The New Avenger escrita por Dark Sweet


Capítulo 7
Lado sombrio da força


Notas iniciais do capítulo

Hey! Olá, olá, olá!
Como vão?
Fui rápida, né?
Aqui está mais um capítulo e esse contém cena de luta, por isso ficou um pouco repetitivo, mas vale a pena ler.
Boa leitura!



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 Mordi o lábio inferior enquanto encarava o papel preso na prancheta pedindo certas informações sobre mim.

Eu devia registrar alguma informação? Eu devia confiar nesse doutorzinho? Eu nem o conheço!

Respirei fundo e segurei a caneta firmemente. Ela estava escorregando por conta do suor.

Fazia alguns minutos que eu estava com aquela prancheta nas mãos. Talvez a secretária já estivesse impaciente por conta da minha demora. Mas ela falou que eu tinha todo tempo do mundo, não?

Pressionei os lábios quando observei a próxima pergunta. Qual o diagnóstico? Eu odiava essa pergunta. Respirei fundo e escrevi: TEPT. Ok, próxima pergunta.

Toma algum medicamento? Se sim, qual? Bufei. Que raios de perguntas são essas, hein? Seria mais fácil falar isso olhando para o terapeuta! Contrariada, escrevi o nome do antidepressivo e levantei, entregando a prancheta para a secretária que sorriu.

—Você é a próxima, Melinda. - arregalei os olhos.

—O que? Mas já? - ela riu.

—Bom, você levou a sério quando eu disse que você tinha todo tempo do mundo. - assenti e me sentei novamente no sofá.

Quando Michael entrou no meu quarto e disse que tinha marcado uma consulta com o terapeuta, eu não imaginava que eu iria vir sozinha. Não porque não tinha ninguém para me acompanhar, mas porque eu escolhi vir sozinha. E caramba. Isso foi uma péssima ideia.

Tamborilei os dedos em meus joelhos e olhei ao redor da sala de espera. O que eu estava fazendo? Eu não podia simplesmente entrar naquela sala e falar toda minha vida para um completo estranho! Eu nem o conhecia!

Ok, eu fiz isso com a terapeuta sem sal. Só que com ela eu não tive opção! Era isso ou ficar sem dormir.
Se bem que dessa vez é isso ou ficar sem remédios. Céus. O que eu faço?

Olhei novamente ao redor e meu olhar caiu sobre a porta que levava para fora do consultório do Dr. Palmer. Eu poderia ir embora.

Vacilei o olhar entre a porta da saída e a porta da sala do terapeuta. Eu poderia dizer que tive um compromisso e precisei ir embora, já que estava demorando de mais. Ou que minha menstruação chegou antes do previsto. Isso!

Sorri largamente e levantei, indo até a porta. Foi então que escutei o barulho de uma porta sendo aberta e um "até a próxima consulta".

Merda. Fingi que nada aconteceu e continuei andando.

—Melinda Hunters? - virei-me na direção da voz e olhei o cara vestido com roupas claras e um jaleco. Uau! Que gato. Então notei o vacilo que eu dei. Merda duas vezes. - Sua vez. -

—Minha vez não! A vez é dessa tal de Melinda aí. Meu nome nem é esse! - falei tentando sair pela tangente.

—Ah, não? E como se chama? - o médico perguntou arqueando a sobrancelha.

—Diana. Diana Lawyers. - sorri.

—Certo, Diana. E você tinha uma consulta marcada? - ele cruzou os braços. Assenti.

—Sim, sim, sim. Eu sou a última paciente. Ou seja, depois dessa tal de Melinda. Aliás, que nome horrível, não? -

—Bom, já que Melinda Hunters aparentemente não está presente, acho que você pode entrar, não? Sabe, passar na frente. - ele deu um sorriso sarcástico. Ele percebeu minha mentira. Merda três vezes.

—Eu acho melhor não. Sugiro deixar que essa tal Melinda se consulte primeiro. Coitada. Deve passar por tantos problemas. -

—Se você marcou uma consulta também deve estar passando por problemas, não? Vamos. Entre. Eu não mordo. - sorri sem me importar com a mentira e o fato de querer fugir dali. Ele me deu o aval perfeito!

—Eu não me importaria se você mordesse. - ele sorriu.

—Quem sabe se você colaborar. - sorri e fui até ele. Dei mais uma checada e entrei na sala. - Fique a vontade. -

—Ah, eu irei. - falei olhando sobre o ombro e observei ele fechar a porta. Me deitei no divã, mas não me senti confortável. Resmunguei alguma coisa e me sentei, na famosa posição borboleta. Agora sim.

