The Guardians escrita por Sofia Di Angelo


Capítulo 4
Will


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o quarto capitulo da Fic. Este continua sem muitas explicações logicas quanto a magia e tudo mais, mas caaalma. Prometo que vocês começarão a entender mais a história e que ela começa a fazer mais sentido ao se desenrolar.
Enfim, tenham uma ótima leitura!



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Cléo saiu da mansão. Deixando a mim e Nat em um silêncio desconfortável. Ambos com diferentes pensamentos rondando nossas mentes. Minha cabeça doía. Acho que nunca tive que absorver tanta informação ao mesmo tempo em toda a vida. Como pode isso? Eu? Um herói, ou guardião, tanto faz o nome, destinado a salvar o mundo. Eu não tenho condições para fazer isso. Minha vida pode ser simples e monótona, mas pelo menos tem chance de ser uma vida LONGA e monótona, ao invés de me arriscar a cada dia. Eu nem sequer SEI lutar, quase morri tentando espantar a garota das sombras e tampouco fui capaz de salvar minha irmã. Eu não levo o menor jeito para ser super herói. Heróis são esbeltos, certinhos, fortes, corajosos e não fazem nada erra...

— Vai falar ou eu tenho que tomar a atitude como sempre? - Natasha começou a me encarar fixamente, me distraindo de meus pensamentos.

— Falar? Não tem nada pra falar Nat. Eu vou lá fora agora mesmo dizer pra eles que não! Eu não sou herói! Não posso sair por aí salvando o mundo. Agora, se me permite... - eu avancei um passo em direção a porta, mas Nat me parou colocando sua mão em meu ombro e me dando um olhar severo.

— Will, eu tava aqui lembra? Eu escutei tudo. Eles precisam de ajuda.  Precisam da SUA ajuda!

— Eu? Que bem eu posso fazer a eles? Eu não luto lembra? Além do mais, não posso deixar você e Stacy aqui sozinhas.

— Você já ia nos deixar de qualquer jeito! - Ela disse aumentando o tom de voz - Mas pelo menos agora, você pode nos deixar por um bem maior. Salvar o mundo, salvar vidas, incluindo a mim e a Stacy, Will!

— E-eu não posso. - dei um forte suspiro e continuei -  Não consigo - eu disse encarando o chão.

— Não consegue? - Ela disse agora com seu tom de sermão - Olha Will, uma coisa é saber que há um mal despertando e não poder fazer nada para ajudar. Outra, é ter os poderes necessários para derrotar esse mal, e covardemente se esconder nas sombras.

Ela disse isso e se dirigiu as escadas, provavelmente para trocar de roupa antes que a polícia chegasse e começasse os interrogatórios. Eu me virei para ela mais uma vez:

— Mas, como? Se eu não consigo sequer proteger a Stacy quando um mal de verdade e realmente perigoso aparece. Não vou durar um dia! O que quer que eu faça?

— Vá com eles Will! - Ela se virou para mim desceu o primeiro degrau da escada com uma expressão séria em seu rosto - Vá e aprenda, treine, lute e ganhe! E lembre-se, para que o mal triunfe basta que os bons não façam nada! - E dizendo isso, subiu os degraus, me deixando sozinho em meio a outras dezenas de crianças que tentavam explicar o que tinha acabado de ocorrer.

Uma coisa eu devo admitir, Natasha era muito boa colocando moral e aconselhando, mas isso também quer dizer que também pode acabar dizendo duras verdades… como agora. Por um lado, eu sei o que devo fazer. Sei que deveria ir com eles e aprender mais sobre mim mesmo, afinal, eu era um… qual o nome? Guardião! Destinado a proteger a Terra e salvar vidas. Indo com eles eu aprenderia a me defender e a lutar contra os caras maus, eu também seria capaz de proteger minha única família! Mas por outro, ir com eles significa que eu teria que deixar Nat e Stacy para trás. E se outro ataque ocorresse? Como elas iriam se defender? Eu precisava ficar e....

E foi aí que me atingiu. Quase como um relâmpago. Eu tinha certeza do que tinha que ser feito. Tudo era claro agora. Eu não havia sido e ainda NÃO SOU capaz de defender quem eu amo. Stacy quase havia perdido a vida essa noite porque eu não fui corajoso e poderoso o bastante para salva-la. Mas se eu fosse treinar com Cléo e Leo, eu aprenderia a controlar meus poderes tão bem quanto eles, seria capaz de defender os inocentes e orgulhar a família que me resta. Não restavam dúvidas sobre o que deveria ser feito.

— Tenta ir ainda hoje cabeção! - eu me virei rapidamente, e do topo das escadas, eu vi Natasha falando comigo, como se ela já soubesse que eu iria tomar a decisão correta.

Eu lhe abri um sorriso:

— Valeu, Nat!

— O que seria de você sem mim? - Ela disse mostrando a língua - Vai antes que a polícia chegue e aqueles dois se encrenquem! Eu explico a história para a pirralha!

