San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2) escrita por Biax


Capítulo 45
121. Mudanças


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoinhas!

Desculpe o atraso, estava bloqueada e só consegui terminar o capítulo agora.

Bom, teremos uns pulos no tempo nesse capítulo porque estava ansiosa para começar logo o segundo ano dos nossos queridinhos. Aqui começa uma nova "fase".

Espero que gostem e boa leitura!



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Passamos o resto do dia por ali, mas depois de alguns jogos do pebolim, Bernardo ficou cansado de “fazer social” e quis ficar no quarto dele. Ficamos enfurnados lá, jogando The Sims. Só descemos para nos despedir dos convidados, e depois ajudamos na limpeza da casa.

Bebê pediu para eu dormir lá, então fui tomar banho em casa e pegar umas roupas. Depois voltei para lá colocamos um filme qualquer para assistirmos deitados em sua cama.

— Aquele Igor estava me irritando — comentou Bebê.

— Por quê?

— Ele ficava me encarando, você não viu? — Me olhou de canto de olho. — Até aquele primo dele percebeu, e olha que ele tinha cara de besta.

Eu ri. — Percebi sim, mas por que será que ele te olhava tanto?

— Ele queria meu corpo nu. — Fiz cara de “quê?”. — Não duvido que fosse isso, ele me olhava como se quisesse pular em mim na frente de todo mundo. Maior cara de safado.

— Ai, Deus. — Dei risada. — Mas bom, não posso discordar.

— Viu só?

Ficamos um tempo vendo o filme.

— Já sabe o que quer fazer nas férias? — Ele perguntou, olhando para a televisão.

— Hm... não... E você?

— Também não, mas não tô afim de ficar parado... O que acha de fazermos caminhada?

— Todo dia?

— Claro ué. Por mim, faria academia, mas não tenho dinheiro para pagar uma. A partir do momento em que estivermos acostumados com o ritmo, podemos começar a correr.

— Ah... não sei. Vou pensar.

— Você sabe que eu vou ficar te enchendo o saco até você aceitar, não sabe?

Bufei. — Tá, vamos.

— Boa garota, escolheu sabiamente responder logo.

— Claro — ironizei e ele me cutucou no braço.

Mas tudo bem, acho que vai fazer bem me exercitar um pouco. Se eu ficar parada durante as férias toda, vou virar um balãozinho.

***

Durante o mês de dezembro, Bebê realmente me puxou para fazer caminhada todos os dias, as exatas nove horas da manhã. A primeira parte das férias foi cheia de conversas até altas horas com a Lili, e cheia de decepção por não falar com Yan com tanta frequência como gostaria. Mais ou menos no meio do mês, ele começou a fazer a mudança com sua mãe para São Paulo, então não tinha tempo para ficar no computador, mas sempre que conseguia, me deixava uma mensagem em off, e eu respondia mesmo sem ele estar online.

O Natal passou, Ano Novo também... E a saudade da escola só aumentava cada vez mais. Aquela altura do campeonato, eu não queria mais “aproveitar”, eu só queria que fevereiro viesse logo.

Janeiro começou normalmente, fizemos uma festa para o Bebê no aniversário dele, não que ele tivesse concordado muito, a mãe dele não deixou muita escolha. Mas foi legal. Teve mais conversas com meus amigos, Yan aparecia quando conseguia ir a uma Lan House, pois não teria internet na casa nova tão cedo, mas pelo menos ele e sua mãe estavam se adaptando muito bem.

Como era começo de ano, comecei a sentir uma necessidade de mudar, mas não sabia exatamente sobre o quê. Minha mãe sugeriu um corte de cabelo, o que considerei, afinal, os fios estavam na altura da base das costas.

— O quê? Cortar essa cabeleira toda? — Silvia perguntou, alarmada, quando comentei sobre a ideia. — Vai cortar só as pontinhas, né?

— Ela quer raspar a cabeça, mãe, deixa ela. — Bernardo revirou os olhos.

— O QUÊ? NÃO FAZ ISSO, BRUNINHA!

Minha mãe começou a rir. — É mentira, Silvia. Ela não quer raspar.

— Ah, ufa. — Ela colocou a mão no peito, aliviada.

— Eu ainda não sei o corte — falei. — Estou pesquisando alguns, mas ainda não achei nenhum legal.

— Minha filha nunca teria coragem de raspar, ela ama esses cabelos enormes dela. Tenho certeza que no fim, vai pedir para cortar uns quatro dedinhos.

Olhei minha mãe, pensando em como eu era previsível. Mas talvez ela estivesse certa, eu não teria coragem de cortar muito.

De tarde, Bebê foi comigo até o salão.

— Eu ainda não sei como vou cortar — falei, um pouco nervosa, já sentada no sofá de espera.

Bernardo começou a folear uma revista de cortes, concentrado. Só depois de uns minutos que resolveu falar.

— Corta assim. — Me mostrou a revista.

