Runaway escrita por kaka_cristin


Capítulo 1
Capítulo 1 – A fuga.




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Eram dez horas da noite. A rua estava deserta exceto por uma pessoa que corria assustada pela rua escura e sombria. Seu nome era Maria. Passava por um beco escuro que saia numa outra extensa rua também escura iluminada apenas por um poste. Dali dava-se pra ouvir uma música abafada que se aproximava cada vez mais.

Ouviu-se um ronco de motor de um carro que a fez apressar seus passos ainda mais. Olhava pra trás enquanto corria depressa. Então avistou o tal do carro que a seguia chegando próximo. Correu o mais rápido que pôde e entrou num beco onde a música já estava alta. Empurrou uma porta vermelha no final do beco e saiu num show.

Uma banda de rock tocava no palco. Ela passava empurrando o pessoal tentando encontrar um lugar pra se esconder. Sabia que iriam encontrá-la se ficasse parada ali.

O pessoal em volta pulava conforme a música. Acabou entrando sem querer numa rodinha e levou alguns empurrões e socos, mas conseguiu sair dela depressa. Sua respiração estava ofegante e seu coração parecia querer sair pela boca, olhava de um lado a outro enquanto algumas lágrimas de desespero eram derramadas em seu rosto. Sentia que seria seu fim quando se ouviu um tiro. Todos em volta começaram a correr inclusive ela que não sabia pra onde ir. Resolveu ir a direção ao palco já que na porta de entrada estavam os homens que estavam atrás dela. Corria o máximo que podia, pois andava pro lado oposto do resto do pessoal e muitas vezes era arrastada junta. Foi então que outro tiro foi disparado e ela assustada caiu no chão. Começou a ser pisoteada por algumas pessoas e gritava de dor. Encolheu-se no chão tentando se proteger e não se machucar muito quando sentiu alguém agarrando ela pela cintura e a fazendo ficar de pé. Começou a se debater até olhar pra cara do sujeito e ver que não era quem pensava.

- calma! Eu quero te ajudar. – disse o tal garoto a segurando pela cintura.

- me tira daqui, moço. Por favor. – disse ela assustada olhando nos olhos verdes daquele rapaz que a tirara do chão.

Alguns minutos depois Maria estava sentada numa cama de um hospital enquanto o médico fazia curativos nela e era observada pelo menino que a ajudara.

- ai! – gritou ela quando o médico passava remédio em seus machucados no canto da boca.

- prontinho. – disse o médico jogando o algodão no lixo. – agora precisa tomar alguns analgésicos caso sinta dores e fazer curativos todos os dias, ta bom? – e ela balançou a cabeça positivamente. – é só. Está liberada. Com licença. – e o médico saiu da sala deixando-a só com o menino que ainda a olhava parado ao seu lado.

Maria olhou pra mão do menino que ainda segurava a sua desde que o médico começou a fazer curativos nela. Ele recolheu a mão sem graça nessa hora e os dois olharam pro lado oposto um do outro sem jeito.

- então...Como se chama? – perguntou ele tentando puxar conversa e Maria o olhou sem responder.

- Maria. – respondeu baixinho depois de um tempo em silêncio.

- sou Gerard Way. – e estendeu a mão pra que ela apertasse. Mas ela ao invés disso desceu da cama e ficou de frente pra ele.

- obrigada por me ajudar.

- foi um prazer. – disse ele olhando mais a fundo pra menina que estava a sua frente. Tinha uma aparência rebelde com os cabelos negros e picotados até o ombro. Vestia um casaco preto e uma camisa branca por dentro e uma calça jeans colada no corpo. Seus olhos azuis como o céu brilhava e ao mesmo tempo aparentava medo.

- nunca vou esquecer por ter me salvado a vida.

- você podia ter morrido pisoteada.

- mas você me salvou e eu fico muito grata. – disse ela tentando sorrir depois do susto. – eu preciso ir agora. – ela disse de repente ficando nervosa e antes que o menino dissesse mais alguma coisa ela saiu do quarto deixando-o sozinho.

Chegou do lado de fora do hospital e revirou os bolsos da calça. Não tinha dinheiro pra quase nada. Aquilo só lhe compraria um pedaço de pão acompanhado de uma xícara de café. Quase desabou em lágrimas ao ver que passaria fome de novo, foi quando pensou numa coisa. Apesar de ter prometido pra si mesma nunca mais fazer aquilo de novo, ela precisava de dinheiro. Precisava comer e também fugir pra longe dali ou até mesmo voltar pra casa, mas sem dinheiro, isso era quase impossível.

