A Cura escrita por Lady Romanoff


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bom gente, eu já postei essa história aqui, porém não houve nenhum comentário e poucos acompanhamentos. Mas eu havia excluído pelo o fato de não estar atualizando a fanfic a mais de meses. Quando voltei a escrever, modifiquei algumas coisas no primeiro,segundo e terceiro capítulo ( eles já estavam prontos, mas nunca cheguei a postá-los). Agora, eu já estou trabalhando no capítulo nove.
É importante que comentem. Gostaria de saber muito o que pensam da história, se há algo em que posso melhorar. Qualquer comentário é bem-vindo ♥
Vamos ao capítulo.



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Olho-me no espelho, e fico contente pelo resultado. Eu usava uma camisa social branca e uma saia lápis preta. O scarpin preto e o rabo de cavalo dão um ar mais elegante. Tudo que eu queria.

            -Nossa!- Rubi exclama a me ver. – Você está muito linda para alguém que vai apenas para uma entrevista de emprego.

            -Com certeza eu não iria feia. Isso seria impossível.

            -Você definitivamente não se olha no espelho pela manhã, não é?

            Jogo uma almofada na loira que pega rapidamente. Rubi e eu dividimos um apartamento desde a faculdade, onde viramos melhores amigas. Meu pai decidiu ficar em Chicago após o acidente de carro de minha mãe. Acidente cujo a matou.

            Nós ainda nos falamos todos os dias pelo telefone. Ele me ajudou muito quando vim para Nova York aos 18 anos.  Pagou um loft simples na cidade, até que eu e Rubi decidimos dividir um apartamento quando começamos a estagiar na mesma empresa. Quando nossos estágios terminaram, Rubi logo conseguiu um emprego, mas mesmo após o fim da faculdade, sendo uma das melhores alunas, não consegui nada. Nem mesmo uma segunda entrevista.

            Até que a Silver Company abriu vaga no setor administrativo, trabalhando juntamente com um rapaz, que não fiz nem questão de perguntar seu nome. Tudo que eu quero é apenas o emprego.

            -Certo, aqui está sua pasta com seu currículo, e seu celular. – Rubi entrega meus pertences. Caminho até a porta, mas antes que saia, sua mão me impede. – Arrase nessa entrevista.

            Vejo-a piscar antes que de eu fechar a porta. Entro no elevador que havia chegado rapidamente. Ele estava vazio. A empresa não ficava longe de eu morava. Isso pode ser uma vantagem. Eu estudei sobre a Silver Company. Grande empresa de contabilidade. O lugar ideal para mim. A garota de exatas.

            As portas do elevador se abrem e vejo Carlos, o segurança da portaria. Cumprimento rapidamente e saio do prédio. Nova York está bastante nublada hoje, ventos frios, que bagunçam levemente meu cabelo. Entro em um táxi e digo a direção que deve ir. Ele assente e fica calado durante toda a viagem.  Olho meu reflexo na tela preta do celular, garantido que minha aparência ainda esteja apresentável.

            Logo sinto o carro parar e percebo que chegamos. Entrego o dinheiro, e saio em direção à porta giratória de vidro. Quando adentro, a recepção era vasta e luxuosa. Havia dois seguranças perto das portas, e mais dois perto do balcão da recepção. Atrás do balcão, havia três mulheres, duas provavelmente experientes enquanto a outra tinha um olhar perdido. O ambiente era claro e transpassava uma sensação de conforto e calmaria.

            Aproximo-me do balcão, onde elas logo me notam. Uma delas sorri tão abertamente, enquanto a outra explica algo para a mais jovem.

            -Em que posso ajudá-la? – olho para crachá que está preso no blazer preto. Amberly.

            -E-eu vim para a entrevista. - minhas palavras saem trêmulas. Respiro fundo e continuo. - Na área do setor administrativo.

            -Ah. Claro.

            Ela abaixa o olhar até o computador em sua frente e digita algo. O seu olhar volta para mim, juntamente com o largo sorriso.

