Quando ele estava perigosamente próximo a mim, eu sentia seu hálito, seus olhos me encarando... Eu fui lá, dei um chute em seu ponto fraco, peguei meu iPod, sai correndo e rindo. Peguei meu celular o mais rápido possível, tirei uma foto dele se contorcendo de dor. Peguei meu notebook que estava na mochila e me tranquei no banheiro. Postei logo a foto no twitpic e milhares de pessoas comentaram. Qual foi a minha legenda da foto? “Momentos tensos aqui com o @joshfarro SUHAUSAHSUAHSA, tadinho vou lá ajudar ele, kisses”. O Zac e o Taylor, que NUNCA, NUNCA mesmo, saem do twitter, foram os primeiros a comentar a bizarra foto:

@zacfarro says: wow! Bizarro! Hayley, você já foi ver se ele está bem? Não mate meu irmão! LOL

@itstayloryall says: eu autorizo você a matar ele, hay. LOL²

   E também teve um comentário de uma menina que se destacou:

@espe_f says: aposto que tudo isso é amor reprimido u_u (N/As foi tudo idéia da Mari, e eu não sou egocêntrica –n bjok, espe)

   Claro que eu como a pessoa educada que eu sou respondi:

@yelyahwilliams says: que nada, @espe_f poxa, ele é como se fosse um irmão pra mim, estilo bem irmão meeesmo. :X

   Morri de rir dos outros comentários dos fãs e em menos de 5 minutos, a foto tinha mais de 6,000 viwers, é por isso que eu AMO o twitter. Fechei o notebook, me destranquei do banheiro, e o idiota ainda estava se contorcendo no chão. Fiquei com peninha, e estendi minha mão para ajudar. O filho da mãe puxou minha mão com uma força exagerada, eu caí, e ele tirou uma foto com um flash fortíssimo. Saiu correndo para pegar o notebook, mas eu fui mais esperta e fingi que quebrei o pé. Dei um grito dramático e estridente:

“ AAAAAAAAAAAAAAAAH, MEU PÉ! TÁ DOENDO MUITO!” uma falsa lágrima escorreu. Agora eu percebi que meus 3 anos de curso de teatro valeram a pena! Ele veio com uma cara de culpa (desta vez eu podia ver a culpa estampada em seus olhos), ele veio me ajudar a levantar. Mas, ao invés disso, me pegou no colo! Eu fiquei meio chocada com o gesto dele, admito. Por trás daquela pessoa irritante, idiota e repugnante, havia uma pessoa boa e cuidadosa.

   Foi a partir desse momento que eu comecei a ver ele como que com novos olhos (N/As daí surgiu o nome da fic :D).Ele me deitou na cama e me olhou atenciosamente e profundamente, ainda com esse olhar perguntou:

   “Você ta bem, Hay? Eu não te machuquei muito, né? Desculpa mesmo, não foi minha intenção...” ele foi muito fofo se explicando que eu sorri involuntariamente.

   “Está tudo bem, com um pouco de gelo eu vou estar logo boa para o show” respondi. Os meninos entraram no ônibus falando da nossa primeira parada em uma lanchonete da estrada. Eles sentiram o clima e pigarrearam, no mesmo momento saímos de nosso transe. Balançamos a cabeça tentando colocar os pensamentos no lugar, processar tudo e reprimir os sentimentos. Lembrei do comentário da @espe_f (N/m : a espe nem é egocêntrica né?), e ri sem vontade. Nos olhamos apavorados e voltamos a nos irritar. Ele estava com as mãos no meu pé, eu disse a primeira coisa que me veio a cabeça:

   “Por que você está me tocando, Idiosh?” falei com falso nojo.

   “Não sei, vou lá tomar vacina para raiva” ele riu. OK, isso foi demais! Mas eu relevei.

   O nosso jantar foi rápido, o dia passou em um piscar de olhos, o surpreendente, foi que eu aproveitei o dia! Vi que a convivência no ônibus poderia ser boa e ter um lado positivo, alias o que começou em ódio poderia terminar em...amor?!

