Vampire² escrita por MSMoura


Capítulo 7
Capítulo 7 - Dançando, respondendo perguntas, dançando




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Alice havia apertado o botão de "Começar" que apareceu no chão (que na verdade eram vários monitores touch, um do lado do outro), e uma voz tinha dito "VAMOS DANÇAR!".

Alice parecia um pouco intimidada, então tentei encorajá-la:

— Vamos lá, Alice! Esse jogo é fácil! É só seguir o ritmo, e apertar os botões no momento certo!

— C-certo! Eu vou tentar! - respondeu Alice. - Ah! Antes, segura minha mochila, Evan!

Alice jogou sua mochila, cheia de frascos de vidro, em minha direção. Quase a derrubei, mas consegui segurá-la. Abri a mochila para ver se nada tinha se quebrado, e, para meu alívio, tudo estava intacto. Ainda sim, foi algo bem impensado de se fazer.

— Mãe, você acha que ela consegue? - perguntou Jackie à Cássia.

— Não sei. - respondeu Cássia - O jogo pode escanear até a raça dela, e, se o jogo ver que ela é uma vampira, pode deixá-lo numa dificuldade maior. Mas Alice é boa em jogos, então ela não está em completa desvantagem.

Era o que eu estava pensando. Alice sempre foi ridiculamente incrível em videogames, talvez por conta de seus reflexos de vampiro ou sei lá.
Mas eu ainda tinha medo de que esse troço esquisito traria algo estranho na jogada, fazendo Alice perder a concentração. Mas decidi confiar em minha parceira de sangue, e deixei o palco para ela.

Como Cássia tinha comentado, o jogo escaneou Alice. Uma pequena janelinha se abriu no batente da porta de metal, e um feixe de luz azul preencheu a sala, de cima a baixo.

Uma voz eletrônica, dessa vez não triunfante, mas bem robótica, disse:

— SCAN COMPLETO. JOGO AJUSTADO PARA VAMPIROS. INTENÇÕES MALÉFICAS: ZERO. JOGO COMEÇARÁ NO NÍVEL... SUPER DIFÍCIL.

Cássia, Jackie e Carvalho assobiaram juntos, impressionados.

— M-mas... por que um nível tão alto? - perguntou Alice - Eu nunca joguei esse tal de Dancing Dancing Dancing 2000 antes!

— Isso quer dizer que a máquina reconheceu o seu talento nato para videogames, minha querida. - comentou Cássia.

— Você consegue, Alice - eu disse - Mostra pra esse jogo porque eu nunca consigo te vencer em nada!

Alice conseguiu esboçar um pequeno sorriso, e então, acenou com a cabeça para mim, voltando a olhar para as diversas telas que a rodeavam.

Recebi um tapinha nas costas de Carvalho, e depois de Jackie. Cássia afagou meus cabelos.

— Você parece ser um bom rapaz - comentou Carvalho - Dá pra imaginar porque Alice te escolheu.

Comecei a corar, mas o papo constrangedor familiar não duraria muito, pois uma música pop diferente da primeira começou a tocar.

— MÚSICA ESCOLHIDA: LET ME SUCK YOUR BLOOD, BABY! DA BANDA CREATURES OF THE NIGHT! - disse a voz eletrônica, triunfante novamente.

— ... Deixe-me sugar o seu sangue? - traduzi, confuso.

— SIM! - comemorou Jackie - Eu AMO essa música! A Criaturas da Noite é uma das minhas bandas favoritas!

— Ah sim, eu já joguei essa música. - comentou Cássia - Nunca durei mais do que dez segundos nela.

Engoli em seco. Eu gostaria de saber se aquele sistema de segurança poderia ser desligado, porque talvez nós não poderíamos passar por lá do jeito normal. Vários planos começaram a passar pela minha cabeça, até dar uma porrada no povo da Baobá Games e depois derrubar a porta, mas excluí rapidamente esse da minha lista de planos. No momento, eu achei melhor apenas confiar em Alice.

Fora que no momento em que eu ia perguntar um pouco mais sobre o sistema de segurança, o jogo começou, e todos ficaram calados, observando Alice jogar.