— Mas... é curto.

— Não é raspado, só é curto, comparado com o seu cabelo agora.

Peguei a revista, observando aquele corte. — Não sei se vai ficar bem em mim...

— Claro que vai, pergunta para a cabelereira então.

Fiquei ali matutando a ideia, sem ter coragem de dar a certeza de que seria aquele. Quando a moça me chamou, hesitei.

— Você não queria mudar? — Bebê questionou, de repente. — É a sua chance.

Dei uma olhada rápida para ele e levantei, indo me sentar na cadeira alta.

— E aí, mocinha, o que vai querer fazer nesse cabelão? — A mulher perguntou com um sorrisão.

— Eu... quero cortar assim. — Mostrei o corte da revista.

— Tem certeza? — Deu uma arregalada de olhos.

— Sim.

— Corajosa, hein? — Deixou a revista em cima da bancada. — Mas acho que você vai ficar ainda mais bonita de cabelo curto.

Dei um sorrisinho e olhei Bernardo pelo reflexo. Ele me deu uma piscadela e eu balancei a cabeça, sorrindo.

Segundo a cabeleireira, eu tirei mais de cinquenta centímetros de cabelo.

Antes mesmo de olhar, senti a cabeça trezentas vezes mais leve. Assim que ela terminou, me olhei no espelho e passei as mãos pelos fios curtinhos e repicados.

— Uau...

— Gostou? — A moça perguntou, limpando os cabelos de mim.

— Eu... adorei. — Abri lentamente um sorriso. — Eu achei que não ia, mas eu gostei muito. — Balancei a cabeça para os lados, fazendo o cabelo ir para todos os lados e dei risada. — Ficou incrível.

— Acho que seu namorado também gostou — sussurrou perto de mim.

De novo, encarei Bebê pelo reflexo, e ele balançava a cabeça afirmativamente como doido.

Dei risada.

— Quer que eu finalize com escova? — Ela perguntou.

— Não, não precisa. Está bom assim.

— Então tá. — Tirou a capa e eu levantei, indo para perto do Bernardo.

— Agora tá feliz da vida, né? Se não fosse por mim, hein — falou se achando.

— Ah, claro, convencido. — E sorri. — Mas obrigada.

— Disponha.

Paguei o corte e voltamos para casa. Silvia quase teve um treco e minha mãe ficou chocada.

Mas eu... estava me sentindo outra pessoa.

 

Mais dias se passaram. Eu estava ansiosa para mostrar o novo corte para Lili e os meninos, mas não contei nada a eles sobre. Queria fazer surpresa.

Meus pais receberam um email informando que as aulas voltariam no dia seis de fevereiro, e já no dia um comecei a arrumar minha mala.

Claro que parte de mim estava um pouco triste por ter que ir embora, mas noventa por cento de mim estava feliz por finalmente poder rever meus amigos depois do que pareceu uma eternidade.

Tentei aproveitar o restinho da semana ficando bastante tempo com a família e principalmente com Ana. Mas quando vi, já era o dia de voltar para a escola.

Acabei levando duas malas e uma mochila, agora eu já tinha experiência o suficiente para saber do que eu precisaria e não precisaria. Guardei as coisas no porta malas, junto com a mala do Bebê, já que ele iria conosco.

Meus pais nos levaram até o terminal, e agora diferente da primeira vez, minha mãe não ficou tão aflita. Ela já sabia que tudo ficaria bem, assim como eu.

Pegamos nossos lugares no ônibus e começamos a viagem. Quatro horas depois, chegamos no terminal de Bertioga.

Assim que desci, senti aquele cheiro típico de cidade litorânea, o que me fez me sentir em casa, mesmo que estivesse muito longe da minha.

A nostalgia estava forte, eu só queria ir logo para a escola.

Pegamos um ônibus comum, e pouco depois, chegamos. Abri um sorriso ao parar na frente dos portões enormes de ferro. Era tanta emoção que eu poderia chorar.

Bernardo me puxou pela mão para o primeiro prédio e pegamos a fila de alunos. Esperamos nossa vez, assinamos nossos nomes na lista, pegando nossos novos horários de aula e fomos para o refeitório.

Abri a boca surpresa, notando que tinham mudado grande parte das coisas. Substituíram as mesas brancas por mesas de madeira, as cadeiras brancas por cadeiras azuis e mudaram o layout da cantina. Estava tudo mais moderno em tons de preto e cinza.

— Uau... ficou incrível — falei, olhando tudo.

— Ficou bonito mesmo — concordou Bebê.

Enquanto admirava, aproveitei para procurar algum dos meus amigos, mas não os vi por ali.

Passamos para o jardim e nos separamos, indo para nossos dormitórios. Subi e primeiro fui até o quarto da Lili, mas a porta estava trancada, indicando que ela ainda não havia chego.

Entrei no meu quarto, sentindo uma saudade enorme. Estava tudo igual e isso era o mais reconfortante.