— Eu prometo que volto de tempos em tempos para ficar com vocês! Sem contar as lutas contra mulheres sombra, OK? - Eu disse com um sorriso

— Vai logo, Will!

Eu dei uma risada meio nervosa e meio alegre, e me dirigi a passos largos em direção a porta, enquanto ela sorria do topo das escadas para mim. Eu estava apavorado, treinar para me tornar um herói nunca foi um dos meus planos de carreira. Mas Nat estava certa, o mal estava surgindo e eu sabia disso, e tenho poderes que me foram concebidos justamente para lutar contra esse mal. Era meu dever treinar e proteger a todos os inocentes, e é isso que eu vou fazer!

Ao sair pela porta, Cléo e Leo estavam conversando (provavelmente discutindo) do lado de fora.

— Hey! Will! - Leo acenou assim que me viu.

Quando finalmente me aproximei, Cléo me deu um sorriso e perguntou:

—E...? O que decidiu?

— Eu acho que pensei até demais sobre essa decisão e... eu tô dentro! Vou treinar e me tornar um guardião para ajudar vocês a salvar o mundo!

— Grande Will! - Leo disse me dando um tapa nas costas

— Sabia que escolheria o certo! - Cléo exclamou logo em seguida.

— Você não sabe como eu fico feliz em ouvir isso! Não sei o que eu diria para a dona do orfanato se você não fosse!

—Como? - Cléo soltou em resposta a Leo - O que você disse para a senhora?

— Nada demais. Falei que vínhamos de outro orfanato e que Will estava sendo transferido e que viria com a gente. Tranquilo!

— Você é louco? E se ele não viesse?

— Devia me agradecer, já que agora ele tem um álibi para sair daqui. De nada! - Leo disse cruzando os braços.

—Essa desculpa é ridícula! Transferências nem ocorrem tão fácil assim.

—Sim, mas ela estava ocupada tentando entender o que aconteceu com o orfanato dela e só concordou com o que eu disse! Depois a gente volta e resolve isso - ele respondeu.

E eles começaram a discutir novamente. Leo era realmente uma figura. Devo admitir que essa desculpa realmente foi útil e inteligente. Mas ele deu sorte de a senhorita Cavanaugh estar ocupada pensando em como concertar o teto e no que dizer para a poli....cia!

VRUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUM.

Nesse momento, pelo menos 6 carros de polícia chegaram. Os oficiais iam descer e começar a questionar a todos. E não tenho certeza que eles aceitaram minha “mudança de orfanato” sem documentos. Além do mais, suponho que os guardiões pretendam manter seu mundo e identidades em segredo:

—Errr.... Pessoal? - eu disse chamando a atenção dos outros dois. Tínhamos que sair dali o mais rápido possível!

— Quié? - Os dois responderam em uníssono.

— Oh céus! - Leo disse

— Ok. Essa é a nossa deixa vocês dois. - Cléo disse nos apressando.

— Como vamos sair daqui, Cléo? Não podemos sair voando sem chamar a atenção dos policiais e de toda a vizinhança que já deve estar acordada graças a luta!

— Elementar meu caro Watson! Se não podemos subir, vamos descer! - Ela exclamou como se a resposta fosse óbvia.

— O que você? Ow! - ele disse captando a mensagem - Certo, podemos tentar.

— O que vocês dois estão pensando em... mgggft - Cléo tampou minha boca e fez um sinal de “agora” com a cabeça pra Leo, que com seus poderes nos fez ser sugados pelo chão.

Fomos absorvidos pela terra, como em uma areia movediça. E em questão de segundos já estávamos andando nos subterrâneos da cidade. Lá em baixo eu não conseguia enxergar nada, mas Leo tinha uma orientação perfeita debaixo da terra. Então eu dei a mão para Cléo, que deu a mão para Leo, que iria nos guiar:

— Próxima parada? Base dos Guardiões! - Leo exclamou enquanto manipulava a terra para abrir caminho para nós. Abrindo passagens debaixo da terra até a tal “base”.

                                                                   ***

Eu descobri tarde demais que eu perco completamente a noção do tempo quando estou debaixo da terra! Por isso eu quase surtei quando descobri por quanto tempo havíamos ficado lá. Ficamos abrindo caminho pelos subterrâneos pelo que pareceu uma eternidade. Quando na verdade,  não mais de 20 minutos haviam se passado. Segundo Leo teria sido ainda mais rápido se ele não tivesse que usar apenas uma mão para manipular a terra, mas a questão é que demoramos tudo isso para alcançar a floresta, que fica a leste da cidade. Ela está lá como uma área verde, tinha até uma trilha, foi feito para as pessoas se aproximarem mais da natureza, ou seja, as melhores intenções possíveis, mas os moradores gostam de criar lendas relacionadas a floresta, realmente não entendo. E mesmo assim, ainda levam suas famílias e amigos para fazer trilhas ou caminhar pelo imenso parque ecológico aos feriados e fins de semana.