   Depois do meu falso acidente no pé eu fique confusa em relação a tudo! O Josh foi deitar cedo, e eu fiquei horas e horas escutando meu iPod. Quando já tinha escutado mais da metade das músicas, fui colocar um pijama. Quando cheguei na porta do quarto, estagnei. Eu havia me esquecido que a gente ia dormir na mesma cama. Não sei por que, mas isso parecia estranho a meu ver. Me aproximei da cama devagar, pois ele estava dormindo virado para o outro lado. Sentei na cama devagar, e virei para o lado contrário. Tentei dormir, mas eu não conseguia, eu não sabia o que estava sentido.

  Comecei a cantarolar baixinho the only exception, achei que essa era a música que se encaixava perfeitamente na situação. Senti uma mão no meu ombro e sobressaltei. Josh disse no meu ouvido:

   “Também não consegue dormir?” falou baixinho com uma voz melodiosa e calma. Me virei para encara-lo e ele sorriu.

   “Não.” Falei olhando para baixo.

   “Desculpa por hoje cedo.” ele olhou para suas mãos.

   “Não foi nada.” Respondi.

   “Você não acha isso estranho?” ele perguntou. Eu fiquei confusa:

   “Estranho? O que é que você acha estranho?” ele pareceu estar escolhendo as palavras certas para explicar.

   “Bom... A gente se odiava sem um motivo concreto, agora acho que percebemos que não somos tão irritantes quanto pensávamos.” Ele ficou esperando uma resposta minha, mas eu não sabia o que falar, muito menos o que pensar, quer dizer, eu sabia, era estranho, mas não tinha forças para responder. Eu era uma covarde! Ele pareceu meio desapontado com o meu silêncio. Então propôs:

   “Não quer ir ver TV enquanto o sono não chega?”

   “Topo, por que não? Vamos cair pra dentro” Rimos juntos.

    Fomos até a sala e deitamos no sofá, involuntariamente acabei encostando minha cabeça em seu ombro, instantaneamente corei. Ficamos assistindo alguns talkshows toscos, e falei:

   “Não quer fazer algo mais divertido?” o encarei.

   “Claro! Tipo o quê?” perguntou.

   “Que tal...Adedanha?” perguntei sem idéias.

   “Acho que não” fez careta.

   “Ah, já sei, vamos chamar todos, que devem estar acordados no computador para jogar verdade ou conseqüência!” me animei e levantei na mesma hora. Ele confirmou com a cabeça. Saímos correndo do nosso monstruoso ônibus e corremos pelo estacionamento até os outros ônibus.  Primeiro entramos no do ônibus do J. e do Taylor, eles estavam ouvindo música, então eu disse:

   “Partiu verdade ou conseqüência no nosso ônibus?” falei animada. Eles aceitaram na hora! Depois fomos para o ônibus do Zac e do Bob. O Bob estava roncando feito um porco enquanto o Zac twittava loucamente. Sussurramos para o Zac nos seguir. Ele perguntou o que estava acontecendo e explicamos. Ele deu de ombros. Típico do Zac isso! Fomos até o ônibus, sentamos em círculo. Então o Jeremy perguntou:

   “O que a gente vai girar para brincar?”

   “Você!” disse o Taylor brincalhão. Então tirei meu chinelo e coloquei no centro do círculo antes que a brincadeira do Taylor se concretizasse. Tiramos “zerinho ou um” para ver que girava

   O Jeremy venceu e caiu nele pro Josh, o Josh escolheu verdade. Então o Jeremy falou:

   “O que ta rolando entre você e a Hayley? Vocês estão muito estranhos!” ele perguntou desconfiado, e levantou uma sobrancelha.

   “Ah, a gente parou de se implicar, só isso.” Falou.

   “Mas e esse climinha?” Jeremy retrucou.

   “Gente, é só UMA pergunta!” desconversei. Então girei o chinelo. Caiu para eu perguntar para o Zac. Ele escolheu verdade.

   “Qual foi a coisa mais vergonhosa que o Josh já passou?” perguntei rindo. Josh me fuzilou com o olhar.

   “Uma vez o Josh ia pedir em namoro uma menina, só que na hora ele desmaiou de tanto nervosismo e ainda por cima fez pipi nas calças HAHAHA!” todos rimos e o Josh voou para cima do Zac. Eles ficaram correndo pelo buzão até que cansaram e voltaram a brincadeira. Zac girou o chinelo e caiu para do Taylor para o Josh. Ele escolheu conseqüência, então o Tay disse:

   “Já que você está nesse climinha com a Hay, você vai ter que beijar ela!” arregalei os olhos.

To be continue...