POV ALYCIA 

Eu tinha que admitir, as Winfield sabiam como dar festas. Era uma pena que convidavam qualquer um, como aquela ridícula da Amy. 

A única coisa que me incomodava era estar sozinha, mas minha melhor amiga e meu namorado, que por um acaso eram irmãos, tiveram algum tipo de compromisso familiar de última hora e minha queridíssima irmã sumiu e não deu notícias, só espero que ela não esteja envolvida com coisas de gangue. 

Olhei ao redor e encontrei Tyler perto da piscina, o irmão mais novo e fofinho do meu futuro cunhado, ele seria uma boa companhia. 

— Oi Ty. – ele parecia surpreso com minha presença. – Espero não estar incomodando. – dei um sorriso. 

— Não, você nunca incomoda. – ele sorriu de volta. – Onde está Kaya? – ele olhou ansiosamente em volta. 

— Ela não vem – ele fez uma cara tão triste que quase o abracei. – Ou talvez ela consiga passar aqui depois do seu compromisso, nunca se sabe. – ele parecia um pouco mais alegre com a perspectiva de vê-la, interessante. 

— Sabe se nossos irmãos vão aparecer? Não vejo o Henry desde cedo. 

— Não, Ry anda tão sumida que já estava achando que tinha entrado para uma gangue. – expressei minha maior preocupação e Tyler ainda teve a audácia de rir de mim. 

A festa estava ótima e acabei me excedendo na bebida. Tyler era um fofo, mas já estava cansando essa coisa de “Já chega, Ally” parecia meu pai. 

Estávamos dançando minha música favorita e fomos rudemente interrompidos pela chata da Amy. 

— Olá queridos, aproveitando a festa? – ela se aproximou de nós com aquele sorriso falso. 

— Muito, pena que deixem entrar pessoas sem classe como você. Mas todo mundo sabe como os Winfield gostam de fazer caridade, não é? – dei o sorriso mais fofo que pude e Tyler tentou esconder a risada. 

— Não se preocupe querida Ally, a sua queda está bem próxima. – ela riu como se tivesse acabado de contar uma piada. 

— Ah, é? E quando seria isso? – sorri sarcástica. 

— Agora! – antes que eu tivesse tempo de reagir, ela jogou um copo de cerveja em mim. 

— Eu vou matar você! – mas antes que pudesse arrancar os cabelos dela, Tyler me segurou.  

— Chega Ally, sem escândalo. – tentei me acalmar enquanto o filhote de demônio saía rindo, definitivamente eu iria matá-la. 

— Não se preocupe querida, quem ri por último, ri melhor. Darei gargalhadas no seu enterro. – sorte dela que estava longe do alcance das minhas mãos, poderia afoga-la ali mesmo.  

— Sempre bom te encontrar, Blake. Te vejo segunda.  

Corri até o banheiro para tentar me recompor, Ty me seguiu. Ele estava fazendo papel de guarda costas essa noite, só pode. 

— Precisa de ajuda? – Tyler se aproximou de mim. 

— Só se souber como posso matar aquela vaca sem testemunhas. – ele riu. 

— Nisso eu não posso te ajudar, mas tem certeza que não quer ajuda com isso? – ele me olhava em dúvida depois da minha pequena dificuldade com a porta. 

— Claro, está tudo sob controle. – respirei fundo e finalmente consegui abrir a porta do banheiro. Estava tão brava que não vi a espuma no chão e acabei caindo. Minha cabeça doía quando me sentei e minha visão estava um pouco turva. Assim que olhei para baixo, vi aquele flash de vermelho em minhas pernas e entrei em pânico. Aquilo era sangue? 

POV RILEY 

— Como assim a minha irmã está no hospital? – perguntei, enquanto Henry e eu íamos até o carro. 

O encontro com Sylena já fora turbulento o bastante, e agora isso...? O que será que estava acontecendo com a minha vida? 

