The Guardians escrita por Sofia Di Angelo


Capítulo 24
Capítulo 6- Villain Chapter- Thea


Notas iniciais do capítulo

Aqui esta mais um capitulo de vilões. Espero que tenham gostado desse episódio. Vejo vocês semana que vem com o Ep.5!!!



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— Aaaargh. Que ódio! - o gêmeo do passado dizia enquanto chutava outro pedaço de metal que havia no chão, restos da máquina que tinha sido destruída.

Tudo ocorreu rápido demais. Em um momento, a batalha estava em nossas mãos. De repente, a guardiã da água apareceu e mudou tudo: todos os guardiões escaparam e a guardiã do fogo ainda deu um jeito de explodir a máquina. Isso sim era uma falha maior do que podíamos nos permitir naquele momento, e Dan definitivamente não estava contente.

— Como? Como deixamos eles escaparem? Argh - ele disse socando a parede.

A porta do porão subitamente se abriu, e usando uma blusa xadrez aberta por cima de uma camisa branca e calças jeans, Ken entrou no cômodo:

— O que aconteceu aqui? - ele deu uma tossida, dado ao ar com forte cheiro de fumaça - Por que tem dois buracos no chão? E Dan, por que você está sem camisa? - ele dirigiu sua pergunta a seu gêmeo com um leve tom de desgosto.

— Mas que ótima hora pra você aparecer Ken! Justo quando a luta já acabou e todos escaparam vivos! - Dan gritou em resposta. - E minha blusa pegou fogo!

— Perdemos tudo, Ken. Eles destruíram a máquina. - Elize disse - E olha para esse lugar. Não temos mais nada.

— Olhando daqui, parece que vocês se precipitaram com seu movimento - Ken disse avançando alguns passos dentro do porão.

— Como é que é? Vai posar de herói agora? - Dan gritava furioso, avançando em direção ao irmão - Escuta aqui Ken, pra quem se acha o todo-poderoso, você foi um belo de um covarde! Sumiu por completo da casa bem na hora que mais precisávamos de você.

— Onde você estava? - Elize completou a bronca de Dan

O loiro manteve a mesma posição. Não falou uma palavra. Normalmente, eu sou a que fica quieta em um canto sem falar nada, mas quando me atacam dessa forma, até eu sou obrigada a me defender. Então por que ele estava quieto? Às vezes me pergunto o que ronda a cabeça dele. Após alguns minutos de silêncio, ele abriu um sorriso no rosto e colocou a mão no bolso traseiro da calça, revelando um pedaço de papel:

— O que é isso? - Dan perguntou.

— O fruto da minha covardia e incompetência: o endereço da feiticeira do Sul - Ken disse colocando o papel na mão do irmão e se virando para sair do quarto.

— Mas como você...? - o moreno parecia sem palavras.

— Eu disse que ela tinha aparecido no jornal. Juntei todos os ataques feitos, os assaltantes que foram capturados alegam que uma bruxa lhes vendeu magia. Foi assim que eles realizaram roubos e assaltos impossíveis de se fazer.

— E....? - perguntei na tentativa de descobrir o resto da história.

— A polícia obviamente não acreditou neles e todos os capturados ganharam prisão perpetua. Um dos presos, na tentativa de diminuir sua pena, revelou o endereço onde ele foi para adquirir a magia. - Ken seguiu com sua explicação.

— Isso não faz sentido algum. A polícia já teria ido lá investigar - Elize questionou.

— Eles foram, mas todos voltaram dizendo que não encontraram nada suspeito e fecharam o caso. Inclusive os policiais mais radicais contra esse assunto.

— Hipnose? - perguntei em dúvida.

— Com certeza. Uma habilidade bem característica dos feiticeiros. - o loiro disse colocando a mão na maçaneta - Enfim, ainda espero que você assuma total responsabilidade, Dan.

— Espera ai. Por que do nada você está apoiando minha ideia? - Dan falou ainda suspeitando das verdadeiras intenções do irmão.

— Por que vocês três obviamente não estão dando conta sozinhos. - ele apontou para diversas partes do porão que estavam destruídas.

— Seriamos quatro se você ajudasse - soltei por fim.

— Acho essa uma acusação justa. Mas eu não ajo como vocês, sou bem mais paciente. Então é melhor vocês encontrarem alguém que gosta de agir rapidamente também - Ken me disse.

