Kingslayer, perjúrio, o homem que tem merda no lugar da honra, eram seus apelidos por suas costas. Pela frente era Sor Jaime Lannister, o Leão. O leão não era mais da Guarda Real, não podia negar que sentia falta, se alguma vez foi feliz foi quando o manto branco foi posto em seus ombros pela primeira vez, quando era apenas um garoto. Um garoto que aceitou entrar para a Guarda Real para poder ficar com sua amada irmã. 

"Seus olhos e seus olhares
Milhares de tentações
Meninas são tão mulheres
Seus truques e confusões"

Era apenas alguns minutos mais novo que Cersei, os gêmeos Lannister, e por isso não entendia como Cersei havia se tornado mulher antes que ele tivesse se tornado um homem. Não falava de poder gerar crianças, crianças Lannister, com olhos verdes e cabelos dourados como os seus e de sua irmã. Ela o seduziu para que aceitasse vestir o manto branco, e ele não se arrependia. O que é um rochedo se comparado a mulher que ama? Nada. 

"Se espalham pelos pêlos
Boca e cabelo
Peitos e poses e apelos
Me agarram pelas pernas"

Tentou lembrar da primeira vez que a beijou, não conseguiu. Fazia isso desde sempre. Lembrava de quando notou o primeiro fio dourado em meio as pernas de sua gêmea, na época desejou poder ser aquele pêlo, como era idiota, sorriu de si mesmo. Depois dos pêlos vieram os seios, lindos de se ver e mais lindos ainda de se ter na boca. Seu corpo era dela, somente dela. 

"Certas mulheres como você
Me levam sempre onde querem" 

Iria a qualquer lugar do mundo por ela, mesmo que ela não quisesse ou não concordasse de início, mas era tudo por ela e para ela. Porto Real, Winterfell, Jardins de Água e agora para a guerra, mesmo a contragosto dela. 

"Garotos não resistem
Aos seus mistérios
Garotos nunca dizem não
Garotos como eu
Sempre tão espertos
Perto de uma mulher
São só garotos" 

Mexendo em suas memórias, que não eram poucas, tentou lembrar de quando dissera "não" a Cersei. Nunca havia dito isso a sua irmã, e provavelmente nunca o faria. Já havia hesitado, dado outras sugestões, ter feito de outra maneira, mas nunca usou essa palavra expressamente. Ela sempre conseguia o que queria, cedo ou tarde, mas conseguiria tal como o senhor seu pai. 

"Seus dentes e seus sorrisos
Mastigam meu corpo e juízo
Devoram os meus sentidos
Eu já não me importo comigo" 

Estava cavalgando para o Norte seguindo a Estrada do Rei pela segunda vez em sua vida, rumo a guerra, diferentemente da primeira vez, ou talvez, não tão diferente assim, se pensasse bem. Mas tudo em que conseguia pensar era em Cersei e em seu filho por nascer. Decidiu que se ela ainda pudesse gerar mais crianças, iria querer três filhos novamente, dois meninos e uma menina. Tal como Cersei, ele e Tyrion, e como Joffrey, Myrcella e Tommem.

"E então são mãos e braços
Beijos e abraços
Pele, barriga e seus laços" 

Sorriu, fazer filhos em sua irmã e lutar uma guerra eram as coisas que mais lhe davam prazer. Principalmente antes de ter sido mutilado, olhou a mão dourada. Sua mão não importava a Cersei, ele não fazia filhos com a mão de toda maneira. Enquanto a neve caia reviveu brevemente a noite em que fizeram a criança que ela esperava, essa ele iria pegar no colo, nunca havia pegue Joffrey, Myrcella ou Tommem nos braços mas pegará o que está por vir. 

"São armadilhas e eu não sei o que faço Aqui de palhaço, seguindo os seus passos"

Ele a seguirá na batalha ganha e na perdida, como fez desde que nasceu e como fará até o dia de sua morte. Sempre foram mais do que irmãos ou amantes, eram uma só alma em dois corpos. Pensou, o Gargalo ficando a suas costas.