Alma Sombria escrita por Meraki


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

O fim tá chegando em pessoal, e vocês? o que estão achando da história? comentem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/746798/chapter/9

OS GATOS SILENCIOSOS ENTÃO MERGULHARAM NO CREPÚSCULO MACABRO DA CHEIROSA SOMBRA, esgueirando-se pela baixa vegetação, até chegar ao túnel. A massa de gatos do Clã do Trovão invadiu o acampamento, supreendendo os gatos que ali estavam. Um grito de alarme soou da clareira, de onde estava uma gata alaranjada que, obviamente, aproveitava o frescor do luar. Com o grito de alarme, vários outros gatos começaram a sair de suas tocas, apavorados, a pelagem inchada de medo. Pata Partida, assim como os outros, pulou para a batalha. Um aprendiz marrom que corria desorientado pela clareira foi um alvo fácil nas patas de Pata Partida, que pulou em suas costas, prendendo-o fortemente com suas grossas garras, que fincaram-se em seu peito sem dó. O aprendiz gritou em agonia, debatendo-se furiosamente para livrar-se da gata, que o segurava com convicção. Finalmente quando o gato conseguiu se soltar, Pata Partida tomou uma distância considerável do gato, lembrando a cada momento do que aprendera em seus treinamentos. O gato marrom era pequeno, porém sua força era considerável para sua idade. Correndo rapidamente o aprendiz deu um forte tapa na orelha de Pata Partida, deixando-a zonza por alguns segundos, dando o tempo exato para o gato dar-lhe uma rasteira, fazendo-a rolar na clareira dura. Pata Partida virou-se de costas quando o gato tentou uma imobilização, e, tomando impulso na terra, Pata Partida jogou-o longe. Sem dar-lhe tempo, a gata correu até o mesmo, efeituando uma imobilização, mordendo seu pescoço e mantendo as grossas garras fincadas no chão, torturando o gato com as dentadas. Com um grito de fúria, o aprendiz se soltou e, oscilando, fugiu por entre as árvores. Pata Partida levantou-se, ofegante, olhando à volta. Espinheiro dava uma última mordida de alerta em um guerreiro incrivelmente grande, que fugia aos trombolhões. Flor de Ouro e Folha Rosa lutavam lado à lado com um gato que era o dobro do tamanho das gatas, mas ali pareciam que iam dar conta do recado. Risco Branco lutava com uma guerreira branca, rolando para lá e para cá, suas pelagens parecidas pareciam virar uma só. Pata Partida ia pular para atacar um gato que acabara de livrar-se de seu oponente quando sentiu os dentes de um gato rasgar-lhe a perna. Uivando, Pata Partida virou-se e deu de cara com um guerreiro preto e branco, forte, os dentes afiados como espinho. Pata Partida contorceu-se e agarrou a cabeça larga do guerreiro, enfiando-o os dentes. Com um espasmo de dor o gato jogou a cabeça para trás, livrando-se de uma mordida na orelha. Pata Partida deu um pulo no ar, escapando das patas do gato, que correu ao seu encontro na tentativa de dar-lhe um chute no peito, porém acabou escorregando num montinho de areia fofa. Pata Partida viu a oportinudade perfeita e pulou em sua barriga, imobilizando o guerreiro, que fizera o descuido de deixar a barriga macia exposta. Sem esperar, a gata fincou as garras no ventre do guerreiro e, descendo com vontade, dilacerou a pele grossa do oponente, que fugiu aos trancos, torpeçando. Cauda de Esquilo lutava com uma guerreira azulada, que parecia frustrada ao tentar agarrar o ponente, que corria de lá para cá, formando um círculo minúsculo em volta da gata, que, zonza, tropeçou, dando a chance que Cauda de Esquilo precisava para dar-lhe uma mordida de advertência. Pata Partida pulou novamente para a luta quando avistou Pata Listrada brigando com um gato bem maior que ele, as fortes garras do oponente prendiam-no no chão, forçando a pata em seu pescoço. Com impulso Pata Partida arrancou-o de cima do irmão, atirando-o do outro lado da clareira, dando o tempo certo para Pata Listrada se recuperar. Uma ferida acima da sobrancelha da gata sangrava, as vezes, deixando-a cega por alguns segundos, porém nada que a atrapalhasse por muito tempo. Pata Listrada mancava, tinha a respiração ofegante e parecia zonzo. O guerreiro oponente atirou-se com fúria para cima da aprendiz, que já estava pronta. Pata Partida esgueirou-se para o lado, dando uma brusca cabeçada na lateral do corpo do gato, que antes da devida aterrisagem, caiu sem jeito no chão. Pata Listrada tomou o controle e pulou em cima do gato que tinha a barriga contra o chão, imobilizando-o. Pata Partida, avançando, deu uma mordida voraz no ombro do gato, sentindo sua pele ossuda. O guerreiro gritou em pâncio, Pata Listrada, depois de dar-lhe outra de aviso, deixou-o fugir. A maioria dos guerreiros que ali estavam pareciam ser só do Clã do Trovão, a não ser por algumas minorias de gatos que ainda lutavam pela dignidade.
