrooke


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo aí gente!!!! Espero que gostem!
BOA LEITURA ♥



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Regina despertou num segundo rápido, e sentou-se. Estava numa cama, o ambiente à volta era estéril, pouco acolhedor e pequeno em relação ao que estava habituada. Levantou-se e sentiu um tapete duro debaixo dos seus pés. Olhou para si mesma e reparou que ostentava um pijama acinzentado e de um estranho tecido. Estava confusa e perdida, onde estaria? Pela vista da janela não era de certeza na floresta encantada. Parecia um vilarejo moderno! Na mesinha de cabeceira havia um espelho, para o qual Regina decidiu olhar. Ficou chocada, o seu imenso cabelo havia-se transformado num pequeno corte que nem aos ombros chegava. Até que nem desgostou. A cicatriz do seu lábio superior estava mais demarcada. Tocou-lhe e sentiu uma pequena dor, como se ainda estivesse a sarar.

—Muito bem Regina, isto com certeza é o acordo. Não entres em pânico! – dizia para si própria, controlando as respirações – Rumpelstiltskin, tenho de o encontrar.

Abriu o que supôs ser o armário, onde encontrou roupas justas, elegantes e em tonalidades escuras. Teve alguma dificuldade em escolher o vestuário, por não estar habituada a coisas tão contemporâneas. Acabou por se decidir por um vestido cinzento que lhe dava pelos joelhos e uns sapatos de tacão alto. Desceu até ao andar de baixo… a casa continuava sem cor, exceto pelas maças em cima da mesa da cozinha, que eram de um vermelho bastante carregado! Explorou as divisões da casa, tentando encontrar algo que lhe dissesse quem era naquele mundo. Tudo parecia diferente, como se fosse de uma outra era, e o Senhor das trevas dissera-lhe que naquele mundo a realeza era escassa, portanto supôs que não fosse mais conhecida como uma princesa. A única coisa que se assemelhava a uma pista eram alguns papéis em cima da mesa de jantar, dos quais ela não percebia rigorosamente nada! Mas ao menos deu para entender que não era uma plebeia qualquer!

Saiu então de casa, cruzando-se com várias pessoas conhecidas, mas que estavam demasiado atrasadas para a cumprimentar, ou simplesmente não o queriam fazer (atitude que ela estranhou).

—Bom dia, Sra. Perfeita! Está uma linda manhã não acha? – perguntou um homem de óculos tirando o chapéu para a cumprimentar.

—Bom dia! Está sim senhor – então era isso, era a perfeita da cidade!

Regina conhecia aquela voz de algum lado, mas não se conseguia lembrar de onde! A cara era-lhe completamente desconhecida. Passado algum tempo viu Grumpy, um dos amigos anões de Branca de Neve, mas este nem sequer a cumprimentou, em vez disso, fez uma cara feia. Passou por mais uma data de gente, os quais a encararam com atitudes idênticas. Decidiu entrar num café chamado “Granny’s diner”, onde tinha a certeza que encontraria alguém conhecido. Assim que entrou, cumprimentou toda a gente com um amável sorriso, incluindo Capuchinho vermelho.

—Olá avozinha! Está tudo bem? – perguntou ela aliviada por encontra alguém pertencente ao conselho real, mas tentando parecer usual.

—Ora vejam só quem acordou de bom humor! Bom dia Sra. Mills, vai ser o habitual? – perguntou a velhinha, um pouco hostil.

—Ahhh… sim, creio que sim.

Regina não percebia porque é que quase ninguém lhe dirigira um simples sorriso. Tinha o seu feitio logicamente, mas sempre fora uma mulher afável.

—Aqui está, tarte de maçã acabada de sair. Espero que esteja ao seu gosto – disse a avozinha pondo-lhe uma fatia da sua saborosa tarte à frente. O cheiro era como que hipnotizante.

—Desculpe – entreviu Regina antes que ela se fosse embora – Sabe onde posso encontrar Rumpelstiltskin?

—Mas que mania com que as pessoas andam de chamar o homem por esse nome! Quer dizer, eu sei que ele é um trafulha, mas também não é preciso insultá-lo! Ora, visto que estamos no horário de expediente, assumo que Mr. Gold esteja a trabalhar na sua loja, como é habitual.

—Mr. Gold… - sussurrou a perfeita – Quem mais o tratou por Rumpelstiltskin?

—A sua irmã ora quem haveria de ser!

—A Zelena!?

—Sim, creio que não tem outra irmã para além de Mrs. Jones.

—Mrs. Jones?! – gritou Regina estupefacta.

