Syren escrita por LilyCarstairs, Carolyn


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Capítulo especial de Natal com mais drama, revelações e mais trechos do diário da Sylena. Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/746261/chapter/11

POV RILEY 

 Depois da aula, tranquei-me em meu quarto e ouvi mais música, dessa vez calma, tentando afastar todos os problemas da mente e me concentrar na melodia. Funcionou. Acabei dormindo. 

Acordei com o toque do meu celular. Era meu pai. 

— O que foi? – atendi. 

— Onde você está? – ele questionou. – Queria conversar quando eu chegasse em casa. 

— Não tenho tempo para isso. – respondi.  

Desliguei antes que ele contestasse. Droga. O que ele queria comigo? 

Sentei e coloquei as mãos no rosto, tentando despertar. Olhei para a cômoda ao lado da cama e vi o diário que Sylena me dera. Não terminei de ler. Talvez eu obtivesse respostas mais esclarecedoras sobre como minha vida virou essa bagunça. 

“#8  

Anthony precisou ir embora por conta do trabalho e isso estava me matando. Conversávamos todos os dias por telefone e nos víamos nos finais de semana, mas não era o bastante, tive a impressão de que nunca seria.  

  #9  

Contei tudo a ele. Sobre mim, sobre o clã e mostrei a ele que não estava ficando louca. Ele reagiu bem melhor do que eu imaginei, me levou para um lado isolado da praia onde havia algumas piscinas naturais e passamos o dia nadando ali enquanto trocávamos historias engraçadas sobre a infância. Eu sabia que ele seria o único para mim.  

  #10  

Grávida. Todos os dez resultados que Lily comprou na farmácia não podiam estar errados e eu não poderia estar mais feliz. Precisava contar a ele sobre nosso bebê, mesmo que isso fosse contra as regras do clã.  

Não devemos entrar em contato com os pais das crianças, isso gera apego emocional e no final, não podemos ficar juntos.  Mas eu o amava e ele me amava também, então ficaríamos juntos, como uma família.  

  #11  

Descobri onde ele trabalhava e esperei até a hora do almoço para vê-lo. Ele caminhou até um restaurante ao lado do escritório e corri em sua direção. Pensei em gritar seu nome, mas a cena seguinte me impediu.   

Ele se sentou em uma mesa onde já havia uma mulher, cujo diamante enorme não deixava dúvidas de que ela era comprometida, mas a pior parte foi ver eles se beijando e ele passar a mão na barriga dela e perguntar como estava a menininha dele.   

Eu tinha perdido o ar. Tinha perdido meu amor. E iria perder a minha filha.” 

Ela não sabia... Quando engravidou de mim... Não sabia que meu pai já era casado. Como ele pôde? Eu já desconfiava, mas ler aquilo era muito mais doloroso. Antes que eu explodisse de raiva, continuei com a leitura: 

“#12  

Confrontei Anthony quando ele veio me ver no final de semana, estava me sentindo traída, confusa e, principalmente, com medo.  

Ele me confessou que era casado e que ele e a esposa esperavam a primeira filha. Senti vontade de vomitar, por que ele fez isso comigo?   

Quando contei que estava grávida, ele disse que “cuidaria do problema” e que por mais que me amasse, não poderia largar a esposa. Clássico.  

Chorei a noite toda, pelo homem que eu amava, pelo bebê que tinha um destino tão incerto quanto o meu e chorei ainda mais pela ilusão de que poderíamos ter sido uma família.  

   #13  

Precisei voltar para a ilha. Me despedi de Lily prometendo manter contato, pelo menos uma de nós estava feliz.  

O clã saberia sobre o meu deslize, e isso sairia caro. Não sobre o fato de ele ser casado, mas sobre ter revelado nosso segredo. Se não tivesse revelado essa parte tão importante, poderia ficar com o meu bebê em paz, mas Lyana e Alyssa não iriam deixar isso passar.   

Assim que cheguei, senti o clima tenso. Como esperava, elas não me deixaram escolha, pelo menos não uma que não me destruísse.   

Ter que escolher entre ter Anthony morto por saber demais ou deixar meu bebê com ele, lhe dando um motivo para proteger nosso segredo.   

Por mais que me doesse, eu sabia o que iria escolher, mas isso não tornava a decisão mais fácil.” 

— O que? – soltei em voz alta. 

De novo essa história de clã, de novo esses segredos. Finalmente entendi porque fui abandonada: para poupar a vida de Anthony. O diário estava chegando ao fim, e eu só acumulava dúvidas e mais confusão. Os dois últimos trechos partiram meu coração: 

“#14  

Voltei para a Califórnia, mas não fiquei com Lily. A última coisa que eu precisava no momento era um lembrete constante daquilo que havia perdido.  

