Sonhos de diversas Noites escrita por Jupiter


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Essa é uma fanfic sem fins lucrativos e sem datas para ser postada, ela sera postada dependendo exclusivamente dos sonhos que eu tiver e se eu conseguir escrever eles e não há momento certo para ela ser encerrada.



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(Em uma noite, sonhei com você. Esse capítulo foi escrito em primeira pessoa.)

 

“Você ainda é minha amiga?” -a mensagem me pegou de surpresa, não esperava tão cedo que aquela pessoa viesse falar comigo.

“Depende do dia, hoje como você está com sorte eu sou” -respondi depois de um tempo olhando a mensagem que tinha acabado de chegar, e as últimas mensagens que a meses foram enviadas mas nunca tiveram resposta.

“Nesse caso, preciso de você” -quando essa mensagem em especial apareceu na tela do meu celular, me arrependi naquele momento por ter aberto a primeira mensagem e meu coração ter palpitado por receber a última.

“Por que você precisa de mim? E por quê agora?” -perguntei mesmo sabendo que independente da resposta eu possivelmente iria fazer.

“Porque estou sozinho, e sei que você é a única que pode me ajudar a me sentir cheio novamente” -Ele respondeu a mensagem e mais uma vez meu coração pulou em meu peito.

 

[...]

 

Não havia passado nem quarenta e oito horas e lá estava eu mais uma vez pronta para abrir minha vida para alguém que só queria fazer uma curta passagem por ela, e então quando se sentir bem ir embora como se não importasse o resto.

 

[...]

 

"A gente tem que conversar" -escrevi a mensagem e sem pensar muito enviei.
"Não temos nada para conversar" -a resposta me deixou alerta mas não podia desistir assim.
"Temos que conversar e tem que ser pessoalmente" -Não podia me dar o luxo de desistir agora só porque Ele tinha conseguido voltar para a vida perfeita e cheia de ilusão dele.
"Eu voltei pra minha namorada, não podemos mais nos ver" -a resposta dele doeu mais do que deveria mas não pelo motivo que eu esperava.
"Eu estou grávida, e não posso lidar com isso sozinha"
"Não é problema meu, eu não quero saber da sua vida ou o que você vai fazer com esse bebê que nem acredito que exista" -e o meu maior medo estava acontecendo, Ele não acreditava na gravidez e eu estava sozinha.
Sozinha e com medo, era como um pesadelo se tornando realidade bem diante dos meus olhos e a saída dele estivesse escapando pelos meus dedos.

[...]

 

Saber que está grávida aos dezessete anos era como um sonho ruim, mas saber que está grávida de alguém que não quer o bebê e tem outra pessoa era definitivamente como um pesadelo. Não que eu sonhava com aquele momento, eu era uma das poucas pessoa que eu conhecia que não tinha planos para um futuro porque em um determinado momento da minha vida eu percebi que não sabia mais se queria fazer uma faculdade, eu não tinha mais o sonho de encontrar o homem da minha vida e casar com ele para ter três filhos e um cachorro; e também não tinha mais o plano de viajar pelo mundo escrevendo livros.
Mas ao escutar o coraçãozinho do bebê pela primeira vez os outros planos não tinham mais sentido, mesmo que fosse uma gravidez de risco e isso fosse assustador ainda sim era novamente como um sonho bom, era aquela chance única de ver o seu pesadelo tendo um final feliz; porque mesmo que outros pessoas não amassem o meu bebê, eu seria capaz de dar amor por todos.

 

[...]

Foram dez dias praticamente em silêncio, sem contar para ninguém sobre a gravidez mantendo ainda somente entre três pessoas mesmo que somente duas pareciam se importar e acreditar.
Estava mais uma tarde sozinha em casa, deitada no sofá revendo mais uma vez um dos meus episódios de uma série que mostrava que a felicidade só vinha depois da dor.
"Minha mãe me pegou olhando a nossa conversa, a gente tem que conversar" -fui pega de surpresa pela mensagem.
"Sabe onde eu moro" -digitei sem pensar e enviei mesmo sem saber ao certo o que podia acontecer.