            -Vire à direita e verá o elevador. – ela indica com o dedo comprido, viro a cabeça e vejo as portas prateadas do elevador. – É no vigésimo andar. Jonathan é quem irá entrevistá-la.

                                                           ***

            Há um longo corredor em minha frente. Caminho calmamente para ter certeza que eu não irei cair, assim eu ganho tempo para controlar minha respiração acelerada. Avisto uma mulher no final do corredor atrás de uma mesa, com os olhos firmes na tela do computador.

            Pigarreio para que ela me note, mas não adianta, então faço novamente.

            -Se está doente, veio ao lugar errado. Isso não é hospital. –fala ainda digitando.

 Sinto meu sangue ferver. Eu não sou muito de ter paciência, muito menos consigo engolir arrogância das pessoas. Coloco as duas mãos na mesa, e inclino-me, ação que faz ela me olhar. Finalmente.

—Eu vim para a entrevista com o Jonathan. –digo firme.

            -Para você é senhor Silver.

            Senhor Silver? O dono da empresa vai me entrevistar? E por que ele trabalha no setor administrativo? Minhas dúvidas são interrompidas quando vejo a mulher loira se levantar elegantemente de sua cadeira. Ela caminha devagar até uma larga porta branca que eu não havia reparado até agora.

            -Sua entrevista começará agora.

            Ela abre a porta devagar, como se sua intenção fosse fazer suspense. Adentro, e vejo uma sala enorme com duas mesas em direções opostas. A mesa maior ficava perto de uma janela, que ia do teto ao chão. E encostada nela, havia um homem alto, de costas para mim.

            Vira-se bruscamente, e por instante pensei que meu coração havia esquecido o que era bater. Ele não era do jeito que imaginava. Na verdade, era o oposto. Alto, pele branca –diria até pálida- que combinava com seus cabelos negros. Aproximo-me devagar e vejo que tem olhos azuis, quase cinzas. Gélidos, como sua pele. Ele permanece parado atrás da mesa, com uma postura misteriosa e ao mesmo elegante.

            -Você tem algo contra cadeiras?

            Sua voz rouca me tira do transe e só agora percebo que aponta para a cadeira que está do meu lado, e que fica de frente para a sua. Sento-me devagar. Não irei ficar nervosa.

            -E então, não irá entregar o seu currículo, ou ao menos falar sobre você? Ou qualquer coisa? –sua expressão era de pura irritação, o que me faz pegar rapidamente pegar o papel e entrego-o.

            Suspiro tentando me acalmar. A garota tímida não combina comigo. Fico ereta na cadeira- que apesar de ser de metal, era bem confortável- e observo seu rosto. Ele estava concentrado nas palavras do papel.  Ele solta os papéis sobre a mesa e se recosta na cadeira. Seus olhos azuis cor de gelo parecia enxergar minha alma.

            -Contratada. –ele diz de repente.

            -O quê?-pergunto confusa.

            -Você é surda? Está contratada.

            Fico atônita, ainda sem acreditar em suas palavras. Jonathan levanta-se bruscamente da cadeira, e anda calmamente pela vasta sala.

            -Eu preciso de alguém como você para fazer meu trabalho. – ele diz e fico confusa.

            -Achei que iria trabalhar com você, não para você. – giro a cadeira e olho diretamente para seus olhos.

            -Por que não os dois? – ele coloca as mãos nos bolsos da calça social preta, que parecia ser mais cara que meu apartamento inteiro.      

            -Eu li o edital. Essa não foi a proposta oferecida. – cruzo os braços na altura dos seios.

            -Pare de agir como uma criança boba e aceite o trabalho. – ele diz irritado.

            -O único que está agindo como uma criança boba é você, achando que pode me forçar a aceitar esse emprego.

            Saio da sala, certa de que fiz a escolha mais estúpida de toda minha vida. Acabei de recusar a melhor oportunidade de emprego. E por causa do meu ridículo orgulho.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem. E comentem e recomendem! bjitos e até a próxima sz



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