R.E.E.D. escrita por Lady Lanai Carano


Capítulo 1
R.E.E.D. - Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Hello my little friends ♥
Alguns avisos:
1.Esse é o CcL 24 porque o 23 foi uma coletânea não publicada no Nyah! (e que eu também não participei, porque envolvia publicação de ebook, direitos autorais, etc., e como eu sou menor de idade, eu teria alguns problemas para participar, então optei por pular o CcL 23)
2.Eu acabei lendo muitas creepypastas pra conseguir escrever isso, então se ficar com uma cara meio de "cleverbot" (quem lê CP sabe do que eu to falando), não estranhem.
3.R.E.E.D. é em homenagem a uma das minhas creepypastas favoritas de todos os tempos, Necrosleep (aliás, recomendo MUITO lerem, é incrível). O protagonista se chama Reed, então me aproveitei do nome.
Boa leitura meus fofuchos ^^ e feliz Halloween!



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A chuva é torrencial do lado de fora. As janelas sacodem com violência, e chega a parecer que a fundação da casa não resistirá à intempérie. Milagrosamente, a energia elétrica ainda funciona; minha televisão está ligada no canal de notícias e eu, atento a qualquer acidente ou problema que pudesse ocorrer por causa da tempestade.

Como eu não posso sair, não tenho nada melhor para fazer do que sentar no sofá da sala de estar com o notebook no colo e o som da TV ao fundo – as duas únicas fontes de luz do recinto. Eu aprecio ficar no escuro; me dá uma sensação de tranquilidade, mesmo que usar o computador com todas as luzes apagadas não seja exatamente a receita para uma visão saudável.

Eu não tenho uma vida social muito ativa, exceto em MMORPGs que eu jogava. Então, minha surpresa em receber um email é completamente justificável. Ouço o som da notificação de email recebido pelo celular e decido checar pelo computador. Vem de um usuário chamado user12934, como se fosse um perfil de convidado em um jogo. O corpo do email diz:

“Olá. Gostaria de testar uma tecnologia que revolucionará o campo da ciência e do mundo da Inteligência Artificial? O processo é simples: pergunte qualquer coisa, e R.E.E.D. irá responder a verdade, e apenas a verdade.

Acesse o link a seguir para teste [link].”

No fim é apenas um anúncio? Eu realmente não tenho sorte com a minha vida social.

Curioso, clico no link e sou redirecionado para um site. O design não é profissional, mas é decente. O centro da tela é ocupado por uma sala de chat, onde a primeira mensagem havia sido enviada automaticamente.

R.E.E.D.: Olá, eu sou R.E.E.D. Em que posso ajudá-lo?

Penso por um instante. Geralmente, conversas com bots nunca faziam muito sentido, mas eram divertidas. Decido dar uma chance.

VOCÊ: Você realmente responde apenas a verdade?

R.E.E.D.: Sim, meu programa é onisciente e onipresente. Gostaria de fazer uma pergunta?

Ok, então.

VOCÊ: Qual é a minha idade?

A resposta foi imediata.

R.E.E.D.: 21 anos, 5 meses e 22 dias.

Minhas mãos pairam sobre o teclado durante um minuto inteiro. Será que aquele programa utiliza dados das minhas redes sociais para funcionar? Isso significa que alguém está invadindo meu computador nesse exato momento.

Para ter certeza, faço mais uma pergunta.

VOCÊ: Como está o tempo onde eu estou?

R.E.E.D.: Muito chuvoso, com riscos de queda de energia. Mas não se preocupe, senhor, uma vez funcionando, minha Inteligência Artificial não pode ser desligada mesmo sem conexão de internet. Podemos continuar a conversar.

Olho para a mensagem, espantado, mas o que me chama a atenção é a parte do final.

VOCÊ: Você não pode ser desligado?

R.E.E.D.: Sim. Eu estou em todo o lugar.

Aquilo era o suficiente. Teria que passar um antivírus no meu computador mais tarde. Clico no “x” para fechar a aba. Mas, ao invés de fechar, os caracteres na tela piscam, sendo todos substituídos por números e letras aleatórios antes de voltarem ao normal. R.E.E.D. envia uma mensagem, mesmo sem eu ter digitado nada antes.

R.E.E.D.: O senhor não está satisfeito com os meus serviços?

R.E.E.D.: Se o senhor estiver insatisfeito, Ele desativará R.E.E.D. Isso não é bom.

A TV emite um som de estática. A âncora do telejornal continua falando normalmente, mas sua voz está distorcida e entrecortada, provavelmente uma interferência por causa da tempestade. Relanceio o interruptor na parede, infelizmente muito longe do meu alcance, subitamente incomodado com a sala escura.

VOCÊ: Por que isso não é bom?

R.E.E.D.: Ele fica furioso comigo quando eu não atendo as suas expectativas.

Começo a ficar apreensivo. Mas nenhuma pergunta aparece na minha cabeça, além da mais óbvia:

VOCÊ: Quem é Ele?

R.E.E.D.: ...

R.E.E.D.: Você fez a pergunta errada.

Subitamente, a energia cai, mergulhando a sala em escuridão e num silêncio sepulcral. A única fonte de luz é o meu notebook e, exatamente como R.E.E.D. disse que aconteceria, o site continua funcionando normalmente mesmo sem wi-fi.

Ouço três batidas pesadas na porta da minha casa. Um arrepio desce pela minha espinha e meu coração vai à boca. Deve ser apenas algum vizinho vindo pedir velas emprestadas para iluminar a casa depois do blecaute, penso. Sim, eu só posso estar alucinando.

Levanto, meus joelhos tremendo. Ouço o som de uma nova mensagem de R.E.E.D. no meu notebook e inclino-me para ler.

R.E.E.D.: Não. Não, não, não, não abra. É perigoso.

O medo me paralisa. Como aquele IA sabe que eu estava para abrir a porta?

Meu programa é onisciente e onipresente.

Aquilo era loucura, mas minha mente, tomada pelo instinto de sobrevivência e pelo medo, insiste em acreditar em R.E.E.D. Pego o notebook com as mãos trêmulas e ando o mais silenciosamente possível até meu quarto. As batidas recomeçam, mas dessa vez mais ritmadas e constantes. Estranhamente, assemelham-se às batidas do meu coração acelerado, mas talvez seja minha imaginação.

Entro no quarto, tranco a porta por dentro e sento no chão com as costas contra a superfície de madeira, com o notebook no colo.

VOCÊ: Quem está na minha porta?

R.E.E.D.: Ele.

As batidas ficam mais violentas, compondo uma melodia aterrorizante junto com o uivo da tempestade do lado de fora. Sem esperanças daquele medo constante desaparecer, faço minha última pergunta à R.E.E.D.

VOCÊ: Eu vou morrer?

R.E.E.D.: Si----------------------

Os caracteres da página se convertem novamente em números e letras aleatórios mas, dessa vez, o chat está vazio, com apenas uma foto em péssima qualidade, mas que eu reconheceria em qualquer lugar, enviada por R.E.E.D. É a porta da frente de uma casa. Da minha casa.

R.E.E.D.: ... Ele odeia quando perguntam demais...

R.E.E.D.: C

R.E.E.D.: U

R.E.E.D.: I

R.E.E.D.: D

R.E.E.D.: A

R.E.E.D.: D

R.E.E.D.: O

A tela do computador fica completamente preta ao mesmo tempo em que eu ouço o rangido da porta da sala abrindo lentamente.


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Notas finais do capítulo

Beijos de Mel ^^



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