Eu, ela, e o fim do mundo. escrita por Souza


Capítulo 6
Capítulo 6 - Magnetita.


Notas iniciais do capítulo

Voooltei ^^
Boa leitura!



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Pov Eduarda  

Deixamos os dois e saímos o mais rápido possível do prédio. Nosso carro, que tecnicamente não era nosso, estava parado ali perto. Entramos nele e ficamos esperando pelos dois.  

Minutos se passavam e nada dos dois darem sinal. 

— Tô achando que ela matou mesmo ele. - Ana diz preocupada me fazendo ri. 

— Não pequena, ela só estava brincando. - Falo querendo convencer a mim mesma daquilo. 

— Já que estamos aqui sem fazer absolutamente nada... Ana, ontem a noite quando a Duda estava te olhando dormir, eu perguntei a ela qual tipo de homem você mais curte, bom, ela mandou eu perguntar diretamente pra você. E então?  - Mano que vontade de socar o diota do Jonas. Ana já me olhava sem entender.

— Com certeza você não se encaixa no meu tipo preferido. - Dou um leve sorriso com sua resposta. 

Meu celular vibra trazendo uma mensagem de Max.


"Tarde demais. Meia hora até o caos chegar onde estamos." 


— Droga! - Bato forte no volante da caminhonete assustando Ana. Outra mensagem chega.


"Vou tentar arrumar alguns brinquedinhos com Alice. Se demorarmos mais que o normal, saia daqui. Espere o máximo que puder." 

— O que aconteceu meu bem? 

— Já é tarde demais, o muro está sendo destruído.  - Olho para trás e Jonas está com os olhos arregalados não acreditando.  Ana tem a mesma reação. - Trinta minutos até eles chegarem aqui. 

— E cadê o Max? Por que a gente não cai logo fora daqui?! 

— Vamos ter que esperar um pouco Jonas. Suba os vidros aí de trás. 

— Como assim esperar? - Ele surta. 

— O Max e Alice estão lá dentro tentando conseguir algumas coisas. 

— Ah meu Deus. É hoje que eu sou devorado vivo! 

— Não Jonas, eu não teria tanta sorte assim. - Ana ri nervosa ao meu lado. 

— Merda o que é aquilo? - Jonas diz me fazendo prestar atenção à minha frente. Havia fumaça, muita fumaça. Era um verdadeiro massacre acontecendo. O pior foi quando aquela fumaça toda abaixou. Finalmente eu pude ver o que vinha em nossa direção. Milhares deles. Max estava errado sobre quanto tempo nós tínhamos. O fato me chamou bastante atenção pois esses mortos eram diferentes do que já havíamos enfrentado na casa da família de Rafael. Eles estavam rápidos. Ouvimos tiros de dentro do prédio .

— Tenho que ir lá. - Digo abrindo a porta do carro e Ana praticamente se joga em cima de mim me impedindo. 

— Não vai mesmo. O Max está bem, sabemos que ele pode se cuidar. - Sinto minha arma ser arrancada da minha cintura. 

— Nos tira daqui. Agora! - Jonas grita apontando a arma na minha cabeça.  Ana o encara incrédula não acreditando naquilo.

— Cara qual é o seu problema?! 

— Eu só quero sair daqui e ficar em segurança. Você mesma disse que o Max sabe se cuidar. Agora vamos! Liga o carro Eduarda! - Olho pelo retrovisor e vejo Jonas apontando a arma ora pra mim, ora pra Ana.  

Eu juro que mato esse desgraçado. 

Os mortos vivos estavam quase perto o suficiente de nós e Jonas estava começando a se irritar. 

— Eduarda! Agora! - Ligo o carro e começo a dar ré rapidamente. Max e Alice saem do prédio e Jonas não me deixa parar.  Viro o carro e a última imagem que vejo é de um Max muito furioso abrindo os braços sem entender nada. 

— Não podemos deixar eles lá Jonas. Não podemos! 

— O que não pode é eu ser devorado por esse monte de aberração. Aliás eles já deram um jeito. - Olho pelo retrovisor e vejo Max dirigindo uma moto, provavelmente roubada. Alice está na gaurupa. Me sinto aliviada. Ana respira visivelmente melhor ao meu lado. Diminuo a velocidade para que eles possam nos alcançar. Jonas guarda a arma em sua cintura.  