—Bom, Diana Lawyers. - ele começou sentando-se na cadeira de rodinhas. O encarei. - Desculpe. Esse não é o seu nome? -

—Hahaha. Muito engraçado, doutor. - ele soltou uma risada gostosa.

—Muito bem, Melinda. Eu só te peço uns minutos para ler sua ficha, ok? - assenti e observei ele ler o papel na prancheta.

Mano, que homem gostoso. Se eu soubesse que ele era tão gato assim eu jamais teria cogitado a ideia de fugir!

Pressionei os lábios. Como eu vou fazer para transar com ele sem atrapalhar minhas consultas? Será que ele seguia aquela norma de médicos não se relacionarem com seus pacientes? Normalmente, essa norma vem acompanhada da palavra "afetivamente". Eu só queria sexo. E meu remédio.

—Podemos começar? -

—Claro. Eu começo a tirar a roupa ou você começa? - ele sorriu.

—Primeiro você me conta sobre você e depois passamos para essa parte. O que acha? -

—Não podemos inverter a ordem? - ele negou com a cabeça. - Mas a ordem dos fatores não altera o resultado! -

—Mas o seu resultado alteraria sim, não acha? - suspirei. - Por que você não me fala sobre você? -

—Sobre mim? O porquê de eu ter TEPT? -

—Isso pode ficar para depois. Me conte sobre você. Nome, idade, as coisas que gosta de fazer, qualidades, defeitos. -

—Tem certeza? Eu costumo falar pelos cotovelos quando não se trata dos meus problemas. Não acho que você tenha tanto tempo assim. - ele aumentou o sorriso. Que fofo! Ah, vou apertar as bochechas dele!

—Eu tenho todo tempo do mundo, Melinda. Pode falar a vontade. -

Então eu fiz o que eu faço de melhor: falar demais.

***

Dr. Palmer não estava brincando quando disse que tinha tempo. Minha consulta durou cerca de três horas! Ele até dispensou a secretária porque já passava do expediente dela. E dele também.

E não, a gente não transou. Esse doutorzinho acabou me enrolando com essa de falar sobre mim. Mas vai ter volta. Ah, se vai.

No final, eu acabei não falando sobre aquilo. Ele disse que não tinha nenhum problema. Ficaria para a outra consulta, próxima semana. Aliás, também consegui uma receita para comprar meu antidepressivo. Ele disse que não queria que eu dependesse de remédios, mas iria me dar a receita pela primeira e última vez. Tudo bem. Consigo sobreviver com um frasco.

—Melinda? - escutei Michael me chamar do outro lado da porta.

—Entra. - falei olhando para a porta. Meus pais entraram e logo percebi do que se tratava. Continuei na mesma posição: deitada na cama com a cabeça pendurada para fora do colchão.

—Como você está, querida? - Michelle indagou sentando-se ao meu lado.

—Bem. - dei um sorriso pequeno. - E vocês? Aproveitaram que não tinha ninguém em casa e mataram a saudade da semana passada? - arqueei a sobrancelha.

—Você é um caso sério, Melinda. - Michael falou rindo.

—Agora pronto. Vocês ficaram fazendo o que então? Jogando cartas? Tomando chá? -

—Sua mãe tem que trabalhar, lembra? -

—E você? - olhei para meu pai. - Irá ficar de molho até quando? -

—Até Coulson falar que estou em condições para trabalhar. Você sabe. -

—Coulson preza pela integridade física dos seus agentes. Estou sabendo. - sorri.

—E a consulta? Como foi, meu amor? - minha mãe questionou segurando minha mão que estava sobre minha barriga.

—Foi bem. O dr. Palmer deve saber todas as minhas qualidades e defeitos. Eu não devia ter falado todos os defeitos, isso revela minhas fraquezas. - suspirei revirando os olhos. Que gafe, Melinda! - Contudo, acho que ele ficou com dor nos ouvidos de tanto me ouvir tagarelar. - sorri satisfeita.

—Você irá para a próxima consulta? -

—Ah, claro. Ele é legal. A gente fica flertando a consulta toda. Isso faz com que eu relaxe, sabe? - soltei uma risada.

—É um jeito estranho de se sentir relaxada, mas lembre-se que ele é seu terapeuta, Melinda. - minha mãe falou afagando minha mão.

—Eu sei. - sorri.