Fechei a porta, deixei as malas perto da cama e fui até a varanda, admirando a paisagem do jardim. Olhei para frente, vendo o quarto que antes era do Yan.

Ainda não conseguia acreditar que ele não voltaria. Era estranho imaginar outra pessoa ocupando aquele quarto...

Ouvi a porta do quarto abrindo e batendo na parede, e assim que entrei, vi Lili entrando e vindo para a varanda. Ela me olhou com um sorriso, e então, arregalou os olhos.

— Bruna?! — Abriu a boca exageradamente. — O QUE ACONTECEU COM VOCÊ? MEU DEUS DO CÉU! — Fui até ela e nos abraçamos apertado. Lili me segurou pelos ombros e me olhou da cabeça aos pés. — Você emagreceu e cortou o cabelo! Eu tô chocada! Você está incrível!

Comecei a rir. — Sério?

— Sim! Eu nem consigo acreditar! Você mudou muito.

— Ah... — Dei de ombros, um pouco envergonhada. — Obrigada, então. Mas você também está um pouco diferente...

Lili se afastou, colocando as mãos na cintura, fazendo pose, e as subiu para seus peitos, os pegando. — Pois é, olha quem resolveu crescer. — Deu um sorrisinho convencido.

— Ai meu Deus. — Dei risada, negando com a cabeça. — Não só isso... Parece que você cresceu, está mais...

— Adulta?

— É, pode ser isso.

— Foi o que minha mãe disse. Engraçado como mudamos tanto em dois meses, né? Mas chega de papo, os meninos precisam te ver agora! — Me puxou pela mão para fora do quarto.

— Eles já chegaram? — Só fechei a porta e descemos.

— James está vindo, o Júlio deve estar a caminho também.

Saímos do dormitório, atravessamos o jardim e fomos ao refeitório. Nos sentamos em uma mesa e esperamos, com Lili olhando o celular de vez em quando.

— Ele chegou — anunciou e levantamos.

Ficamos uma ao lado da outra de pé ao lado da porta. Só faltava o cartaz de “bem-vindo, James!”. Poucos segundos depois, seguido de outros alunos, James entrou.

Ergui as sobrancelhas ao vê-lo. Assim como nós, ele também tinha mudado. Aparentemente estava mais alto, com os ombros mais largos e os braços mais desenvolvidos.

Ele nos viu ali, mas em vez de vir ao nosso encontro, paralisou no lugar, nos olhando com os olhos arregalados. Lili fez sua cara de “dá para parar, seu besta?” e riu.

Com passos lentos, James se aproximou com a boca aberta, prestes a falar algo.

Lili esticou os braços em minha direção, como se estivesse me mostrando.

— Ela com certeza ganhou o prêmio de mudança mais radical, né? — Lili riu.

James me olhou dos pés à cabeça duas vezes. — Caramba, Bru... — Sua voz estava um pouco mais grave. — Eu nem sei o que falar... Você ficou linda de cabelo curto. — Abriu os braços em minha direção e eu fui abraçá-lo.

Logo senti Lili se juntando ao abraço e ficamos ali um tempinho, matando a saudade.


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Notas finais do capítulo

Ô saudade desses bichin, hein! Mesmo que não faça tanto tempo assim, acabo sentindo o que a Bru sente hsaushuh

Agora sim a Bru está exatamente igual a menina da foto que peguei para representá-la. Se você ainda não viu tá aqui na pastinha:

https://br.pinterest.com/biahmastrocollo/san-peter/ (a foto dela tá lá em baixo)

A única diferença é que a Bru tem olhos Castanhos :B

Lili toda feliz porque seus peitos cresceram HSUAHSU

Eu ainda lembro um pouco como era engraçado nessa época de médio. Em um ano, todos eram crianças, as meninas mal tinham peitos, os meninos tinham uma voz meio fina... E aí, no ano seguinte, quase todos mudaram.

Acho que já comentei que a Bruna é inspirada em mim (em como eu era na idade dela) e não poderia deixar de fazer com ela o que aconteceu comigo. Eu também era mais "gordinha" no primeiro ano, tinha cabelo grande, era tímida para um caramba... Mas no segundo ano mudei bastante, emagreci (mas foi meio que sem querer, nunca me incomodei com meu peso), cortei o cabelo, pintei de ruivo, acabei ficando mais confiante... Alguns colegas de classe até ficavam "carai, essa aí é a Bia?" shuahsuash

A gordinha nerd otaku que você zoava se tornou a menina bonitinha da sala e... Pera, quê? HSUAHSUH É brincadeira, viu? Continuei sendo a nerd otaku da sala xD Meu grupinho era chamado de " As Naruto" kkkkkk

Nem sei porque estou falando isso, ignorem kkk

Enfim, muitas coisas nos esperam nesse segundo ano! Espero que vocês continuem por aqui!

Nos vemos semana que vem o/



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