Todos a olharam de lado, falando baixinho uns para os outros. A morena ficou mais vermelha do que uma maçã depois de perceber a tonalidade que a sua voz tinha atingido e, deixando a sua tarte pela metade, pagou apressada sem esperar pelo troco, e foi-se embora.

Regina vagueou pela cidade, completamente perdida, olhando de um lado para o outro, à procura de uma indicação de onde poderia estar o Senhor das trevas. Depois de andar alguns metros viu uma tabuleta que indicava “Sr. Gold, loja de antiguidades”. Respirou fundo e entrou de rompante.

—Rumpelstiltskin! – chamou ela autoritariamente.

—Sr. Gold seria mais apropriado Sra. Perfeita.

—O que é que fizeste! Onde é que estamos?! Porque é que toda a gente me olha de lado? Tu disseste que eu teria tudo para conquistar a Emma, e até agora nem sequer a consegui encontrar.

—Minha querida, eu não fiz nada, tu é que lanças-te o feitiço! Miss Swan está algures nesta cidade, é uma questão de tempo até as duas se encontrarem aqui em Storybrooke – fez uma pausa dramática enquanto arrumava alguns objetos da loja incluindo uma roda de fiar – quanto aos olhares alheios, nada posso fazer! Lembra-te que isto não é a floresta encantada, a tua reputação não é a mesma, e os políticos não costumam ser olhados de boa fé.

—Mas eu nunca lhes fiz nada!

—Pensas tu… mas a verdade é que nem sequer sabes da tua própria vida. As tuas memórias continuam a ser as do teu mundo, aqui continuas a ser Regina Mills, mas podes ter a certeza que és tudo menos a princesinha do povo – Regina fulminava-o com o olhar – Eu avisei-te Regina, toda a magia tem um preço, e as prestações não são baixas. Tens de aprender a lidar com as tuas escolhas.

Regina saiu da loja, batendo com a porta atrás de si. E se aquela tivesse sido uma má decisão? Estava desolada e a única pessoa que lhe ocorreu que a poderia ajudar era Zelena, talvez, quem sabe, ela ainda tivesse algumas das suas memórias consigo. Procurou por uma casa com tonalidades verdes, ou talvez com muitas plantas à volta, o tipo de coisa própria da irmã. Andou pela cidade, demasiado envergonhada para perguntar a alguém se sabia onde ficava a moradia de Mrs. Jones. Só de pensar naquele apelido davam-lhe náuseas. Afinal, Killian era a principal razão pela qual se gerara toda aquela situação! Finalmente encontrou uma casa algo isolada, com um telhado em tons esverdeados muito escuros. Só poderia ser aquilo, e as suas suspeitas confirmaram-se quando leu no tapete da entrada “Bem-vindos à casa dos Jones”. Bateu à porta, e para sua infelicidade o anfitrião foi Mr. Jones.

—Regina, que prazer em ver-te! Entra! – disse Killian com aquele habitual sorriso enjoativo.

—Obrigada… - Regina entrou a medo, olhando de um lado para o outro, procurando algo que lhe fosse familiar.

—Zelena querida, anda ver quem está aqui! – chamou Killian.

Regina franziu o sobrolho. “Querida” não era propriamente o termo de que estava à espera, vindo do capitão da marinha real e de um… desmembrado! Quando a morena reparou que Killian não tinha uma mão quase se ia descaindo. Mas porque não tinha ele a mão? O que se passara?

—Quem é que nos veio visitar? – perguntou Zelena ao descer as escadas – Mana! Que boa surpresa!

Zelena praticamente correu para a irmã e lhe saltou para os braços! As duas sempre foram boas irmãs, a cumplicidade era igual na floresta encantada, para reconforto da morena.

—Zelena vou ter de ir! Hoje tenho muito trabalho nas docas e já estou a ficar atrasado – informou Killian, depositando um grande beijo nos lábios da ruiva.

—Claro amor! Daqui a pouco também tenho de ir para a agência… amo-te Hook!

—E eu a ti! Até logo Regina, prazer em ver-te, como sempre.

Depois saiu e fechou a porta atrás de si.

—Que românticos… - comentou Regina vagamente para a irmã.

—Não percebo qual o espanto! Sempre fomos assim – disse ela alegremente, como se estivesse verdadeiramente apaixonada. – Mas então maninha… o que te trás aqui a estas horas da manhã?

—Zelena, por acaso não sabes onde posso encontrar Emma Swan? – perguntou ela sendo o mais direta possível.

—Emma Swan… nunca ouvi falar – disse ela num tom algo que arrogante – Mas porquê, quem é ela?