—Mamãe, meus biscoitos acabaram! - escutei a voz de Will vindo da porta. E lá estava ele, de braços cruzados e uma cara de bravo.

—Esquece os biscoitos, pirralho. Vamos fazer waffles? - perguntei sorrindo e me sentando na cama, virando-me para a porta.

—Vamos! - ele sorriu abandonando a pose de durão e vindo até a cama.

—Não temos waffles também. Aliás, a dispensa está praticamente vazia. Eu vou no mercado fazer umas compras rápidas. - Michelle levantou.

—Eu vou. - falei.

—Você ir ao mercado? - Michael arqueou a sobrancelha.

—Claro. Tem algo que eu quero falar com o Tyler. Ele pode ir comigo. - falei. Claro que isso era uma forma de fugir dessa conversa. Odeio esse tipo de conversa.

—Eu quero ir também. - Will falou vindo até mim. - Deixa eu ir, Melinda. -

—Não, pirralho. Não dessa vez. O que eu quero falar com o Tyler é particular. - O encarei.

—Ah. Vocês vão namorar, né? Eu não queria ir mesmo! - o pirralho deu de ombros.

—Que namorar o que? Quando você faz esquecer essa ideia que namoro com o Tyler? - revirei os olhos.

—E não namora? -

—Até você, mãe? - revirei os olhos.

—Michelle, deixe a menina. Aposto que se ela estivesse namorando com o Tyler, ela nos contaria, não é, querida? - Michael falou me olhando com um sorriso.

—Claro que sim. Adoraria compartilhar com vocês toda minha vida amorosa. - ironizei revirando os olhos novamente.

—Tudo bem. Eu vou fazer a lista do que precisamos, ok? - assenti e observei minha mãe sair do quarto com Will no colo.

—Eu sei. -

—Sabe o que? - murmurei me fazendo de desentendida.

—Você vai ao mercado para fugir da conversa. - franzi as sobrancelhas.

—O que te leva crer que estou fazendo isso? -

—Eu sou seu pai. - foi a resposta dele antes de sair do quarto. Suspirei e peguei meu celular.

"Topa ir ao mercado comigo?"

"Agora?", foi a resposta de Tyler. Revirei os olhos.

"Estou passando aí em cinco minutos."

Peguei um casaco e calcei minha chinela. Guardei o celular no bolso e desci.

—Aqui, querida. Se quiser comprar algo para você e o Tyler comerem na hora, pode comprar. - peguei o pedaço de papel e o cartão de crédito. - Lembra a senha? -

—Claro. Eu nunca esqueço senhas de cartões de crédito. - sorri indo até a porta.

—Claro que não esquece. Vai de carro? - ela perguntou.

—Não. - falei saindo de casa.

A brisa fria de New York atingiu meu rosto, fazendo-me colocar as mãos nos bolsos e seguir caminhando até a casa de Tyler.

—Namorar com o Tyler. Essa foi boa. - resmunguei rindo. - Avisar aos meus pais se eu estiver namorando. Quantos anos eles acham que eu tenho para ter que falar sobre meus relacionamentos? 13? - continuei falando sozinha. - Ah, claro. Acho até que devia contar quando perdi minha virgindade. Eles iriam adorar. - uma mulher passou por mim com sua filha. Ambas me encararam estranho.

—Mamãe, ela estava falando sozinha. Você viu? - escutei a menininha falar.

—Vamos, querida. - a mulher falou apressando os passos. Revirei os olhos e continuei andando. Meu celular vibrou no bolso.

"Cadê você?", revirei os olhos com a mensagem do Tyler.

"Estou passando pela cafeteria do sr. Campbell. Chego em dois minutos!"

Foi então que eu cai para o lado. Maravilha.

—Eu hein! Eu sei que sou destrambelhada, mas tropeçar para o lado? Que estranho. - sentei e limpei meus braços fazendo uma careta. Tinha uns arranhões. Alguns feios, outros quase não dava para ver.

Procurei pelo meu celular e o encontrei perto da entrada do beco onde tinha caído. Estiquei meu braço para pegá-lo e senti alguém segurar meu pulso.

—Olá, docinho. Como vai? - encarei o homem que tinha um sorriso nos lábios.

—Ah, oi. Eu vou bem. E você? Pegando muitas mulheres por aí? - ele sorriu mais ainda.

—A única mulher que eu quero é você. - sorri.

—Pena que terá que conviver sem mim. - falei erguendo minha perna e dando um chute na altura do estômago dele, o fazendo ir para longe. Levantei as pressas, me afastando mais dele.