— E como quer que eu chegue lá, seu palhaço? Aqui diz que a casa fica na Argentina! - Dan protestou assim que terminou de ler o papel, ainda sem querer dar o braço a torcer.

— Por isso sugiro que vá logo e que leve Thea com você. - o mais novo devolveu - Agora que estamos resolvidos, vou lá em cima jantar o delivery chinês que eu pedi online e que deve chegar…

O gêmeo ficou em silêncio por uns instante, olhando seu relógio. Ele deu um sorriso ao irmão e saiu do porão assim que escutamos a campainha tocar. Dan encarava a porta com o ódio que ainda lhe restava:

— Vamos, Thea. Ainda temos uma chance de virar o jogo contra os guardiões. - Ele disse vindo em minha direção.

— Odeio sair em missões com você. - lhe digo - E não pretendo te dar a mão. Ela está completamente suja e suada.

— Pelo amor de... Ahh. - ele disse subindo as escadas revoltado.

— Boa sorte. - Elize me disse saindo também - Vou subir.

Ela saiu, me deixando sozinha em meio ao porão mais bagunçado na história da humanidade. Encarei os dois buracos no chão e o local onde, minutos atrás, a máquina se encontrava. O chão esburacado me fez recordar minha luta com o Guardião da Luz. Sinto que ele hesita em lutar comigo por algum motivo, o que só me deixa com mais raiva. Hoje pareceu que eu estava prestes a vencer a luta, mas ele deu um jeito de escapar vivo. Espero que a chegada do novo membro mude essa situação, não gosto de ser derrotada repetidas vezes.

Após alguns minutos andando de um lado para o outro no porão, Dan apareceu na porta:

— Melhorou? - o gêmeo perguntou.

Ele fora a seu quarto trocar de roupa e lavar as mãos. Agora, ao invés de sua calça larga, ele usava um jeans preto e um all-star da mesma cor. Sua blusa era azul e de mangas curtas.

— A cara continua desagradável - respondi.

— Haha, muito engraçada. - ele avançou em minha direção e me estendeu a mão esquerda - Quando você quiser.

Peguei sua mão no momento que ele menos esperava e o levei pelas sombras. Dei alguns “saltos” em países aleatórios no meio do caminho, como Nicarágua, Brasil e Paraguai. Até finalmente chegarmos a Buenos Aires.  Obviamente essa viagem longa de ponta a ponta na América só foi possível por que Dan estava comigo. Ele manipulou o tempo a meu redor para que minha energia retornasse para o momento antes de iniciarmos a viajem. Dessa forma, eu não me cansei tanto e conseguimos chegar a Argentina no mesmo dia, viagem que normalmente demoraria alguns dias.

Quando finalmente chegamos, Dan se segurou em um poste:

— Não foi tão ruim assim - ele disse recuperando o fôlego e suas forças - Mas é só por que eu tenho um preparo físico incrível! - ele apontou para si.

— Claro, se não fosse por você nem sei se teríamos chegado aqui. - ironizei.

— Obviamente. - ele respondeu sem entender o sarcasmo - Agora vamos ao tal endereço. Por aqui. - ele apontou uma direção e começou a caminhar.

Fui alguns passos atrás dele, mas sempre mantendo-o em meu campo de visão. Honestamente, eu não esperava que fossemos chegar em um dia tão quente. Para quem estava vestida de preto da cabeça aos pés, um sol de 30oC não era a melhor opção de clima. Ainda caminhamos por um bom tempo, antes de chegar em uma rua completamente escura (mesmo estando de dia). As casas estavam todas coladas umas às outras, e as pessoas que estavam do lado de fora estavam ou com uma garrafa de cerveja ou um cigarro na mão.

— Que vizinhança agradável - Dan disse irônico - Casa número 77. Ajude-me a procurar.

Ele afirmou enquanto seguia caminhando no meio da rua. Os homens que ali estavam nos encaravam de todas as formas possíveis. Alguns com um olhar de desafio a Dan, outros com respeito. Os que me viam, sussurravam coisas no ouvido um do outro e apontavam para mim logo a seguir. Um deles chegou a dar uma risada:

—Mais uma dessas e eu vou....

—Controle-se Thea. - Dan me interrompeu-  São apenas uns drogados idiotas. Poupe suas energias para depois.

