Kara estava sentada ao lado da maca de Mon El. A irmã já havia feito todos os procedimentos necessários e prometera a ela que o rapaz ficaria no soro por mais algumas horas e depois seria liberado para casa. Enquanto o olhava dormindo, recapitulava tudo o que acontecera aquele dia. Por um momento, teve certeza que além de não reencontrar Mon El, perderia Alex e J’onn. Quando eles voltaram, mal pôde acreditar. O amor da sua vida estava ali e poderiam criar o filho juntos. Apesar de debilitado, uma expressão de paz reinava em seu rosto, estava ansiosa para que o amado acordasse e lhe contasse pelo que passara nos sete meses em que estiveram separados. Doía saber que ele tinha enfrentado tudo sozinho. Ela sofreu, mas tinha a irmã, os amigos e o bebê para se apoiar. Estava perdida em seus pensamentos e levou um susto ao ouvir a voz dele:

—Estou liberado, enfermeira? — Ele sorriu.

— Daqui algumas horas, senhor.— Ela estranhou ele não notar a barriga, então se olhou e percebeu que ainda usava o traje, sorriu com a oportunidade.— Se o senhor se comportar direitinho e descansar, prometo uma surpresa quando chegarmos em casa.

—Mal posso esperar.— Ele se sentou na cama e pegou o colar que ela havia lhe dado no dia de sua partida. — Achei que nunca mais fosse te ver, Kara.

—Eu sei.— Ela se aproximou.— Confesso que quase perdi as esperanças...

—Eu só sobrevivi por você — As lágrimas desciam.— Tive vontade de desistir tantas vezes naquele lugar. Mas o seu rosto continuava na minha mente e me dava forças.

Ele a abraçou forte e ficaram assim por uns minutos. Kara não aguentou e chorou tudo o que tinha guardado desde que Mon El se fora.

— Eu te amo tanto, tanto. — Ela o beijou.

—Eu te amo, Kara. Eu te amo.— Ele a segurou nos braços como se a vida deles dependesse daquilo.— Eu não quero ficar longe de você, nunca mais. Eu sei que não tenho um anel aqui e é uma tradição desse planeta e… — Kara se assustou e olhou para ele. — É, o que eu estou tentando dizer é… bem… você casa comigo, Kara Zor El de Krypton? — Ela riu e o beijou.

—É claro que sim, Mon El de Daxam.

—Então, eu vos declaro, marido e mulher. — Disse Winn rindo enquanto entrava na sala com Alex e Lena.— Ei, então a Kara já te contou, cara. E aí o que achou de ...— Kara o cutucou com o cotovelo.— Wow, quer quebrar minha costela Supergirl?— Ele disse apertando o tórax.

—Desculpe, Winn.— Ela deu risada.— Mon El só saberá da surpresa quando chegarmos em casa. Até lá, bico fechado. Todos.

—Estou começando a ficar curioso.— Ele olhou para os amigos, desconfiado. — Não podem me adiantar nada?

—Só que vai ser uma bela surpresa, das grandes mesmo. — Disse Winn, gesticulando, enquanto Kara o fuzilava com o olhar.

—Certo...Ei, obrigado a todos vocês, por me resgatarem e principalmente por cuidarem da Kara. Vocês são minha verdadeira família. Obrigado por tudo.

—Até que senti sua falta, cunhado. A noite de jogos não era a mesma sem você. — Alex sorriu e o abraçou.

Ficaram conversando até Mon El  pegar no sono. Kara aproveitou para agradecer mais uma vez aos amigos e principalmente a irmã, que arriscara a vida na missão de resgate.

Três horas depois,Kara e Mon El chegavam no apartamento. Ela o deitou no sofá:

—Vou trocar de roupa. Enquanto isso, quero que ouça essa música. Me ajudou muito durante o tempo que você não estava aqui. — Ela pegou um cd e colocou no aparelho de som, Mon El ficou esperando a tal música começar enquanto Kara foi para o quarto tirar o traje.

Ficou confuso quando, ao invés de começar uma melodia, o aparelho reproduziu o que parecia ser uma batida, rápida e ritmada. Levantou e foi atrás de Kara, quando chegou no quarto, ela estava de costas, ajeitando a blusa:

— Kara, não entendi. Esse som parece um...— Ela se virou e o olhar dele desceu para o  abdômen.— coração...Kara?

—Surpresa...— Ela sorriu, colocando as mãos na barriga.

Mon El ficou paralizado. Ele olhava para o rosto de Kara, depois para a barriga, voltava para o rosto e assim ficou até um sorriso imenso invadir seu rosto e lágrimas brotarem em seus olhos, correu para os braços de Kara, e depois de um beijo, desceu as mãos para o ventre dela.

—Eu…você...um bebê? Uau, definitivamente essa é a melhor música de todas!

—Eu sei...— Kara deu risada.—Um mês depois da sua partida, eu descobri a gravidez. Foi o que restaurou minhas esperanças para continuar te procurando. Nosso bebê me salvou Mon El. E tem mais uma coisa.— Ela disse pegando a mão dele e o puxando para o outro quarto.

Quando entraram no aposento, Mon El reparou em cada detalhe. O quarto era azul claro, com papel de parede de nuvens e aviõezinhos. No canto esquerdo, havia um berço com os mesmo detalhes do papel, um guarda roupa do outro lado e o símbolo da Casa de El pintado no teto. Vários bichinhos de pelúcia decoravam o ambiente.

—Então é um menino? — Ele disse com a voz embargada. Kara assentiu, sorrindo:

—Venho me mantendo ocupada arrumando o quartinho dele, mas ainda faltam algumas coisas. Lena está organizando o chá de bebê, então precisei deixar espaço para os presentes também e ...

—Kara...— Mon El segurou em suas mãos e olhou nos seus olhos.— Eu te amo, e amo nosso bebê. Obrigado por me dar essa oportunidade. Você e ele são meu mundo.— Ele abaixou e beijou a barriga.— Venha.—Ele disse a puxando.—Vamos voltar para o sofá, quero saber todos os detalhes do nosso filho.

No DEO, Alex se preparava para ir para casa, o dia tinha sido puxado, mas a moça estava radiante por ter conseguido cumprir sua missão e salvar o pai do seu sobrinho. Guardava o casaco na bolsa, quando uma agente apareceu:

— Agente Danvers, tem um rapaz nos portões, disse que precisa falar com você.— Alex estranhou.

—Certo.Obrigada Rodriguez, estou indo.

Alex pegou a bolsa e deixou a sala, quando se aproximava da saída, viu o tal rapaz parado. Aparentava ter por volta de 20 anos, cabelos loiros e olhos aparentemente claros, não tinha certeza por conta da pouca luminosidade.

—Pois não? — Alex disse se aproximando.

—Olá, meu nome é Caleb Danvers e eu preciso da sua ajuda… Tia Alex.