—Não dificulte as coisas, Melinda. Se você colaborar, eu não irei te machucar. -

—Ah, certo, certo. Não estou afim de me machucar essa noite mesmo. Mas quem é você? Não é justo você saber meu nome e eu não saber o seu. - cruzei os braços. Vamos, cadê meus poderes quando eu preciso deles?

—Justo. - ele sorriu. - Eu me chamo Bet Dalton. -

—Ah, Bet Dalton. Interessante. Eu falaria meu nome, mas você já sabe, não é mesmo? - arqueei a sobrancelha. A energia estava começando a crescer em meu peito. Oh, agora sim.

—Então, irá cooperar? Meu chefe não gosta de esperar. -

—Chefe? Você trabalha para alguém? - perguntei sentindo um alerta surgir na minha cabeça.

—Acho que para uma organização seria mais correto. - arregalei os olhos.

—Pelo amor de Deus! Não me diga que é a HYDRA, por favor. - resmunguei revirando os olhos.

—Surpresa. - ele sorriu se aproximando. Ergui a mão na direção dele.

—Surpresa, bebê. - senti a energia surgir na palma da minha mão e logo um jato indo em direção ao tal Bet Dalton. Só que o jato não o acertou, ele desviou no último instante. Porcaria.

O cara se aproximou antes que eu conseguisse fazer outro jato acertá-lo. Maldita hora em que não tenho controle sobre essa droga de poderes. Desviei de um soco e acertei ele com uma cotovelada, me afastando logo em seguida.

—Você sabe lutar. Gosto disso. -

—Aprendi a não depender apenas dos meus poderes, bebê. - falei partindo para cima dele e dando uma sequência de golpes na direção da cabeça dele.

Dalton defendia todos, até que um soco pegou de raspão, fazendo-o ficar um pouco surpreso. Acertei uma joelhada no pé da barriga dele e um gancho de direita no queixo, o levando ao chão.

—E sabe lutar bem. - escutei ele resmungar enquanto levava a mão até o maxilar. Sorri.

—Tive ótimas professoras. Talvez elas te ensinem também. O que acha? - ergui minha mão novamente. Ele nada falou. - Sua resposta demorou demais. Hasta la vista, baby. - antes que eu fizesse qualquer coisa senti uma dor na lateral do meu corpo, fazendo-me cambalear para trás. Dalton pareceu ter se recuperado dos meus golpes e agora vinha em minha direção.

Tentei ativar o escudo, mas antes que eu conseguisse ele segurou meu pescoço com a mão e me encostou na parede com certa brutalidade. Ok, espero conseguir me deitar depois dessa.

—Eu não costumo apanhar e deixar barato. - ele rosnou enquanto apertava ainda mais os dedos ao redor do meu pescoço. Eu sentia cada vez mais o ar esvaindo dos meus pulmões em tempo recorde. - Se eu pudesse te matava agora mesmo. Não precisamos de mais adolescentes na HYDRA. Sempre tão problemáticos. - com a pouca força que me restava eu dei um chute nas partes íntimas do capanga da HYDRA.

Assim que ele me soltou, se afastando, eu cai no chão, levando a mão até o pescoço agora dolorido e procurando recuperar o fôlego.

—Que ideia precipitada essa. Trabalhar com adolescentes. - falei com dificuldade enquanto observava ele ainda se contorcendo de dor. - Adolescentes são sempre problemáticos e difíceis de lidar. - me apoiei na parede e levantei. - Não o culpo por não gostar de trabalhar com adolescentes. Alguns são realmente horríveis e não costumam gostar de seguir ordens. - ouvi um grunhido como resposta e logo desviei de uma sequência de socos. Lógico que com meu jeito desastrado de ser. Até que um me acertou bem na maçã do rosto.

Levei a mão até o local e senti as pontas dos meus dedos ficarem úmidos. Ok, bochecha cortada. Olhei para Dalton que sorria.

—Não sei para que tanta felicidade. Você só me acertou duas vezes. Eu ainda estou em vantagem. - dei um sorriso arrogante. Algo que parece ter irritado ele mais ainda.

Bet Dalton deu um chute na direção da minha cabeça, que por pouco não me acertou. Dei alguns passos para trás e logo corri na direção dele. Antes que outro soco me acertasse eu me abaixei, dando uma rasteira e puxando os tornozelos dele, o levando ao chão. Exatamente como fiz com a Amy.