De qualquer forma, o orfanato fica mais afastado do centro da cidade, por isso é bem perto da floresta. A floresta fica logo abaixo de uma cadeia de colinas, que as pessoas também utilizam para atividades físicas. Eu inclusive. Stacy e eu costumamos apostar corridas desde a base da colina até o orfanato, havíamos feito isso nesta mesma noite inclusive... acho que vou sentir falta dessa competição boba de irmãos que temos. Enfim, segundo Cléo, a base dos Guardiões ficava na mais alta das colinas. Que só era acessível se escalássemos a primeira das colinas, descêssemos e depois finalmente subir até a colina onde os outros guardiões se encontram!  O único lado positivo é que a chuva havia diminuído, por que essa caminhada teria sido muito pior.

Tenho apenas uma palavra para descrever isso: “exaustivo”. Cléo até que havia facilitado o trabalho, nos deixando no topo da primeira coluna. Mas disse que transportar muitas pessoas, ou seja levar duas pessoas pelo ar, a deixa muito cansada. Então tivemos que fazer todo o resto a pe. A caminhada pareceu infinita, ainda bem que Cléo e Leo sabiam exatamente qual colina era certa, eu teria escalado todas até encontrar a base. A propósito, onde ela estava? Chegamos lá quase de madrugada e estava bem escuro, o que eu achei que fosse a causa por eu não enxergar o local. Mas a medida que Leo indicava que estavamos nos aproximando, eu percebi que na verdade a base estava protegida por um feitiço (por que não?!) de ocultação:

—Claro que está! - Eu respondi assim que Leo terminou de explicar.

—He! Vejo que já está se acostumando com as loucuras e explicações sem sentido! - Leo devolveu, rindo como sempre.

— É o jeito, né? - Eu respondo.

— Força, vocês dois! Nesse passo podemos chegar em 10 minutos! - Cléo disse dando-nos ânimo para seguir. Tenho certeza que ela estava odiando isso, já que deve estar acostumada a voar para todos os lugares.

Mas ainda assim, seguimos. E após os 10 minutos de caminhada previstos, chegamos ao topo. Toda a parte de cima da montanha estava protegida pelo feitiço, mas ele não afetava nossa entrada ou a de ninguém, apenas ocultava o local para que humanos e outras criaturas místicas não a encontrassem.

Devo admitir que, depois de tanto tempo para chegar ao local, eu fiquei com raiva de não poder vê-lo e descreve-lo apropriadamente, já que mal havia luz para que eu enxergasse. Cléo e Leo me levaram para dentro do edifício, de lá, subimos umas escadas e chegamos a um imenso e amplo corredor, que tinha um corredor do lado esquerdo e outro do direito... Cléo se dirigiu ao lado extremo esquerdo, provavelmente onde ficavam os quartos femininos. Se despediu de nós e seguiu ao final do corredor. E eu e Leo seguimos pelo direito.

—Prontinho! – Leo disse quando abriu a porta do quarto, que ficava ao princípio do corredor direito - Você pode passar a noite aí. Amanhã eu pego a chave do seu quarto de verdade e tudo se resolve.

— Não tenho certeza se vou conseguir dormir!

— Acredite, você vai! Essa caminhada cansou até a mim! - Ele disse estalando as costas - Enfim, aqui nenhum monstro vai tentar te matar ou nada do tipo! - ele esbanjou um sorriso e seguiu - Então,  a cama é logo ali, fique à vontade! - ele falou apontando para a cama , que ficava um pouco a direita em relação a porta.

—Ok! Obrigado Leo!

—Não por isso! Amanhã nós te apresentamos aos outros guardiões e as instalações da base! - Ele falou enquanto se dirigia a porta. E com uma das mãos na maçaneta, se virou para mim e disse antes de sair - Boa noite!

—Boa noite! - Eu respondi. Ele fechou a porta e saiu me deixando sozinho na escuridão e no silêncio. O que me deu uma horrível sensação de dejá-vu. Como quando eu estava no orfanato e Thea saiu do meio das sombras.

Deitei na cama, ainda raciocinando todas as coisas que haviam acontecido comigo em apenas um dia! Acho que nunca sabemos quando e como nossas vidas vão mudar por completo. Ainda lutei contra o sono por alguns minutos, pensando que outro inimigo talvez aparecesse e tentasse me matar. Mas aos poucos, o cansaço e a exaustidão venceram, e eu literalmente desmaiei na cama, pensando em como seria o lugar onde eu estou e quem seriam os outros guardiões...


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Notas finais do capítulo

Como será o lugar onde Will está? Quem são os outros guardiões? Como eles reagirão a chegada do novo membro? E Will? Conseguirá controlar os poderes?
Muitas perguntas ainda sem respostas.... comentem nos comentário o que estão achando da história pessoinhas, não me deixem falar com as paredes.
Vejo vocês semana que vem com o quinto capitulo!



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