— Bater em retirada, Clã do Trovão! - Cauda de Esquilo grunhiu de cima de uma rocha, fugindo então pelas bordas do Clã inimigo. Todos os gatos dali o seguiram, deixando apenas os arrasados gatos do Clã das Sombras. No ar, um sentimento de triunfo enchia o peito de Pata Partida, deixando-a feliz. A gata não sentia dores alguma, apenas alguns encômodos aqui e outros ali, que acabava por deixar-lhe preocupada. Depois de uma luta feroz com o Clã das Sombras, poderia assim, não sentir dor? A medida em que andavam a lua parecia acompanhar-lhes pelo caminho longo, as estrelas do tule de prata brilhavam como fogos cintilantes no escuro, iluminando-os o caminho. Atravessar o caminho do trovão havia sido tão fácil quanto na ida, ao passarem pelas quatro árvores o grupo de gatos cricularam a ravina alta, seguindo pelo vale de areia até chegar no acampamento. Múrmuros ansiosos elevaram-se da clareira ao ver o grupo passar pelo túnel, as pelagens antes lustrosas agora estavam manchada de sangue e com cicatrizes evidentemente visíveis. Pata Partida caminhou até a curandeira que vinha com chumaços de ervas especionar o grupo que voltara da batalha, que logo ao vera foi ao seu encontro.
— Qual mais encomoda? - Perguntou Aveleira, o olhar grande bem aberto.
— Bem... nenhuma. - Murmurou Pata Partida, torcendo a cauda com desconforto.
— Essa parece ser bem profunda.. - Miou Aveleira, pressionando teias de aranha sobre a perna da aprendiz. - E também está sangrando muito. - Pata Partida observava em quanto Aveleira, desconfiada de algo, verificava suas feridas.
— Não doem mesmo? certeza?
— Si.. sim eu tenho certeza - Pata Partida gaguejou em quanto a curandeira a verificava aos trombolhões, dando uma ou outra apertadinha em suas feridas recentes.
— Que coisa - Ela parecia pensativa, mas logo pegou algumas ervas e depositou à frente da aprendiz, sinalizando para que a comesse. - Bem, coma essas ervas, já coloquei teia de aranha nas suas feridads mais profundas, mas, por via das dúvidas apareça por aqui quando acordar, quero fazer um checape. - Pata Partida assentiu, curiosa, porém não disse mais nada. Estrela de Rocha ouvia com prazer o relato de Cauda de Esquilo, que contava em alto e claro tom como havia sido o ataque, e que ocorrera com sucesso. Flor de Ouro não estava mais à visa, Folha de Rosa contava como conseguira cada uma das cicatrizes para as rainhas, que mantiam seus filhotes atônitos a história, incentivando-os a cada hora como deveriam proteger e lutar pelo seu Clã. Pata Listrada pegava algumas ervas com Aveleira, mas logo depois de engoli-las caminhou em direção ao tronco caído, partilhando a refeição com os outros aprendizes. Pata Partida não estava com muita fome, mas pegou um pica-pau da pilha para si, indo ter com os amigos.