Aquele jogo era insano. Ridículo. Inacreditavelmente impossível para qualquer humano.

Mas, por sorte, Alice não era humana.

Em jogos de dança, setas correspondentes aos passos de dança aparecem na tela, e você tem que pisá-las no ritmo. Geralmente, a ação toda acontece em uma só tela, com as setas indo de baixo para cima, coisa simples.

Mas nesse jogo, a coisa era um pouco diferente. Por serem múltiplas telas, em um cômodo inteiro, as setas não vinham de nenhum lugar.
Nem eram setas, para falar a verdade. Eram círculos do tamanho de pratos, de diversas cores. O fundo do game era amarelo, então aquele festival de cores quase me deixou cego.

Mas o verdadeiro espetáculo não era o jogo, e sim Alice.

Os círculos começaram a aparecer no centro do cômodo, onde Alice estava. Ela errou alguns no começo, de costume. Alice nunca dá cem por cento dela mesma até entender como um jogo funciona.

Mas, após perder uns sete círculos, a coisa começou a ficar complicada, e Alice começou a ficar animada.

Os círculos começaram a aparecer mais e mais longe do centro, e cada vez mais perto de uma das paredes. Mas se você acha que paredes parariam aquele jogo, você está enganado.

Alice começou a sapatear, dançar break, girar em sua própria cabeça, tudo isso nas paredes do lugar. Eu não sei que habilidade aranhística de vampiro era aquela, mas Alice parecia mudar seu centro de gravidade para qualquer lugar em que ela estivesse de pé.

Tudo que eu e a família Baobá vimos foi Alice, dançando feito louca pelas paredes, no teto, e até pulando de uma parede até a outra para completar combos. Eu achava que o jogo era ridículo, mas Alice conseguia ser muito mais.

A música até que não soava ruim, também. Era um mix de rock, tecno e um pouco de clássica no meio. Era incrível tudo aquilo soar harmonioso, mas era algo gostoso de se ouvir. Não que eu tivesse conseguido me focar muito na música, pois todos os meus sentidos estavam focados em ficar impressionados com a performance de Alice.

Após mais ou menos três minutos, a música acabou, com Alice no teto. Ela caiu reto no chão, quebrando um dos monitores.

Na verdade, ao olhar pela sala, pelo menos três outros monitores haviam sido quebrados naquele pequeno exercício.

Mas os Baobás pareciam mais felizes com a vitória de Alice do que bravos com a quebra de alguns aparelhos eletrônicos. E qualquer coisa, colocaríamos na conta do pai de Alice, que aparentemente, era rico.

— Você foi incrível, Alice! - elogiou Jackie.

— Incrível é pouco! - disse Cássia - Aquilo foi inacreditável! Se isso não fosse destruir nossos negócios, eu deixaria você levar nossa loja toda de graça por tamanho talento!

— Foi de cair o queixo! - eu consegui dizer, no meio dos elogios.

Ajudamos Alice a se levantar, pois ela parecia bem cansada. Por algum motivo, ela não estava suando, e me perguntei se aquilo era outra característica vampiresca.

Alice encostou no canto da sala, enquanto recebia goles de água e Cássia secava seu suor com uma toalha vermelha com a sigla "BG" costurada nela. Ela parecia uma lutadora de boxe, que havia acabado de terminar um round. E tudo que ela fez foi dançar.

Eu fui até o centro da sala, tremendo. Se aquele havia sido o desafio para ela, o que será que viria para mim? Eu, sendo um humano, talvez não estivesse pronto para enfrentar o que aquela máquina maluca usaria para me desafiar. Torci para que ela me visse como um ser inferior, e me desse algo simples, como "Dure cinco segundos jogando Xadrez".

— Agora é a sua vez, garoto! - me alertou Carvalho - Você consegue!

Cássia e Jackie deram um sonoro "Uhu!", enquanto Alice apenas me olhou, confiante, e acenou com a cabeça.

Logo antes de levantar seus braços, e gritar "VAI EVAN!".

Eu ri. E então, eu disse a palavra mágica para a sala-tela, que agora estava com seus monitores em standby:

— Eu quero passar!

