Zohar escrita por AnneFanfic


Capítulo 50
Tempo livre




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Taehyung abriu os olhos aos poucos assim que ouviu o celular vibrar sobre a mesinha ao lado da cama e esticou a mão para pegar o aparelho. Ao ligar a tela, viu que era 10h37 da manhã e pensou quando tinha sido a última vez que ele tinha dormido até tarde daquela forma. Sentia-se descansado e animado com as energias renovadas depois daquela de sono. Ele largou o celular sobre a cama e esfregou os olhos. Tinha chegado à Coréia no dia anterior e naquela mesma noite, depois de todos os compromissos, tinha decidido ir para a casa dos pais. Não se lembrava da última vez que tinha dormido ali na casa deles, mas lembrava-se de todos os abraços apertados que recebeu quando entrou por aquela porta. Sentia saudade deles e poder revê-los o fez se sentir muito bem.

Depois de se espreguiçar, ele se deitou de lado e abraçou o travesseiro enquanto milhares de imaginações se passavam em sua cabeça. Ficou perdido em pensamentos até que depois de um tempo deitado ele resolveu se levantar. Primeiro ele foi tomar banho e lavar o cabelo e depois saiu pela casa procurando sua mãe.

—Mãe?- ele a chamou, entrando em cada cômodo à procura dela.

—Tô’ na cozinha.

Ele foi até lá e a viu sentada à mesa, descascando algumas maçãs.

—Acordasse agora?- ela perguntou, erguendo o olhar para ele e em seguida voltando a se concentrar na maçã em sua mão.

—Acordei às dez e pouco, mas fiquei deitado um tempão e depois tomei banho.- ele respondeu, indo sentar-se ao lado dela.

Ela então ergueu o olhar para ele, notando o cabelo úmido, e sorriu.

—Só aqui em casa mesmo pra você acordar tarde assim, hein?

—Sim.- ele sorriu e esticou a mão para comer uma fatia de maçã. –Nem lembro mais quando foi a última vez que acordei à essa hora. Onde o pai tá’?

—Saiu pra resolver algumas coisas. Vai voltar só depois do almoço.

Assim que ela terminou de descascar a maçã, se levantou para jogar as cascas no lixo e o chamou para irem até a sala.

—Leve isso aqui e sente-se lá no sofá. Já vou lá também.- ela empurrou o prato para perto dele e saiu da cozinha.

Antes de se levantar ele pegou mais uma fatia de maçã e a enfiou na boca, saboreando sua doçura. Em seguida, levantou-se e foi até a geladeira para pegar uma garrafinha de água e, junto com o prato, foi até a sala.

Ele se sentou no sofá confortável da família e colocou a garrafinha de água no chão, próximo ao sofá. Enquanto sua mãe não vinha, ele ligou a televisão e ficou assistindo um programa qualquer. E quando ela retornou, poucos minutos depois, ela trazia nas mãos um pequeno embrulho de veludo na cor vermelha.

Ao vê-la se aproxima, ele se endireitou no sofá e olhou instintivamente para o prato de maçãs em seu colo. Tinha comido quase todas sem nem se dar conta e ao perceber isso ele olhou para ela com uma careta no rosto, atordoado.

—Ops!

Ela olhou da expressão do rosto dele para o prato que ele segurava e entendeu tudo. Por um momento simulou uma expressão de zanga, mas em seguida riu.

—Só você mesmo, hein?

—Nem percebi.

Ela balançou a cabeça enquanto sorria e sentou-se ao lado dele.

—O que é que você anda pensando pra fazer as coisas assim, sem perceber?

Ele deu de ombros, silencioso, sabendo que todas às vezes, quando dava-se conta depois de acordar do transe, estava pensando em Zohar.

—Filho, olha só. Como nós não nos vemos pessoalmente com tanta frequência, comprei um presentinho pra você.

Ao ouvir aquelas palavras Taehyung sentiu seu peito apertar. Ele colocou o prato sobre o sofá e deu atenção exclusiva à sua mãe. Observou o detalhe das unhas dela enquanto ela abria o pacotinho de veludo e em seguida ergueu o olhar para ela. Observou a expressão do rosto dela, que não havia de perto há tanto tempo, e notou que a raiz de seus cabelos estavam começando a embranquecer. Percebeu algumas linhas de expressão se formando no canto dos olhos e como eles se fechavam em uma frestinha quando ela sorria, e assim que ela abriu o pacotinho, sentiu ela pegar sua mão e deixar cair ali uma pulseira prateada com alguns pingentes pendurados.