— Foi demais! - Urrou Pata Listrada, dando outra bocada na presa que pegara. Pata Branca e Pata de Esquilo olhavam maravilhados para o irmão, enchendo-o de perguntas sobre a batalha.
— Olá - Miou a aprendiz ao se aproximar, sentando-se no meio do grupo de aprendizes.
— Oh! ainda bem que chegou - Pata de Esquilo ronronou. - Nos conte como foi! - Pata Partida piscou carinhosamente para o amigo e, colocando a presa entre as patas, começou a contar. Pata de Esquilo e Pata Branca a olhavam-a com os olhos marejados de admiração, ouvindo atentamente a cada detalhe, de vez em quando trocavam olhares, imaginando cada cena em suas cabeças. Pata Partida contara como entraram no acampamento, e que quase fora abatida pelo monstro no caminho do trovão. A cauda dos amigos contraiam-se de nervosismo ao ouvir como a aprendiz fora atacada e como os atacou, lembrando-se das sessões de treinamento que Risco Branco, Espinheiro e de vez em quando Estrela de Rocha a proporcionara. Pata Partida contava empolgada toda a história quando uma voz rouca cortou suas falas, fazendo-a virar-se para observar quem era. Cauda de Esquilo se aproximava.
— Parabéns, jovem Pata Listrada e Pata Partida, vocês foram excelentes na batalha de hoje. - O representante fez uma pausa, o olhar cor de noz alternando-se entre um e outro. - O Clã tem orgulho de poder contar com jovens como vocês. - Ele fez um aceno com a cabeça e logo então dirigiu-se a toca dos guerreiros, trotando com Risco Branco na entrada. Cauda de Esquilo chamou-o de canto e, lançando um olhar significativo a Pata Partida, começou a falar com o esbelto guerreiro branco. Pata Partida ficou entusiasmada, talvez aquilo significasse que, talvez, sua vida de guerreira estava mais próxima do que ela imaginava.
— Em? - A voz suave de Pata Branca arrancou-a de seus pensamentos, fazendo-a virar bruscamente a cabeça em direção a amiga.
— Ah? o quê? - Pata Partida olhou-a, a amiga tinha os olhos azuis brilhando, divertida.
— Eu estava perguntando o que aconteceu depois de você se livrar daquele aprendiz marrom - A gata miou aconchegando-se novamente no tronco, pronta para ouvir a história.
— Ah sim, vou continuar.
~~
O pôr do sol projetava sua luz fraca por entre a vegetação das Rochas Ensolaradas quando Pata Partida chegou junto à patrulha do amanhecer. Tudo parecia estranhamente calmo por ali, a não ser pela clara vontade que o Clã do Rio mostrava de quere-las para si. Folha de Outono, Risco Branco e Pelagem de Chumbo renovavam as marcas de cheiro perto do rio, Pata Partida passava deixando seu cheiro mais para cima, onde esbarrava com Garra de Azevinho, que contornava a divisória do leito do rio até a Árvore da Coruja, dando a volta em si até a outra margem rasa. As marcas de cheiro estavam renovadas naquela parte da fronteira. As Rochas Ensolaradas parecia não serem pertubadas a bastante tempo, deixando Pata Partida preocupada, por que será que o Clã do Rio andaria deixando isso de lado, outrora sempre fizessem tanta questão? Antigamente as richas com o Clã do Rio foram marcadas pelas contínuas lutas pela cobiçada Rochas Ensolaradas, marcando várias e várias gerações, mas o que importava agora era que eles pareciam ter resolvido parar de pertubar, afinal.
— Parece tudo calmo por aqui. - Murmurou Pata Partida, o quinteto reuniá-se agora no centro do local.
— É... eu também não achei nada. - Miou logo em seguida Garra de Azevinho, reforçando o que Pata Partida dissera.
— Bom, então vamos voltar ao acampamento e relatar a Estrela de Rocha que os pulguentos do rio resolveram tomar um pouco de juizo e deixar-nos em paz! - Murmurou Pelagem de Chumbo, um pingo de divertimento no olhar cinza.
