Just Friends escrita por ladyenoire


Capítulo 14
A chama da esperança é acesa


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários e pela paciência ♥
Boa Leitura!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/746842/chapter/14

Encarei o teto do meu quarto e dei um longo suspiro. Hoje seria o último dia que eu e Marinette iríamos para a escola juntos. Sua avó melhorou e seus pais voltariam no dia seguinte, então era bom mas ao mesmo tempo ruim.

Sei que Marinette não passou tanto tempo assim aqui, mas já foi o suficiente para que eu me acostumasse com a sua presença. Como por exemplo as manhãs que Félix fica três horas no banheiro arrumando o cabelo e nós dois ficamos batendo na porta igual loucos porque queremos fazer xixi. Eu sempre deixo ela ir primeiro. Uma vez eu até cogitei fazer no quintal, só pra deixar ela ir primeiro.

Contei isso pro Nathaniel e ele riu depois de dizer: “Que romântico, os dois têm bexiga frágil!”.

Sentei na cama e encarei o relógio. Havia levantado vinte minutos antes do alarme tocar. Eu estava tão ansioso assim?

Me joguei na cama novamente e usei esses vinte minutos para pensar em algo especial para Marinette, já que seria nosso último dia dividindo a mesma casa.

Sei que tudo isso soa meio dramático, mas na verdade só estou triste por não passar um tempo jogando com Marinette depois do jantar.

— Você está com uma cara de panaca mais do que a normal. – levantei num pulo ao ouvir a voz do meu irmão vindo da porta do meu quarto.

— O que você tá fazendo aqui?

— Faltou luz e eu vim te chamar. Não notou que seu despertador não tocou, gênio? – encarei o aparelho, que agora, de fato estava apagado. – Mas então, qual é a decepção da vez?

— Há há! – ironizei enquanto ficava de pé. – Só estou um pouco triste.

— E porquê?

— Você trabalha na polícia agora?

— Interessante, fugindo do assunto usando o humor. Você é mesmo meu irmão. – bufei e sentei novamente na cama. Se eu não contasse logo do que se tratava, ele não me deixaria em paz.

— Só estou triste porque amanhã a Marinette vai embora. Digo, que bom que a avó dela melhorou e seus pais estarão de volta, mas pensar que não vou mais encontrar ela no café da manhã me deixa um pouco chateado.

— Entendi. Bem, você não pode fazer nada a respeito. Mas você pode convidar ela pra tomar café da tarde de vez em quando, almoçar, jantar. Vocês ainda vão se ver na escola e serão amigos, por mais que a gente saiba que não é bem isso que você quer.

— O q-que... Não... Eu n-não... – Félix começou a rir e eu dei de ombros – Que seja! De qualquer forma, eu já tentei de tudo e não deu em nada.

— Tentou de tudo, exceto dizer que gosta dela.

— Olha só Félix, se você está aqui para jogar verdades na minha cara, pode ir se trancar no banheiro pra colocar aquele gel no seu cabelo e me deixa em paz! – meu irmão riu novamente.

—  Só estou querendo dizer que você é burro.

— Ah, muito melhor! – ironizei.

— Reformulando, você não é tão observador quanto pensa.

— O que quer dizer?

— Você têm medo de dizer para Marinette que gosta dela, porque acha que seu sentimento pode não ser recíproco. Mas já parou pra pensar que talvez seja, e nem mesmo ela saiba. E que talvez ela só descubra quando você contar?

— Como assim?

— Chat, a Marinette joga vídeo game com você quase todos os dias, finge acreditar quando você diz que perdeu a partida porque entrou um cisco no seu olho, te trata como alguém especial e até já te viu de cueca. Sim, a mamãe me contou. – explicou ao ver eu fazer menção de protestar – Você por acaso já viu como ela te olha?

— Já...? – fiz careta de confusão e Félix suspirou.

— Você já notou como ela te olha? – reformulou e eu neguei – Talvez ela goste de você do mesmo jeito que você gosta dela, só não percebeu ainda.

— Isso é possível?         

— Bem, sim. Só conte para ela o que sente, o máximo que você vai ouvir é um não. – só de pensar, estremeci.

— Aterrorizante! – ele deu uma risada.

— Na pior das hipóteses, é só fingir um desmaio.