Fiz como ele disse e segui caminhando, me controlando para não avançar contra nenhum deles. Mas um dos homens veio rindo em nossa direção e parou na frente de Dan:

— E ai, parceiro? - o homem disse, seus olhos vermelhos encarando os de Dan, e sua garrafa quase caindo de sua mão - Vejo você andando ai, com toda essa moral. Acho que ainda não te contaram que el jefe aqui soy yo! - conseguia sentir seu forte bafo de cerveja de longe, o que embrulhou meu estômago por completo.

— Agora faz sentido esse lugar estar neste estado - Dan disse simplesmente, contornando o cara e seguindo seu rumo.

O homem, que aparentava ter uns 26 anos, se virou furioso e puxou Dan pelo braço:

— Como é que é? Eu vou te ensinar uma coisa ou duas sobre respeito. -  ele estalou os dedos e seis homens se aproximaram caminhando em nossa direção e formaram um círculo ao nosso redor.

— Ah é? - Dan devolveu - Estou louco por aprender. - ele respondeu com seu tom desafiante

— E eu por sair daqui - disse puxando a sombra do homem e lançando-o contra a parede.

Seus capangas olharam com espanto e saíram correndo. Com exceção de um, que veio correndo em direção de Dan. Este apenas lhe socou a cara e se virou para mim:

— Por que você sempre estraga a diversão?

—  Por que eu odeio esse lugar. E detesto te dar oportunidades para se achar. Por que acha que odeio sair em missões com você?

— Mas eu posso me achar, sou o mais boa-pinta de todos os guardiões! - A pior parte é que ele realmente acreditava nisso.

Apenas rolei os olhos ignorando-o e prossegui:

— Vamos só encontrar a feiticeira e sair daqui. - Disse com raiva.

No mesmo instante, a porta de uma das casas se abriu e de dentro dela ouvi uma voz brincalhona:

— Ouvi que estão procurando por mim… - a voz deu uma risadinha.

De dentro da casa saiu um lençol rosa, que contornou a mim e a Dan por completo:

— O que é isso? - ele gritava.

O lençol me tampou da cabeça aos pés, de forma que eu não enxergava mais nada a meu redor. Senti que estava sendo carregada para algum lugar, mas não conseguia ver nada. Por fim, o lençol começou a se desenrolar, me largando em pleno ar, fazendo com que eu caísse no chão. Do meu lado, vi Dan cair de cara também:

— O que acabou de acontecer? - ele me perguntou em dúvida

Ao nosso a redor, tudo o que eu podia ver eram prateleiras cheias de recipientes de plástico e de vidro, cada um com um liquido colorido dentro de si e com uma etiqueta no meio. Em uma delas havia escrito: “Intangibilidade”. O quarto estava muito mal iluminado, o que seria uma vantagem para mim caso outra luta ocorresse. Dan se levantou furioso do meu lado. Sua cabeça virando de um lado para o outro, buscando o responsável por nos levar até ali:

— Vamos, apareça. Ou vai dizer que tem medo de encarar dois Guardiões? - O moreno começou a gritar impaciente.

— Um e meio - o corrigi.

Ele apenas me ignorou e continuou a fazer seu escândalo, que seguia sem sucesso. Ainda me perguntava como havíamos saído do lado de fora para dentro da casa apenas sendo cobertos por lençóis. Após alguns segundo gritando com o nada, ele se virou para mim novamente:

— Desisto. Tire-nos daqui.

— Isso não é jeito de falar com uma dama, é? - a mesma voz de antes voltou a ecoar pelo cômodo.

As luzes se ligaram por fim, revelando uma mesa ao fundo da sala com uma cadeira, onde a dona da voz se encontrava. Ela aparentava ter uns 19 anos. Seus cabelos eram lisos e de um tom castanho escuro, assim como seus olhos. Sua pele era bem morena e ela usava uma jaqueta de couro preta por cima de uma blusa vermelha e meio velha onde se lia: “Doctor Strange”. A garota abriu um sorriso em seu rosto e fez um movimento com os dedos, de forma que duas cadeiras apareceram atrás de nós.  Levando a mim e a Dan para a mesa onde ela se encontrava:

— Você é a Feiticeira do Sul? - Dan perguntou ainda confuso.

— Pode me chamar de Paloma - ela respondeu.

— E você fala nossa língua? Ótimo. - ele tornou a dizer.

— Querido, com o feitiço certo, eu consigo falar todos os idiomas que eu quiser. - A garota disse apoiando os braços na mesa e chegando para frente.

