Winn havia colocado câmeras nos trajes dos agentes para que eles pudessem assistir toda a ação. Nos primeiros relatos de um “monstro” destruindo o centro da cidade, eles souberam que tinha chego a hora. Após desejos de boa sorte e abraços apertados, os designados para combater Apocalypse deixaram as instalações, junto com eles, J’onn, Mon El e Caleb. Kal El também foi chamado e não demoraria a chegar. Enquanto isso, Kara assistia tudo pelos monitores, com Alex e Lena a tranquilizando. Quando os primeiros agentes chegaram ao local, ela pôde ver o motivo da sua possível morte. Mais de dois metros de altura, pele acinzentada e um olhar sanguinário. Era muito difícil ter medo de um inimigo, afinal, ela era a Supergirl. Mas daquela vez era diferente. Ela sabia que ele fora capaz de matá-la e se sentiu aterrorizada. A câmera pela qual estavam assistindo, estava acoplada no capacete da Agente Watson e Kara viu quando Mon El e Caleb aterrissaram no cenário. Seu coração apertou ao pensar que deveria ser ao contrário. Ela deveria estar protegendo os dois, não ali, sem utilidade, apenas assistindo a decisão do seu futuro. Então, os ataques começaram...

Caleb desceu ao lado do pai, com a Kryptonita azul em mãos. O plano era relativamente simples. Tentariam enfraquecer  Apocalypse o máximo possível para que a tarefa de colocá-lo na nave construída, não fosse tão árdua. Para isso atacariam em três frentes. Cada uma contando com um super herói e alguns agentes. Liderando uma frente, ele tinha que assegurar que além de salvar a mãe, conseguisse proteger o máximo de agentes e civis. Ninguém mais deveria morrer por esse idiota.

A primeira frente, a de J’onn, iniciou o ataque. Por ser de Krypton, a pele do vilão também era impenetrável, o que tornava as balas meras distrações. Quando J’onn acertou um primeiro soco que não fez o monstro se mover um centímetro sequer, todos tiveram dimensão da força que enfrentariam. No primeiro momento, Apocalypse pareceu confuso, tentando entender de quantos lados vinham os ataques, mas ao ver o símbolo da casa de El no peito de Caleb, ele se enfureceu e foi com toda raiva na direção do rapaz. Este, voou e conseguiu escapar por pouco das garras. Era a vez de Mon El tentar a sorte, aproveitou uma distração e aplicou o soco mais forte que poderia dar. Mais uma vez, nenhuma reação. Caleb olhou para o pai preocupado. Precisavam de um momento oportuno para usar a Kryptonita Azul, era um recurso escasso que deveria ser usado com muita sabedoria. Nesse meio tempo, Kal El chegou e junto de J’onn passaram a tentar atingir o máximo de golpes que conseguiam. Sendo atingido pelo Superman, Apocalypse parecia sentir-se mais incomodado, mas nada que o derrubasse. Um soco certeiro abriu a têmpora do monstro, que logo começou expelir Kryptonita verde em vez de sangue. Kal instantaneamente se sentiu cansado e não conseguiu desviar de um tapa que o lançou para o outro lado da rua e o nocauteou.

—Pai!— Caleb gritou enquanto flutuava.— Pegue a Kryptonita.— Ele jogou o frasco com a Kryptonita azul líquida para Mon El.— Fique preparado, eu vou distraí-lo, assim que ele me atacar, você tenta fazê-lo engolir tudo. É o melhor jeito de garantirmos que ele enfraqueça.

—Não! Eu o distraio e você faz ele beber. Não quero que você seja atingido! —Mon El negava com a cabeça.

—Eu preciso fazer isso pai, sou mais resistente que o senhor e posso aguentar umas pancadas. Vai dar certo! — Ele voou em direção ao vilão antes que o pai pudesse responder.

Passando ao seu lado, Caleb o chutou no estômago e esperou uma reação. Esta não demorou, Apocalypse passou a tentar acertá-lo com toda a força e o rapaz desviava com dificuldade. J’onn tentou ajudar mas não demorou muito para ser golpeado e cair. O garoto percebeu que Mon El se aproximava com cautela para não chamar a atenção e achou melhor deixar que o monstro o pegasse, seria mais fácil assim, Apocalypse estaria entretido em acabar com ele e não perceberia. Então, ele parou. Logo a mão enorme estava em volta do seu pescoço o levantando e seu rosto passou a ficar cada vez mais vermelho. Mon El chegou atrás e quando ia virar a cabeça do assassino e despejar o líquido, sentiu a outra mão o agarrar e o jogar para longe. Ele tinha percebido sua aproximação. Sua garganta secou quando aterrissou no chão e viu toda a Kryptonita derramada. Olhou para o filho que já estava roxo e correu.

No DEO, Kara se exaltou quando viu, por meio do capacete da Agente Watson, Caleb entregando o frasco para Mon El e indo na direção da ameaça. Ela entendeu o plano e no fundo sabia que não funcionaria. Quando viu o filho nas garras do Apocalypse e Mon El sendo arremessado, ela soube que não poderia mais ficar ali. Provavelmente tudo se repetiria, mas ela tinha de salvá-los.

—Meninas…— Kara falou baixo. — Eu estou indo… tenho que ir…

—O que?— Alex se desesperou.— Você não pode, Kara. Está maluca? Fizemos tudo isso para te salvar.

—Por favor, Kara. Não faça isso!— Lena gritou.

—Meu filho vai morrer! Ele não vai aguentar muito tempo. Olhem!— Ela apontou para os monitores que mostravam Caleb se debatendo enquanto Mon El tentava libertá-lo.— Me desculpem. Eu preciso...— Ela andou e foi segurada por Alex.

—Por favor...Volte para nós...— A irmã a soltou e Kara levantou voo.