***

— Marinette? – chamei sua atenção enquanto caminhávamos até a escola.

— Sim?

— O que você vai fazer hoje à tarde?

— Acho que só arrumar minhas coisas pra quando meus pais me buscarem amanhã. Porquê? – suspirei. Ela estava linda como sempre, sua beleza me intimidava tanto que por um momento quase abortei a missão. Mas isso aconteceu por muito tempo, então decidi não recuar.

— O que acha que ir comigo na cafeteria? E depois mais tarde, eu posso te ajudar a arrumar suas coisas se você quiser.

— Isso seria ótimo! – ela sorriu e continuamos caminhando e conversando lado a lado.

Depois de convidar Marinette, eu não conseguia me concentrar em nada. Digo, o novo Chat estava de boa, mas depois de ouvir o que Félix disse pela manhã, uma pontinha de esperança ressurgiu no meio das cinzas como uma Fênix.

Não prestei muita atenção na aula, apenas fiquei pensando no que fazer hoje à tarde. E depois de algumas horas, decidi contar para Marinette o que eu sinto por ela.

A ideia de ser rejeito fazia como que eu quisesse recuar. Afinal, ela já não moraria mais comigo e depois de uma declaração sem sucesso, poderíamos nos distanciar mais, até que não fossemos mais nada um para o outro.

Afastei esses pensamentos com toda a minha vontade.

— Você vai mesmo falar pra ela? – Nathaniel me perguntou de maneira curiosa e eu apenas assenti. Nós dois estávamos comendo longe dos nossos amigos na hora do intervalo, pois eu precisa contar isso pra ele – Ah meu Deus, é hoje! Tá vendo aquele céu acinzentado? Então... Vai chover, porque você finalmente vai contar pra Marinette que gosta dela!

— Shh! – balancei as mãos com a preocupação de alguém ter escutado. – Menos, né!

— Não, não! Você não tem noção da importância de hoje. Esse dia vai entrar pra história, as pessoas irão falar dele daqui há alguns anos. – ele parecia tão empolgado, e de fato estava.

— Não é nada demais. – falei brincando com o canudo do suco e olhando para baixo.

— Claro que é!

— Agora eu fiquei três vezes mais nervoso, obrigado! – disse a última parte com ironia e Nathaniel suspirou.

— Não me leve a mal, me leve para comprar uma camiseta do Capitão América. – tive que soltar uma risada – O que eu quero dizer, é que você finalmente vai contar pra ela o que sente e independente da resposta, você ainda assim será um vencedor.

— Como que eu vou ser um vencedor se ela disser não?

— Você vai ter feito o que inúmeras pessoas não tem coragem de fazer... Incluindo eu. – Nathaniel disse a última parte mais baixo, mas mesmo assim levantei o olhar e o encarei.

— Como assim? – ele olhou para algo ao nosso lado e pude ver que ele encarava a nossa colega Rose. – Você gosta dela? – ele assentiu – Há quanto tempo?

— Desde o ano passado.

— HIPÓCRITA! – levantei da cadeira e apontei para ele, dando um grito que atraiu olhares curiosos. Mas eu não ligava, estava completamente surpreso e um pouco irritado.

— Chat, senta a bunda nessa cadeira e para de gritar pelo amor de Deus!

— Você gosta da Rose desde o ano passado e fica me chamando de idiota por não falar nada pra Marinette? – questionei surpreso. Não ia acabar nossa amizade por isso, mas só queria entender o que se passava na cabeça de Nathaniel.

— Às vezes as pessoas são melhores em resolver os problemas das outras. – ele deu de ombros.

— Tá, mas porque você nunca me contou?

— Sei lá, acho que nunca tive uma oportunidade. – deixei meus ombros caírem, me sentindo um amigo desnaturado por ter focado em mim e nem ter sequer perguntado sobre a vida amorosa de Nathaniel.

— Desculpa, acho que não fui um bom amigo nesse quesito.

— Não diga isso. Ninguém é perfeito, ok? Todos erramos de vez em quando. E você é um ótimo melhor amigo. – ele me lançou um sorriso reconfortante e eu retribuí.

— Depois dessa você vai até ganhar aquela camiseta do Capitão América.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Penúltimo capítulo de Just Friends :o
Espero que tenham gostado ♥ Kisses xx



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Just Friends" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.