A mesma pequena câmera que escaneou Alice surgiu no meio da porta, e me lançou um feixe de luz.

E então, um logo apareceu novamente acima da porta. Meu coração estava quase pulando pela garganta, mas consegui ler o nome do jogo:

Quizzes Mizzes? Mas o quê?

— Uau! Eu adorava esse jogo - disse Jackie - Mas eu sempre fui horrível nele. Eu frequento escolas online, por não poder sair de perto da minha árvore, então nunca fui lá tão boa assim em quizzes. Mas eu lembro da maioria das respostas!

Eu estava um pouco mais aliviado. Era apenas um simples quiz.

Após o logo do jogo aparecer, o segundo scanner surgiu no batente da porta, e escaneou o quarto inteiro, e depois disse:

— SCAN COMPLETO. JOGO AJUSTADO PARA HUMANOS. INTENÇÕES MALÉFICAS: ZERO. JOGO COMEÇARÁ NO NÍVEL... HIPER DIFÍCIL PRA CARAMBA.

— OI?! - gritei.

— HAHAHA! - riu Carvalho - EU NEM SABIA QUE ISSO ERA UM NÍVEL DE DIFICULDADE!

— Você tá ferrado, maninho. - concluiu Jackie.

— Boa sorte, garoto - desejou Cássia - Você vai precisar. E muito. Muito, mas muito mesmo.

Engoli em seco.

—_____________________________________________________________________

Uma voz eletrônica, bem menos animada que a outra, começou a falar:

Quizzes Mizzes! NÍVEL... QUINHENTOS E SESSENTA E OITO!

— Ai meu Pã. - disse Jackie.

Dei uma risada nervosa. Eu era até que bom em quizzes, mas não achava que eu era tão bom assim. Pelo menos não para o nível quinhentos e sessenta e oito de qualquer coisa. Eu comecei a imaginar que tipo de quizzes esse jogo jogaria em mim, e comecei a ficar ainda mais nervoso. E então, chegou a primeira pergunta:

— PRIMEIRA PERGUNTA! - disse a voz eletrônica - ... O QUE É UM ROKUROKUBI?

Toda a família Baobá fez um "UH!" em uníssono, como se soubessem que eu tinha pego uma pergunta difícil.

— Já perdeu. - concluiu Carvalho - Acho que ninguém aqui vai conseguir te soprar, também. Trágico.

— Ahn... Rokurokubis são um tipo de yokai japonês, humanos que conseguem esticar o seu pescoço até tamanhos enormes. E tem uns que conseguem fazer suas cabeças flutuarem por aí. Eu e a Alice encontramos uma dupla de Rokurokubis hoje mais cedo.

Fiquei aliviado pela primeira pergunta ser algo que até Alice saberia. Foi um tremendo golpe de sorte.

— Espera - interrompeu Alice - Elas se chamavam Roku... kokokubis? Eu nem lembrava!

Fiquei quieto. A família Baobá estava quieta também. Eles pareciam ter um tremendo respeito por qualquer pessoa jogando um jogo difícil.

— CERTA RESPOSTA! - gritou a voz do jogo - SEGUNDA PERGUNTA...  UMA MANTÍCORA É FORMADA POR QUAIS ANIMAIS?

Essa havia me pego desprevenido. Comecei a pensar, tentando trazer meu conhecimento monstruoso à tona.

E então, me lembrei:

— T-tem várias versões! Uma que eu conheço... mostra a Mantícora como tendo o corpo de um leão, a cabeça de um humano, e a cauda de um escorpião. Em outras, a Mantícora tem o corpo e cabeça de um leão, asas de morcego, e a cauda de uma serpente ou de um escorpião. Mas isso, eu acho que é uma coisa mais recente!

— CERTA RESPOSTA!

Todos suspiraram, aliviados.

— TERCEIRA PERGUNTA... UMA SUCCUBUS É UM MONSTRO QUE TEM A FORMA DE UMA MULHER, E UM INCUBUS, DE UM HOMEM. VERDADEIRO OU FALSO?

Respirei aliviado, pois essa era fácil.

— Verdadeiro!