— Ty disse que não deveríamos nos preocupar. – Henry me tranquilizou, assumindo o volante. 

Concordei com a cabeça, mesmo que continuasse preocupada. Passei o percurso todo encarando a paisagem, pensando em Sylena. Será que ela - e não Hailey, como acreditei minha vida toda - era minha verdadeira mãe? Aquele diário parecera intrigante, mas eu não tivera tempo de ler. Precisava reunir certa coragem para encarar aquelas páginas, então simplesmente guardei o diário em minha bolsa. 

É verdade que Sylena era bem parecida comigo. Todavia, também se parecia com Ally. Éramos praticamente idênticas, afinal. 

Ao chegarmos no hospital, desci do carro o mais rápido que consegui. Não esperei Henry. Simplesmente adentrei o lugar. Tyler estava parado na sala de espera, olhando para o telefone. 

— Onde ela está? – perguntei, o desespero vindo a tona. – O que aconteceu? 

O garoto me encarou, sem falar nada. 

— Ei, calma. – Henry correra atrás de mim. Estava ofegante. Segurou meu ombro, de modo reconfortante. 

Tyler ainda não falara nada. Respirei fundo, tentando me acalmar. 

— O que aconteceu? – repeti, mais calma dessa vez. 

Ty segurou o braço de Henry e o puxou para longe. Fiquei encarando igual uma boba enquanto os dois trocavam sussurros. Por que eu não poderia saber o que acontecia com minha própria irmã? 

Pouco depois, os irmãos voltaram para o meu lado. Henry me lançou um sorriso. 

— Ela bebeu demais. – falou. – E caiu quando foi ao banheiro. Nada grave. 

— Era esse o segredo que estava trocando com Tyler? – estreitei os olhos, desconfiada. 

— Ty não sabia como te contar o que aconteceu. – Henry explicou. – Só isso. 

Encarei os Jones, em silêncio, refletindo se deveria ou não acreditar naquela desculpa. Cheguei a conclusão de que tinha coisas mais importantes com que me preocupar no momento. 

— Onde ela está? – olhei ao redor, mas nenhum sinal de Ally. 

— Conversando com o médico. – Tyler respondeu. – Pediu que eu a esperasse aqui fora. É o que estou fazendo. 

Juntos, sentamos na sala de espera e aguardamos que Alycia aparecesse. Segurei a mão de Henry, buscando me acalmar. Papai e mamãe não poderiam saber que ela bebera a ponto de passar mal. 

POV RYAN  

Quando Riley me ligou dizendo que Ally estava no hospital, fiquei preocupado. Sabia que deveria ter ido com ela. 

Assim que entrei no hospital encontrei minha cunhada com Henry e Tyler.  

— Como ela está? Já podemos vê-la? – perguntei.  

— Ela ainda está falando com o médico, aparentemente foi só uma pequena queda. A enfermeira disse que logo poderemos entrar. – Riley tentou me tranquilizar.  

— Ainda bem, tive medo que fosse algo grave. – respondi.  

Assim que o médico saiu fomos falar com ele.  

— Alycia está bem, mas acho melhor deixá-la em observação essa noite. Ela pode receber visitas, mas pediu pra falar com você em particular. – ele disse para Tyler.  

Ele trocou um olhar com Henry e entrou no quarto.  

Por que ela queria falar com ele?  

Tyler saiu do quarto alguns minutos depois dizendo que ela queria descansar e falaria conosco amanhã.  

— Como assim? – ele só podia estar brincando comigo.  

— Provavelmente ela só está envergonhada, amanhã podemos falar com ela – Riley disse. 

— Sua irmã me deixa louco. – suspirei. – Vá pra casa querida, vou passar a noite aqui caso ela precise.  

— Tudo bem, me ligue qualquer coisa. – ela me abraçou – Vamos meninos, preciso avisar minha mãe que sua pequena Ally vai dormir fora hoje. 

Acenei para Henry e Tyler e me sentei nas cadeiras, aquela seria uma noite longa.