—O que você acha?- ela olhou com seus olhos sorridentes para ele.

Taehyung olhou dentro dos olhos dela por alguns segundos, sentindo a ternura envolver seu coração a ponto de apertá-lo, e sem mais demora passou os braços em volta do pescoço dela e a abraçou.

Saranghae.

Aquilo tinha sido inesperado e a fez rir. Assim que se separou dela, ela esticou a pulseira na altura do rosto para ele observar os pingentes pendurados.

—Gostou?

—Sim.- ele pegou a pulseira nas mãos e a observou mais de perto. –É muito bonita.

Ele observou cada detalhe e logo a viu balançar o pulso na frente dele, chamando sua atenção. Quando levantou os olhos para entender o que ela estava fazendo, viu que ela estava usando uma pulseira igual. Ele abriu o sorriso.

—Comprei uma pr’o teu pai também, mas você sabe como ele é. Não gosta de andar com nada pendurado no braço.

Ele sorriu e colocou a pulseira por baixo do pulso, para prendê-la, e rapidamente sua mãe estendeu a mão para ajudar. Depois que a pulseira estava devidamente presa em seu pulso, ele se afastou um pouco de sua mãe e deitou a cabeça no colo dela. Ambos ficaram assistindo televisão por um tempo.

Pouco depois, logo antes do almoço, Taehyung voltou para seu quarto e pegou o celular que estava em cima da cama. Havia algumas mensagens não respondidas, mas de todas as que ele esperava ainda não estava ali. Para ficar mais fácil saber a diferença de horário entre Seoul e Londres, ele habilitou o relógio mundial no celular e acrescentou a localização de Londres. Viu que era madrugada lá e obviamente ela estava dormindo. Ele começou a responder as mensagens de seus amigos e por último abriu a mensagem que Namjoon tinha enviado no sábado à noite.

 

“Você entrou em contato com ela?”

 

Ele lembrou que até aquele momento Namjoon não sabia que, graças à ajuda de JK, ele tinha o número de Zohar.  Então quem tinha contado pra ele? Relembrando tudo o que tinha acontecido nos últimos dias, Namjoon não sabia que JK tinha batido foto da tela de NJ e enviado para ele, nem que JK tinha enviado o número dela, pois tudo o que NJ tinha presenciado era o momento em que ele pegou o celular e leu as mensagens. Então não fazia o menor sentido JK ter contato pra ele que estava mantendo contato com Zohar.

Taehyung ficou pensando em um jeito de dizer pra ele que tinha memorizado o número dela rapidamente, ali naquela hora, caso isso fosse inevitável. Tinha que dar um jeito de deixar JK de fora daquela história para não causar mais confusão ainda. Mas depois de um tempo ele repensou.

—Ou não.- disse para si mesmo, resignado, deixando o celular sobre a cama sem responder a mensagem.

Enquanto se dirigia de volta para a cozinha para almoçar com sua mãe, pensou que, agora que tinha o número de Zohar e ela tinha o dele, não tinha mais que se preocupar com isso. Poderia dizer abertamente que JK sabia daquilo e o tinha ajudado, e que Jimin estava quase sabendo também. Talvez quanto mais pessoas soubessem, ali dentre eles, melhor. Não teria que ficar se escondendo o tempo todo com medo de que alguém descobrisse.

Ele sabia que Namjoon devia estar no mínimo curioso pra saber como tinha conseguido o número, mas simplesmente não iria responder a mensagem. Estava chateado demais para simplesmente esquecer tudo e agir como se nada tivesse acontecido. Desde o momento que saiu de Sydney e chegou à Coreia, evitou-o ao máximo. Durante todo o dia de sábado em que estiveram fazendo gravações e fotos não falou com ele além do necessário. Na maior parte do tempo entre os intervalos ficou com os fones de ouvido e mexeu no celular.

Enquanto pensava em tudo aquilo, Taehyung sentou-se à mesa e ficou olhando fixamente para o arroz à sua frente, enquanto sua mãe terminava de colocar mais alguns acompanhamentos.

—Está tudo bem?

Ele saiu do devaneio e olhou para sua mãe, parada do outro lado da mesa.

—Sim.- ele sorriu. –Estou só pensando...

—Espero que eu não seja no trabalho.

—Não, não... É outra coisa.

Ele esperou sua mãe se sentar à mesa também e então ambos iniciaram o almoço.

—Ah!- ela de repente falou. -Lembre-se de pegar os potes de kimchi que preparei pra você levar quando você voltar para o dormitório.