— Sim... vão vocês - Risco Branco miou colocando-se ao lado da aprendiz. - Eu irei aproveitar o nascer do dia e vou levar Pata Partida para treinar. - O gatão branco piscou carinhosamente para a aprendiz, que acenou, concordando.
— Está bem - Murmurou Folha de Outono, reforçando antes de ir. - Iremos pegar algo antes de voltar, com alguma sorte, voltaremos mais cedo do que vocês - Miou sorridente por sobre o ombro, desaparecendo entre as árvores. Risco Branco e Pata Partida caminharam lado a lado o caminho de volta ao acampamento, evitando o caminho do raso rio que estendia-se até a Árvore da Coruja curvando o território do Clã do Rio e pegando o atalho reto que levava direto ao Vale de Areia, perto do acampamento do Clã do Trovão.
— Você sabe, seu treinamento não deve durar muito - Risco Branco acrescentou com cautela, indo ao outro lado do vale - Logo você se tornará uma guerreira, e quero me certificar de que seja a melhor. - Miou o guerreiro branco, lançando-lhe um olhar de profundezas amarelas de pura experiência. Pata Partida respirou fundo, tal era as expectativas que o mentor depositava nela.
— Vamos, mostre-me o que aprendeu. - Ele miou, finalizando. As feridas de Pata Partida a encomodavam as vezes, fazendo-a sentir agulhadas de dor, contorcendo o estômago, mas ela não as deixou atrapalhar. Sem esperar Pata Partida deslizou até o mentor, mas em vez de golpeá-lo ela fez uma semi-curva, confundindo o gato e grudando em seu pescoço, forçando-o para baixo e golpeando sem dó seu peito branco. O guerreiro jogou-se em cima da aprendiz, que sentiu-se sufocada por alguns minutos, mas logo ganhou espaço para rolar para fora. Risco Branco agora foi quem a atacou, as patas grossas como um raio bateram-se no rosto da aprendiz, fazendo-a ver tudo preto por alguns instantes. Recuperando o senso, ela pulou sobre o mentor, embolando-se com ele no chão fofo. Eles rolavam para lá e para cá, e, quando podia, dava-lhe aguns socos na costela, em quanto as patas traseiras mantiam-se resistentemente no chão, tentando tomar o controle da situação. Risco Branco tentou-lhe dar uma patada sem sucesso, que acabou pegando na orelha da gata ao desviar. Ela fez o mesmo, obrigando-o a virar o pescoço e dar-lhe um espaço perfeito para uma mordida mortal, que Pata Partida mordeu com cuidado, sem ferir o guerreiro, agora, imobilizando-o com perfeição, sem dar-lhe chances de fuga.
— Perfeito! - O guerreiro miou levantando-se. A pelagem branca era um emarranhado de poeira vermelha, e seus olhos brilhavam, orgulhosos. - Finalmente você aprendeu a controlar sua força, usando ela para ganhar equilibrio e vencer o oponente. - Ele chegou mais perto, acenando com a cabeça. - Estou orgulhoso de você, Pata Partida. Pata Partida e Risco Branco ficaram treinando por mais algum tempo, Pata Partida ficara feliz de finalmente impressionar o velho Risco Branco.
— Quando chegarmos, irei relatar isso a Estrela de Rocha... - Ele fez um som grutual - Ele ficará feliz em saber que sua filha está mais do que pronta para se tornar uma guerreira. - Ele deu uma piscada de leve para a aprendiz, que retribuiu com carinho e entusiasmo.
— Vamos caçar um pouco, antes de terminar o treinamento, a final, um guerreiro não vive só de lutas - Ele miou brincando, e, lado a lado, caminharam rumo à floresta aberta. Quando entraram no túnel de tojos Pata Partida e Risco Branco tinham o maxiliar pesado com as gorduchas presas que pegaram, e, despedindo-se de Risco Branco, caminhou direto à toca dos anciãos.
— Olá - Murmurou com a boca cheia em quanto as colocava arrumadinhas sobre o chão.