Pov. Ana

Olhei para trás e vi o caos se instalando na cidade de Nova Jersey. Nenhum lugar agora era seguro. Deveríamos nos afastar o máximo dali e só então poderíamos respirar um pouco melhor. Jonas foi um verdadeiro filho da puta por aportar aquela arma para Eduarda. Ele ia se arrepender daquilo.  

A moto em que Max e Alice estavam colam ao nosso lado e a loira bate no vidro para eu abaixar. Ela me entrega uma bolsa e faz sinal para seguirmos eles. 

— Acho que eles tem algum plano Duda. 

— Sim, pelo o que conheço do Max.  

Duda pisa no acelerador fazendo com que meu corpo se impulsione para trás.   Ignoramos a presença de Jonas ali, mas meu ódio só aumentou a cada minuto dentro daquele carro com ele.  

Vimos a moto em que Max estava parar na frente de um prédio luxuoso. Eles descem e nos esperam ansiosos por respostas. Duda encosta o carro e todos descemos. Max vem para cima de Eduarda para tirar satisfações. Entro no meio dos dois.

— Você sabe que ela não faria isso! - Grito para que ele perceba a injustiça que estava fazendo. 

— Não faria se você não estivesse em perigo!  - Ele grita indignado. Ele realmente estava culpando ela. E o pior, pondo a culpa em mim também.  

— Não diga o que não sabe Maxuel! Aquele idiota ali pegou a arma de mim e apontou pra minha cabeça. O que você queria que eu fizesse?! - Max olha atrás de nós e procura por Jonas. - Eu não faria isso com você! - Max abaixa a guarda e fecha os olhos irritado tentando absorver a situação. Eu o entendo. Até minutos atrás ele se sentia traído. Um som de carro dando partida chama nossa atenção. Jonas está partindo com a caminhonete e levando todas as nossas coisas. Comidas, roupas, água, tudo.  

— Mas que filho da mãe!  - Max grita e chuta a porta quando a caminhonete passa por nós. - Alice! 

 A loira entende o recado e retira uma arma de dentro da mochila que carregava. Ela praticamente descarrega a arma no carro, acertando um tiro em um dos pneus. - Boa garota. 

— Não fiz por você Max. Fiz por elas. - Max revira os olhos e se vira novamente para Eduarda que assistia a tudo sem dizer uma palavra sequer. 

— Me desculpe. Eu fui um idiota.  - Ele a abraça e ela retribui, mostrando que estava tudo bem. 

— Não temos muito tempo. Precisamos chegar ao terraço.  - Alice diz despertando a minha curiosidade. 

Subimos pelas escadas ignorando os gritos e as pessoas que quase se matavam dentro e fora do prédio.  Jonas não iria muito longe com aquele carro, e eu estava pouco me fudendo para como ele iria fazer para sobreviver.  

— Um helicóptero? Como vocês ..? -

Eduarda faz a mesma pergunta que eu faria.

— Como eu disse, sou chefe de segurança do presidente. 

— Ok. Mas você não disse que sabe pilotar isso. - Max diz. 

— E não sei. Mas meu amigão ali sabe! -

Um homem de uns dois metros, de terno e gravata sai de dentro do helicóptero e comprimenta Alice. 

— Tudo pronto. Podemos partir. - Ele diz com uma voz grave. Uau. Gostei. 

— Vamos. - A loira diz e a seguimos. 

Eu não sabia para onde nós iríamos, mas tinha plena confiança nas pessoas que estavam ali, tirando o MIB que acabei de conhecer

Levantamos vôo e confesso que apertei um pouco o braço da Duda, que me deu um sorriso confiante. Alice foi ao lado de Max, e foi ele quem apertou o braço dela, a mesma riu em deboche. Um homão daquele com medo de altura. 

Vimos a cena deplorável em que se encontrava a cidade.  Eu nunca havia visto algo tão horrível em toda minha pouca vida. Apertei ainda mais o braço de Duda me certificando de que ela ainda estava ali, para me proteger de tudo aquilo. 

