Running through the monsoon,

Correndo através da monção

Beyonde the world

Além do mundo

To the end of time

Para o fim dos tempos

Where the rain won´t hurt

Aonde a chuva não machucará

Fighting the storm, into the blue

Lutando contra a tempestade, no azul

And when I lose myself I´ll think of you

E quando eu me perco eu penso em você

Together we´ll be running somewhere new,

Juntos nós fugiremos para um lugar novo

And nothing can hold me back from you.

E nada pode me afastar de você

Through the monsoon, just me and you.

Através da monção, só você e eu.

             A música acabou com a última batida da bateria. Aplausos. Deliciosos aplausos, gritos e toda aquela felicidade e desespero irradiava do mar de fãs que aquele estádio em Madri conseguiu suportar. Os ingressos tinham acabado em um mês. Este era o primeiro show da turnê internacional (e como o vocalista da banda desejava, global) e tudo tinha saído perfeito.

             Deus, seu coração batia tão rápido e forte que Bill Kaulitz pensou que de alguma forma ele fosse pular para fora de seu peito. Como estava feliz. E essa mesma felicidade fez seus olhos cheios de rímel e delineador arderem. Droga, ele queria chorar. Os sentimentos eram tantos que ele apenas sentia que eles deveriam sair, ou ele ia cair ali mesmo, no meio do palco, com centenas e centenas de pessoas olhando para ele.

               Bill escondeu seu rosto magro entre as mãos e silenciosamente deixou as lágrimas escaparem por breves segundos, antes de sentir um braço em seu pescoço. No seu lado direito, lá estava ele, sorrindo como um idiota, estava Tom.

              Tom era o irmão gêmeo idêntico de Bill, mas era como se nem tivessem nascido da mesma mãe... Até certa parte da adolescência eles eram parecidos, mas agora nem pensar: Bill tinha escurecido os cabelos e deixado crescer e atualmente existia um longo moicano em sua cabeça. Era de seu estilo também vestir roupas apertadas e usar muita maquiagem. Enquanto Tom tinha seus dreads e roupas extremamente largas e piercing no lábio inferior. 

              Por um segundo Bill se perdeu nos olhos de Tom, que estavam cheios da mesma alegria que ele sentia. O mundo pareceu parar ali, entre eles.

-“Meu querido irmão...” – sussurrou Bill. Pensou que Tom não havia escutado, já que a multidão berrava feito louca, mas o sorriso estonteante que seu irmão deu foi de tirar o fôlego, provando a Bill que ele o ouvira.

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 -“ Maisumbrinde!- George estava de pé, em cima do sofá com uma taça de champagne na mão.

-“ Acho que ele quis dizer ‘mais um brinde’ e minha resposta a isso é não. George, você já bebeu demais. Desce daí e... Não!- antes que Gustav pudesse alcançar o baixista, ele já estava espatifado no chão, gargalhando. 

                George Listing e Gustav Schäfer eram os baixista e baterista da banda. Se conheciam á muito tempo, antes mesmo da primeira formação de Tokio Hotel, Devilish. Eram muito próximos, até mesmo melhores amigos, achava Bill.

-“ Há-há! Pára com isso Gusti, não estraga minha farra!- enquanto falava, George ia se levantando e meio que se arrastando para a poltrona onde Bill estava. –“ Hey, Bill, sabia que eu te achei muito sexy lá no palco hoje? Bem que a gente podia ir pro meu quarto e...”- Listing não foi capaz de terminar a frase porque Tom estava agarrando ele pela gola da camiseta e o puxando para a porta.

-“ Gustav, é melhor você levar esse bêbado daqui, antes que tenhamos que procurar por outro baixista.”-

               Um minuto mais tarde os irmãos Kaulitz estavam sozinhos. Era legal, pensou Bill, ficar sozinho com seu irmão... Parecia até quando eram crianças normais espiando a vizinha da mamãe trocar de roupa. Legal mesmo era quando o marido dela chegava e fazia coisas que o papai dizia que eles ainda não tinham idade suficiente para saber.

-“Macky, vai dormir.”- disse Tom

 -“Não use seu poder de irmão mais velho por 10 minutos em mim!”

  -“Não ‘tô falando isso por ser seu irmão 10 minutos mais velho. É porque você ta horroroso. Os paparazzi não podem te ver assim.”

 -“ Você é tão sensível...”

 -“ As mulheres não me adoram por nada.”

 -“ Desprezível.”- Bill disse casualmente e já estava indo em direção á porta.

 -“ Não se esqueceu de alguma coisa?”- perguntou Tom.

              Bill deu meia volta e foi até a cama onde o irmão estava sentado. Abaixou e deu um beijo na bochecha de Tom.

 -“Boa noite, querido irmão...”-

-“Boa noite.”-

             De novo, Bill se sentia preso nos olhos de Tom. Estava tão perdido como se aquelas íris tivessem algum labirinto. Mas lutou contra e finalmente alcançou a maçaneta da porta, saindo para o lobby daquele andar.

             Chegando em seu próprio quarto arrancou suas roupas, tomou um rápido banho e mergulho na cama king-size que ele pedira.

            O sono não demorou á vir. Mas quando veio, não foi sozinho... Foi acompanhado de um sonho.