— CERTA RESPOSTA! ÚLTIMA PERGUNTA... UMA JOROGUMO É UM MONSTRO QUE SE TRANSFORMA DE UMA MULHER PARA UM PORCO. VERDADEIRO OU FALSO?

Dessa vez, eu fiquei um pouco receoso. Não lembrava o que era uma Jorogumo, então fiquei na dúvida por alguns segundos. A família Baobá estava segurando a respiração, por causa do suspense.

Pelo nome, aquilo não soava nada como um porco, por isso eu tinha certeza da resposta:

— Falso!

— CERTA RESPOSTA!

Os Baobás comemoraram, e Alice parecia recuperada de sua dança, pois veio comemorar conosco. Fui abraçado, fui jogado para cima, e acabei ficando contente com todo aquele constrangimento familiar.

E então, a porta se abriu. Alice pegou sua mochila, e eu nem percebi que eu ainda estava com a minha. Que bom que eu não tive que dançar, ou ela teria sido um problema.

— Vocês foram incríveis! - elogiou Carvalho - Certamente, gamers de primeira!

— Qualquer dia desses, quero desafiar vocês em algum jogo que eu seja boa! - disse Jackie - Assim, eu tenho alguma chance de vencer!

— Parabéns, meus queridos! - parabenizou Cássia - E agora, a porta para nosso túnel está aberta para vocês! Vão, mas com cuidado, pois o caminho só ficará mais difícil a partir daqui.

Com esse aviso assustador, nos despedimos dos Baobás, e seguimos nosso caminho por um túnel cimentado que se estendia por detrás da sala de games. Como aquele túnel existia por debaixo da cidade e de uma loja de games, eu não sabia. Talvez os monstros... ou melhor, as lendas, tinham construções secretas por toda a cidade. E, se existiam leis pessoais para eles, talvez existiam para esse tipo de coisa também.

Depois de tudo aquilo, Alice e eu caminhamos calados pelo túnel, no começo. Ele era mal bem iluminado, mas tirando isso, era bem sem graça. Andamos por quase meia hora. Conversamos sobre os Baobás, e como Alice os conheceu. Ela costumava ir jogar com Jackie todo fim de semana, quando ela chegara na cidade. Ela então me contou várias histórias de suas jogatinas com Jackie e Joey, e como aquela família era divertida.

Após tudo isso, eu me lembrei de que até alguns dias atrás, eu achava que eu teria todo o tempo do mundo para me declarar para Alice. Eu achava que nós ficaríamos daquele jeito, vivendo tranquilamente, para sempre... Mas isso não foi o caso.

Em apenas um dia, meu mundo havia virado de cabeça para baixo, tentaram me fazer bater as botas duas vezes, e eu havia descoberto que os monstros das lendas eram reais. Ou, pelo menos, alguns. Eu ainda não sabia a extensão de tudo aquilo, e tinha certeza de que Alice não ligava para isso.

Mas foi curioso ver, em uma pequena série de acontecimentos, algo que eu sonhava ser real não só era real, mas como também não era um mar de rosas. Os mesmos monstros que eu admirava agora se dividiram em duas categorias: Os que são legais comigo, e os que querem me matar.

E Alice estar na categoria dos que são legais comigo me fez lembrar de que eu ainda tinha de me declarar para ela.

Parecíamos um casal esquisito para qualquer pessoa que olhasse para a gente, e eu não ligava. Poderíamos formar o casal mais estranho da Terra, e eu ainda ficaria feliz de apenas estar ao lado dela.

O que me doía era não saber se o sentimento era recíproco, ou, se para ela, éramos um casal ou apenas dois bons amigos.

E quase morrer fez eu me decidir que eu tinha de resolver isso, se eu fosse virar um vampiro mesmo.

Eu queria fazer a pergunta, mas não sabia como. Então, tentei começar outra conversa, tentando responder uma pergunta que ainda martelava a minha mente:

— Alice. - perguntei.

— Oi?

— Como o seu pai soube tão rápido que você havia me mordido? Você contou para ele?