— Enfim - eu disse mal-humorada - Viemos falar de negócios importantes. Dan?

Lhe dei a deixa para fazer a parte que ele mais gosta: falar.

— Ah, sim. Como pode ver, somos os Guardiões do Passado e das Sombras. - ele apontou para mim - Nosso grupo tem a missão de...

— Ressuscitar o Guardião das Mentes, eu sei! - a morena interrompeu - Sempre soube dos objetivos do “lado mal dos Guardiões”, só não esperava que esse lado estivesse com tantos garotos “bons”. - ela levantou as sobrancelhas e deu outra risada.

Dan exibiu um sorriso sedutor e prosseguiu:

— Eu não esperava que uma Feiticeira fosse uma ladra.

— E eu não esperava que pessoas tão poderosas fossem ser tão idiotas! - disse irritada com o rumo que aquela conversa estava tomando - Ela não roubou seu coração, roubou seu cérebro e morreu de fome por isso! - me levantei da cadeira e coloquei as mãos na mesa.

Dan pareceu não entender a piada que eu fiz com sua péssima cantada e me encarou confuso. Apenas segui falando com Paloma:

— Resumindo. O lado do bem tem um Feiticeiro. Queremos um do nosso lado também. Sim ou não? É a única resposta que eu quero ouvir de você. - Disse tentando usar o menor número de palavras possível.

Ela me encarou por uns instantes, analisando-me de ponta a ponta:

— Sua namorada é uma gracinha!

— O que? - eu e Dan dizemos em uníssono.

— Que nojo - tirei as mãos da mesa e me afastei um passo de Dan.

— Não, não. Você entendeu errado. Somos colegas de equipe. Ela é muito nova e não faz meu tipo. - Dan se levantou também - Você por outro lado… - ele esbanjou outro sorriso e deu uma piscada para a feiticeira.

— Você me enoja! – eu disse. - E então? Você vem ou vai ficar enrolando? - perguntei a morena.

— Sabem de uma coisa? A vida aqui estava enjoada de qualquer forma. Vendendo magia para assaltantes e assassinos não é tão divertido quanto enfrentar Guardiões. - Ela se levantou e deu uma espreguiçada.

— E isso é um sim ou um não? - voltei a perguntar.

— Podem apostar que sim.

— Yes! - Dan comemorou um pouco alto demais - Quer dizer, será um prazer ter você em nosso time.

— Realmente amei essa equipe. Vamos sair daqui - ela saiu de trás da mesa e pegou minha mão.

Eu a mirei um olhar de “espaço pessoal”, ao qual ela respondeu:

— É para a magia de teleporte, fofa. Não se preocupe. - ela estendeu a mão para Dan - Acho que me esqueci de pergunta seu nome.

— Dan. Mas pode me chamar de o cara dos seus sonhos. - Ele disse com um sorriso enquanto passava a mão na barba.

Eu o encarei mais uma vez com uma expressão de desgosto e Paloma deu sua risadinha irritante mais uma vez.

— E você? Não sabia que haviam Guardiões tão jovens. - Ela me disse.

— Essa é Thea, 15 anos. A Guardiã mais nova da nossa geração – ele respondeu por mim.

— Muito fofa. Enfim, se vocês não se importarem, preciso que se deem as mãos.

Fizemos como ela disse.

— Bom, vocês podem sentir um pouco de tontura, azia, mal-estar, desconforto, vontade de vomitar, labirintite e...

—E já estou acostumada. Viagens nas sombras - a cortei.

Dan me deu um olhar fechado, como se eu estivesse arruinando suas chances com a garota:

— Estamos cientes disso tudo. – ele afirmou com sua voz de sedução - Pode só pular para a parte da magia.

Ela assentiu, e começou a pronunciar algumas palavras em uma língua antiga. Um tornado multicolor se formou ao nosso redor. Soltando faíscas e girando rapidamente. O redemoinho nos cobriu por completo e eu vi as estantes e mesa sumirem da nossa frente. Após segundos, tudo o que conseguia ver eram cores girando ao nosso redor. Cores demais pro meu gosto. Prefiro mil vezes minhas viagens pelas sombras, pelo menos não parece que eu fui engolida por um arco-íris. Minha cabeça começou a dar voltas e eu fechei meus olhos - brilho em excesso me dá mal-estar - apenas esperando que chegássemos em casa logo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Comentem suas opiniões!! XD



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