— Finalmente - Resmungou Castanha, a cauda chicoteando para lá e para cá - Estava quase morrendo de fome. - Ela deu uma última bufada e pegou um rato silvestre roliço.
— Não ligue, jovem. - Ronronou Estrelinha - Se ela estivesse com tanta fome assim ela mesma caçaria. - Brincou ele, dando um olhar de soslaio para a anciã, que parecia não tê-lo ouvido. Pata Partida passou a lingua rosa por sobre os lábios secos e, dando um último aceno aos anciãos, foi em bora. Aveleira! ela lembrou de imediato ao ver a gata marrom entrar pelo túnel de tojos com algumas ervas na boca. Pata Partida cruzou a clareira as pressas, lançando um olhar de "desculpas" a Fogueira por quase atropelá-la.
— Deixe-me ajudá-la. - Miou suavemente ao se aproximar, surpreendendo a gata distraida.
— Ah, muito obrigada. - Miou abafadamente, deixando um punhado macio no chão. Pata Partida abocanhou-os com cuidado para não os engolir. O cheiro era maravilhoso e sua boca salivava.
— Pronto, pode deixar aqui. - Ela apontou com o focinho uma prateleira arrumadinha. Pata Partida colocou-as ali e, culpada, olhou a curandeira.
— Desculpe-me não ter vindo antes... eu acabei me esquecendo. No dia anterior, quando infrentara o Clã das Sombras em sua primeira luta, Aveleira pedira que a visitasse de manhã, para que verificasse novamente suas ferias, que haviam sido profundas.
— Sim...sei... é normal para um aprendiz - Ela ronronou, o olhar castanho brilhando, grandes. - Mas já que já chegou, deixe-me checá-la. - A curandeira sinalizou para que sentasse e depois deitasse, virando-se para um lado depois o outro, apertando-a aqui e ali.
— Bem, acho que você vai sobreviver. - Ela miou ainda olhando o corpo da jovem, o olhar semicerrado. - Suas feridas estavam feias, foi uma batalha difícil, Pata Partida. - A curandeira olhava o chão, mas logo voltou a fitá-la. - Meu medo era que alguma infeccionasse, mas não se preocupe, você está bem melhor do que eu esperava. - ... - Você se recupera rápido, afinal. - Pata Partida soltou um ronrom em agradecimentos e dirigiu-se a pilha de presas frescas, como não parara para descansar desde que acordara, só agora deu-se conta de que estava com fome. A gata escolheu um esquilo para si e caminhou até a toca dos aprendizes, não estava com sono, mas suas patas doíam. Pata de Esquilo e Pata Listrada estava lá, deitados lado a lado.
— O que estão fazendo aqui deitados nesse dia maravilhoso? - Pata Partida deu um cutucão com a cauda na cabeça do pequeno gato malhado. - Suas bolas de pelos preguiçosas
— Estamos descansando para a assembleia - Repondeu Pata de Esquilo, ajeitando a cabeça sobre as patas.
— Mas é só daqui a três dias
— Vamos precisar de muita força - Miou sorridente o irmão, a cauda arrumadinha sobre as patas.
— Isso se vocês forem escolhidos - Pata Partida deu de ombros, o ar confiante. - Eu vou
— Como assim você vai? - Pata de Esquilo engasgou, olhando-a com o olhar verde arregalado - Mas eu...
— Você pensa como um camundongo - Pata Partida deu-lhe um tapinha na cabeça, sorrindo. - Eu estou apenas brincando... nem sei se até lá vou estar viva - Ela miou dando uma mordida feroz no esquilo, espalhando bocadas de pelo no chão.
— Grande Clã das Estrelas - Pata Listrada soltou um Mriaaal se desconforto - Não fale coisas assim, pensamentos ruins atraem coisas ruins - O irmão a olhava sério.
— Bom, o Clã das Sombras anda meio quieto, vocês não acham que podem atacar novamente? - Pata de Esquilo e Pata Listrada trocaram olhares preocupados, mas nada disseram.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Alma Sombria" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.