Ele acenou com a cabeça, e após o almoço, quando ele abriu a geladeira para pegar água, viu ali sete potes com o conteúdo preparado por ela. Ele fez uma cara de desgosto ao contar a quantidade de potes que tinha ali e por um momento pensou na possibilidade de levar apenas seis deles para o dormitório.

Durante o restante da tarde ele passou o tempo com sua mãe e com  seu pai, que chegou depois do almoço. A todo o momento olhava no relógio no celular para saber que horas eram em Londres, esperando receber logo uma mensagem de Zohar. Aquele era um dos poucos dias que tinha para –literalmente- não fazer nada e lamentava que a distância atrapalhasse a comunicação entre eles.

Estava no quarto tocando saxofone por volta das 18h quando ouviu o celular apitar sobre a cama. No começo não deu muita atenção, mas depois de alguns minutos resolveu ver o que era.

Ao ver que era ela, ele deixou o saxofone sobre a cama e respondeu rapidamente.

 

“Posso ligar?”

 

Ele ficou sentado na cama, esperando a resposta dela. Ela demorou alguns minutos para responder e ficou imaginando o que teria acontecido. Quando ela finalmente respondeu, ele se deitou na cama e iniciou a ligação.

—Oi, Zohar.- ele disse, assim que ela atendeu.

Oii. Desculpa a demora, minha mãe me chamou pra ajudar ela.

Tudo bem, sem problemas. Como você está?

—Ansiosa.- ela respondeu, e ele pode notar um suspiro do outro lado. –Vamos para Londres hoje à noite com a Sarah. Ela vai levar a gente para nossa nova casa antes de ir para a república onde ela mora.

—Que ótimo! Só diz pra Sarah acender os faróis e desviar dos buracos na estrada.- ele riu, reavivando as memórias.

E ao dizer aquilo ele ouviu Zohar rir do outro lado da linha também.

Seu miserável!

De repente ele ouviu uma voz dizer ao fundo, e isso o fez parar de rir e aguçar os ouvidos.

Desculpa, opp...

Zohar tentou se desculpa aos risos, mas antes que isso pudesse acontecer Taehyung percebeu uma movimentação do outro lado da linha.

Me dá isso aqui!

—Sarah!

E depois de um ruído ele ouviu a voz de Sarah soar claramente do outro lado da linha.

Escuta aqui, garoto! Não passei todo esse tempo tentando entrar em contato com você pra agora você falar mal do jeito que eu dirijo não, tá?! Perdeu o juízo, traidor?

Taehyung riu, embora se sentisse um tanto envergonhado por ela ter escutado.

—Só estou pensando no nível de conservação a longo prazo do seu carro.- ele riu, provocando.

—Como-é-que-é?!

—Me dá isso aqui, anda!

—Não, ele vai ter que me ouvir antes de falar com você. Ele tá achando o que?

—Anda, anda...

—Não... Deixa eu...

Taehyung riu com a disputa pelo telefone do outro lado da linha e depois de um tempo Zohar conseguiu recuperar o celular.

—Desculpa não ter falado que ela estava ouvindo.

—Não tem que pedir desculpa, não tem que pedir desculpa!- Taehyung ouviu Sarah falar no fundo. –Ele tá’ achando o que?

Ele riu e respondeu ao comentário de Zohar:

—Tudo bem. Foi divertido.

Ela riu também e deu um suspiro, como que recuperando o folego.

—Só um minuto.- ela pediu, e Taehyung conseguiu ouvir os passos dela andando pela casa.

—Onde você está indo?

—Pra longe da Sarah. Senão daqui a pouco ela volta. Lembra-se daquela árvore com balanço atrás da casa?

Ele buscou na memória a imagem do local.

—Ah, sim. Você está indo para lá?

—Sim. Vou sentar atrás da árvore pra ela não me ver. Apesar de que agora ela já deve estar estudando pra prova de amanhã, então ela vai ficar um bom tempo lá.

Que bom!- ele sorriu. –Você está muito ocupada hoje?

Por enquanto não. Depois vou terminar de ajeitar as coisas com minha mãe, para a mudança. E vamos limpar a casa também, antes de sair. Mas só depois do almoço.

—Ótimo!- ele disse. –Hoje temos tempo para conversar.

—A agenda está livre hoje?

—Sim, vim pra casa dos meus pais ontem à noite depois das fotos. Vou voltar para o dormitório só depois das 22h00. Só tenho compromisso amanhã de manhã.

E você não quer passar tempo com eles ao invés de ficar falando comigo?

—Já fizemos bastante coisa ontem e hoje. Já são seis e pouco da tarde aqui, saímos a tarde toda. Não se preocupe.