— Haha, não. - respondeu ela, rindo - Você pode não saber, mas o nome Alice Eleanor Umbra carrega um peso enorme. Bem, só o Umbra, na verdade. Meu pai é um cara bem importante na cidade onde ele mora. Ele é o prefeito, eu acho. Algo bem importante. Então, todos da família são monitorados vinte e quatro horas por dia.

— Todo mundo?

— É, todo mundo. Eu fugi da mansão um dia, e acabei parando em Linholina, onde a gente mora... Mas, quando eu cheguei lá, meu pai já tinha mandado vários espiões para me monitorar, e até já tinha feito uma matrícula na escola mais próxima de onde eu tinha decidido ficar. Ele é um pai muito coruja.

— Uau. Deve ter sido difícil começar uma vida nova assim. Eu nem sabia de tudo isso.

— Até que não foi difícil. Meu pai me enviava dinheiro por esses espiões, então eu estava bem tranquila. Mas eu estava bem nervosa no meu primeiro dia de aula numa escola humana.

— Você estava nervosa naquele dia? - falei, surpreso - Nem parecia! Você sempre me pareceu um poço de confiança, sorrindo o dia inteiro...

— Haha, eu estava sorrindo porque eu estava nervosa! - disse Alice, rindo - Eu não conhecia nada nem ninguém naquele lugar. Então, eu te vi.

— Você tinha me visto lá no prédio antes da escola, eu me lembro.

— É, e te ver... não sei, me deixou bem feliz. Nós só tínhamos nos visto uma vez, mas eu sentia que eu te conhecia há anos. Não sei se foi porque eu não tinha visto ninguém naquela sala antes, mas você estar lá fez eu me sentir confiante.

Eu não sabia direito como responder àquilo, eu apenas fiquei contente por ter feito ela se sentir tão bem naquele dia.

— E, depois de te conhecer... eu acabei amando ir para a escola. - continuou Alice - Eu sei que nós moramos em frente um do outro, mas você estar lá todo dia comigo... Como eu posso dizer? Nem todo o dinheiro do mundo me deixaria tão feliz quanto te ver todo dia.

Meu coração quase parou. Eu senti como se Alice tivesse se declarado antes de mim, o que jogou todos os meus planos para o alto. Continuamos andando, quietos, enquanto eu pensava em como responder a ela. Até que eu decidi dizer:

— Alice... Eu...

Mas, antes de eu chegar no começo da frase, chegamos no meio do túnel. E mal percebemos que havia uma inclinação enorme à nossa frente, e caímos. Fomos escorregando por um material que não parecia ser o cimento do começo do túnel, como se aquilo tivesse sido construído como um escorregador de verdade. Foi até que divertido, para ser sincero.

Após escorregarmos pelo o que pareceu horas, chegamos até o final, e demos de cara com um portão de metal enorme. Não literalmente de cara, mas... enfim, encontramos o final do túnel.

Olhamos para os lados, confusos, vendo se tinha algum botão que poderíamos apertar, mas não achamos nada. Mas, pouco depois de chegarmos, uma câmera igual à da sala de games apareceu, e nos escaneou. Após o feixe de luz passar por nossos corpos, uma mensagem dizendo "APROVADOS" foi tocada, e o portão abriu.


Estávamos cercados por cipós, folhas e galhos caídos. Conseguimos passar por eles, e ao liberarmos o caminho, nos encontramos no meio de uma enorme floresta. Eu tentei lembrar da geografia de nossa cidade, Linholina. Lembrei que tínhamos uma reserva florestal ao norte do nosso prédio, mas aquilo parecia ser bem maior do que uma simples reserva. Fora que todo o caminho que percorremos no túnel... Eu nem tinha certeza se estávamos em Linholina ainda.

— Chegamos em Madrena do Sul. - explicou Alice - E estamos próximos da nossa próxima parada.

— Madrena do Sul?! - exclamei - Mas isso fica há uns trinta quilômetros de Linholina! Como chegamos aqui tão rápido?

— Aquele escorrega deve ter nos levado bem longe, hehe.

— Sei, sei. Mas... qual é a nossa próxima parada, por falar nisso?

— A Vila das Bruxas. - respondeu Alice.


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