[...]

Sentar lado a lado em silêncio não era o melhor jeito ou o jeito de ter uma conversa com alguém, mas na situação em que a nossa que nem poderia ser chamada de amizade estava poderia ser uma melhora.
— Você ainda não acredita né, se está aqui realmente só pelo fato de que a sua mãe descobriu pode ir embora, uma ajuda ou interesse falso é tão ruim quanto ajuda nenhuma. -falei o que estava preso na minha garganta desde o momento em que ele chamou no portão.
— Eu queria poder dizer que ter a iniciativa de falar com você saiu de mim mas não é a verdade, se não fosse pela minha mãe eu não estaria aqui. -Ele foi sincero, e naquele momento eu me lembrei porque tinha me apaixonado.
Levantei do sofá indo até o quarto onde estava escondendo todos os testes, eles estavam amarrados juntos esperando o momento certo para mostrar para alguém; entreguei três testes deixando por último o que mostrava de quantas semanas, que marcava três mesmo que naquele dia já tinha passado da quarta semana.
— Já estou de quatro semanas, minha mãe acha que logo deve começar a aparecer. -falei ainda de pé tentando parecer que não estava apavorada mas quando vi a mão dele tremendo foi um choque até mesmo pra mim que não soube se foi bom ou ruim.  
— Eu sinto muito pelo que falei, eu não estava sendo eu mesmo e preciso pedir desculpas por isso e pelo que vai acontecer a seguir porque eu não sei exatamente o que fazer mas quero tentar fazer o melhor não só pra nós dois mas principalmente pelo bebê. -Ele falou baixo o que me fez aproximar para tentar entender melhor o que estava acontecendo ali.
Mas assim que me aproximei e fiquei bem próximo, Ele levantou os olhos de encontro com os meus, mostrando que estava do mesmo jeito que eu sentia os meus olhos quando contei pra minha mãe; ele estava com medo, e a única coisa que pude fazer mesmo sem ter certeza do que iria acontecer depois foi abraçar ele, sua cabeça estava bem na minha barriga e mesmo não sendo o momento aquela deve ter sido uma das coisas mais linda que eu já vi.

 

[...]

 