Tudo bem, então. Olha só...– ela deu uma pausa antes de continuar.  -Você e o Namjoon estão se falando?

Taehyung ficou em silêncio por um momento, surpreso com a pergunta.

—Na verdade não. Por que...?

Ah... É que a Sarah falou pra mim ontem, quando voltei de Londres, que o Namjoon disse pra ela que você não está falando com ele...

—Ele disse isso pra ela?- perguntou, não escondendo seu espanto na voz.

A última coisa que ele esperava ouvir era que ele estava afogando as mágoas desabafando com Sarah.

—Disse sim. E perguntou pra ela como que você tinha conseguido entrar em contato comigo.

—E eu estou tentando saber como ele sabe que eu estou em contato com você. Porque eu não falei...

—Ah, isso... Então, a Sarah falou. Ela resolveu mandar uma mensagem pra ele, agradecendo por ele ter dado o meu número pra você.

Taehyung gargalhou alto do outro lado da linha.

O que foi...?

Diz pra ela pegar o agradecimento de volta, porque ele não passou o seu número pra mim. E nem ia passar, se eu não tivesse conseguido por conta própria...

—Sério? Por que?

Taehyung se lembrou de todos os argumentos de Namjoon, que diziam respeito à ela e Sarah, e achou melhor não falar.

—Não entendo o que se passar na cabeça dele...

Hm. E como você conseguiu meu número, então?

Bem, só posso contar pra você se você não contar pra Sarah, porque ela com certeza vai contar pra ele. E esse assunto envolve a elaboração de um plano maquiavélico, ações dissimuladas e espionagem de conteúdo privado por terceiros, que ele nem sabe que sabem dessa história toda, então...- ele riu, ao terminar. E isso deixou Zohar ainda mais curiosa.

—Como assim?

Taehyung decidiu conta toda aquela aventura, iniciando do começo, quando ele decidiu procurar pelo número da ong,  o momento em que JK descobriu e como ele acabou no fim das contas ajudando ele, até o momento de dias atrás, quando JK pegou o celular de NJ e enviou fotos para ele.

Depois disso eles ainda conversaram sobre outras coisas, até que a hora do almoço chegou em Londres, e eles se despediram. Eram nove horas da noite em Seoul, então Taehyung decidiu tomar um banho e ajeitar suas coisas antes de se despedir dos pais e voltar para o dormitório.

—Dirija com cuidado, filho.

Taehyung sentiu o abraço de seu pai envolve-lo, e logo em seguida sua mãe se aproximou, trazendo alguns potes com kimchi para ele levar e pedindo para que ele trouxesse o resto. Eles o acompanharam até o carro e o ajudaram a acomodar tudo nos bancos, e em seguida se despediram.

Taehyung chegou no dormitório e após estacionar o carro e sair dele, pensou em como levar tudo aquilo para a cozinha sozinho. Decidiu que ia chamar por ajuda e imediatamente ligou para JK.

—Oi.- disse JK ao atender o telefone, meio distraído.

—Preciso da tua ajuda. Vem cá na garagem e me ajuda a levar as coisas que minha mãe fez pra gente.

—Ash, tem que ser eu? Tô’ no meio de um jogo.

Taehyung rolou os olhos e suspirou.

—Cadê o Jimin?

—Não sei, eu tô no meio de um jogo.- respondeu.

—Tá’. Tchau.

Taehyung desligou e ligou para Jimin, mas depois de vários toque não atendidos ele desistiu e desligou. Em seguida chamou por Jin.

—Que?- ele disse ao atender.

—Já comeu?

—Ainda não.

Taehyung sorriu ao ouvir aquilo, vendo ali uma oportunidade de ser ajudado.

—Quer comer Kimchi?

Ahh... Não. Não estou com fome de Kimchi agora.

—Foi minha mãe que fez.

A ligação ficou muda por uns instantes e tudo o que ouvia era o som de um livro tendo suas folhas viradas rapidamente.

—Então eu quero.

—Então vem aqui na garagem me ajudar, ela mandou sete potes e eu não consigo carregar sozinho. Te espero.- ele disse e desligou rapidamente, não dando chance para ele recusar.

Ele colocou o celular no bolso e minutos depois Jin saiu do elevador vestindo um roupão e sandálias.

—Eu só vim em consideração à tua mãe.- ele disse, apontando o dedo na direção de Taehyung. –Como é que tu desliga na minha cara assim sem deixar eu falar?!

Taehyung riu, enquanto entregava para ele os primeiros três potes embrulhados.

