Santa Mônica, 31 de outubro de 2017

Minha Max,

Já parou para pensar que nossa história foi uma serendipidade? Tudo naquilo que agora chamamos de nós foi um grande acontecimento ao acaso. Afinal, eu não esperava encontrar-lhe no aeroporto, entre uma viagem e outra. Muito menos esperava que pegaríamos o mesmo avião, sentaríamos lado a lado ou que ficaríamos no mesmo hotel aqui em Santa Mônica.

Sim, minha querida. Estou aqui novamente, onde passamos aquelas duas semanas maravilhosas, aqueles dias maravilhosos. Para cada lugar que olho, te vejo. Te vejo dançar no saguão do aeroporto com todos te olhando, te vejo correr pelo píer, a toalha sopesa por seus dedos finos, gélidos e macios, o vento fazendo parecer que estava voando. Te vejo correr atrás de mim, rindo como se não houvesse amanhã. Cada memória dessas me aquece o coração.

Tenho maravilhosas memórias de Santa Mônica, a maioria ligada a você. O cheiro de seu cabelo, que era uma grande mistura de baunilha, morango e chocolate. A cor de seus olhos, a cor do oceano englobada em duas pequenas órbitas. Seu riso, totalmente indescritível por aqueles que já a escutaram.

Quando nos conhecemos, eu era totalmente tímida. Pelos deuses do Olimpo, quando você me deu um “oi” eu jurei que meu rosto ia explodir em chamas. Quando nos reencontramos no hotel, e descobrimos que estávamos em quartos lado a lado, eu vi que ali nasceria uma grande amizade. Não esperava que essa amizade se tornaria o que é hoje.

Sinto muita falta de você, meu amor. Sei que está em sua casa, cuidando de sua mãe, mas queria que estivesse aqui comigo. Em meus dedos, giro o besante que você me deu há anos atrás, na esperança que ele me tire um pouco dessa grande saudade.

Para sempre sua,

Jane.