—Tens a certeza que nunca ouviste falar dela? Ela não mora aqui na cidade nem nada do género?

—Duvido seriamente! Mas tu estás certamente mais capacitada para saber isso, afinal é suposto a perfeita saber quem vive na sua própria cidade.

—Sim, tens razão, foi uma pergunta estúpida. É que hoje recebi uma carta com o nome dela, e pensei que talvez o mensageiro se tivesse enganado na morada – mentiu ela descaradamente.

—Hahaha queres dizer o carteiro! Manda um email para a companhia dos correios, acho que eles vêm recolher a carta a tua casa e a entregam no destinatário correto.

—Certo… um email! Claro, vou fazer isso – respondeu a morena, embora não fizesse a menor ideia do que fosse um email. – Só mais uma coisa, sabes por onde anda o pai?

—Regina… - Zelena suspirou profundamente – Eu sei que é difícil, mas esta situação já dura há 5 meses, tens de aceitar a realidade meu amor.

—A… realidade? De que é que estás a falar.

—Por favor Regina, essa tua atitude não é boa para ninguém, muito menos para ti! Eu já me ofereci para ir contigo ao hospital, mas não podemos continuar a condicionar as nossas vidas por causa do pai. Os médicos já nos explicaram que ele tanto pode acordar hoje como daqui a uns meses, é assim que funciona o coma.

—Sim… tens razão, desculpa!

Ficou um silêncio estranho. Regina só queria rebentar em lágrimas! O seu pai em coma, a única pessoa que a poderia compreender e mais do que isso, ajudá-la, estava adormecida numa cama de hospital!

—Sabes mana… quando eu conheci o Hook ambos estávamos a passar por tempos difíceis. Nós tínhamos acabado de quase perder o pai e ele tinha tido o acidente em que perdeu a mão, como tu sabes. Ele ajudou-se muito a superar isto tudo, sobretudo por causa da leveza com que tratou o seu problema. Ninguém gosta de ser chamado de Capitão Gancho… mas o Killian amou essa alcunha, e fez questão de ser ele próprio a adotá-la.

—Por isso é que quiseste casar com ele tão rápido… - deduziu Regina, visto que só tinham passado 5 meses desde que os dois se haviam conhecido.

—Pode-se dizer que sim! Quando ele me pediu em casamente eu quis logo ir ao cartório, nem hesitei.

—Pois… compreendo.

—Daqui a umas semanas fazemos a festa oficial, mas de qualquer maneira não vai ser uma coisa muito grande. Podias ajudar-me com a organização, talvez assim te conseguisses distrair um pouco de tudo o que aconteceu.

—Seria um prazer Zelena! - Ela tentou fingir animação – Olha, adorei estar contigo, mas tenho mesmo de ir embora.

—Sim, deves ter muito trabalho na prefeitura… como sempre! Vê lá se arranjas um tempinho para a tua irmã de vez em quando!

Elas deram um grande abraço e Regina retirou-se. Depois de se afastar o suficiente da casa da irmã, os seus olhos aguaram rapidamente. Correu para dentro da floresta, percorreu os caminhos desconhecidos enquanto pensava naquilo que havia feito. Nunca desejara ser olhada de lado, nunca desejara estar num mundo completamente diferente do seu, onde não fazia a mínima ideia de quem era ao certo, e muito menos desejara que o seu pai estivesse mal!

Naquele momento parecia que tudo lhe escapava das mãos! Sentia-se triste e agoniada, se se deitasse com certeza dormiria horas a fio. Chegou ao extremo da floresta e entrou numa estrada completamente deserta. Ficou ali completamente parada, à espera que o tempo passasse. De repente ouviu uma grande buzinadela, e quando se virou para trás dois grandes faróis cegaram-na por momentos. Depois foi tudo muito rápido. Ouviu-se a derrapagem de um carro, Regina sentiu um pequeno impacto no seu estômago que a deitou ao chão de imediato. Sentiu-se sonolenta, mas antes ainda conseguiu ouvir a porta do carro a bater e passos apressados na sua direção.

—Sente-se bem, sente-se bem!? Mas o que é que eu fiz! Minha senhora, sente-se bem? – gritava uma mulher preocupada.

A voz era familiar, e música para os ouvidos da morena. Reuniu as suas últimas forças e abriu os olhos. Quando viu quem era, rasgou um pequeno sorriso com os seus lábios e sussurrou baixinho “Miss Swan”, antes de cair num sono profundo.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Sei que foi um capítulo um pouco mais de "introdução", mas espero que tenha ficado a vosso gosto.

BJS & ATÉ AO PRÓXIMO ♥



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