Transfiguração escrita por Honora


Capítulo 1
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Notas iniciais do capítulo

Há alguns meses eu disse bem convicta de que amava remadora (o que não é mentira, eu continuo amando) e que não conseguia mais ver wolfstar. Pois bem, olha eu aqui mostrando o quão iludida eu fui comigo mesma. Eu nunca vou conseguir parar de shippar o dois, me perdoem.

Boa leitura.



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Sentia que haviam jogado um encantamento das trevas e de alta qualidade nele, e podia apostar que havia sido Remus o autor daquele feitiço do qual tentava fugir desde que algumas garotas o perseguiram no quarto ano, com flores nas mãos e cartinhas de amor (eca!).

Remus, no entanto, não precisou correr atrás dele com flores e cartinhas de amor, ele por si só era o suficiente. Não que ele soubesse do efeito que causava em Sirius, é claro — ao menos, ele fingia que não sabia. Mas era grande. E poderoso. Era surpreendente, na verdade.

Afinal, apenas seus olhos castanhos faziam com que Black suspirasse e se sentisse como uma garota do quarto ano com flores na mão e cartinhas de amor. E, se não bastasse aqueles olhos que pareciam pura magia, havia também a boca, que nesse momento mexia-se sem parar, explicações sobre transfiguração saiam de lá, mas Sirius não conseguia prestar a devida e necessária atenção.

Oh, céus, como Remus conseguia surtir aquele efeito nele? Como podia se apaixonar por um cara que explicava algumas leis da transfiguração como um nerd nato?

— Sirius! Está prestando atenção no que estou dizendo? — Remus cutucou-o e puxou o edredom, fazendo com que seus pés se roçassem debaixo do cobertor.

Ah, pelas barbas de Merlin, por que havia dado a ideia de estudar debaixo de um mesmo cobertor? Era confortável, claro, mas estava perto demais de Remus, era muito calor para processar.

— Claro...  Emerico Switch*, ahan... — piscou ao ser chutado por Lupin. — Ai, o que eu fiz?

— Eu parei de falar sobre o Emerico Switch faz uns quinze minutos, Sirius. Onde está com a cabeça? — em você é claro, seu lobisomem tolo.

 

— Desculpe, desculpe, é que essa matéria é tão entediante na teoria — limitou-se a dizer, reparando no quão longo os cabelos de Remus já estavam, alguns fios insistiam em cair em sua sobrancelha.

— Pois trate de prestar atenção, você precisa de notas boas! — a voz carregada de repreensão não foi o suficiente, entretanto.

Sirius Black! Pare agora mesmo de ser um depravado e preste atenção em Remus, ele é apenas um amigo que está tentando te ajudar, então foco! Deixe seus olhos e boca pra lá e... Ei, aquilo é uma nova cicatriz?

— O que está fazendo, Black? — o tom sério acordou-o de pensamentos longínquos, foi só então que percebeu o que estava fazendo.

O dedo acariciava uma nova cicatriz na bochecha de Lupin, tão naturalmente como se já fosse um ato habitual. Claro que pela voz mortífera e expressão séria de Remus, aquele não era um habito, definitivamente.

— Ah... Pensei que, é... Tivesse algo em seu rosto, mas tá tudo certo, tem nada não — engoliu em seco, afastando-se de Remus e assoviando uma canção natalina (parece idiota, não é? Realmente é, mas é o que Sirius Black faz quando está nervoso).

— Você não vai prestar atenção no conteúdo, não é? — Lupin suspirou, apoiando o rosto na mão e o braço nos joelhos dobrados.

— Desculpe, Moony... — mordeu os lábios quando o viu suspirar profundamente uma segunda vez, enquanto fechava os livros e levantava-se — Fica aqui. — segurou-o pelo cotovelo, sorrindo torto.

Remus pareceu ponderar sobre o assunto, suspirando uma terceira vez. Por fim, porém, deu-se por vencido e sentou-se na frente de Sirius, cobrindo-se e apertando os dedos dos pés contra os pés de Black.

— Onde está com a cabeça hoje, Padfoot? É por causa de Regulus? — questionou.

— Ah, não, ele aquietou-se, ao menos por enquanto. É outra coisa que me incomoda, sabe — deu de ombros quando o viu arquear a sobrancelha.

— E essa coisa tem nome?  — Remus virou o rosto, ao mesmo tempo que Sirius sorria largamente.

— Por que está vermelho de repente, Remi? Está com febre? — aproximou-se de súbito, a mão na testa do amigo e os olhos falsamente preocupados.

— Pare com isso, Sirius — tentou afastá-lo, mas Sirius sentou-se em sua cintura, impedindo-o de qualquer ato de distanciamento.

— Pode ser que esteja ficando doente, Moony. Só quero o seu bem, sabe. Me disseram uma vez que as costas da mão e a boca são os melhores lugares para averiguar a temperatura de alguém, sabia? Deixe-me testar — aproximou-se ainda mais, colando os lábios na testa de Remus, gargalhou no mesmo instante que o viu ficar ainda mais vermelho.

— Não entendo por que mudou de assunto tão de repente — reclamou Lupin, virando o rosto e evitando manter os olhos fixos nos de Sirius.

— E eu não entendo por que você ficou tão vermelho de repente, Moony — retrucou, beijando sua bochecha corada.

— Isso devia ser nós dois estudando Transfiguração, não você me deixando sem jeito...

— De certa forma é transfiguração, não? Eu mudando a sua aparência tão de repente — replicou, sorrindo travesso.

— Transfiguração muda a aparência de objetos, Sirius. Viu como não presta atenção nas aulas?! — Sirius revirou os olhos, beijando-o em seguida.

Seu beijo era único e indescritível, deixava-o levemente tonto e abobado, fazendo com que apenas confirmasse a teoria de que Remus enfeitiçava-o de forma nunca vista antes.

De repente, porém, sentiu-se jogado para o outro lado da cama, o calor debaixo do edredom desfez-se rapidamente.

— Ei, onde está indo? — indagou, vendo-o juntar os livros vagarosamente.

— Eu tenho outras matérias pra estudar, Sirius. Se você acha que não tem mais nenhuma dificuldade em transfiguração então terminamos por aqui — respondeu Remus, com um sorriso pequenino e quase imperceptível no rosto.

Sirius bufou, ajudando-o a ajuntar todos os pertences da cama de Remus.

— Ei, Remus...

— O que?

— Você pode me ajudar a traduzir alguns textos de Runas Antigas? — os olhos brilhavam de expectativa e os lábios dobravam-se em uma expressão de cachorro pidão.

— Você não faz runas antigas, Sirius.

Suspirou frustradamente. Por que Remus era tão difícil?

— Certo, certo. Então me deixe ao menos ficar com você na biblioteca — pediu, vendo-o assentir.

Pelas calças de Merlin, como Remus fazia com que ele fosse a biblioteca por pura e própria vontade? Mais uma vez sentiu-se completamente enfeitiçado por Lupin. Bem, se fosse sempre Remus quem o enfeitiçasse daquela forma, não tinha do que reclamar.


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Notas finais do capítulo

*Emerico Switch é o autor do livro "Guia de Transfiguração para iniciantes".



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