— Estou aqui. - Ela respondeu lendo meus pensamentos e me deixando com um meio sorriso no rosto. 


O mundo, ou pelo menos os EUA estava acabando. Ainda não tínhamos notícias se em outros países a situação era a mesma, não sabíamos nem até onde ia a gravidade do problema em Nova York, e agora, Nova Jersey. 

— Olhem todas aquelas pessoas lá em baixo.  - Falo no microfone do fone de proteção que colocamos assim que entramos no helicóptero. Eduarda e os outros dois olham lá pra baixo. - Eles não mereciam aquilo.

— Ninguém merecia pequena. Mas agora tudo vai mudar. Tudo o que já era injusto vai passar a ser ainda mais. Pessoas morrendo, matando, pra sobreviver ou não. É assim que um Apocalipse funciona. Meu pai poderia nos ajudar tanto se estivesse aqui.  

— Desculpa Eduarda, mas quem é seu pai? E por que ele não está com você?  - Alice pergunta, tocando num assunto delicado. 

— Jonh. Jonh Willians. Ele era um ex chefe de policia em Nova York. Morreu em uma das operações. - Alice arregala os olhos como se lembrasse de algo. Ela fica pálida. 

— Entendi. .sinto muito. 

— Já faz um tempinho, eu praticamente já me acostumei. Ele me ensinou sobre armas e algumas técnicas de sobrevivência, então sei lá pra onde estivermos indo, eu posso ajudar, com o que for. - Eduarda diz olhando diretamente em seus olhos. 

— Pra onde estamos indo afinal? Você não me contou essa parte. - Max se pronuncia. 

— Vamos para o meio do oceano. Numa base militar. Tem pessoas trabalhando lá na procura de respostas, e vocês talvez nos ajudem. - Fico surpresa. 

— O presidente está morto, e pelo que sei você era a segurança dele. Mas não o protegeu.  Como os militares vão ficar quanto a isso? - O presidente estava morto? Céus! 

— Vocês mataram o presidente? - Eduarda pergunta chocada tanto quanto eu. 

— Não!  É claro que não! Nós só entramos na sala e batemos em alguns seguranças que tentaram nos impedir. Não sabemos ao certo se o presidente está morto, mas a essa altura eu creio que sim. - Alice explica.  - Max, foi pra isso que eu precisei pegar aquela mochila que nos deu tanto trabalho. - Ela retira um gravador de dentro da mochila e nos mostra. - Esse vai ser o nosso passaporte. 

— Para onde? - Pergunto.

— Para a Magnetita. - Ok. A essa altura eu já não entendia mais nada. 

— Que diabo é isso? - Max pergunta me fazendo sorri. 

— Chame de Arcádia Max. - Os dois se entre olham e Max parece entender. Eu não,  pra mim continua a mesma merda. - A base militar no meio do mar, meu bem. 

— Isso. - Alice concorda.  Porra por que não falaram antes?

— Vocês tem mesmo que falar tudo em língua de zumbi? - Pergunto e Eduarda sorri. 

— O fato é que aqui está uma suposta confissão do presidente sobre eu ser sua filha.  E nela ele diz para me deixarem a frente das operações. 

— Entendi. Mas cá entre nós. .. Isso ai é de verdade?  - Max pergunta. 

— Talvez. - Alice sorri. Ah que ótimo. Nossa única chance pode não ser tão verdadeira. - Não se preocupem. Tudo vai dar certo. 

— E você irá nos colocar pra dentro? Por que? - Duda pergunta séria. 

— Olha, vocês avisaram a meu pai sobre os riscos. Tentaram fazer algo para reverter a situação enquanto eu não fiz nada além de abaixar a cabeça. Se eu o tivesse contrariado mais cedo, talvez aquelas pessoas teriam uma chance. E por conta desse babaca aí. - Ela diz se referindo a Max.  - Odeio admitir, mas ele salvou minha vida. - Os dois trocam sorrisos cúmplices. - Ele é um bom soldado. E acredito que você também seja Eduarda. 

Ok ok, Ana sendo excluída novamente. 

— Tô quase pulando desse helicóptero.. 