Dei um passo na direção dele e ergui os punhos, observando Dalton levantar mais uma vez. Qual é! Ele não desiste? Sorri quando senti novamente a energia crescendo em meu peito. Ergui minha palma da mão na direção dele e senti ela ficar quente, logo um jato de energia o acertou, fazendo-o cair novamente.

A-rá! Fiz o jato acertá-lo mais duas vezes e então eu parei. E se eu matá-lo? Por mais que o cara queira me levar para a HYDRA isso não significa que eu tenha que matá-lo.

—Melinda? - escutei uma voz masculina.

—Tyler? - arregalei os olhos, abaixando a mão. - O que você está fazendo aqui? -

—Eu vim atrás de você, oras! Você estava demorando então eu sabia que tinha algo errado. -

—Ah, que bonitinho. O casalzinho aí quer privacidade? - virei-me meu rosto na direção de Dalton e senti ele virar novamente junto com uma dor próxima a minha boca. O gosto de ferrugem me veio à boca e logo cuspi o sangue.

—Melinda! -

—Tyler, sai daqui. Agora! - falei olhando para o garoto que pareceu empacar no lugar.

—Parece que a agente Rivera te ensinou apenas ataque, não é mesmo? Mas não é apenas de ataque que se ganha uma luta. -

—A Amy me ensinou defesa também. Só que eu prefiro ataque, entende? - olhei rapidamente para Tyler que não tirava os olhos de mim. Entende que é para pedir ajuda a Amy, criatura! Meu celular estava perto dele!

—Ah, eu entendo. - ele chutou minha perna e eu cai no chão, gemendo de dor. Eu acho que ele acabou de quebrar minha perna. É a única explicação para o estalo que ouvi. - Sabe, eu acho que vou te matar. Posso muito bem dizer para meu chefe que houve um acidente, sabe? - ele ergueu a mão se preparando para me socar. Mas não foi isso que aconteceu.

Tyler o puxou para longe de mim e bateu nele. Cai sentada. A dor estava enorme, mas eu não podia ficar esperando ela passar. Tyler estava lutando com um agente da HYDRA.

—Meu Deus. Tyler está lutando com um agente da HYDRA! - murmurei olhando na direção dele. Até agora ele estava bem, mas até quando?

Levantei e senti minha perna reclamar. Ignorei a dor e pensei em algo. Não dava para usar meus poderes. Tyler estava muito próximo dele. Grunhi e me aproximei deles.

Foi quando Dalton conseguiu escapar de um dos socos de Tyler e bateu nele, fazendo-o cambalear. Só que não foi apenas um soco. Foram três no rosto e um no estômago.

Tyler caiu e eu ergui minha mão. Senti ela ficar quente, mas nenhum jato saiu. Imaginei jatos de energia saindo dela, mas nada aconteceu.

—Não, não, não! - murmurei. - Vamos! Não era de vocês darem pane! - Dalton deu um passo na direção de Tyler. Certo. Se os poderes não funcionam, vamos para a força bruta.

Dei um passo na direção do agente da HYDRA, mas parei no lugar. Ele tinha batido com a cara em algo. Franzi o cenho confusa. Aliás, os três estavam confusos.

Observei minha mão ainda erguida e quente. Parecia que tinha um escudo entre Tyler e ele. Mas como? Eu nunca tinha protegido alguém com um escudo além de mim.

—Melinda! Cuidado! - levantei o olhar e senti novamente meu rosto arder.

Cai no chão novamente.

—Você sempre me atrapalhando. - ele deu um chute no meu estômago. Qual é! Eu preciso dele ainda! - Dane-se a missão! Eu vou matá-la. -

—É uma pena frustrar seus planos, amor. - ironizei dando uma rasteira nele e o levando ao chão.

Rapidamente ficou sobre ele e soquei o rosto dele. Várias vezes, repetidamente, sem se importar com a dor. Até porque, a essa altura a dor nem importava tanto. - Eu te disse. - murmurei ainda o socando. - Aprendi a não depender apenas dos meus poderes! Eu não queria te matar, sabia? Mas pensando melhor, não parece uma ideia ruim. - quando ergui meu braço para outro soco, eu senti várias cargas elétricas percorrerem meu corpo.

Cai para o lado ainda sentindo as correntes elétricas passando por cada canto do meu corpo.