#15  

Era uma menina, tão perfeita quanto eu sonhei. Enrolei por dois dias antes de leva-la até Anthony, pois nunca mais veria meu pequeno bebê. E para mim, isso era pior que a morte.” 

— Tão perfeita quanto eu sonhei... – li as palavras novamente em voz alta. Hailey nunca me dissera algo tão bonito. A cada dia que passava, eu tinha mais certeza de que Sylena era minha mãe. E eu não sabia o que sentir sobre isso. 

Sem pensar mais, mandei uma mensagem para Henry, perguntando se ele estava em casa. 

Sim, estou. Por que, meu amor? Está tudo bem? 

Não respondi, apenas desci as escadas correndo e liguei meu carro. Precisava chegar lá o quanto antes, talvez ele conseguisse me ajudar a entender melhor tudo isso. Além do mais, seria bom não estar em casa quando Anthony e suas mentiras chegassem. 

Dirigi até a casa do meu namorado. A cada segundo, a ansiedade se tornando maior.  

Estacionei na esquina. Sua mãe não poderia ver meu carro, afinal me odiava. Agachei e caminhei pelo gramado da casa, tomando cuidado para não ser vista por ninguém do lado de dentro. Fui até a janela de Henry e a encarei. A luz estava apagada, provavelmente jantava com a família agora. Peguei a escada que sempre deixávamos escondida entre os arbustos próximos e usei-a para subir até seu quarto, como fizera tantas outras vezes nos últimos meses. 

Mandei uma mensagem, avisando que chegara. Sentei em sua cama, no escuro, e aguardei. 

 

POV HENRY 

Estacionei o carro na garagem no mesmo instante em que recebia uma mensagem. Riley perguntou se eu estava em casa. Respondi: 

Sim, estou. Por que, meu amor? Está tudo bem? 

Esperei um minuto, caso ela precisasse de mim, já estava no carro e poderia dirigir até lá. Como Riley não disse nada, dei de ombros e saí do veículo. 

Ouvi mamãe conversando com alguém antes mesmo de chegar em casa. Estranhei, pois Tyler pediu que eu avisasse que ele passaria a noite em um amigo. Quem será que ela recebera tão tarde? 

— Mãe, o Ty mandou uma mensagem, ele passará a noite na casa... – comecei a avisar, assim que adentrei a cozinha. 

Parei quando vi sua companhia. Ela estava conversando com Sylena, a mulher que aparecera há pouco na vida de Riley, falando que era sua verdadeira mãe. 

— Henry, querido, preciso te apresentar alguém. – mamãe falou. 

— Lily, acho que preciso ir. – Sylena tentou se levantar. 

— O que? – perguntei, confuso. – Lily? Como você sabe disso? 

Embora todos conhecessem minha mãe como Taylor, esse não era seu verdadeiro nome. Há muitos anos, ela precisou largar todas as suas irmãs e seu passado (consequentemente, o nome que recebera ao nascer) para conseguir ficar com meu pai. 

— Eu sou sua tia. – Sylena me lançou um sorriso nervoso. 

Sem esperar uma resposta, ela começou a contar sobre o passado, sobre mamãe abandonar o clã, mas continuar se comunicando com Sylena, sobre o dia em que ela soube do meu nascimento... Aos poucos, tudo foi se encaixando. 

— É por isso que nunca apoiou meu namoro com a Riley? – olhei para minha mãe. – Por que ela pode ser minha prima? Por que não me contou? 

As duas trocaram um olhar. A ideia me deixava um pouco enjoado. Minha namorada ter o mesmo sangue que eu parecia tão...  

Meu pensamento foi interrompido por uma mensagem. Riley novamente. 

Estou no seu quarto. Quando puder, suba aqui? Preciso conversar com alguém. 

Meu coração acelerou. Céus, como eu ia resolver essa situação? 

Primeiro, precisava tirar Riley dali sem que a vissem. 

— Vou para o meu quarto. – falei, pensando em uma desculpa. – Trocar de roupa. 

Não esperei permissão, apenas subi os degraus correndo. Abri a porta do quarto e liguei a luz. Minha namorada (ou prima? A ideia me fez estremecer) estava sentada na cama, com o diário que ganhara de Sylena em mãos.  

— Mamãe está em casa. – falei rapidamente. – Você precisa ir. Podemos conversar mais tarde. Eu vou até... 

Ela levantou e me deu um abraço. Fiquei sem reação. 

— Não quero causar confusão. – Riley encolheu os ombros. – Só precisava te ver. Desculpe. 

— O que está acontecendo? – ouvi a voz de Taylor atrás de mim. 

Virei-me e encontrei minha mãe e minha tia paradas na porta. Sylena pareceu a ponto de desmaiar ao ver Riley ao meu lado.  


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, o que será que vai acontecer?
Lembrando que opiniões são bem-vindas, então comentem, favoritem e recomendem. Isso nos anima bastante. Até a próxima. :)