—Desliguei na tua cara justamente pra não dar tempo de você falar.

—Seu infeliz! Olha o peso disso!

Taehyung fez uma careta e após fechar o carro seguiu atrás dele até o elevador. Assim que chegaram ao dormitório, colocaram as coisas dentro da geladeira e em seguida Taehyung foi para o quarto. Estava terminando de ajeitar as coisas no guarda-roupa quando ouviu uma batida na porta.

—Entra.

Ele se virou para ver quem era e viu JK aparecer, com fones de ouvido pendurados no pescoço.

—Tu não tava’ no meio de um jogo?- Taehyung perguntou com deboche.

—Eu ganhei.- ele deu de ombros. –Vim ver o que era.

—Agora já foi.

Taehyung ajeitou algumas coisas que estavam sobre a cama e percebeu o silêncio no quarto. Olhou por cima do ombro para ver se a porta estava fechada e viu que JK ainda estava ali, observando.

—Tá’ fazendo o que aí?

JK inclinou a cabeça para trás, olhando para os dois lados do corredor, e depois entrou no quarto fechando a porta atrás de si.

—Namjoon veio falar comigo ontem à noite.

Taehyung se virou completamente para ele, atento.

—Ele falou o que?

JK abriu um sorriso sapeca e se jogou de costas na cama de Taehyung.

—Acho que ele tá’ tentando descobrir como você conseguiu o número da sua amiga estrangeira.- ele riu. –Ele veio no meu quarto ontem e perguntou sobre aquele dia lá no hotel, quando eu tava’ ligando pra minha mãe e tal.

—E o que você falou?

Ele deu de ombros.

—Eu disse exatamente o que aconteceu.- fez uma pausa enquanto olhava nos olhos de Taehyung. -Disse que eu tava’ ligando pra minha mãe e do nada você apareceu, tirou o celular da minha mão, praticamente desligou na cara da minha mãe –tu ainda tá’ devendo um pedido formal de desculpas pra ela, cara- e depois começou a ler as mensagens dele em voz alta.

Taehyung riu, balançando a cabeça.

—E depois disso, o que ele disse?

—Ele ficou parado olhando pr’o nada, pensando em sabe-se lá o que, perguntou se eu tinha certeza daquilo e eu fiquei tipo... “tu viu alguma coisa diferente do que aconteceu?”. Depois ele disse “tá, tá, esquece isso.”, eu disse “eu tinha esquecido, você que me fez lembrar”, aí ele me encarou fundo nos olhos, eu ri, e ele saiu.

Taehyung balançou a cabeça ao ouvir aquilo e riu mais uma vez.

—Ele deve estar morrendo de curiosidade.

—Como ele sabe que você tá’ falando com ela?

 -A amiga dela contou.

JK franziu as sobrancelhas.

—Que amiga?

—A dona do número e das mensagens, obvio.

—Ah, tá’, tá’. Sei lá, né. Essa história toda é tão louca.- ele deu de ombros.

—Você não é o único pra quem ele perguntou isso. Ele perguntou pra ela também.

—A amiga da sua amiga?

—Sim.

JK franziu as sobrancelhas.

—E vocês? Não se falaram ainda?

Taehyung balançou a cabeça negativamente.

—Mas você ainda tá’ com raiva? Chateado, sei lá?

Taehyung deu de ombros.

—Só não quero falar com ele por enquanto. Ele estava todo cheio de lição de moral pra cima de mim enquanto conversava com a guria, não quero ouvir o que ele tem a dizer. O que eu queria eu já consegui, não quero ouvir ele enchendo o saco de novo.

JK estava prestes a abrir a boca para perguntar outra coisa quando a porta se abriu e Jimin apareceu. Ele olhou de um para o outro e depois de cogitar a possibilidade de sair dali, ele resolveu entrar e fechar a porta atrás de si.

—Vem cá, vocês vão continuar me deixando de fora disso?

—Você nem sabe do que a gente tá’ falando.- JK riu.

—Bem, se vocês estiverem falando de qualquer outra coisa, que tal aproveitar a oportunidade, já que estamos nós três aqui reunidos, pra me contar de uma vez o que foi que aconteceu em Londres?

Taehyung e Jungkook olharam um para o outro por um momento.

—Tá’.- Taehyung cedeu, finalmente decido a contar tudo. –Chega mais aí...


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Notas finais do capítulo

Todo o enredo está pronto há tempos, só falta escrever e colocar as coisas no lugar. Sinto muito quem ainda lê a fic. Demoro a escrever e postar por falta de motivação mesmo.



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