Vancouver, 10 de novembro de 2017

Minha Jane,

Perdoe-me pela demora em responder-te. Sinto que não tive um momento livre desde o momento que o pequeno envelope chegou até minhas mãos, trazendo-me á memória teu rosto no momento que li teu nome. Teus olhos verdes me encarando no quarto escuro, teu cabelo ruivo molhando os lençóis do quarto, tua pele de cor alabastro tocando a minha com ternura e paixão.

Me traz felicidade ver que tu guarda memórias de mim com tamanho afinco. PE bom ver que ainda existe no mundo pessoas de sentimento tão bom, enquanto outras mostram-se de atitudes vis contra o resto de seu povo.

Quando voltardes para casa, para dentro de meu abraço, preciso mostrar-lhe algo que descobri por aqui. Uma sêmita nova, além de todas que conhecemos, onde podemos nos encontrar fora de olhares alheios que querem nosso mal.

Sinto que nunca consigo responder-lhe a altura do que me mandas. É como se você fosse uma escritora famosa, e eu uma criança do primário que usa palavras bonitas. Palavras essas que aprendi com você.

Não consigo me conter de alegria por saber que está voltando, embora ainda esteja triste com nossa distância. Volte logo, por favor. Não sei mais quanto tempo aguento meus tios perguntando sobre meu futuro “marido”. Só quero tê-la comigo. Você me dá forças. Você me dá coragem. Você faz com que eu me sinta viva.

Perdoe-me mais uma vez, mas preciso correr. Meus primos chegaram ontem aqui em casa, e preciso impedi-los de quebrar algo durante essa estadia. Dias difíceis esses, mas mais uma vez pensar em você me dá forças. Além disso, está na hora do remédio de minha mãe. Ela sente sua falta, Jane. Assim como eu.

Me traga muitos doces dai de Santa Mônica.

Para sempre sua,

Max.