 Digo fazendo drama. Todos riem alto. 

— Eu sei que você pode aprender rápido Ana. Vai ter um lugar para você também. Não se preocupe. - Alice pisca para mim. Bom, eu gosto dela. Poderíamos ser amigas. Não daquelas que vão ao shopping juntas, mas daquelas que acertam crânios com balas douradinhas. 

— Obrigada! Mas eu também sirvo de motivação!  Até por que,  sem mim esses dois não funcionam baby! - Bato no peito me convencendo e faço todos rirem novamente. Eduarda faz positivo com a cabeça, e me lembro do que Jonas disse sobre ela estar me vendo dormir na noite que passamos na loja.  Eu iria tocar naquele assunto mais tarde.   

 - Quanto tempo até chegarmos? 

— Não muito tempo Max. - Assim que Alice responde, nós começamos a ouvir alguns helicópteros se aproximando e passando por nós. Mas que merda é essa? Todos olhamos para fora do helicóptero. Tinha pelo menos três, daqueles de guerra. 

— Eles vão bombardear as cidades. - Max diz boquiaberto.  

— É, é possível.  Devem ter tentado se comunicar com o presidente, mas como não obtiveram respostas.. 

— Mas pode haver sobreviventes lá!  - Eduarda diz com um olhar de medo, um que eu raramente via. E se ela estava com medo, eu mais ainda. 

— Precisamos chegar logo à base para que eu possa tomar a frente. Lá nós pensaremos direito quanto ao que fazer. 

— Não podemos demorar muito ao pensar nisso. Em poucas horas o país inteiro vai estar infectado. Duda, você viu como eles estavam agora?

— Vi Max. Bem rápidos. Mais do que os que enfrentamos com Rafael. É como se eles estivessem passando, mudando de estágio. E não sabemos qual vai ser o próximo. Não sabíamos nem que isso era possível.  

— Ok, tudo bem. Já vamos chegar. 

Seguro na mão de Duda, é minha vez de passar confiança a ela. Alice nos olha. 

— Vocês são um casal? - Solto a mão de Eduarda e concerto minha postura. Duda fica tão sem jeito como eu. É notório.  

— Hã, não. Somos amigas. Melhores amigas. - Duda diz. 

— Ah, é que sei lá. Parece ter um carinho tão grande entre vocês. Além da amizade. Mas me desculpem pela falta de senso. - Max ri abertamente ao lado dela. Alice dá umas cotoveladas nele. 

— Não, é que...A gente sempre foi assim. - Olho pra ela e a mesma concorda, mas desvia o olhar, se concentrando em algo fora do helicóptero. 

— Elas até que formariam um casalzinho lindo! - Max põe pilha. 

— Cala a boca Max! - Respondemos em uníssom. 

Pov Eduarda

Depois daquela conversa estranha no helicóptero nós finalmente chegamos na tal Magnetita. Era uma base militar, parecida com Arcádia, do filme Resident. No filme haviam muitos sobreviventes. Ela era mais como um refúgio dos únicos sobreviventes da terra.  Fomos recebidos pelo manda - chuva. Ele obviamente conhecia Alice. 

— Eles salvaram a minha vida e vão ser úteis na pesquisa. Não estão infectados!  

— Ok. Mas e o presidente? Era para ele estar nesse helicóptero com você e sua equipe. 

— Podemos conversar em um outro lugar? Vou esclarecer tudo para você. E tem algo que você vai querer ouvir. - Alice diz ao comandante que está em seu mais brilhoso uniforme.  Com certeza ele esperava uma visita de gála. Mas bem, nada saiu conforme seu planejado. 

— Instalem bem essas pessoas. - Ele diz antes de se retirar com a loira. Alguns de seus homens pedem para nós os acompanharmos para dentro do enorme navio. 

— Tomara que a gente não dê de cara com um icberg. Até porque não tô afim de atirar em uma filha da puta por um pedaço de porta. Não sou retardado e burro igual ao Di Caprio. - Max diz fazendo eu e Ana darmos gargalhadas. Ele realmente odiava o mar. 



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Obrigada por ler até aqui, não deixe de comentar e deixar a sua opinião! Bjs e até a próxima.



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