Virou-se e viu o menino que a ajudara abrindo a porta do carro. Ele havia ido atrás dela, mas quando chegou do lado de fora não a encontrou, então decidiu ir embora.

O menino distraído - pensando no que dera na garota que acabara de salva pra sair daquele jeito - colocou a mão na maçaneta da porta do carro quando foi surpreendido por Maria, a tal que menina que ele acabara de ajudar minutos antes e no qual pensava naquele momento.

Ela o virou em sua direção de um jeito bruto e ao mesmo tempo sem jeito praquilo e o agarrou dando-lhe um beijo daqueles de tirar o fôlego. Ele no começo permaneceu assustado sem saber o que fazer, fora pego de surpresa por ela, mas depois cedeu aos encantos da menina e a envolveu em seus braços. Maria passava a mão no corpo do rapaz tentando seduzi-lo. Pararam de se beijar depois de muitos beijos pra pegar o fôlego que lhe faltara. O menino sorria bobo pra ela.

- o que foi isso?

- um “amasso”. – disse ela tentando fazer pose de quem entendia do assunto.

- nossa! Isso foi...Como posso dizer... – e o menino nervoso passava a mão nos próprios cabelos tentando achar a palavra certa praquilo.

- Gerard, eu cobro.

- como? – e olhou espantado e ao mesmo tempo surpreso pra garota.

- o que estou querendo dizer é que eu cobro pelo serviço.

- está querendo dizer que é uma...? - e ela lhe tampou a boca.

- não diga essa palavra. Prefiro não ouvi-la. – ele a olhou nos olhos, ela parecia suplicar-lhe por aquilo, mas ao mesmo tempo não queria. Ele não conseguia decifrar aquele olhar amedrontado da garota. 

- ok. – respondeu ele olhando a menina de cima a baixo que se encolheu mostrando-se tímida. Estava bastante excitado depois de toda aquela esfregação no estacionamento. – vamos pra onde?

- você que sabe.

- vamos pra minha casa então.

Os dois entraram no carro e ele a levou até sua casa. Maria olhava pro lado de fora do carro sem coragem de olhar pro rosto daquele homem que tentou ser gentil com ela a salvando. Mas ela precisava fazer aquilo pelo dinheiro.

 Ele estacionou em frente a uma casa enorme e linda. Maria pensou que esse seria seu melhor cliente se fosse levar em conta o local onde ele morava. Ele deu a volta abrindo à porta do carro pra ela todo cavalheiro.

- não precisava... – disse ela sem graça saindo do carro.

- faço questão. – e ele pegou na mão dela e os dois entraram juntos na casa.

A casa de um só andar era imensa e bem aconchegante. Maria olhava fascinada em volta da sala. Todos os móveis e pinturas que decoravam as paredes eram de bom gosto. Ela observava tudo enquanto ele trancava a porta atrás dela.

Estava distraída quando sentiu as mãos do rapaz acariciando seus ombros e os lábios dele lhe beijando a nuca fazendo-a se estremecer toda.

- vamos lá pro quarto. – Gerard falou e a levou até o quarto que era o maior cômodo da casa.

Maria perguntava-se pra que um quarto tão enorme. Sobrava espaço com os poucos móveis que tinha ali. Ela olhava pra cama que era enorme e lembrou de seu passado quando dormia numa cama confortável. Sentiu vontade de chorar ao lembrar dessas coisas, mas se conteve. Aquela não era a hora.

- então...? Gostou do quarto? – e ela se virou séria.

- vamos logo com isso.  – e começou a se despir um pouco trêmula.

- você não quer isso. – disse ele percebendo a tensão dela. – por acaso mentiu que era garota de programa?

- não. – respondeu ela tirando a ultima peça de roupa que lhe restara no corpo. Aproximou-se dele e o beijou colando seu corpo no dele. Pela primeira vez ela não sentia tanto ódio de si mesma por estar fazendo aquilo, pois o menino não era insuportável. Ele era bonito e foi gentil com ela lhe salvando das pisoteadas. Ela sentiu-se até atraída por ele depois dele tê-la ajudado.

Mas mesmo assim aquilo ainda lhe trazia medo, não conhecia aquele cara e não sabia como ele se comportaria já que na maioria das vezes seus clientes eram brutos e irracionais. Mas ela precisava da grana então vivia daquilo.

Os dois trocaram caricias e mais caricias antes de caírem na cama. Depois de estarem no clima eles fizeram o que iriam fazer. Ao contrario do que o medo lhe fizera pensar, a transa foi super diferente das outras experiências que obteve nesse negócio. Ele foi super carinhoso com ela e não quis nada anormal ou constrangedor, foi apenas uma transa normal e “profissional”.

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