—Eu devia ter usado isso logo no início. - escutei a voz do Dalton. - Veja só! Você ficou quietinha! Sem piadas, sem tagarelar. - observei um sorriso brotar no rosto dele. - Agora se não se importa, eu vou matar aquele seu amigo ali. Ele é uma testemunha, então precisa ser apagado. É uma pena. Ele tem um preparo físico bom. -

—Que bom que você acha isso. - escutei a voz do Tyler e o barulho de algo batendo. Enquanto ainda sentia os espasmos que o taser tinha provocado, observei Dalton cair. Tyler tinha o acertado com uma barra de ferro. - Hey.  Aguenta firme, ok? A ajuda está a caminho. - ele se ajoelhou ao meu lado.

—Cuidado. - sussurrei e então Dalton acertou ele na altura da nuca. Tyler caiu.

—Garoto estúpido. - ele me encarou. - E você. Ainda consciente? Sabia que essa carga dá para derrubar um rinoceronte? -

—Não seja dramático. - disse com dificuldade.

—Vamos ver se é drama. - então senti novamente o taser em contato com a minha pele e cargas elétricas pelo meu corpo. Céus. Que dor horrível. - E então? É drama, docinho? O que acha de experimentarmos no seu amigo? Você aguenta porque tem poderes, não é uma garota comum. Mas e ele? Ele não tem poderes, tem? -

—Não. - sussurrei. - Você não vai machucá-lo. -

—E o que você irá fazer? - ergui minha mão, eu sentia que meus poderes estavam ali. E estavam querendo sair, mas antes que isso acontecesse ele usou o taser novamente e aquilo foi o suficiente para fazer minhas forças se esvairem. Três vezes era demais. Até mesmo para mim.

Foi então que algo cortou o ar e acertou o capanga da HYDRA, que caiu no chão. Que seja a ajuda, por favor. Eu não iria aguentar outro cara atrás de mim para me matar ou me levar para alguma organização do mal.

—Melinda? - escutei uma voz baixa. Era o Tyler. - Hey, Melinda. - ele se aproximou e tocou meu rosto, mas afastou a mão rapidamente resmungando um "ai".

—Hey, garoto. Quem é você? - levantei um pouco o olhar.

—Clint. - sussurrei. Ele tirou o olhar de Tyler e me encarou. - Seria você meu anjo da guarda? - sorri brincalhona.

—Hey. - um sorriso pequeno surgiu em seus lábios. - Aguenta firme, ok? Eu vou te tirar daqui. - ele se abaixou.

—Não. Não toca nela. - Tyler alertou, mas foi um pouco tarde. Clint afastou as mãos assim que tocou em mim. O que estava acontecendo comigo?

Fechei os olhos. Meu peito estava quente. A energia estava em uma concentração maior que das outras vezes. Quando abri os olhos novamente eu via tudo mais claro. Não. Eu não podia perder o controle. Não com Clint e Tyler tão perto.

—Os olhos dela estão brilhando. Mas estão brilhando de uma forma diferente. - Tyler falou levantando do chão.

—Precisamos sair daqui. Ela está perdendo o controle! Vamos! - Clint puxou Tyler pelo braço para fora do beco.

Meu corpo saiu do chão. Eu estava flutuando e o escudo estava ao meu redor. Eu tentava não fazê-lo explodir. Clint e Tyler ainda estavam ali. E de certa forma, meus poderes estavam diferentes. Não era como da primeira vez, no laboratório do meu pai. Nem quando o McGowan apareceu. Então eu não consegui mais segurar.

Enquanto eu gritava, sentia toda a carga elétrica que o Dalton tinha me dado com taser se esvair. Ergui minha mão na direção de várias latas de lixo que tinha no canto e senti ela ficar quente e com alguns pequenos raios saindo dela. Foi então que o jato saiu, mas esse era diferente. Não parecia ser de energia, mas sim de eletricidade. Raios também saiam junto com o jato. Eu não sabia o que estava acontecendo de fato, mas eu tinha uma ideia. E essa ideia me assustava.

Quando o calor em meu peito diminuiu, eu cai no chão com tudo. Eu estava fraca.

—Melinda! - escutei Tyler gritando e vindo até mim.

—Não. Não toque nela. Melinda ainda está soltando cargas elétricas. - foi a última coisa que escutei Clint falar antes de apagar.


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Notas finais do capítulo

Hey!
E aí? Gostaram? Não gostaram? Comentem, chuchus!
Aqui está, dois capítulos em uma noite.
Não sei quando vou postar os próximos, talvez no ano novo ou só lá para a metade de Janeiro, não sei. Contudo, vou fazer de tudo pra ser logo.
Até a próxima!



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