— MERDA! ISSO NÃO DEVIA TER ACONTECIDO, CARALHO, DÓI TANTO! -gritei me encolhendo e sentando no chão, abraçando a barriga.
— Meu Deus, eu vou chamar uma ambulância, o bebê está bem? Você está bem? Onde dói? -Ele falou rápido entrando no quarto e se agachando a minha frente, em seu rosto era possível ver a preocupação que era tanta que me fazia sorrir e querer rir.
— Eu e o bebê estamos bem, o único lugar que está doendo é o meu pé. -respondi tirando o braço da frente da barriga e revelando que ainda estava somente de sutiã e short e jogado perto de mim a caixa que tinha caído no meu pé.
— Você me assustou, achei que tinha acontecido alguma coisa com vocês. -Ele rebateu se levantando e estendendo as mãos pra mim.
Assim que me coloquei de pé e soltei suas mãos seu olhar que estava concentrado em meu rosto com um sorriso de lado discreto, desceu para a minha barriga o que fez com que seu sorriso aumentou e isso fez com que involuntariamente eu também sorrisse.
— O que foi? Não fica me olhando assim. -perguntei sorrindo e colocando as mãos na cintura o que pareceu deixar ele ainda mais feliz.
— A sua barriga, é a primeira vez que eu vejo ela sem ser de relance ou com uma camiseta cobrindo ela. -o sorriso que não conseguia sair de seu rosto foi mais que o suficiente para que eu pudesse perceber que por mais que ele até agora estava do meu lado, eu não deixava que ele estivesse realmente comigo.
No primeiro médico desde que soube da gravidez havia ido sozinha e levado para ele uma foto do que a médica dizia ser o nosso bebê mas não tinha chamado ele pra ir, todas as noites eu deitava na cama e fazia carinho enquanto conversava com a barriga, mas nunca tinha deixado ele fazer isso ou perguntado se ele queria.
Ele saiu do quarto ainda sorrindo deixando a porta encostada, me fazendo encostar na escada da beliche e involuntariamente coloquei a mão na barriga mas logo continuei o que tinha ido fazer ali que era colocar outra blusa; voltei pra sala me sentando ao seu lado que parou o que estava fazendo no celular para olhar para mim.
— Eu sinto muito por não ter chamado você para ir no médico comigo. -falei depois de um tempo em silêncio, passando a encarar o seu rosto tentando ver o que ele estava sentindo.
— Tá tudo bem, no momento me senti mal mas depois percebi que mesmo que você esteja esperando um filho meu ainda não estamos conectados nesse ponto; porque eu sei que te magoei te abandonando meses atrás quando você mais precisava, e quando te procurei tempo atrás querendo conversar por conta de um problema que nem era seu, você foi como um anjo pra mim, e naquela tarde quando você me mostrou que eu não era um nada e sim importante principalmente pra você, você se tornou talvez a pessoa em que eu mais confiava. -as suas palavras eram profundas e mesmo que eu não quisesse estava mexendo comigo e com o que eu sentia.
— Naquela tarde mesmo que a gente não soubesse ainda fizemos uma vida que já amamos, e mesmo que depois dela eu tenha voltado para minha vida onde não incluía você e talvez assim tenha te machucado mais uma vez, você me contou que estava grávida antes de fazer qualquer coisa; e quando eu falei que não queria saber você não me deixou levar pelo que outra pessoa queria, você me conhecia e então quando falei que não acreditava na gravidez ou em ti, você me mostrou os testes e me abraçou quando chorei. -tudo que ele estava falando era verdade e eu tinha medo de fazer como no dia que ele estava descrevendo.
— Você fez a mesma cara que eu fiz quando vi todos os quatro positivos, no momento fiquei com medo de que você pudesse fazer alguma coisa com o bebê mas então me dei conta de que você só estava como eu, com medo. -me virei totalmente pra ele deixando algumas lágrimas caírem.
Éramos dois adolescentes que nem tinham um relacionamento mas que iam ter um filho juntos, era de dar medo em qualquer um, a gente só não sabia que aquele sentimento iria dar lugar a algo lindo.
— Vai dar tudo certo, você só não pode fazer de novo aquilo de gritar e quase me matar de preocupação porque olha, eu quero ver nosso filho nascer. -Ele falou sorrindo e com uma mão limpando as minhas lágrimas que caiam.

 

[...]

 

— Eu gosto de Theo e Oliver, mas só porque agora não vou mais poder usar o seu nome no meu bebê. -falei deixando de fazer carinho na barriga e passei a me deitar apoiando a cabeça em suas pernas.
— Não tenho culpa sobre isso, até porque eu acho que vai ser uma linda menina, e que acho Julia um lindo nome. -Ele falou tirando os olhos da televisão e passando a me encarar.
— Se for menina eu gosto de Alasca e de Júpiter, talvez Analu ou Zoe; nada de Julia,  parece muito com o meu. - respondi sorrindo e vendo seu olhar indo dos meus olhos até minha barriga que ainda estava descoberta.
— Eu tenho quase certeza de que é uma menina, e por sorte temos seis meses para resolver o nome. -ele falou sério mas quando peguei em sua mão e levei até o pequeno volume que estava formado no meu ventre o seu sorriso se abriu.
Era só um carinho pra quem olhava de fora mas pra mim era ele aceitando o nosso filho, e para Ele era fazer parte de algo muito maior que era aceitar que iria ter um filho e que agora duas pessoas dependiam dele, que ele não estava mais sozinho no mundo.

 

[...]

 


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