Nico esperava discutirem por ciúme, não por algo tão vis quanto a janela. Nico era a favor de deixá-la aberta e Will alegava que entraria monstros; Quanto a cortina, Will nunca fechava, ele adorava acordar com os primeiros raios de sol. Que também acordava um mal humorado Nico.

— Por Hades, Solace! – Nico resmungava, puxando o cobertor para tampar o rosto.

— Ah! Vamos, amor, o dia está tão lindo hoje!

E, então, o loiro o desembrulhava, enchendo-o de beijos e cócegas, por mais que Nico fingisse protestar.

Com o passar do tempo, eles chegaram à um consenso: vidro e cortina ficariam fechados. Will gostava de se espalhar na poltrona da varanda pouco antes do nascente, e se espreguiçava nela com os primeiros raios de sol.

Com essas pequenas coisinhas para brigar, eles sempre achavam uma solução. Contudo, as pequenas implicâncias ainda existiam.

Will repetia que Nico não deveria invocar esqueletos e treinar esgrima dentro de casa. Então, quando ele quebrou a luminária de alabastro, o filho do Sol lembrou que seu pai também era o deus das pragas, e achou sêmita para a vingança.

Além de ser amaldiçoado para falar em rimas, Nico acordou de madrugada com um Will desafinado cantando You Are My Sunshine. O Solace não conseguiu parar de gargalhar enquanto o namorado xingava em poesia.

É claro que isso teve volta. À noite Nico deixou a janela aberta e puxou os cobertores, deixando Will no frio. Contudo, o filho de Hades percebeu que não adiantava: o vento gelado o fazia tremer e, por mais que se enrolasse, não esquentava.

Por fim, acordou o filho do Sol, quente como o verão:

— Nico?

— Só fique quieto. — Nico resmungou, enroscando-se no namorado muito mais quente que qualquer cobertor.

Will não pode deixar de rir, sabendo que a rixa tinha acabado.