Quatro anos, cinco meses e 17 dias. Esse é o tempo exato desde o dia que Sakura decidiu que deveríamos tentar algo até hoje. Quatro anos em que viemos amadurecendo dia após dia e o mais importante de tudo – juntos.

É ao lado dela que acordo todas as manhãs, foi através dela que passei a gostar de doces, consequentemente de seus intermináveis cappuccinos fumegantes, adornados de creme de avelã para dá e vender. Juntos estamos construindo uma nova história, recheada de palavras significativas e até mesmo de difícil pronuncia, mas cada uma delas vai descrevemos o que somos um para o outro e o que somos conectados.

A incongruência do que erámos quando nos conhecemos e do que somos hoje é gritante. Naquele momento cada um de nós tínhamos dores secretas e particulares, o medo era nosso fiel companheiro a cada nova ponte aérea. O sentimento de perda estava ali sempre nos rodeando, tanto que acabou nos unindo de formas que nunca imaginávamos que iriamos quando nos esbarramos em pleno saguão do aeroporto de Konoha.

Nós crescemos de diferentes formas. Sakura não é mais uma simples representante farmacêutica que vive em uma ponte aérea constante, para manter contatos com os hospitais em Tokyo. Nem eu sou mais o chefe dos comissários. Em quatro anos nosso relacionamento se firmou a tal ponto que Sakura decidiu terminar o curso que sempre sonhou, enquanto decidir ir dá aulas de pilotagem.

Além de nossa ascensão profissional veio também a pessoal e familiar – Sarada é o nome dela. Nossa filha está prestes a completar um ano, enquanto vejo elas adormecer ainda lembro de Bambina Greda. Se nada daquilo tivesse acontecido onde estaríamos? Sakura ainda teria os pais juntos de si? Eu teria ido para uma ponte aérea? E o mais importante: nós dois teríamos nos conhecido de alguma outra forma?

Durante muito tempo me culpei pelo o que houve, hoje sei que não poderia ter evitado nada, talvez... sim, talvez as coisas poderiam ter sido bem piores. Mas quando paro e imagino minha vida sem Sakura e Sarada sei que fiz a coisa certa há 7 anos atrás.

O perfume de Sakura e a visão dela diante a varanda do nosso apartamento, com seus cabelos soltos ao vento me deixam completamente extasiado. A sensação do toque dela, das unhas sendo encravadas em minhas costas como se quisessem rasgar toda a pele enquanto fazemos amor é completamente inebriante, não me imagino sem essa droga viciante.

Um triste acidente interligou nossas vidas, uma ponte aérea nos apresentou e um simples tentar fez com que nossos caminhos caminhassem juntos e continuaremos trançando-o de mãos dadas, com um copo de capella ardente e a certeza de que podemos confiar um no outro, sempre.